terça-feira, 30 de dezembro de 2014

ROSEANA: EMPECILHO AO DESENVOLVIMENTO



Se analisarmos friamente os anos em que a oligarquia dominou o Maranhão, veremos com facilidade que o período de piores resultados consiste nos anos em que Roseana Sarney foi governadora. Foi tão ruim que os técnicos da Secretaria de Planejamento (IMESC) já agora na sua última gestão, chamaram o seu período anterior que terminou no início de abril de 2002 de “década perdida”. O secretário de planejamento nesse período era Gastão Vieira, um dos seus mais chegados amigos. Mas a realidade se impôs...

De fato, se alguém se der ao trabalho de verificar os números do período, vai dar razão a Gastão. Esse governo dela sucedeu ao de Edison Lobão e os dois produziram números de arrepiar. Foi nessa época que os indicadores sociais caminharam aceleradamente para trás. Principalmente na parte que corresponde ao governo dela, diga-se de passagem.

Cito algumas marcas desses governos: por falta de emprego e de oportunidade de trabalho, um milhão de maranhenses, a grande maioria eram de homens, deixaram suas casas e suas famílias para tentar a sorte em outros estados. Um imenso prejuízo para o Maranhão, pois esses retirantes eram jovens e formavam uma força de trabalho formidável. O resultado disso é que a grande maioria nunca mais voltou. Uns acabaram levando suas famílias, outros formaram as suas onde se estabeleceram.

Assombroso é constatar que durante esse intervalo de tempo não faltou apoio do governo federal, pois o senador José Sarney desfrutava de imenso poder no país. Como explicar então?

Arrisco um palpite: nesse governo, Roseana extinguira a Secretaria de Agricultura e todos os órgãos vinculados. Acabou também com o DER, e não havia Secretaria de Meio Ambiente, de Indústria e Comércio, tampouco de Ciência e Tecnologia. A produção no campo caiu vertiginosamente e a pobreza aumentou rapidamente. O rebanho bovino caiu à metade e a aftosa sem controle. Enquanto isso o governo do estado, inerte, nada fazia para combatê-la. O gado não podia ser vendido fora do Maranhão e os rebanhos perderam valor.

Acima de tudo, um fato vergonhoso marcou sua passagem como chefe do executivo estadual: quando de lá saiu, não havia ensino médio em 75 por cento dos municípios do Maranhão. Sem ensino e sem produção, a população mais fragilizada do estado estava  sendo condenada a uma vida de permanente pobreza.

Quando denunciamos isso, foi uma consternação total, pois a propaganda oficial jamais havia mostrado essa realidade inacreditável. Roseana, claro, tinha uma boa avaliação totalmente embasada em uma propaganda que a mostrava cantando e dançando em um estado que era vendido como estando em uma fase de grande desenvolvimento. 

Mas o rei estava nu, já que na grande maioria das casas maranhenses não havia banheiro, nem água, muito menos esgoto canalizado e recolhimento do lixo. Sem assistência técnica, ou melhor, sem assistência de nenhuma espécie, a pobreza dominou o estado e fincou os pés com firmeza em nosso território. A terra do presidente Sarney era a mais pobre do país, com a menor renda per capita, o menor IDH, a menor escolaridade média do país e a menor expectativa de vida da população brasileira. O estado era dependente das transferências federais e estávamos quebrados! Arrecadávamos 68 milhões de reais e sofríamos um desconto mensal de 50 milhões por mês só em dívidas passadas. Um absurdo!

Foi um período desastroso para o maranhense.

Quando assumi o governo, recriei a Secretaria de Agricultura, a assistência técnica e extensão rural e promovi o combate a aftosa. Com isso, a produção do campo subiu vertiginosamente, assim com o rebanho voltou a crescer, suplantando os números anteriores do número de bovinos. Implantei ensino médio em todos os municípios do estado e a escolaridade média voltou a crescer. Com outras medidas tomadas, a renda foi multiplicada por quatro, o PIB dobrou, o estado se equilibrou financeiramente e a arrecadação subiu rápido para 280 milhões por mês. Os indicadores todos melhoraram muito e o Maranhão cresceu mais que o Brasil em todos os anos da minha gestão. Programas para colocar água e esgoto nas casas foram criados e o estado melhorou todos os indicadores sociais.

