
Esse tipo de série histórica lança pouca luz sobre as variações anuais, que tendem a situar-se no intervalo das flutuações estatísticas e por isso oferecem pouca informação, mas são úteis para acompanhar a dinâmica das transformações de fundo.A taxa de analfabetismo caiu 0,4 ponto percentual, chegando a 10%. Bem melhor que os 17,2% de 1992, por certo, mas ainda muito desigual: 20% no Nordeste e 5,4% no Sul, única região a registrar índice comparável com o de países civilizados. Porém, 90% dos analfabetos têm mais de 25 anos, a indicar que esse estoque de marginalizados só poderá ser zerado no decurso de uma ou duas gerações, pois a universalização do ensino fundamental segue adiante, com mais de 97% das crianças de 7 a 14 anos na escola, cifra mantida desde 2003.
O país se aproxima do cumprimento da obrigação constitucional de oferecer oito anos de ensino fundamental a todos os cidadãos (artigo 208, inciso I), mas de modo lento. A média nacional de anos de estudo está em 7,3, também com disparidades regionais (6 no Nordeste, 8 no Sudeste). Ganho de pouco mais de um mês de escolaridade entre 2006 e 2007, mas um ano e meio se considerada a década completa. Nesse ritmo, os oito anos só serão alcançados em 2012, na melhor hipótese.
Na era da economia do conhecimento, contudo, oito anos são insuficientes. A educação de nível secundário (11 anos de estudo, pelo menos) é encarada como o patamar mínimo para que a força de trabalho de uma economia a ponha em situação de competir no mercado internacional.
Tal patamar, se mantido o ritmo presente de melhora, só deverá ser alcançado em 2033. É tempo demais. Por muito que se tenha avançado em matéria de prioridade para a educação, na opinião pública e nas esferas de governo, culminando com o bem-encaminhado Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), as medidas em fase de implementação necessariamente demoram a produzir efeitos.Está na hora de dar um novo e ousado passo à frente: incluir os três anos de ensino médio na educação obrigatória, como já fizeram Chile e Argentina.
Não basta, é óbvio, alterar a norma legal e criar uma obrigação impossível de cumprir pelos pais, se não houver vagas suficientes e ensino gratuito de qualidade para que todos possam aprender e concluir o currículo na idade certa. Hoje, dos 82% de jovens de 15 a 17 anos na escola, só 48% estavam no ensino médio, o nível adequado.O país tem de fazer mais por eles -e por seu próprio futuro.
Comentário do Blog: Uma dos maiores desafios a vencer no estado é a renda per capita do maranhense. Em 2002 era a mais baixa do país. Em 2006 era a penúltima e o avanço vai se dar lentamente. Isso porque a renda de uma região depende da escolaridade média. E em 2002 a do Maranhão era de apenas 4,23 anos, portanto, a última do país. Não era de estranhar porque não havia qualidade no ensino e nem havia ensino médio em 157 municípios do estado. Um crime contra o povo maranhense. Com o esforço que foi feito na área educacional, com a melhora da qualidade de ensino, melhores salários pagos aos mestres, disponibilização do ensino médio em todos os municípios do estado em 2007 a escolaridade média já era 5,7 anos e o Maranhão apresenta a mais alta taxa de crescimento anual entre todos os estados. Dentro de alguns anos o Maranhão vai se distanciar dos últimos estados do país em renda per capita.
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