quarta-feira, 18 de junho de 2008

Alerta contra a Inflação

Estadão: Banco Central (BC), mas essa não foi a pior notícia econômica da semana. Os últimos números divulgados não permitem a menor dúvida: a onda de aumento de preços é cada vez mais forte e atinge um conjunto crescente de bens e serviços. O custo de vida volta a subir com rapidez, e a inflação, mantido o rumo atual, passará bem acima do centro da meta, fixado em 4,5%. Nos 12 meses terminados em maio, chegou a 5,88% o aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência para a política oficial. Os empresários protestaram contra a última elevação de juros e continuarão protestando nos próximos meses. Só não podem acusar o BC de negligência. Afinal, é o único agente do setor público seriamente empenhado em barrar a onda inflacionária. O presidente da República, até agora, não foi além de recomendações vagas a seus ministros, e estes não fizeram mais do que repetir o discurso do chefe. Um freio para valer no gasto público permanece fora de consideração em Brasília. Sobra a ação do Copom.

Comentário do Blog: Esse é o grande teste do presidente Lula. Inflação foi um assunto que destruiu a reputação política de muitos outros presidentes. A análise de que a inflação está crescendo no país e cada vez mais produtos são atingidos por ela é convergente no que dizem economistas de todas as tendências. E ela tem sido mais clara no preço dos alimentos, principalmente aqueles que fazem parte da cesta básica.

Todos já se acostumaram com as avaliações muito positivas do presidente Lula. E é claro que essa avaliação positiva cresceu por causa do excelente momento da economia. Lula cuidou então de disponibilizar para as classes B, C e D instrumentos para que esse bom momento chegasse a todos, principalmente por meio da ampliação da oferta de crédito, geral ou consignado, do aumento do emprego decorrente do crescimento da economia, tendo como conseqüência direta o aumento do consumo a um ponto nunca visto no país.

Tudo estava maravilhoso para todos, e, o presidente já era considerado um fenômeno de comunicação, pois de fato usou os vastos recursos que tem e muita esperteza política para capitalizar para si tudo de bom que estava acontecendo. Todos já achavam que Lula era diferente e nada de ruim colava nele, como os inúmeros escândalos acontecidos no seu governo, envolvendo vários ministros muito próximos.

Tudo isso acontecia com mais facilidade pelo longo período de prosperidade e de ausência de inflação no mundo inteiro. Mas veio a quebradeira do setor imobiliário americano que afetou o sistema financeiro mundial e fez migrar para o mercado mundial de alimentos imensos capitais especulativos que impulsionaram os preços para cima, na ânsia de remunerar esses capitais no mercado futuro. Também o ciclo de crescimento e prosperidade da China, Índia e do próprio Brasil aumentaram o consumo de petróleo, alimentos, produtos industriais, aço, cimento etc, fazendo grande pressão sobre os mercados e sobre os preços.

Ao mesmo tempo, esses capitais foram para a especulação com o petróleo, que atingiu preços inimagináveis. Com o petróleo, subiu junto o preço dos fertilizantes, encarecendo a produção de alimentos.

Mas a causa principal é o aumento crescente e forte dos gastos do governo que crescem muito mais que o crescimento do PIB e da arrecadação. Todos os economistas dizem que, se esses custos não caírem, não há como baixar os juros que, de tão altos, podem causar recessão na economia e o pais ver sua situação deteriorar rapidamente. Esse e mais alguns são problemas que Lula terá que equacionar e resolver. Custo do governo é fácil de aumentar mais é duro e doloroso para diminuir.

O risco de perda de popularidade é forte se a economia perder o rumo.

Será que Lula dribla esses problemas? Veremos.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Resultados mais que animadores

Em 2002 quando assumi o governo, deparei-me com a causa maior do atraso e da renda baixa que, naqueles tempos difíceis eram características do nosso estado: o desleixo quase criminoso que imperava no setor educacional do estado. Além da baixa qualidade do ensino ministrado, da ausência da pré-escola, da presença enorme de professores leigos no ensino fundamental, principalmente nos povoados, dos colégios multiseriados, da ausência da quinta a oitava serie no interior, da baixa remuneração dos professores, do ensino que não ensinava nada, só existia ensino médio em 25% dos municípios do estado. Era um caos ou não era?

Como Roseana Sarney, governadora do estado por 8 anos até 2002, ainda pretendia querer ser presidente do Brasil com um currículo desses? A revista Veja, quando do escândalo da Lunus, que era uma empresa de Roseana Sarney e de Jorge Murad, seu marido, em cujo escritório foi encontrado pela Polícia Federal R$ 1,3 milhão de reais em dinheiro, até hoje sem nenhuma explicação, colocou na capa da revista que trazia a sua foto a seguinte frase: ”Eles pensaram que o Brasil era um grande Maranhão”. Frase perfeita, porque era impossível esconder do Brasil a sua escandalosa gestão no governo do nosso estado. Aqui, tiveram sucesso na operação abafa, escondendo da população o que se passava e pouca gente sabia do caos reinante na educação. Conseguiam pela força do poder de sua mídia e pelo medo que acometia os conheciam os fatos e não denunciavam. Tinham medo justificado, pois fatalmente, se questionassem esse ou outros absurdos, seriam perseguidos implacavelmente e teriam dificuldades até para viver no Maranhão.