Isso continuou no governo de Jackson Lago. Parecia que o passado iria finalmente ficar para trás. Mas o poderoso Sarney não se conformava vendo sua filha derrotada e fora do governo. O ódio e o desejo de vingança levaram a um “golpe de estado jurídico”, como bem classificou o advogado de Jackson, ex-ministro Francisco Resek. Dessa forma, Sarney conseguiu o que nenhuma lei previa: a derrotada Roseana virou governadora e o governador legítimo foi cassado.

O Maranhão, que vinha bem e se recuperando, viu tudo se transformar. Avançar no dinheiro público foi a tônica dali para frente. Colégios foram fechados e a qualidade do ensino piorou. Os indicadores provindos do Enem, Pisa e IDEB mostraram que o Maranhão voltou a ser o último em português e matemática. Voltou a ter uma grande quantidade de escolas municipais e estaduais entre as 10 piores do país. Alunos que concluíam o ensino fundamental em sua grande maioria não conseguiam interpretar um texto. 

A pobreza aumentou e hoje estamos empatados com o Piauí no último lugar como piores em renda per capita do país. Quanto ao saneamento básico, 55 por cento das casas não têm água e só 17 por cento têm banheiro. Esgotamento sanitário nem se fala... 

A saúde se move a escândalos, enquanto o povo não tem acesso a ela e é obrigado a se deslocar em todos os tipos de veículos para São Luís e Teresina. A violência ultrapassou todos os parâmetros aceitáveis e os assassinatos viraram rotina. São Luís hoje tem o terrível título de quinta cidade mais violenta do Brasil. O presídio de Pedrinhas virou emblema do governo de Roseana. Um emblema medonho!

Hoje mais da metade da população maranhense passa fome e o desrespeito à lei grassa desafiadoramente entre os que ainda estão no governo. E o que eles dizem? Que tudo está bem e o Maranhão se desenvolve mais que todas as outras unidades federativas.

Agora vejam que até o sisudo jornal New York Times mostra para o mundo o que a família Sarney fez do Maranhão, consolidando o fato de que não somos exemplo ruim apenas para o Brasil. A conclusão a que chegam é o nosso melhor augúrio: vaticinam que a saída de Sarney da política pode mudar o Brasil para melhor.

Fato é que estão indo embora certamente para não mais voltar ao comando do estado. Mas como se não bastasse tudo o que já fizeram, com maior desfaçatez tentam criar todo os tipos de obstáculos para o novo governador, mesmo às vésperas dele assumir o comando do Maranhão.

Mas acabou. Que nunca mais voltem a mandar no Maranhão!

Daqui a dois dias uma nova página da nossa história começa a ser escrita, renovando as esperanças dos maranhenses. Avante!

Um excelente 2015 a todos!

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

2014: UM ANO PARA NÃO ESQUECER



O magnífico discurso proferido por um emocionado Flávio Dino na cerimônia de diplomação dos eleitos neste ano mostrou que o futuro governador - hoje sem sombra de dúvidas o maior e mais popular líder político do estado - está atento a realidade de um estado dominado pela pobreza, mas pela esperança de que tudo vai mudar.  

Ao falar sobre o significado do diploma que acabara de receber, deu a essência do que norteará suas ações no governo. Ali simbolicamente estavam os Josés, as Marias os Raimundos e todas aquelas pessoas do povo que o receberam em suas andanças, nas portas de suas casas humildes e que diziam que oravam por ele, que acreditavam nele, que precisavam dele. Isto reafirma mais uma vez que o mais importante a fazer é dar àquelas pessoas a oportunidade de uma vida digna, o que nunca tiveram nesses anos de domínio absoluto da família Sarney.   

E foram exatamente esses anos de domínio, sobretudo nos governos de Roseana Sarney e Lobão, na década de 90, que, de tão ruins para a população, foram chamados de década perdida. Já nos tempos mais recentes, depois do golpe jurídico que tirou Jackson lago do governo, tudo se agravou. Quanto a tal década perdida, eu, no meu governo, reverti a situação vexaminosa e Jackson continuou esse trabalho de recuperação. Contudo, a volta de Roseana Sarney ao governo pôs tudo a perder e o Maranhão está chegando ao fundo de um poço muito profundo de pobreza, corrupção e indiferença. 

Só para citar indicadores mais recentes  - divulgados agora - o Maranhão tem o maior contingente de pessoas passando fome ou com muita dificuldade para obter a alimentação de cada dia. Na verdade quase metade da população enfrenta muitas dificuldades todos os dias. Outro dado terrível é que temos o maior número de miseráveis entre todos os estados brasileiros comparativamente à sua população e mais da metade de nossos jovens estudantes não conseguem interpretar um texto. Vou me deter aqui, mas tudo é muito ruim, qualquer indicador social. Isso sem falar que temos a pior renda individual do país.

