Para Chico Alencar, é a única opção para apurar fraudes, pois qualquer ação dentro do Senado seria boicotada por aliados do presidente da Casa
O PSOL vai pedir ao Ministério Público Federal que aprofunde a investigação nas contas da Fundação José Sarney, dando sequência à auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), que confirmou reportagem do Estado e apontou uma série de fraudes na execução do projeto de R$ 1,3 milhão patrocinado pela Petrobrás. O vice-líder do partido na Câmara, Chico Alencar (RJ), acredita ser essa a única saída para identificar e punir os responsáveis pelo desvio de dinheiro público repassado à fundação, criada para "preservar" a memória do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
O deputado acredita que qualquer iniciativa no Senado seria boicotada pelos aliados de Sarney, sobretudo os do PMDB. "Os fatos indicados pela CGU são gravíssimos, é necessário ir mais adiante", afirma, referindo-se a reportagem publicada ontem pelo Estado sobre o relatório da CGU que aponta desde existência de notas fiscais frias, com endereços falsos, a contratação de empresas cujos sócios são funcionários da fundação.
Para Alencar, recorrer ao Conselho de Ética do Senado contra Sarney é "insistir numa carta marcada, sabendo de antemão que tudo será arquivado". Segundo ele, o fato de Sarney ser aliado do governo deixa o presidente Lula numa "péssima situação". "O presidente deveria repensar suas alianças políticas, sobretudo quando a denúncia parte de um órgão com a credibilidade da CGU", disse.
A presidência do Senado divulgou nota insistindo na tese de que Sarney não participa da administração da fundação que leva seu nome. "O senador espera que a diretoria da instituição dê os esclarecimentos necessários sobre o projeto de patrocínio em foco e, caso seja procedente qualquer acusação, que os responsáveis sejam punidos na forma da lei", afirma a nota.
Em julho último, reportagem do Estado mostrou que, por seu estatuto, a fundação está sob as ordens do parlamentar e de sua família. E como "presidente vitalício" e fundador da entidade caberia a ele, entre outras funções, "assumir responsabilidades financeiras" e ter "poder de veto" sobre qualquer decisão tomada pelo conselho curador.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) lembrou que os pedidos no Senado para investigar a fundação foram rejeitados em duas ocasiões: pelo Conselho de Ética e pela CPI da Petrobrás, boicotada pela base governista. "A CGU mostra o que impediram a CPI de investigar", disse.
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O PSOL vai pedir ao Ministério Público Federal que aprofunde a investigação nas contas da Fundação José Sarney, dando sequência à auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), que confirmou reportagem do Estado e apontou uma série de fraudes na execução do projeto de R$ 1,3 milhão patrocinado pela Petrobrás. O vice-líder do partido na Câmara, Chico Alencar (RJ), acredita ser essa a única saída para identificar e punir os responsáveis pelo desvio de dinheiro público repassado à fundação, criada para "preservar" a memória do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
O deputado acredita que qualquer iniciativa no Senado seria boicotada pelos aliados de Sarney, sobretudo os do PMDB. "Os fatos indicados pela CGU são gravíssimos, é necessário ir mais adiante", afirma, referindo-se a reportagem publicada ontem pelo Estado sobre o relatório da CGU que aponta desde existência de notas fiscais frias, com endereços falsos, a contratação de empresas cujos sócios são funcionários da fundação.
Para Alencar, recorrer ao Conselho de Ética do Senado contra Sarney é "insistir numa carta marcada, sabendo de antemão que tudo será arquivado". Segundo ele, o fato de Sarney ser aliado do governo deixa o presidente Lula numa "péssima situação". "O presidente deveria repensar suas alianças políticas, sobretudo quando a denúncia parte de um órgão com a credibilidade da CGU", disse.
A presidência do Senado divulgou nota insistindo na tese de que Sarney não participa da administração da fundação que leva seu nome. "O senador espera que a diretoria da instituição dê os esclarecimentos necessários sobre o projeto de patrocínio em foco e, caso seja procedente qualquer acusação, que os responsáveis sejam punidos na forma da lei", afirma a nota.
Em julho último, reportagem do Estado mostrou que, por seu estatuto, a fundação está sob as ordens do parlamentar e de sua família. E como "presidente vitalício" e fundador da entidade caberia a ele, entre outras funções, "assumir responsabilidades financeiras" e ter "poder de veto" sobre qualquer decisão tomada pelo conselho curador.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) lembrou que os pedidos no Senado para investigar a fundação foram rejeitados em duas ocasiões: pelo Conselho de Ética e pela CPI da Petrobrás, boicotada pela base governista. "A CGU mostra o que impediram a CPI de investigar", disse.
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