sábado, 22 de março de 2008

Não Aprende Nunca

É impressionante. Roseana chegou falando e posando de grande líder política do estado, como se todos estivessem aqui ansiosos esperando por suas palavras de ordem. Chega se colocando como figura central do governo federal, como se Lula não desse um passo sem os seus preciosos conselhos... Que figura!

É confiar muito em seu sistema de mídia para deturpar, pelos menos para cá, no Maranhão, o que realmente acontece em Brasília, em que ela é praticamente um zero à esquerda. Aliás, o seu próprio cargo só existe, por via de uma ostensiva luta de seu pai junto ao presidente, primeiro para fazê-la ministra, mas como não conseguiu, afinal tudo tem limite, amealhou esse cargo de consolação que a mídia local tenta fazer importante.

Como explicar o porquê da bancada do senado do partido do presidente, o PT, ter ido reclamar a ele que Roseana era ausente e improdutiva, algo que foi inclusive publicado em seu próprio jornal numa coluna reproduzida d'O Globo e publicado também prodigamente por todo país? E os encontrões com outros senadores, também profusivamente relatados pela imprensa nacional, que no fundo não a reconhecem como líder de coisa nenhuma?

Ela não consegue aprender que respeito só se consegue com trabalho duro e produtivo. Ficou viciada nas delicias de ter uma mídia forte, de sua propriedade, que escreve qualquer coisa que livre a sua cara. Ainda que seja mentira.

Mas a vida real não é assim. Por isso é que depois de oito anos de governo, super badalado por seu esquema midiático, mas completamente diferente da realidade, assomava o trágico estado de pobreza em que viviam os maranhenses e, assim, perdeu as eleições de 2006.

A mídia, para dar resultado, precisa estar montada sobre dados reais. Fantasias são, muitas vezes, desejos cada vez mais distantes da realidade...

Não vai mais dar certo... Aprende, Roseana.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Imbróglio Jackson x Roseana II

Em brilhante artigo com esse título, Domingos Freitas Diniz discorre sobre o processo em que o senador José Sarney tenta tomar o mandato de Jackson, no TSE por meio de um processo viciado. Tenho certeza de que ele não conseguirá êxito em sua desesperada tentativa de cassar o diploma de governador de Jackson. O processo não contém elementos para isso.

Ele o utiliza como ameaça aos políticos para evitar uma debandada final que anteciparia o fim do grupo politicamente. E com isso vai ganhando tempo. Domingos expõe em seu artigo uma tese jurídica de que, se houvesse cassação, haveria uma nova eleição, que seria comandada pelo presidente da Assembléia Legislativa, alçado ao cargo de governador em exercício, somente para os remanescentes da eleição anterior, no caso só o ministro Edson Vidigal e o atual chefe da Casa Civil do governo estadual, Aderson Lago. Roseana Sarney, também remanescente, estaria impedida, pois trocou de partido (o DEM pelo PMDB) e assim não poderia disputar.

Quando transcrevi o artigo, coloquei outras opiniões jurídicas que pensam que haveria nova eleição, comandada pelo presidente da Assembléia, mas aberta a todos, mesmo os que não tivessem concorrido em 2006. Só Roseana não poderia, visto que não teria filiação partidária legal.

Assim, Roseana Sarney não assumiria automaticamente em hipótese alguma. Isso eles não falam, pois quando tocam nesse assunto - e o fazem com freqüência - deixam subentendido, que esta assumiria direto o governo do estado. Muitos acreditaram nisso, inclusive muitos articulistas importantes. Mas isso não tem nenhuma base legal.

Tenho recebido contribuições de juristas dando força para a tese acolhida por Domingos Freitas Diniz em seu artigo, pois a interpretação é de que, nesse caso, haveria uma continuação da eleição de 2006 e uma disputa de um novo segundo turno em que Roseana estaria excluída e somente Vidigal e Aderson poderiam concorrer.