É esse quadro desolador que o novo governador vai encontrar. E o pior é que tudo está envolto em mistério, nada de relevante é fornecido, como se quisessem atrapalhar o Maranhão pela última vez em uma despedida melancólica e sem sentido. Contudo, nada disso fará mudar a realidade do descalabro financeiro que querem ocultar até a última hora, dos malfeitos, das coisas sem explicação, dos desvios de finalidade, prática comum do governo que sai, encerrando esse ciclo sombrio de poder que nos deixa uma herança maldita.

E isso se dá em todos os setores governamentais. Pouco se pode aproveitar e quase nada, continuar. É como se no Maranhão tudo precisasse começar do zero. Ou “menos de zero” em alguns setores. 

No setor do gás, por exemplo, uma riqueza estratégica e fundamental foi toda entregue a Eyke Batista, o empresário amigo e maior financiador das campanhas da família, para usar como quisesse, como se dele fosse. E então todo o gás até aquele momento disponível foi usado para gerar energia em termelétricas que não deixam nada para o Maranhão. Vamos ter muito trabalho e colaboração, inclusive das empresas que hoje sucederam o ex-megaempresário, a fim de disponibilizarmos um pouco do gás maranhense para atender os verdadeiros interesses do estado, ou seja, a industrialização, os empregos e a renda.

Flávio confirma cada vez mais que está preparado para governar e enfrentar os desafios. Acredito que fará um governo marcante que mudará o Maranhão.

A cerimônia de diplomação dos eleitos foi um momento de recordações para todos nós. Lembrei-me de tudo que tive que passar desde que houve o rompimento com a família Sarney até aquele momento. Para mim tudo aquilo tinha um sabor especial, de reconhecimento pela minha participação na saga recente do Maranhão. Fiquei muito feliz de estar ali naquele instante.

Sei que despertei ódios imensos, afinal foram duas vitórias que tivemos, esta última definitiva. Entretanto, sei que,  enquanto tiverem algum poder, serei sempre o alvo maior e que esse capítulo pessoal ainda não se encerrou. Minha vida sempre foi de lutas e estarei sempre pronto para enfrentar a ira dos poderosos.

Obrigado, Maranhão, pelo apoio que sempre recebi da população! 

