terça-feira, 3 de setembro de 2013

ZONA LIVRE DE AFTOSA


A economia do estado ganha muito com a declaração de livre de aftosa. Foi uma luta imensa que teve seu ponto alto no meu governo, quando criamos as condições estruturais e técnicas para a obtenção desse status. Criamos tudo, mesmo porque quando assumi o governo, não havia nem mesmo uma Secretaria de Agricultura. Mas agora Roseana tenta mais uma vez se apropriar do sucesso de uma causa que nunca foi dela. 

Transcrevo, para deixar tudo em seus devidos lugares, artigo que publiquei em 10 de Maio de 2011, mais de dois anos atrás:

“A POSE E O FATO
A foto da governadora Roseana Sarney, publicada nos jornais, até que parece convincente: com uma pistola de vacina contra aftosa na mão, finge vacinar o gado. Mas para os que acompanharam o seu primeiro governo entre 1994 e início de 2002, aquilo era apenas teatro, sem significado nenhum.

 Para entender, vamos voltar ao ano de 1998, quando Roseana Sarney divulgou o seu fantástico e mirabolante plano administrativo. Causou um tremendo impacto, não porque trouxesse alguma esperança de solução para os conhecidos problemas do estado, mas sim porque acabou com as secretarias da Agricultura, Indústria e Comércio, DER, e muitos outros órgãos mais. Assim, ela, irresponsavelmente, deixava importantes setores da economia maranhense completamente desprotegidos.

Desta feita, ao acabar com a Agricultura, acabava também com a assistência à pecuária.
Foi esse o período da “década perdida”, pois com um Maranhão sem comando e sem a secretaria de Agricultura, a agricultura de subsistência caiu tremendamente, a pobreza cresceu muito no meio rural. Esta foi a época em que 1 milhão de maranhenses emigraram, buscando vida melhor em outros estados e a pecuária entrou em colapso.

 O rebanho, assim como o negócio da pecuária, sofreu muito. Chegou-se a menos de 3,5 milhões de cabeças de gado. Em contrapartida, quando saí do governo, o rebanho já era de quase 8 milhões, com o impulso que demos ao setor. Sem vacinação, a aftosa chegou a níveis impensáveis e o ministério da Agricultura classificou o Maranhão como ‘risco desconhecido’. O gado não podia sair do estado para nenhum outro, o que significava que o Maranhão estava totalmente fora do mercado da carne. Um enorme prejuízo para uma parte muito importante da economia do estado, que sempre viveu desse negócio.

Foi assim o quadro que encontrei após 8 anos de governos de Roseana Sarney.

 Os pecuaristas, em desespero, tentavam em vão chamar atenção da governadora. O presidente da associação de criadores era o atual secretário da Agricultura, Cláudio Azevedo, que dava declarações duras aos jornais, responsabilizando o governo pelo abandono total em que estava imerso o setor. Não adiantava. O governo era insensível!
 Em meio há tantas tentativas, resolveram chamar os maiores especialistas para um seminário sobre aftosa. Foi durante a semana da pátria em um hotel da cidade. Convidou-se o casal governante e foram feitos também apelos para que estivessem presentes. Desta forma, poderiam ouvir o que representava aquilo para a economia do estado. Não adiantou. Eu era o vice-governador e resolvi conhecer mais fundo o assunto, de modo que fui ouvir as palestras dos técnicos de dentro e fora do governo, como também a dos pecuaristas.

Logo vi que aquilo era importante demais e tentei ajudar. Fiz um relatório do que ouvi e dei sugestões de como apoiar os pecuaristas, para que o Maranhão saísse do buraco em que se encontrava. 

Entreguei o relatório a Roseana Sarney, que nem se deu ao trabalho de ler e pediu que eu o entregasse ao Jorge Murad, seu marido. Entreguei-o, mas ele não deu à mínima, pois não acreditava naquilo. Deixei o relatório com Murad certo de que nada aconteceria, como de fato foi.

