Cláudio Humberto: A bancada do PMDB no Senado decidiu manter em "banho-maria" a discussão sobre o próximo presidente. É uma estratégia para viabilizar o partido presidindo as duas casas do Congresso, com Michel Temer (SP) na Câmara e José Sarney (AP) no Senado. Tião Viana (PT-AC) ainda insiste em presidir o Senado e tenta envolver o presidente Lula em seu projeto. O PMDB não admite publicamente, mas veta o nome de Viana.
Partido unido
Senadores aliados de Renan Calheiros (PMDB-AL) não esquecem da atuação de Tião Viana enquanto presidente interino da Casa.
Comentário do blog: Lembram-se do artigo que publiquei no Jornal Pequeno no mês passado em que mostrava que a presidência do Senado era a última oportunidade para Sarney continuar com poder de influencia na política brasileira? E que ele lutava com tudo para atropelar o PT e seu pré-candidato Tião Viana? Ele como sempre dissimulou. Recebeu o senador Tião Viana e disse que não seria candidato de maneira nenhuma. Ao mesmo tempo colocava o seu novo e mais “velho amigo” Renan Calheiros como revoltado com Tião Viana pelo seu papel no processo contra ele quando teve que renunciar a Presidência do Senado. A partir dali ,Sarney ficou como quis. Um Renan fraco politicamente e agradecido a Sarney, pronto a ajudá-lo. Sarney já vendeu a Lula que Renan é o melhor líder para o PMDB e este já disse isso publicamente. Sarney, como sempre, operando por debaixo dos panos com maestria. Ele sabe que é sua aparentemente última cartada para tentar influir nas eleições presidenciais de 2010.
Contra ele tem um fato político importante. Os deputados do PMDB já oficializaram o nome do deputado Michel Temer, presidente do partido, para presidente da Câmara. E Lula, que precisa dos deputados, aceitou a indicação. Como, se o PMDB fizer o presidente da Câmara o PT tem direito a presidência do Senado? E Tião não abre mão e o PT sabe que se o PMDB ficar forte demais, fica incontrolável? Resta a Sarney trabalhar nos subterrâneos do poder e da Câmara para que Michel Temer perca a eleição a fim de que suas chances aumentem no Senado vencendo os argumentos expostos.
A luta vai ser de morte. Sarney está preparado para tudo porque sabe que não terá outra chance igual. Teme, porém, a repercussão negativa de uma candidatura dele oficialmente para a presidência do Senado. Os últimos fatos envolvendo familiares, normalmente o impediriam de se expor. Mas o momento para ele é de tudo ou nada. Vamos ver no que dá.
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