Feliz Natal a todos!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

HERANÇA MALDITA


Encerrado esse ciclo de domínio que deixou uma grande herança maldita para os maranhenses, vemos com pesar que a cada dia conhecem-se novos indicadores sociais tão ruins que desafiam futuros governos e põem a prova a própria população maranhense. Como exemplo, temos dois deles recém divulgados. Um versa sobre o aumento do número de pessoas que entraram na faixa de pobreza classificada como miseráveis, número que ascendeu a 871 mil pessoas no total em 2013, consolidando o Maranhão como recordista absoluto do país na concentração da miséria, em termos relativos ao tamanho da população. Isto com o agravante de que, somente no ano citado, 112 mil pessoas engrossaram esse número, jogando definitivamente por terra os devaneios repetidos à exaustão de que tudo vai muito bem em nosso estado.
O segundo apareceu quinta-feira passada na Folha de São Paulo, que divulgou mais um dado deprimente - entre tantos - ao publicar o resultado da Prova Brasil, com dados de provas com estudantes de todos os estados. Nessa compilação, os dados do Maranhão em português e matemática são vergonhosos. O título da matéria é “Estados que concentram o maior percentual de alunos no pior nível”. Para o quinto ano, final do ensino fundamental, o Maranhão é o último colocado entre todos, com 49 por cento dos estudantes abaixo do nível 1 e para o nono ano, final do ensino médio, o nosso estado é também o último, com 38,4 por cento dos estudantes abaixo do nível 1. Alagoas é o próximo pior e o Piauí, nosso companheiro de infortúnio em outras áreas, nesta está muito melhor do que nós.
Para terem uma ideia, no nível 1 está aquele estudante que não consegue identificar o personagem principal em uma fábula. Os níveis razoáveis começam a partir do nível 5, para o aluno do quinto ano. O estudante do nono ano abaixo do nível 1 é aquele que não consegue interpretar expressões e opiniões em crônicas. Do nível 5 até o 8 é onde estão níveis razoáveis para bom. A tragédia é tão completa que a grande maioria dos estudantes maranhenses está abaixo do nível 5 em ambos os casos.
Com efeito, Roseana fecha o seu legado caracterizado pela enorme determinação, sempre demonstrada, em evitar que o Maranhão tivesse um nível educacional pelo menos razoável. Não custa lembrar que quando saiu do governo em 2002, após 8 anos de mandato, o estado não tinha ensino médio em 159 municípios.
Infelizmente, o legado danoso dos anos em que esteve no governo é muito maior e abrangente, pois atinge profundamente a vida dos maranhenses em todos os setores. Desde as finanças do estado, equilibradas no meu governo e mantida com a boa gestão com Jackson Lago, e que agora nesse final estão descontroladas. Não raro somos surpreendidos com notícias alarmantes, desde o caos em que submergiram todos os serviços prestados pelo estado como segurança, saúde, educação... Descontrole visível também na nunca presenciada onda de violência que atinge toda a população e até mesmo o aparelho policial e no caos em que vivem o sistema hospitalar, com a falta de pagamento generalizado, que priva a população de médicos e paramédicos e até mesmo sem material básico para o atendimento hospitalar. Na educação já não temos para onde cair...
Não bastasse isso, nas finanças o não pagamento de serviços e convênios contratados é geral, incluindo também o pagamento de precatórios. Aliás, o único pago deu no que deu e foi parar nos anais da Operação Lava Jato.
Então, como afirmar que Roseana Sarney está entregando um estado com as finanças em dia para Flávio Dino? Deviam ser mais sérios!
Tempos difíceis virão por aí, mas Flávio vem montando uma equipe competente e com muita vontade de trabalhar. Dessa forma, com muita determinação e austeridade o Maranhão vai encontrar o seu tempo de bonança.
Vamos virar essa página triste de nossa história com determinação e a esperança de que encontraremos o nosso lugar entre aqueles estados considerados os melhores para a sua população.
A honestidade, que será o padrão das ações do governo, nos dará as condições financeiras para o desenvolvimento e a melhoria de nossas condições sociais.
Agora uma coisa é certa. As coisas estão se complicando muito, muito mesmo, para Roseana Sarney. Tempestade à vista para eles...
E, para fechar, vamos lembrar um ditado muito conhecido nosso, um bordão muito usado por minha avó: “Aqui se faz, aqui se paga!”.
Não é preciso dizer mais nada!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

UM CONVITE IRRECUSÁVEL



Temos observado nas últimas semanas um festival de mentiras sendo desfiadas na imprensa por meio de peças publicitárias sobre o governo de Roseana Sarney, tudo lavra de seus marqueteiros. Essas peças, no afã frenético de querer substituir quatro anos de descalabro administrativo, omissões e grande desperdício de dinheiro público, exibem dados totalmente enganadores e sem consistência.
 
Porém, como a mentira tem pernas curtas, eis que a Folha de São Paulo do último sábado, dia 29, publicou um estudo sobre a situação da miséria no Brasil por estados, encomendado ao IETS - Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, subsidiado por informações da PNAD e do IBGE, comparando os dados de 2012 com 2013, portanto, são dados muito recentes.  

Agora se lembrem de que a vibrante e mentirosa propaganda da governadora diz que no governo dela dois milhões de pessoas saíram da miséria, um portento digno de alardear. Pena que seja tudo uma mentira deslavada! E olhem que a referência para ter saído da miséria é ganhar 70 reais por mês!

Pois bem, sabem qual é a verdade? O Maranhão foi o segundo estado que mais piorou em números absolutos de pessoa consideradas miseráveis. Em contrapartida, foi o primeiro pior em números relativos à sua população. Ou seja, havia 753 mil pessoas em 2012 nessa faixa e em 2013, número que aumentou para 871 mil pessoas. Em outras palavras: em um ano, 118 mil maranhenses ficaram mais pobres e caíram para as faixas classificadas como de miseráveis. Alagoas e Piauí, nossos parceiros de infortúnio, tiveram atuação digna de nota em relação ao Maranhão. É lamentável contabilizar isso, mas o Piauí, por exemplo, registrou um aumento de apenas 5 mil pessoas na população considerada miserável no estado. 

Roseana é uma verdadeira fábrica de produzir pobreza. E ainda diz que foi o melhor governo da vida dela. Parem de mentir!  

Em todas as vezes em que a governadora teve condições de fazer as coisas certas, sempre optou em fazer o pior. No caso do gás, como já detalhei em outros artigos, ela entregou a preciosa energia a amigos empresários que o usam unicamente para geração de energia em termoelétricas. Um crime, já que desse uso nada fica aqui. 

