sábado, 30 de janeiro de 2010

Carta do PCdoB ao Povo do Maranhão

“Fé na vida, fé no homem, fé no que virá”

Ao longo da história do nosso Partido, sempre estivemos em busca dos mesmos objetivos: desenvolver o Brasil, com soberania e justiça social. Do mesmo modo, temos muita fé no Maranhão. Não nos conformamos com a amarga contradição que marca a nossa realidade: temos rios, mar, campos, terras férteis, povo trabalhador e empresários empreendedores; mas mesmo assim nosso estado ocupa o último lugar em desenvolvimento e convivemos com injustificáveis níveis de pobreza e exclusão social.
Essa situação é tão forte que às vezes parece invencível. Mas isso não é verdade. Nós não precisamos e não devemos nos conformar com essa realidade. O governo Lula deu o exemplo e mostrou ao Brasil e ao mundo que é possível, sim, mudar, diminuir a pobreza e ao mesmo tempo gerar desenvolvimento. Queremos fazer no Maranhão o que Lula está fazendo no Brasil.

Hoje o Maranhão quer mudanças, que nos permitam olhar para frente, com esperança, com otimismo, confiantes de que estamos no caminho certo em direção a um futuro melhor para nossas famílias. Mudança para valer, que transforme o nosso imenso potencial humano e natural em prosperidade para todos.

O Maranhão precisa de um novo projeto de desenvolvimento, aberto a todos, que aproveite o que há de melhor na capacidade criativa dos nossos trabalhadores, dos nossos empresários, da nossa comunidade acadêmica, para gerar novas soluções para antigos problemas, priorizando os mais pobres, os pequenos, os tradicionalmente esquecidos, com honestidade e participação popular.

Esse projeto será obra de um grande movimento das forças políticas progressistas, da sociedade civil, de todos os homens e mulheres de boa vontade. Há um chamado para que não apenas viremos a página da história, mas escrevamos um novo livro: o livro do Maranhão forte, democrático, justo e desenvolvido.

Por isso, conclamamos todas as forças que querem transformar o nosso estado para melhor a se unirem em defesa do Maranhão.

Façamos um amplo debate político, visando à elaboração coletiva de uma proposta capaz de mudar o Maranhão. E mobilizemos todo o povo para a grande tarefa que a história nos desafia a desempenhar.

São Luís, 27 de janeiro de 2010.

A Comissão Política Estadual do PCdoB no Maranhão

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Medo, Metamorfose e Manipulação

Tenho grandes amigos de muitos anos, amigos desde a juventude, das peladas na praia do Olho D’Água e da disputa esportiva que nos unia fortemente. A despeito disso, alguns deles são amigos e tem laços fortes com a família Sarney e isso não afeta a nossa amizade, que é maior do que a política. E nos respeitamos assim, mesmo dentro da discordância política.

Pois bem, eles acreditam que a força do poder conquistado em tribunais, aliada à força do dinheiro público reforçada com empréstimos, possa dar a Roseana Sarney uma vitória nas eleições deste ano. No entanto, todos concordam que existe no grupo um grande temor por uma candidatura do deputado Flávio Dino ao governo do estado. E os mais íntimos sabem que esse é o medo que obriga Roseana Sarney e o seu pai José Sarney a se dedicarem com afinco para tentar evitar isso.

É mais ou menos assim: Sarney tem se empenhado junto ao presidente Lula, para que ele converse com os partidos aliados e os convença a tentar impedir a candidatura que vêem como perigosa para a eleição de Roseana Sarney. E ele mesmo fala a quem tem acesso, determinado que está na missão.

Roseana, por seu turno, usa o poder do cargo para ameaçar prefeitos com cassações, com inelegibilidades, e agora com uma espécie de polícia política que começa investigações baseadas no que eles próprios publicam. Esses inquéritos começam de várias formas, mas só terminam de um jeito: o indiciamento e futuro pedido de prisão do alvo escolhido. O poder central da oligarquia vai graduando as ações, que só são interrompidas se o alvo fraquejar ou ceder.

Se analisarmos a História, esse processo só subsiste em ditaduras ferozes e determinadas a conseguir seus objetivos de qualquer maneira. Todos os regimes de força se escoraram em polícias políticas. Foi assim com Stalin, Hitler, Mussolini, Papa Doc, Somoza etc. Não é democrático ou aceitável, mas a fragilizada oligarquia derrotada nas últimas eleições usa esses métodos. Eles dominam as instituições no estado e tem a cobertura do governo federal para os seus atos. Por enquanto parecem inatingíveis.