No artigo, Domingos diz que o patrocinador da lambança, José Sarney, não teria vantagem nenhuma em tirar Jackson do governo, pois acabaria assistindo uma eleição para o governo do estado em que pela primeira vez não participaria. E deduz que o processo só serve para permitir alguma negociação para conseguir atender o que hoje é seu maior desejo: reeleger Roseana para o Senado. Para isso, lutou tanto para levar Lobão para o Ministério das Minas e Energia, que seria candidato a governador, com a finalidade maior de puxar Roseana para o senado.

E Roseana, dentro do enredo descrito por Domingos, chegou a São Luis falando em acordo. Que eles estariam querendo fazer um "acordo político", mas que ela "não está interessada”. Poderosa...

Para ela, sem dúvidas, é melhor tentar um acordo do que enfrentar as urnas muito hostis ultimamente. Tentou muito, quando eu era governador, um acordo que permitisse a sua vitoria. Já sabia que perderia as eleições...

Não temos outro caminho. Esse grupo está nos estertores. Não se recupera mais.
Temos é que derrotá-los de novo em 2008 e 2010.
Pelo bem do Maranhão, Sarney nunca mais!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Energia Eólica

Deu no Estadão:

Nordeste terá o maior parque eólico do País

Em dois anos, serão investidos R$ 10 bilhões em projetos no Ceará e Rio Grande do Norte (Angela Lacerda)

''Fervilhante'' é o adjetivo escolhido pelo presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará, Antonio Balhmann, para retratar o ambiente e o volume de projetos de investidores brasileiros e estrangeiros interessados e aptos a produzirem energia eólica no Nordeste. Entenda-se por Nordeste, neste caso, especialmente o Ceará e o Rio Grande do Norte, identificados como donos das melhores e maiores jazidas da região. Nestes dois Estados, são aguardados investimentos privados de pelo menos uma dezena de bilhões de reais nos próximos dois anos. Detentor de metade do potencial de jazidas de vento do País, o Nordeste já se estrutura no suporte à geração de energia eólica: duas fábricas de torres de energia eólica e uma fábrica de aerogeradores estão em implantação nos Estados de Pernambuco e Ceará. De concreto, hoje, o Rio Grande do Norte tem legalizados 200 Megawatts(MW)/hora - 49,3 MW em operação no Parque Eólico Rio do Fogo, do grupo Iberdrola, e 151 MW a serem implantados em Guamaré pelo grupo mineiro NEO até 2009. O Ceará tem 17,4 MW em operação no litoral da região metropolitana e projetos aprovados de 500 MW para serem implantados neste ano. Esses números, que fazem parte dos contratos estabelecidos pelo Programa de Incentivos a Fontes Alternativas (Proinfa) criado em 2002, podem crescer com a relação de outros leilões pelo governo federal. A última estimativa do potencial no território nacional é de 143 mil MW, dos quais 75 mil MW no Nordeste. Destes, 25 mil MW no Ceará. ''Somente o Ceará tem potencial equivalente a duas Itaipus'', compara Antonio Balhmann. O Rio Grande do Norte, com potencial ainda superior ao vizinho, enumera projetos prontos de geração de energia eólica de 800 MW, o que representa investimentos da ordem de R$ 4 bilhões. A informação subestima a realidade, admite o secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Marcelo Rosado. PROJETOS PRONTOS Nesse rol, por exemplo, não estão incluídos os projetos prontos da Eólica Tecnologia, empresa nacional que vai investir R$ 5 bilhões na região (1.000 MW, sendo 700 no Rio Grande do Norte). A mesma empresa investe, neste ano, R$ 110 milhões em projetos de 25 MW em Gravatá, no agreste pernambucano, a 100 quilômetros do Recife (PE). Na definição do secretário extraordinário de energia do Rio Grande do Norte, Tibúrcio Batista, projetos prontos são aqueles em que a empresa investidora instalou equipamento de medição de vento, verificou condições, entabulou negociações com proprietários de terra, estabeleceu o número de torres a serem construídas, previu conexão elétrica e licença ambiental. Um projeto pronto pode ser instalado e começar a gerar energia em um prazo de até dois anos. Os considerados ''consistentes'' têm por trás um levantamento de campo e de investigação de 5 a 7 anos.