Quando assumi o governo em abril de 2002, um dos meus primeiros atos foi mudar administrativamente o governo, recriando a secretaria de Agricultura e outras, fundamentais ao desenvolvimento do estado. Criei também a Aged para combater a aftosa e outras doenças dos animais e equipei totalmente esse órgão. Além disso, coloquei recursos suficientes para que pudessem cumprir o seu papel. 

Por meio de concurso público, contratamos um grande número de técnicos que se dedicaram com afinco ao trabalho. Dentro de pouco tempo vieram os primeiros resultados, tendo o Maranhão saído de ‘risco desconhecido’ para ‘alto risco’. Foi a primeira vitória muito comemorada por todos. Mais um pouco e fomos classificados em ‘risco médio’, o que já permitia que os empresários pudessem vender o gado no mercado brasileiro. Uma grande vitória para o Maranhão conseguida em pouco tempo. E foi assim, como disse anteriormente, que o rebanho maranhense saltou para quase 8 milhões de cabeças de gado no meu último ano de governo.

 Tínhamos a promessa de que o ministério da Agricultura já começava a estudar a classificação de ‘livre da aftosa com vacinação’ para o estado. Estávamos caminhando para isso quando saí. Infelizmente, o que nos parecia tão perto ainda não aconteceu até hoje, em que pese a dedicação dos técnicos, mas isso se deveu a falta de apoio que lhes acometeu com a minha saída do governo. 

Roseana não gosta da agricultura, não dá o valor devido, tanto que extinguiu a pasta em 1998. O Ministro do PMDB já sinalizou que a classificação deve sair. Carente de boas notícias, ela foi informada da possibilidade e então, com pistola de vacinação em punho, ela se apressou a posar para fotografias. Duda Mendonça já está preparado para mostrá-la como a salvadora do rebanho do Maranhão. Vivem de engodo e enganação”.

O artigo continua atual. Que possamos usufruir do título de zona livre de aftosa não só na propaganda. É o que almejamos.

Para concluir, ficaram loucos com a minha volta à executiva do PSB. Vamos unidos e é isso o que lhes mete mais medo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Caxias em OFF - Coluna do Jotônio Vianna


Jotônio Vianna
Off10@uol.com.br/

Sem papas na língua

De forma didática, na sua palestra de sexta-feira à noite na Academia Caxiense de Letras, o ex-governador Zé Reinaldo (PSB) descreveu a trajetória do Maranhão sob o domínio Sarney. Sem papas na língua, mas sem baixar o nível ou qualificar de maneira pejorativa os adversários, ZR disse por que a região continuará a crescer feito rabo de cavalo, para trás, se continuar a ser governado pelo clã estadual.

À vontade diante de uma plateia seleta, de pouco mais de 80 pessoas de várias atividades, como intelectuais, professores, advogados, médicos, enfermeiros, produtores culturais, engenheiros, jornalistas, poetas, músicos, escritores etc, o ex-governador traçou metodicamente as idiossincrasias do mandonismo sarneyzista, citou estatísticas que põem o Maranhão na rabeira do país e, naturalmente, as incongruências que ainda atrapalham a união das oposições no projeto de derrubada da oligarquia mais longeva do Brasil… Assim o fez sem o contumaz ranço que torna azedo o que já não ostenta no peito o crachá do poder.

Tranquilo e brincalhão, ZR reconheceu a perspicácia e a inteligência política do senador José Sarney (PMDB), coisa rara nos oponentes do patriarca do clã, mas dissecou-o comparativamente ao falecido senador Antônio Carlos Magalhães, outro espécime da elite da classe do coronelismo oligárquico. ZR apontou que enquanto Sarney, que subiu o mais alto degrau do poder e foi presidente da República, não se empenhou em tirar o Maranhão da miséria e da ignorância educacional, irmãs gêmeas do drama do sertanejo sofrido, Antônio Carlos Magalhães também subjugou a Bahia com mãos de ferro, mas, concomitantemente, brigou e levou tudo que podia da República para lá.