Eu vinha ajudando a formatar um importantíssimo programa na área da energia que envolvia o uso do gás natural, da energia eólica e da energia solar, com ênfase no uso do gás. Avançamos muito e se consolidou a certeza de que essa modalidade de produção de energia poderá mudar rapidamente o nosso sofrido e pobre estado, a despeito do que diz Roseana Sarney.

Já mostramos, por exemplo, que se o gás for usado para atrair empresas, pode mudar o perfil de desenvolvimento do estado, agregando milhares de empregos, renda e substancial aumento da arrecadação própria de impostos.

Portanto, só pude agradecer o honroso convite que me foi feito por Flávio Dino, para assumir a pasta de Minas e Energia. Dessa forma, já estou me preparando para enfrentar mais um grande desafio em minha vida, pois antes do efetivo aproveitamento do gás maranhense, teremos que consertar toda a lambança feita no setor. O mesmo se dá com o aproveitamento eólico do estado, onde nada que o governo tentou fazer deu certo e até hoje não temos sequer um Mapa eólico do estado.

Para vocês terem uma ideia rasa do que é a questão, no Maranhão não temos nem mesmo um marco regulatório de energia. Por esse motivo, é possível fazer o que der na telha, para o bem ou para o mal. Nos últimos anos, principalmente para o mal.

Então, aceitei o convite certo de que vou auxiliar um governador sério, leal e inteiramente dedicado a mudar o Maranhão.

Pois bem, mudando de assunto, volto a mencionar a diferenciada experiência pública de Flávio Dino, talvez o único governador com atuação pregressa muito importante nos três poderes da república. Como deputado, soube apreender as aspirações dessa categoria parlamentar e a saga de cada um para prestar serviços onde foi votado e fazer um bom mandato, tendo um convívio republicano com o governo e com o governador.
Foi com essa experiência que Flávio desarmou espíritos receosos de tratamento diferenciado ou vingativo, mesmo com aqueles políticos que não o apoiaram na eleição. Também já disse em reunião recente com os prefeitos maranhenses que não se interessa pelo passado e nem se eles não o apoiaram na eleição.  Pelo contrário, disse que trabalhará com todos os 217 municípios sem distingui-los, declaração que o fez receber estrondosa salva de palmas de todo o auditório. O mesmo aconteceu no almoço em que esteve com os deputados, ocorrido na última semana, em que também foi demoradamente aplaudido.

É claro que o governo é dele e o exercerá com toda a autoridade. Contudo, Flávio dá uma grande contribuição para que se consolide o entendimento de que agora os interesses do Maranhão figurarão acima daqueles que compuseram e comporão a oposição ou dos que o apoiam. Finalmente.

Agora vejam que o poderoso senador José Sarney, mesmo chegando à Presidência da República, nunca fez nada semelhante e, pelo contrário, com a perseguição lançada contra seus adversários, nunca contribuiu para a distensão política do Maranhão. No afã de ter o poder, até governador conseguiu cassar e produziu grande divisão no estado.

Foi necessário que viesse Flávio Dino, com sua esmerada formação pessoal, para pacificar o Maranhão e quem ganhará com isso será a população do nosso estado.

É claro que essa postura não exclui o fato de que o novo governo venha a apurar quaisquer malfeitos que restem evidenciados ou que aflorem no exercício do mandato e com o desenrolar de sua  gestão. 

Para finalizar, é curioso o comportamento da governadora Roseana Sarney nesses últimos dias do seu mandato. Ela vem se comportando como se quisesse demonstrar que está descontraída e de bem com seu governo. Mas está conseguindo transmitir o oposto, dando a impressão de estar imersa em muita tensão. Se não for coisa de marqueteiro e ela realmente estiver achando que fez um governo minimamente aceitável, isso só mostra mesmo sua grande alienação com o dia a dia da população. O mundo caindo ao seu redor, pobreza crescente, desmoralização do estado que só aparece na mídia por meio de notícias ruins em todos os setores, crimes e assassinatos sem controle, Pedrinhas... Enquanto isso, a governadora canta e toca violão. 

Meu Deus, o que está acontecendo?

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A QUESTÃO DO EMPREGO



O artigo da semana passada teve uma imensa repercussão nacional. Foram muitas as mensagens que recebi de pessoas e entidades do ramo da energia e do gás, o elogiando e apoiando as ideias ali contidas.  E outros muitos se impressionaram com o despreparo e o desinteresse do atual governo do estado em aproveitar os nossos recursos naturais para tirar o Maranhão do atraso, da miséria e promover as condições para se criar renda, emprego e aumentar a arrecadação própria. Em outras palavras, um verdadeiro desprezo por reais possibilidades de, com relativa rapidez, mudar e melhorar as condições de vida de grande parte da população maranhense.