Por isso mesmo, quando assumi o governo, as notas dos estudantes maranhenses nos exames nacionais eram as últimas do país. Para mim era inaceitável e tive que tirar o véu de silêncio que tornava tabu a discussão desses assuntos. Trouxe o IPEA para discutirmos o problema e convidei pessoas influentes no estado para a busca de soluções. O simples fato de discutirmos esses assuntos em público, já foi fator determinante para o rompimento político que se seguiu. Era a prova maior de minha 'traição', como se houvesse um pacto de silêncio para manter o Maranhão atrasado.

Resolvi enfrentar o gigantesco desafio de, na minha gestão, melhorar a qualidade do ensino, pagar melhor os professores e principalmente levar o ensino médio para todos os municípios do estado. Para agravar tudo, o Maranhão estava quebrado e com enormes obrigações de pagamento compulsório. Só de dívidas com a união, em reais e dólares, pagávamos R$ 50 milhões por mês. E a arrecadação estadual não chegava a R$ 1 bilhão de reais por ano.

Tivemos que fazer tudo junto. O equilíbrio fiscal, o aumento de arrecadação, o controle rigoroso dos gastos. Um brutal sacrifício para um governo que teve sobre si todo o peso de destruição da mídia sarneysista. Mas conseguimos. Com isso, no final do meu governo, já tínhamos o ensino médio instalado em todos os municípios do estado e a qualidade das aulas melhorando.

É evidente que em um estado que conviveu com um péssimo sistema educacional, em que a metade dos alunos do ensino fundamental terminava a primeira fase ainda analfabetos funcionais, teria muitas dificuldades para obter resultados nos exames nacionais comparáveis com os de outros estados que não tiveram que passar pelo que passou o povo do Maranhão nos 40 anos de oligarquia. A correção leva tempo e o principal é corrigir com prioridade o péssimo ensino dos anos iniciais para que os alunos pudessem chegar mais preparados ao ensino médio.
Agora saem resultados dos últimos exames do ENEM e vejo na mídia dos Sarney a tentativa de esconder o fato. Quando se referem aos exames, é sempre em página interna. E a notícia vem deturpada, tentando diminuir a importância dos resultados obtidos pelos estudantes do estado. E esses resultados são altamente promissores, pois confirmam a tendência que já existia no meu governo e consolida o Maranhão em patamares de estados mais bem avaliados.

E não foi apenas em um dos segmentos do ensino, como só o fundamental ou só no médio, mas o avanço foi geral. Os exames foram realizados em 2007, portanto mostram resultados finais do meu governo que foi até dezembro de 2006. Ainda mais considerando que o ano de 2007 foi muito difícil para a educação, com a greve dos professores que durou 4 meses. Mais tudo isso é irrelevante ao considerarmos que o meu secretário de educação é o mesmo do atual governo, Lourenço Vieira da Silva.

O resultado foi extraordinário e chamou a atenção da mídia nacional, pois o Maranhão foi quem teve o maior avanço entre todos os estados brasileiros.

Na 1° a 4° séries, o Maranhão passou de 2,9 de média em 2005 para 3,7 em 2007. Tivemos o maior crescimento de todo o país, que foi de 0,8. Ultrapassamos a meta a ser alcançada em 2009 que era de 3,3. Antecipamos, portanto, o cumprimento da meta em 2 anos. Em 2002 éramos os últimos, em 2005, éramos o 22° e hoje chegamos a 2007 em 17° lugar.

Nas notas da 5° a 8° séries, passamos de 3,0 de média em 2005 para 3,3 em 2007. Ultrapassamos a meta para ser alcançada em 2009, que era de 3,2. Antecipamos também o cumprimento da meta estabelecida em 2 anos. Em 2002 éramos os últimos, chegamos a 21° lugar em 2005 e em 2007 alcançamos o 19° lugar.

E nas notas do ensino médio, que em 2002 não existia em 159 municípios do estado passamos de 2,7 de média em 2005 para 3,0 em 2007. A média estabelecida para ser alcançada em 2009 era de 2,9, assim já ultrapassada por nós em 2007. Em 2002 éramos os últimos, em 2005 chegamos ao 26° lugar e em 2007 ficamos com o 19° lugar entre todos os estados brasileiros.
Estou muito feliz, porque mais uma vez é demonstrado que valeu a pena tanto sofrimento e ter suportado tanta perseguição. E o Amapá, que era muito bem avaliado quando o Capiberibe foi o governador, agora é o último. É mera coincidência?

Parabéns aos pais e mães desses jovens estudantes, aos professores, diretores, auxiliares e alunos que, em conjunto com o esforço do governo, estão vencendo essa batalha contra o atraso e a pobreza, marca da oligarquia no estado.

Parabéns ao Secretário de Educação do estado e a toda a sua dedicada equipe. Um abraço, Dr. Lourenço José Tavares Vieira da Silva!