Neste ano renovam-se todas as administrações municipais do país. No Maranhão, é ano de consolidação dos avanços políticos que tivemos em 2006. São etapas de uma luta pela libertação do nosso estado de um jugo perverso de dominação política por um grupo que atrasou o Maranhão profundamente e por muito tempo.
A etapa mais importante e que, por isso mesmo, teve grande repercussão nacional, foi a de 2006 que tirou das mãos de uma família o governo do estado e as bases de seu imenso poder. Eles contiveram uma parte da debandada dos políticos com um processo contra a diplomação do Governador, mandando os seus meios de desinformação colocar que a perda do mandato de Jackson era iminente e que Roseana voltaria para se vingar daqueles que abandonassem o grupo.
Porém, sabem que isso não funciona para sempre e sabem que a renovação das administrações municipais é vital para seus interesses. Nenhum de nós pode se sentir confortável com isso e temos que encarar as próximas eleições com a mesma importância que os adversários do Maranhão a encaram.
Temos que prestigiar em primeiro lugar todos os que estiveram firmes conosco naqueles dias difíceis, não os abandonar, para que sintam a solidariedade política de grandes lideranças que tem responsabilidade com o futuro do estado. Sei por experiência própria que, se correr frouxo, os Secretários de Estado e os dirigentes tentarão fazer sua própria política pessoal, ajudando grupos que não estiveram com Jackson em 2006, tentando conseguir compromissos políticos para eleições de deputado em 2010. Isso é desastroso, pois só estarão na verdade ajudando a alimentar a oligarquia e a história mostra que geralmente esses acordos nunca são cumpridos nas eleições futuras. Esses dirigentes precisam entender que suas chances de vitória política só existirão se o governo for vitorioso, pois se não for, prevalecerá a vontade dos vencedores e eles serão vistos como perdedores e assim serão tratados. O poder é efêmero.
Temos que criar lealdades políticas, pois essas são as únicas que ficam e pesam sempre.
Para vencermos precisamos estar unidos. Precisamos nos reunir novamente e com o governador montarmos a nossa vitória. Eu já demonstrei tudo que estou dizendo, quando abri mão de um mandato e da tentação de tantos acordos oferecidos por acreditar no Maranhão e no seu futuro, sabendo que se deixasse o governo, toda a luta estaria perdida e a oligarquia continuaria atrasando o Maranhão.
O atraso do nosso estado em relação a todos os estados da federação tem uma única causa: a política aqui implantada pelo clã Sarney. O Maranhão não se atrasou por termos aqui secas, aridez nas terras, ausência de bacias hidrográficas relevantes, distúrbios climáticos, tsunamis, ciclones, tempestades, vendavais, terremotos. Nada disso nós temos. O que tivemos, em abundância, foram políticos que só pensavam em aumentar o seu próprio patrimônio, em enriquecer e ter mais poder. O efeito disso é muito pior que adversidades climáticas e naturais, pois existem exemplos sem fim de estados ou países com todos esses problemas, porém, desenvolvidos e prósperos. Ao contrário do que mostra a grande maioria dos países africanos, que são ou foram governados e dominados por “elites”, e que são os mais atrasados e miseráveis do mundo, independentemente da existência de petróleo, diamantes, ouro, grandes bacias hidrográficas etc.
Portanto, se a causa dos nossos problemas é política, é nela que teremos que encontrar as nossas soluções. Lideranças comprometidas com um Maranhão melhor é que irão modernizar nossas instituições, tornando-as resistentes aos maus políticos que sempre existirão. A população precisa se conscientizar disso e participar.
A Eliane Cantanhede, respeitada jornalista que tem uma das colunas mais lidas da Folha de São Paulo, maranhense, escreveu sexta-feira em sua coluna uma história deliciosa e reveladora do caráter das pessoas a despeito do que tentam aparentar e mostrar. Esse caso ,que envolve um ex-presidente, mostra bem como o poder e ambição levam pessoas a agir, sem nenhuma ética, na surdina dos gabinetes de Brasília, e mostra como o Senador José Sarney queima inimigos políticos. A jornalista conta que Sarney se reuniu com a Ministra Dilma Roussef para informá-la que se tornara urgente a nomeação de um candidato dele para a Eletrobrás, nome que, segundo consta, a Ministra teria uma resistência menor. Isso porque, alertou Sarney, o Senador Garibaldi Alves, Presidente do Senado, estava vindo atropelar a todos impondo um nome sem experiência para o cargo, constrangendo o Presidente Lula e a própria Ministra. Assim tornava-se urgente a nomeação do seu apadrinhado para evitar a jogada de Garibaldi.
A informação vazou e os jornalistas correram para saber de Garibaldi quem era o seu indicado para a Presidência da Eletrobrás e lhe contaram a historia. Ele deu muitas gargalhadas e disse que então já existia indicação “laranja” para os cargos, pois, ele desconhecia o assunto e não estava indicando ninguém já que, segundo ele, no Rio Grande do Norte não há quadros qualificados para esse cargo.
Quanta ética, hein, Senador Sarney? Que papelão! Um Ex-Presidente do Brasil que, para ter poder, se sujeita aos piores papéis. É o “rei do setor elétrico”, como diz a Veja, em plena ação. O que será que ele ganha com tanto cargo no setor elétrico?
Os governos estão todos procurando focar seus objetivos. Agora é São Paulo na Educação. A Veja publica, na seção Páginas Amarelas, uma importante entrevista com a Secretária de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, abordando o novo enfoque do Governo José Serra para melhorar a qualidade do ensino no estado, copiando e adaptando o que foi feito em Nova York com muito sucesso.
É um caminho.
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