BLOG:

Temos que correr com nossa infra-estrutura de apoio aos empreendedores que querem investir em energia eólica no Maranhão. O que falta é a tábua de medição de ventos em todos os pontos do estado. Se tivermos esses dados para oferecer aos empresários, eles colocarão o estado entre os prioritários, pois, na verdade, possuímos as mesmas condições do Ceará e do Rio Grande do Norte. Porém, eles estão na nossa frente, porque já possuem essas informações e, assim, estão se tornando o destino natural de quem quer investir em energia eólica.

Os quatro estados com melhores condições para esses empreendimentos são o Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, em todo o Brasil.

O perigo é disseminar a informação, que já se consolida, de que Ceará e Rio Grande do Norte têm condições que nós não temos, como já andei lendo em jornais.

Precisamos entrar na luta, pois, empresários e dinheiro para esse fim não faltam.

Os Inofensivos

Lembro que, em uma das suas últimas e longas entrevistas à sua televisão, o senador José Sarney falou que ele havia se preparado para a derrota e que não guardava ódios e só queria a paz. Que queria ajudar o governador Jackson Lago e foi por aí... Ninguém se engana mais com essa conversa mole e a realidade se impõe sobre todas essas conversas fiadas.

E nesta realidade, ele comanda pessoalmente um grupo de advogados especialistas em preparar processos para destruir pessoas ou tentar cassar aqueles que o derrotaram. Dedica-se a isso com afinco. Agora está em uma caminhada para Santiago de Compostela, na Espanha, de carro, é obvio, para reforçar seus esforços nos tribunais em benefício da filha. O que será que está pedindo?

E para demonstrar seu lado stalinista, o que ele gosta de fazer e que lhe dá muito prazer, persegue os que ousam lhe criticar ou ser contra seus propósitos. Presume-se que tenha o seu dedo ou da família, a demissão do Ricardo Santos, da Telemar.

Ricardo Santos tem um excelente blog que, com base em documentos, vem com sucesso mostrando as malfeitorias do grupo Sarney. E certamente por isso, foi demitido.

Se confrontados, vão dizer que não tem nada com isso. Nem sabem de nada...

É por isso que temos que vencê-los para podermos viver em paz e o Maranhão poder crescer. Só assim grandes empreendimentos virão para cá. Sem medo. Não tem outro jeito!

Degradação ambiental x pobreza

Reproduzo abaixo artigo do Professor José Lemos:

DEGRADAÇAO AMBIENTAL E POBREZA CAMINHAM JUNTAS

Existe uma relação inequívoca entre pobreza e degradação ambiental, que se torna mais nítida e mais problemática, devido ao contínuo domínio da riqueza e do poder, por sujeitos privilegiados da sociedade que se apropriam de todos os ativos, inclusive os recursos naturais. A concentração de riqueza e dos recursos naturais contribui para o aprofundamento da privação material de segmentos significativos da população e para a vulnerabilidade dos grupos sociais pilhados em estado de apartação social, e é determinada, principalmente, pelas políticas em nível local. Contudo, esses efeitos podem ser reforçados por políticas nacionais e pelo comportamento da economia mundial. Nesta perspectiva, os programas de ajustes conjunturais (estabilização monetária), normalmente levados a efeito nos países subdesenvolvidos, contribuem significativamente para elevar os fossos existentes entre ricos e pobres, sobretudo nas áreas mais carentes e têm aprofundado as contradições sociais, gerando mais exclusão social. Isso porque o fardo desses ajustamentos sempre recai sobre os mais pobres sob a forma de salários aviltados e desemprego.

A literatura que aborda a conexão entre pobreza e degradação do meio ambiente assegura que os pobres agridem o ambiente porque não têm acesso à terra (em quantidade e qualidade) ao crédito, à tecnologia adequada, à informação e às condições dignas de moradia. Como conseqüências, são forçados a depredarem os recursos naturais e o ambiente para poderem manter a sobrevivência. As táticas de sobrevivência dos pobres os conduzem a uma ação indiscriminada, ainda que não necessariamente consciente que degrada os recursos naturais. Afinal, “Que significado pode ter a idéia de ecossistema, de estabilidade biológica ou de contaminação ambiental para as imensas massas analfabetas do mundo subdesenvolvido, cuja luta cotidiana e desigual é por sua própria sobrevivência em condições precárias e absolutamente hostis? A rigor, sem uma prévia solução dos graves problemas sócio-econômicos, que assegure uma perspectiva de vida razoavelmente digna para as populações carentes do Terceiro Mundo, pouco ou nada pode ser feito para evitar que elas também contribuam para a degradação dos recursos naturais. É utópico, e politicamente equivocado, supor, ou esperar, a formação de uma consciência ecológica sob os escombros da miséria que prevalece no Terceiro Mundo”. (Lemos, 2005).