Pois bem, disse e repito, para isso ser conseguido é fundamental trazer o gás natural existente na Bacia do Parnaíba, construindo um gasoduto desde Santo Antônio dos Lopes até São Luís, margeando a Estrada de Ferro São Luís-Teresina e tornando esse entorno um importantíssimo eixo de desenvolvimento, que aglutinará transporte ferroviário, energia barata e porto como um formidável atrativo para empresas.

Poucos estados dispõem de condições semelhantes para se desenvolverem, pois o gás poderá ser oferecido às indústrias quase pela metade do preço do que é vendido no Nordeste brasileiro. Mas, como falei aqui, tanto o Ministro das Minas e Energia - maranhense e Senador da República pelo estado - como a governadora trabalham para levar o nosso precioso gás para outros estados ou outros usos que nada trazem de benefício à população maranhense.

E o disparate maior é a constatação de que isso tudo ocorre exatamente no estado mais pobre e atrasado da federação, que detém os piores indicadores sociais do Brasil e com a menor renda per-capita entre todos os estados brasileiros. Um acinte! E ainda têm coragem de trombetear que o Maranhão tem o décimo sexto PIB do Brasil, como se isso fosse novidade ou pudesse mudar a realidade de um estado que tem 58 por cento de sua população vivendo de transferências federais do programa Bolsa Família, pois não produz renda suficiente para a sua sobrevivência. 

Isso sem contar que desde meados da década passada o Maranhão já era o décimo sexto PIB do país, marca que permanece inalterada por mais de dez anos, já que o crescimento relativo mantém o estado no mesmo lugar. 

Um exemplo prático do que digo é a fábrica de celulose instalada em Imperatriz. O empreendimento trouxe um significativo acréscimo ao nosso PIB, mas na realidade trouxe menos de 1,5 mil empregos para a Região Tocantina.

Só um único Call Center que o futuro governador Flávio Dino está em adiantadas conversações para trazer para a mesma região deverá, em menos de seis meses depois de instalado o novo governo, oferecer três mil empregos para jovens. O dobro da enorme empresa de celulose que levou anos para se localizar ali. E por que acontece isso? Porque o atual governo do Maranhão não se preocupa em adensar a cadeia produtiva de empregos e oportunidades de negócios que uma fábrica de tal porte poderia propiciar para o estado.

Mudando de assunto, está muito difícil entender o que está por trás da propalada renúncia da governadora Roseana Sarney, o que significa a inconclusão do seu mandato que vai até o dia 31 de dezembro. Se essa fosse apenas uma estratégia para evitar a entrega da faixa ao governador Flávio Dino, temendo vaias, por exemplo, ela poderia sair dia 28 de dezembro, ficando mais tempo para entregar e inaugurar obras.  Aliás, não foi essa a justificativa que ela deu para ficar no governo e não disputar a vaga ao senado? Por que então perder todo um mês e deixar de cumprir sua vontade expressa?

Não é nada disso, por óbvio. Seria então para eleger o futuro presidente da Assembleia Legislativa? Com qual finalidade, se está deixando a política? E, mesmo assim, isso tampouco teria sentido algum, pois a eleição será apenas no dia primeiro de fevereiro de 2015. 

É evidente que algo de muito grave e importante está por trás dessa renúncia. Será o reconhecimento de que precisa muito de imunidade pessoal para não ficar exposta às decisões da justiça de primeiro grau? Se a razão for essa, a única chance seria se tornar Conselheira do Tribunal de Contas do Estado, cargo que não condiz com a sua personalidade e formação e acredito que nem seria de seu desejo, mas que obrigaria qualquer decisão judicial contra si a vir do STJ ou do STF. E não seria imediata.

Para isso, contudo, primeiramente teria que se criar uma vaga no TCE, que não existe no momento. Em segundo lugar, essa vaga, pelo que consta, deveria ser indicada pelos auditores daquela corte de contas. E agora? 

Agora terão que mover céus e terras para resolver o problema. Sobretudo depois da briga com Edmar Cutrim.

Acho que teria sido mais fácil como queria Sarney pai, cuja luta para que ela fosse candidata ao senado foi aguerrida até quando foi possível.

Enfim... O que divido com vocês são apenas digressões sobre o tema. Mas esse assunto precisa de maiores e melhores explicações.