Quando a força não dá certo, apelam para as benesses prometidas com fartura. Alguns acabam cedendo e existem aqueles que são cooptados por palavras bonitas, promessas de apoio político e morrem inexoravelmente sem identidade e sem discurso. Acabam-se politicamente.

A oligarquia domina a máquina da propaganda e inventa feitos governamentais quase sempre imaginários. A propaganda é escandalosamente eleitoreira repetida sem cessar.

Eu e outras figuras destacadas da oposição, que recebíamos convites sem parar para entrevistas nas rádios, fomos agora proibidos de receber esses convites. Não satisfeitos com o poder quase total da sua própria mídia, eles temem as nossas entrevistas em rádios fora do sistema. Usam a oferta de veiculação da propaganda do governo, mas em troca vetam nossas entrevistas. Só aceitam que o povo ouça a propaganda oficial.

Assim, vem a pergunta inevitável: por que tanto medo de nós, que sequer temos acesso às televisões, todas deles? Por que então o pavor da candidatura do deputado Flávio Dino, que é desconhecido por quase metade da população maranhense?

Eles pensam que podem controlar Jackson Lago com a pretendida prisão de ex-Secretários de seu governo, possivelmente em abril ou maio, que seriam feitas com estardalhaço. Pretendem com isso obter um efeito político sobre Jackson Lago, que o impedisse de crescer muito nas pesquisas. Imaginam que estão preparados para Jackson.

E com Flávio Dino, como controlá-lo eleitoralmente? Não sabem. O que dizer, como caluniá-lo? Não sabem. Apenas sabem que 62% dos eleitores querem um nome novo para o governo do estado, que estão cansados, saturados de Sarneys e de oligarquias, sempre os mesmos e a ameaça de perpetuação da pobreza, do descaso e da falta de oportunidades no estado.

Foi isso que tornou possível a derrota da favorita Roseana Sarney em 2006!

Flávio vem se destacando na Câmara Federal pelo seu trabalho, pelo seu interesse em melhorar o Brasil e suas leis. Tem sido eficiente aliado do governo federal, com grande êxito em tudo em que foi relator ou participou e por isso goza de grande conceito entre os próprios deputados. Dos 517 deputados federais, nos últimos três anos, foi sempre eleito entre os quatro melhores do país. E o melhor no combate à corrupção.

Nas pesquisas de intenção de votos aqui no Maranhão, estava com 15%, hoje falam em 19%. Jackson Lago foi para o segundo turno em 2006, obtendo 35% dos votos. Acredito que quem chegar a 30%, talvez um pouco menos, vá para o segundo turno. E se for o “novo” contra a manjadíssima Roseana, a vaca da oligarquia vai para o brejo mais uma vez... E Eros Grau não estará mais no eleitoral.

Temem o cansaço do eleitorado, já muito descrente de que a família tenha jeito. Ou possa dar um jeito no Maranhão.

Temem Flávio, que sem fazer campanha, sem mídia, começa com 15% a 19% dos votos. O que poderá acontecer na campanha? Eles têm medo de saber e lutam desesperadamente para evitar essa candidatura.

Mas Flávio, assim como Humberto Coutinho, está firme. Eles que se preparem para convencer o povo de que a esperança de um Maranhão melhor é Roseana e que ela sim é a “nova”.

Mas é engraçado ver o que a derrota obriga. Lembram quando ela e Sarney pai falavam que casa de taipa era da cultura do maranhense, que vivia feliz em casa de taipa coberta de palha e sem água ou esgoto? Falavam essa aberração para se defender dos críticos dos seus governos e para tentar passar que aquelas casas não eram sinal de pobreza, mas da cultura do povo.

Pois bem, agora em propaganda toda feita para enganar, diz que vai fazer tantas casas quanto o povo quiser, de alvenaria em substituição as casas de taipa com telhado de palha, que tanto achava bonito. Isso e muito mais nos leva a crer que a derrota transforma as pessoas, pelo menos na aparência.

É uma metamorfose ambulante!

Parece também que têm muito medo de minha candidatura ao Senado. Todo dia me caluniam e inventam histórias. Agora ficam dizendo que vão me tornar inelegível, utilizando processos em que não sou nem parte. E falando em contas que serão rejeitadas...

Será que eles ainda não se deram conta de que, além de bom, como eles mesmos atestaram, meu governo já teve todas as contas aprovadas?

Eles querem se candidatar sem adversários, tentando impedir a mim, ao Flávio Dino e ao Jackson de sermos candidatos.

Assim podem ganhar... Mas é só um sonho.