Além disso, se forem privadas de locais adequados para colocarem os seus dejetos e também privadas do serviço de coleta sistemática do lixo, as famílias pobres darão qualquer destino para esses resíduos, e os colocarão nos córregos, nas ruas, sobre a vegetação, ou em outros lugares não apropriados. Deve ficar claro que este comportamento se constitui numa atitude extrema de famílias que sobrevivem em condições absolutamente indignas com a sua condição de seres humanos. Não se trata, portanto, de uma ação depredatória deliberada, mas sim de busca de mecanismos (ainda que inadequados) para livrarem-se de resíduos indesejáveis, e que não o podem fazer da forma que provavelmente desejariam, por absoluta falta de oportunidade. Afinal nenhum ser humano quer conviver com lixo ou com dejetos nas suas imediações. Ao agirem dessa forma, acabam contribuindo para a poluição e para a degradação do ambiente em que sobrevivem. Também por isso tornam-se mais pobres e mais vulneráveis às doenças que lhes reduz a disposição ao trabalho, num verdadeiro ciclo vicioso. Pobreza causa depredação do ambiente, que reduz capacidade de trabalho, que causa mais pobreza. Ciclo que se torna difícil de ser rompido na medida em que aumentar o contingente de famílias que estejam obrigadas a viver em semelhantes situações.

A degradação ambiental assim se torna ao mesmo tempo causa e efeito do estado de exclusão social. A deterioração da base de recursos naturais, ou do espaço onde vivem os pobres, enfraquece a capacidade produtiva dos recursos naturais. Isto inclui não apenas o solo, rios e as florestas, mas também, e principalmente, o mais importante de todos os recursos, que é, sem qualquer dúvida, o ser humano. As pessoas podem chegar a um estágio de exclusão que as levam a admitir que sejam incapazes de construírem um outro destino para elas e seus familiares. Daí para se transformarem em presas fáceis de aventureiros de toda ordem, como políticos inescrupulosos e de religiosos charlatões é apenas uma questão de tempo. Assim, há incompatibilidade entre preservar recursos naturais e pobreza. Para preservar e recuperar ambientes degradados há que reduzir a pobreza. Ações de recuperação de áreas degradadas devem ser também de redução de pobreza. Foi feito assim no Projeto Piloto de recuperação da mata ciliar do Rio Itapecuru do Governo do Maranhão em 2006.


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José Lemos é Engenheiro Agrônomo e Professor Associado na Universidade Federal do Ceará. lemos@ufc.br. Autor do Livro “Mapa da Exclusão Social no Brasil: Radiografia de Um País Assimetricamente Pobre”.

segunda-feira, 17 de março de 2008

A Ordem é Esconder Sarney

Alguém deu a ordem: é preciso esconder Sarney nas eleições, tirá-lo da discussão política. Hoje Sarney é como se fosse uma praga, rejeitado, e todos querem ficar longe dele. É sinônimo de derrota certa em eleições. Achar que é possível um homem que fez, e continua fazendo, tanto mal ao Maranhão, um homem que teve, e ainda tem, um grande poder no governo federal, chegando até a ser o mandatário supremo da nação, o Presidente da República, possa ser escondido em uma eleição em que se decide exatamente quem irá continuar, ou não, as mudanças para um Maranhão melhor é entrar em devaneios longe do que pensa e quer o povo do Maranhão.

