Uma vitória excepcional do meu governo foi o IDH, que em 2001 era de 0,636 e em 2006 passou para 0,705. Éramos os últimos do país e agora temos o Piauí e Alagoas atrás de nós.
No Produto Interno Bruto, o Maranhão logrou o segundo crescimento do país em 2005. Um feito e tanto. E na renda per capita tivemos no ano de 2005 a maior taxa de crescimento entre todos os estados e também saímos do último lugar.
Mas ainda temos 30 municípios entre os 100 mais pobres do país, embora em 2001 participássemos com 75...
Esses municípios estão localizados no Baixo Parnaíba, Munin-Lençóis, e no Litoral Ocidental do Estado. Não fazem parte do Alto Turi como alguns técnicos pensam que seja a região mais pobre do estado.
Precisamos focar as ações básicas de desenvolvimento prioritariamente nesses municípios. Nada mais justo e urgente, pois se observarmos o IDH e o Índice de Exclusão Social (IES), veremos que esses municípios estarão encabeçando a lista dos mais carentes do estado. São eles: Central do Maranhão, Santa Quitéria, São Vicente Férrer, Bacuri, Apicum-Açu, Icatu, Morros, Pedro do Rosário, Timbiras, Paço do Lumiar, Cururupu, Governador Nunes Freire, Cachoeira Grande, Cajapió, Mirinzal, Matões, Peritoró, Santa Rita, São Francisco do Maranhão, Primeira Cruz, Santo Amaro, Axixá, Santana, Presidente Juscelino, Cedral, Duque Bacelar, Bela Vista, Pio XII, Alto Alegre e Parnarama.
Algumas ações são listadas pelo professor José Lemos como contribuição nessa focalização. Uma das mais importantes é o PRODIM, fazendo dele um efetivo instrumento de geração de renda via projetos estruturantes próprios a cada município e a cada região. Existem recursos e maneira de usá-los por intermédio de Associações, desde que elas sejam legítimas. É à prova de desvios.
Outra sugestão é um projeto já existente de revitalização de bacias hidrográficas e que com uma efetiva base técnica envolvendo gente competente, com treinamento, é também importante projeto estruturante. Além de recuperar os nossos rios, permite aos ribeirinhos plantar culturas de ciclo curto e frutíferas além de tornar os ribeirinhos guardiões dos nossos rios e não predadores como hoje.
Nas regiões de semi-árido há vocação natural para o plantio de caju. Basta, segundo o Professor Lemos, usar tecnologia de transposição de copas e plantio de cajueiros anão precoce e via PRODIM e outras fontes construir usinas beneficiadoras de castanha. Como o Ceará, o Rio Grande do Norte e o Piauí conseguem produzir mais caju do que o Maranhão?
Os “pequenos negócios” devem ser estimulados. O BNB tem linha de crédito para essas atividades a juros interessantes. O Professor Lemos sugere que Governo, através da Secretaria de Industria e Comércio e o SEBRAE poderiam criar equipes para desenharem os projetos e treinar as pessoas que tenham vocação e talento para negócios.
Com o segundo maior rebanho bovino do Nordeste e com potencial para criar ruminantes de pequeno porte (ovinos e caprinos no semi-árido) pode-se preparar projetos de indústrias de curtume e de trabalhos com couros e pele de animais. Isso a Paraíba faz com grande eficiência com um rebanho que é muito menor que o nosso. O município de Tejuçuoca, no Ceará, tem na criação de caprinos a principal fonte de renda. Eles fazem a “Tejubode” que é uma feira anual onde é vendido tudo de caprinocultura. Há até mesmo artesanatos belíssimos! E o Professor pergunta: se eles podem porque não nós também?
Ainda no setor de criação, o Maranhão pode produzir derivados de leite. Dos mais de 800 municípios mineiros, pelo menos 1/3 terço tem produção de doce de leite, queijos, iogurtes, e outros derivados de leite entre suas principais fontes de renda.
Ele chama atenção para a necessidade da inclusão do Maranhão na região formalizada como semi-árido, para ter acesso aos programas para essas regiões. As que são atendidas por esses programas têm IDH maiores que as cidades do nosso semi-árido que não participam deles. É questão de pressão política.
O Professor Lemos tem uma série de sugestões importantes. Seria bom organizar uma palestra, seguida de debates, já que ele tem muita experiência nesses assuntos, além de sólida formação acadêmica.
Para o Maranhão como um todo, o Professor chama a atenção para a importância cada vez maior do agronegócio como formador de renda no país. A soja, por exemplo, experimenta uma fase de preços altamente compensadores também em face de novos usos, como principal componente do biodiesel, por exemplo, que é energia verde com grande futuro.
Mas indica a cultura do milho como altamente promissora e de preços compensadores em longo prazo. O governo americano estabeleceu novas regras para a utilização de etanol na frota de carros daquele país, a maior do planeta. Os agricultores dos Estados Unidos estão dirigindo toda a sua enorme produção para a produção de álcool, já que naquele país não existem condições climáticas para a produção de álcool de cana de açúcar, tendo que utilizar outras fontes, sendo o milho a principal delas. Como existe uma grande demanda mundial para o milho, usado na alimentação humana e na ração para animais os preços subiram para ficar em novo patamar tornando altamente compensador plantá-lo. E o milho assim como a cana de açúcar pode ser cultivado pelos agricultores familiares que precisam ser treinados e ajudados com assistência técnica, abrindo uma enorme oportunidade de formação de renda para milhares de pessoas em nosso estado. O PRONAF constitui então importante alavanca para viabilizar a produção.
Ao contrário do que imaginam alguns profissionais, que deveriam estar melhor informados, a taxa de inadimplência no PRONAF é baixíssima, menos de 6% nas modalidades A e B e de 1,8% nas modalidades de crédito C,D e E. A inadimplência relaciona-se com a não sustentabilidade econômica e com a falta de assistência técnica.
E o vento? A tecnologia transforma vento em energia e em muito dinheiro. E nosso estado é privilegiado nesse assunto. Uma grande oportunidade empresarial se abre no Maranhão. É um grande negocio e uma fonte permanente de renda!
Vou falar nisso em próximos artigos.
Quero parabenizar os pesquisadores Luis Fernando Lobato e Débora Cristina Vilas Boas que são os primeiros mestres, pelo ITA, em Engenharia Espacial do Maranhão que irão compor o Instituto de Tecnologia Espacial do Maranhão (ITEMA). Esse programa foi criado pelo meu governo, por meio da Secretaria de Ciências e Tecnologia e da FAPEMA, em 2005, assim como o ITEMA.
Será que essa também abafarão? Dizem que o nome é “Operação Primogênito”. Não será fácil.
Vamos chamar o professor?
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