Quando fui eleito para o governo do estado em 2002 resolvi chamar o IPEA, o IBGE, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia, a Vale do Rio Doce, a Alumar , sindicatos e entidades de classe, assim como políticos, professores e estudiosos para discutir o Maranhão.
Saber por que o nosso estado era tão pobre, verificar quão pobres éramos e fazer a comparação dos nossos indicadores com outros estados, com a região e com a média brasileira e, principalmente, ver quais caminhos tínhamos para mudar a realidade que oprimia e humilhava o nosso povo.
Essas reuniões foram fundamentais para entendermos o que se passava e principalmente formularmos o nosso plano de governo.
Porém, o que ouvimos ali, principalmente dos técnicos do IPEA, foi muito doloroso. O Maranhão havia perdido terreno em todos os setores e a comparação com outros estados e com a média nordestina e brasileira era deprimente para qualquer um de nós. Éramos simplesmente os últimos do país em educação, saúde, renda, mortalidade infantil, expectativa de vida, saneamento básico, energia rural, Pronaf, produção agrícola, analfabetismo, exclusão social, IDH etc.
Era um horror! Um dado que chamou a atenção de todos era de que para atingirmos a média nacional de qualidade na educação ( dados de 2002) precisaríamos de 54 anos, se continuássemos com o mesmos métodos que encontramos ao assumir o governo.
Esse foi o desafio que se impôs ao governo e que tínhamos que vencer. E que o império de comunicação da família Sarney se esforçava para esconder. Aliás, o Senador José Sarney disse em notória entrevista à revista Carta Capital que ele tinha rádios, jornais e televisões porque era político, ou seja, disse que o império de comunicações que tinha era para fazer política e obviamente para moldar as coisas ao modo que lhe interessava. Fazer, no limite, o que fazem hoje: caluniar, mentir, deturpar notícias e principalmente esconder tudo o que fazem de errado e (o mais importante para ele) se auto-elogiar. E defender seus interesses sejam eles quais forem.
O problema é que já são muito conhecidos e desacreditados. Eu sofri a maior campanha que alguém já sofreu no Maranhão, acusado de tudo, mas o povo soube ver que mais uma vez mentiam e insultavam e quem venceu a eleição fomos nós, mesmo com o apelo desesperado que fizeram ao Presidente Lula para ajudá-los a se salvar.
Em 2002 os indicadores da área da educação mostravam o resultado de anos de abandono criminoso e o enorme descaso pela melhor ferramenta à disposição da população para ascensão social. Não tínhamos ensino médio, que existia em apenas 25% dos municípios, e o número de alunos matriculados era por isso mesmo irrisório e não passava de 72 mil. Na universidade só tínhamos cerca de 3% da população. Ao conhecer esses dados ficava mais fácil compreender a razão de tantos outros dados vergonhosos.
Vimos que se não partíssemos para resolver os problemas encontrados na educação não iríamos a lugar nenhum. Universalizamos a oferta de ensino médio para todo o estado, contratamos e capacitamos professores, partimos para uma política de melhoria nos salários dos mestres e para um programa de construção de escolas modernas e dotadas de equipamentos que melhorassem a aprendizagem. Dentro de pouco tempo a agenda evoluiu e passamos a lutar pela melhoria da qualidade de ensino no estado.
Os resultados foram animadores e saímos dos últimos lugares nos exames do Enem. E isso se consolidou e na sexta feira a grande imprensa nacional começou a publicar os resultados do Enem realizados agora. O império ficou caladinho, nenhuma linha foi impressa. Dar noticia boa? De jeito nenhum! Mas como esconder que o Maranhão vai consolidando um novo patamar na educação comparativamente com outros estados? Eles sabem que o grupo político que defendem causou um grande desastre no setor educacional do estado e que isso foi preponderante como principal causa da pobreza no estado.
O resultado conforme publicado na Folha de São Paulo de sábado passado mostra que o Maranhão, em redação e na prova objetiva, ficou na frente de Pernambuco, Pará, Paraíba, Mato Grosso, Rondônia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Roraima, Sergipe, Piauí e Tocantins, tanto na avaliação do ensino público, quanto na do ensino privado. E praticamente empatado com o Ceará.
Portanto continuamos a evoluir e consolidamos novos patamares muito mais honrosos e com o sentido correto.
É impressionante a desenvoltura com que tentam criar lideranças nacionais no setor educacional a despeito desses supostos especialistas terem participação importante em governos que levaram o estado a esses resultados.
É acreditar muito na força da sua mídia!
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