Foi o que pediu o deputado federal Gastão Vieira, que quer ser candidato a Prefeito de São Luis, em recente entrevista para “O Imparcial”. Ele foi enfático e dramático ao externar essa sua pretensão, dizendo que era hora de acabar com isso, que já ficou para trás, em 2006, na derrota histórica de Roseana Sarney. Que não era mais hora de “mocinhos contra bandidos”, classificando bem a ação de seu grupo tentando tomar na marra o governo de Jackson, ganho nas últimas eleições pela vontade do povo do Maranhão. Para isso movem contra o governador um processo tocado pessoalmente por Sarney, que contratou advogados especialistas em derrubar, a qualquer preço, o alvo do processo.

A revista Veja desmascarou para o Brasil o que o Chiquinho Escórcio e seus advogados goianos estavam fazendo em Goiânia a mando dos mesmos de sempre. O país ficou escandalizado ao ver o que uma das últimas oligarquias brasileiras usava como método político na busca desenfreada pelo poder. E o processo contra o governador foi feito da mesma maneira, pelas mesmas pessoas, com uma roupagem de coisa séria para impressionar os julgadores, mas por dentro é a história contada em cima de fatos conseguidos pela força do poder em suas diversas maneiras de persuadir. Agora, sabe-se, contratou o último ícone que faltava, o advogado piauiense que derrubou o governador Mão Santa no Piauí. Só especialistas em causa tão falida.

Portanto, como tirar Sarney da discussão, se ele continua querendo tomar pela força o poder que o povo lhe tirou no Maranhão? Mais do que nunca, temos que colocar no centro da questão maranhense o mal que esse tipo de político e suas oligarquias e sede de poder causaram ao Maranhão. Pelos prejuízos auferidos ao país, semelhante categoria até motivou a revolução dos Tenentes nos idos de 1930, que queria modernizar o Brasil, tal a gravidade do problema.

E aqui no estado, ainda que tardiamente, ela está nos estertores, caminhando para o desaparecimento, mas ainda quer usar todo o poder que lhe resta, agora concentrado no governo federal, para ganhar um alento.

Porém, essa tentativa patética de tentar esconder Sarney não foi começada por Gastão. Começou em 1994 e foi utilizada por Roseana, candidata ao governo do estado, que embora filha dileta, resolveu esconder sua filiação, tentando criar, na cabeça das pessoas, uma imagem nova: ela é da família, mas é moderna e não faz parte da oligarquia, não age como uma Sarney. A propaganda de Roseana não mencionava o nome da família e os cartazes só mostravam Roseana e, não, Roseana Sarney, sobrenome politicamente banido por ela, que só deixava mostrar Roseana e mais nada. A estratégia que utilizou nem mesmo deixou José Sarney aparecer ou discursar em nenhum dos seus comícios.

E agora será coisa de Gastão ou é ordem de Roseana? Ou é do próprio Sarney? O fato é que todos eles querem a sombra protetora de José Sarney para conseguirem cargos no governo federal e para proteção pessoal contra investigações etc, mas querem ficar longe dele na hora de disputar votos. Porém, como esconder que fazem parte do mesmo grupo oligárquico de poder, que tanto mal causou ao Maranhão com suas práticas predatórias que nos levaram ao atraso e a desesperança? É só da boca para fora, pois será que o presidente Lula faria de Roseana líder do governo no Congresso se não fosse a pedido insistente do pai? Só não conseguiu fazê-la Ministra, seja lá de que pasta, pois aí Lula achou que era demais. E não nomeou.

E Gastão Vieira, presidente da Comissão de Educação da Câmara, ele, que foi Secretário de Educação de Roseana e depois continuou mandando e orientando, pois colocou em seu lugar uma pessoa de sua mais irrestrita confiança e ascendência, um parente, e quando Roseana deixou o governo não havia ensino médio no Maranhão, ou seja, havia apenas em 58 municípios e não havia em nos outros 159? E este jamais se dignou a explicar porque um grande educador como ele deixou que isso acontecesse justamente quando foi Secretário de Educação do estado e podia mostrar a que veio? De quem foi a culpa? Só de Roseana? Ele não participou? E porque emudecer sobre isso? E como, com esse currículo, chegar a Presidente da Comissão de Educação na Câmara dos Deputados? Só com uma ajudinha de Sarney!

