terça-feira, 13 de março de 2012

GOVERNO CONDENA AS FUTURAS GERAÇÕES

Ninguém sabe qual o critério que o governo de Roseana Sarney adotou para a educação. Em um estado em que o analfabetismo vai a quase 20 por cento da população (o maior índice do Brasil, está em torno da metade disso), o governo abandona as escolas e as está fechando sistematicamente. Os jovens protestam, mas Roseana, impassível, não os ouve e nem se incomoda. Parece que quer é cortar despesas na pasta.

Tudo indica que a governadora quer voltar ao seu desastrado modelo anterior que privou o interior do Maranhão de escolas de ensino médio - 157 municípios não tinham nenhuma quando Roseana deixou o governo em 2002. O fato é que nosso estado tem hoje muito menos alunos do que há alguns anos  no ensino médio, quando o meu governo colocou as coisas em seu devido lugar e disponibilizou essa etapa do ensino em todos os municípios do Maranhão.

Se o futuro dos estados e dos países hoje depende da educação, pois o progresso virá da inovação e da tecnologia e de trabalhadores preparados e capazes,  aqui o governo vai na contramão disso tudo, liquidando com o futuro e as esperanças de milhões de jovens. A liquidação da Fapema, da Universidade Virtual e de todo o Sistema de Ciência e Tecnologia, culminando, agora, com o  emaranhamento (eis lamentavelmente um uso quase literal do termo) do ensino médio, são atitudes desse governo, todas nesse sentido. O futuro do estado não importa, assim como o de gerações de jovens que esse governo está comprometendo inexoravelmente.

E Roseana, definitivamente, mandou um recado duro aos que trabalham e produzem no seu governo. Definitivamente não combinam com ela. Que o diga o recente caso do Procom. Fiquem atentos...

O senador José Sarney publicou domingo retrasado um raivoso artigo em seu jornal em que, ao tentar encontrar algum mérito no governo de sua filha, tira não sei de onde, um índice que nunca existiu na área da saúde, e compara com um publicado agora pelo Ministério da Saúde, em que o governo ocupa lamentável colocação de 18° lugar no Brasil. O índice é uma apuração de alguns índices da saúde entre os anos de 2008 e 2010, e nessa ocasião o governo mantinha fechado diversos hospitais, com apenas a inauguração de um dos setenta prometidos, mas mesmo assim, ele tenta transmitir à população que esse seria um índice muito bom e que seria o resultado do trabalho de sua filha no governo.  Com efeito, no auge da exaltação cívica, passa a me atacar, alegando que eu aviltara o estado e criticando, como prova maior, um outdoor que ele teria lido às lágrimas em Brasília e que, diz ele, tal peça publicitária teria sido colocada por todo o Brasil. Isso na verdade nunca existiu e o outdoor de Brasília, o único, tinha outros motivos - muito fortes - para a sua criação. Vamos aos fatos:

No início de 2006, no governo do Maranhão, vimos que precisávamos fazer com urgência alguma coisa em relação ao projeto de empréstimo do Banco Mundial para combater a pobreza no estado, que estava parado desde 2004 no Senado. Os senadores, procurados por nós, diziam sem meias palavras que havia uma orientação superior na casa para não votar o empréstimo. O presidente do Senado, como sempre, era o senador do Amapá, José Sarney. Ficou célebre o vídeo, que pode ser encontrado até hoje no YouTube, em que o senador baiano Antônio Carlos Magalhães, então presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, quando instado pelos seus pares que o cobravam por que não colocava o projeto do empréstimo na pauta de votação, sussurrou : “É coisa do Sarney”.

Pois bem, o tempo passava e o Banco nos avisava que, se não aprovássemos logo o empréstimo, este teria que ser anulado, pois completaria dois anos após a aprovação da Diretoria sem que fosse efetivado.  A bem da verdade era isso que a oligarquia queria.

Resolvemos então tomar a iniciativa e enfrentar o problema no Senado.  Um outdoor, único, repito, foi colocado em Brasília perto do Senado para sensibilizar os demais senadores sobre a violência que a casa perpetrava contra os pobres do Maranhão, destinatário dos recursos do Banco Mundial. Partimos para um ‘corpo a corpo’ com os senadores e após enorme marcha de protesto pelas ruas de São Luís, uma delegação de pequenos agricultores encheu as galerias do plenário do Senado, bradando pela aprovação do empréstimo. Eu ainda escrevi um artigo sobre a situação vexaminosa do estado, com os seus terríveis indicadores sociais, os piores do Brasil, a convite de Dr. Júlio Mesquita, Diretor do jornal O Estado de São Paulo, cujo conteúdo foi publicado dias depois. O resultado todos sabem, o empréstimo foi aprovado a despeito da ira do senador, que bradava: “Aprova, mas o dinheiro não sai”.  Episódio também registrado para a posteridade no Youtube.

Nada disso é mencionado pelo senador em seu artigo, talvez porque tenha sido enganado, quando lhe passaram dados ficcionais.

Era uma ficção, sim, pois ficou mais do que demonstrado agora que os dados anteriores ao publicado nunca existiram e, portanto era tudo falso. Havia tão somente servido de pretexto para o senador vociferar sobre todos aqueles que entendem que não é escondendo, mas enfrentando a realidade, é que poderemos avançar. Ele alcunhou a todos de maus cidadãos, verdadeiros traidores lesa-pátria...

Enquanto empresários vêm para cá construir projetos ambientalmente sujos  e que nada trazem de bom para o estado, vejam o que aconteceu com o mesmo empresário ao tentar fazer projeto parecido em Antofagasta no Chile: “A Corte de Apelações da província do Antofagasta (norte do Chile) suspendeu por questões legais a autorização ambiental que aprovava a construção da central termelétrica de Castilla, a maior da América do Sul e de propriedade do empresário brasileiro Eike Batista.

O tribunal chileno aceitou um recurso de proteção apresentado por moradores e pescadores de Totoral, a área da futura central, e considerou ‘ilegal’ a classificação ambiental que permitiu a construção, que em várias ocasiões mudou a qualificação de ‘poluente’ para ‘incômoda’. O objetivo é gerar 2.100 MW a base de carvão, mais 254 MW em usinas adjuntas com o uso de diesel”.

O carvão é o mesmo combustível da termoelétrica do Itaqui, em plena Ilha, mas aqui, quem vai contestar os desejos da oligarquia?

No Maranhão ficará só a poluição...