Comparação

Além da Bahia, Zé Reinaldo também opôs o Maranhão ao Ceará e Pernambuco, nessa ordem…

Aliança

…Relembrou que as oligarquias cearenses foram derrubadas do poder graças à bem urdida aliança de forças políticas renovadoras que incluiu políticos, empresários, industriais e os meios intelectuais e acadêmicos na década de 80 do século passado, e hoje aquele estado é a potência que é…

Trajetória

…De Pernambuco pinçou a trajetória política do governador Eduardo Campos (PSB) desde quando acompanhava o mítico avô Miguel Arraes e a potência do estado que abarca investimentos de grande estrutura, a impressionante industrialização com novas cadeias produtivas, educação e uma saúde que se diferencia do caos reinante…

Mudanças
…O ex-governador disse ser preciso as comparações para se mostrar que o Maranhão também pode chegar lá, mas desde que mudanças aconteçam e à frente do estado esteja alguém comprometido com o objetivo de tirar a região do atraso…

Comandante

…Realçou a figura de Flávio Dino (PCdoB) e sua crença em que o comunista está qualificado para ser o comandante do novo rumo que o Maranhão precisa…
Erros
…Mas, sem subterfúgios ou firulas partidárias, elencou os erros políticos na caminhada de FD e pontuou principalmente a decisão de o mesmo erguer o estandarte da candidatura do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC)…

Consequências

…Mas situou sua discordância em relação a isso do ponto de vista das consequências políticas futuras na formação da aliança das oposições…

Prejuízo

…Reinaldo exemplificou o caso das ranhuras e fraturas que sobraram em relação a João Castelo (PSDB) e outros e o prejuízo de Flávio Dino por ter se metido na disputa interna das forças de oposição pela prefeitura de São Luís…

Candidato

…Como as forças eram amigas e travavam um duelo legítimo, para ZR, Dino deveria ter ficado à distância para preservar a condição praticamente consensual de que o comunista seria o candidato dessas mesmas oposições em 2014…

Tempo

…Afora que num tempo tão curto, entre a eleição de prefeito e a de governador, não haveria tempo para a gestão de Holanda Júnior deslanchar a ponto de servir de cartão de visita ou de referência irrefutável para Dino no combate ao candidato da oligarquia Sarney…

Atrapalhou

…Zé Reinaldo também não se escusou de falar sobre o vice-prefeito Roberto Rocha (PSB). Disse que suas diferenças com Rocha ele não as esconde e que, de fato, o mesmo atrapalhou intencionalmente sua candidatura a senador em 2010…

Calejado

…Mas emendou que isso faz parte do jogo e que ele, Zé Reinaldo, é calejado e jamais se colocará na posição de empecilho para que as forças de oposição cheguem ao consenso da unidade e que, se for preciso, ele próprio irá ao sacrifício para não comprometer o projeto de mudança que tanto o Maranhão precisa.

GONZO

Nos bastidores da plateia que assistiu à palestra de ZR, muitos cochichos sobre Roberto Rocha… De X9 a cavalo de troia!!

No papo descontraído, pós-palestra, na hora do rega-bofe na Churrascaria Avenida, incensos para ZR se lançar candidato a governador no caso da cassação de ‘Branca’ e consequente eleição indireta na Assembleia… Será que Arnaldo Melo toparia???!!

Que parlamentar regional andaria de amor novo supostamente sobrinho do senador Cafeteira???!!!… Se for mesmo, e tiver a lábia do tio e mais a fácil aproximação ao ambiente da ‘Viúva’, o moço acertou a sorte ‘grande’!!

Só os vereadores Ronaldo Chaves e Luís Lacerda na palestra de ZR!!!