O fato é que a luta não terminou. A luta continua e temos que vencer esse grupo em 2008 e 2010.

Aí sim, poderemos esquecer Sarney e sua oligarquia, como tema de nossas eleições!

Sarney nunca mais!!!

domingo, 16 de março de 2008

Desafios na Educação

Deu no Estadão:

Em SP, 71% concluem ensino médio sem saber o básico de matemática
: Exame com 1,8 milhão de estudantes da rede pública estadual avaliou também conhecimentos de português

Mais de 70% dos alunos da rede estadual de ensino concluíram o 3º ano do ensino médio sem saber operações matemáticas básicas como transformar uma unidade de medida de metro para centímetro ou resolver problemas de subtração de números decimais menores que 10. É o que mostram os resultados divulgados ontem do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp 2007), aplicado em novembro do ano passado a 1,8 milhão de alunos das escolas estaduais. A matemática, porém, não foi o único problema do 3º ano do ensino médio. Apenas 21% dos alunos da rede estadual tiveram desempenho considerado adequado em língua portuguesa na avaliação. A secretária estadual de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, reconhece que o modelo adotado na rede para o ensino de matemática não tem dado certo. "O que deu errado é o que estava dando errado há muito tempo. A avaliação de 2005 mostra que o desempenho em matemática está ruim há anos."

Ainda neste ano, a rede estadual de ensino vai criar um curso de especialização específico para os professores de matemática, além de reforço para os alunos na disciplina e a realização da competição Jornada de Matemática nas 5,5 mil escolas estaduais. "Estamos com tudo pronto para a recuperação paralela para alunos de 2ª, 3ª e 4ª série que tiveram dificuldades não só em matemática e língua portuguesa. E para 5ª a 8ª e ensino médio, na primeira semana de abril já chegarão materiais com base nas novas propostas curriculares da rede", explica.
Ao assumir a pasta em junho de 2007, uma das primeiras medidas da secretária foi mudar a escala de avaliação do Saresp para que fosse possível comparar os resultados com as avaliações aplicadas pelo Ministério da Educação (MEC).

Em língua portuguesa, o desempenho dos alunos melhorou em relação a 2005 - ano em que foi aplicado o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Em 2005, a média dos alunos de 8ª série em português foi 228. Já no Saresp 2007, saltou para 243.
RELATIVO A relativa melhora, porém, não significa que os alunos estejam no nível ideal de aprendizado. Apenas 24% dos alunos de 8ª série da rede, por exemplo, conseguem identificar a intenção de um autor ao publicar uma carta na editoria de opinião de um jornal. A mesma dificuldade é enfrentada por 40% dos alunos do 3º ano do ensino médio. Segundo Neide Noffs, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP, o problema atual da rede estadual é que o ensino dá ênfase à área de conteúdo e não para a habilidade do aluno. "O ensino na rede ainda é por área de conhecimento, mas o Saresp avalia a capacidade de interpretação. Por isso, muitos alunos interpretam textos, mas não problemas matemáticos, porque o ensino não deu ênfase à habilidade de interpretar, mas sim de adquirir conteúdos específicos", explica. Para Maria Márcia Sigrist Malavazi, especialista em avaliação da Unicamp, além de implantar novas metodologias, é preciso criar um novo projeto para o ensino de matemática. "É muito triste ver o nível em que se encontram os alunos da rede estadual. Mas mudar apenas a metodologia não vai resolver", diz.

A luta por melhorar a qualidade na educação, principalmente em matemática e português, depende de muita dedicação, de gente altamente qualificada, e de um bom projeto curricular e pedagógico. O esforço desenvolvido pela Secretaria de Educação de São Paulo, ousando muito e trazendo práticas vitoriosas no setor privado para melhorar a gestão e a qualidade em São Paulo, é exemplar, mas tem organiza-se em torno de um passado, segurando os resultados e tornando a luta mais dificil ainda. Contudo, em médio prazo haverá uma mudança animadora nos resultados. Parabéns a Dra. Maria Helena, Secretária de Educação de São Paulo, pelo trabalho e pela visão correta das dificuldades a enfrentar.