quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Os Anos 2010 Serão uma Década Perdida?

Roseana Sarney foi governadora do Estado entre 1995 e Março de 2002. Governou durante a segunda metade da década de 1990 (na primeira, o governador foi Edison Lobão), caracterizada pelo crescimento medíocre do estado, uma década de terrível atraso no nosso desenvolvimento e que acabou por nos deixar definitivamente para trás como um Estado de piores indicadores sociais do país.
O IMESC, órgão da Secretaria de Planejamento do governo de Roseana Sarney, publicou um documento intitulado Indicadores de Conjuntura Econômica do Maranhão, com dados do IBGE, mostrando que nessa década o Maranhão não teve concorrentes na mediocridade de seu crescimento. O Estado cresceu terríveis 1,4% a.a., enquanto o Nordeste cresceu 3,6% a.a.(157% a mais) e o Brasil cresceu 2,1% a.a.(50% a mais) no período de Roseana e Lobão. Por isso mesmo chamou os anos 1990 de “década perdida” para o Maranhão. Está lá, publicado por seu próprio governo.
E é preciso destacar que Roseana Sarney tinha grande prestígio no governo federal, tinha um irmão como Ministro de Estado, onde se lê: poder para tomar, como tomou, bilhões de reais emprestados no Brasil e no exterior em moeda equivalente. O que era diferente de agora? A propaganda era tão forte e descolada da realidade quanto hoje. E mais... Ela ainda figurou durante um tempo como forte candidata a Presidência da Republica. Mas isso é outra história...
Sua herança foi terrível. Destruiu a organização do Estado, deixou setores importantes da sociedade sem apoio administrativo e financeiro e, até hoje, um fato inigualável na história do Maranhão e do Brasil: 159 municípios sem ensino médio. E, claro (como esquecer?), os R$50 milhões mensais de dívidas com pagamento obrigatório retirados do caixa do governo.
Era preciso ser assim? Era um problema do Estado? Tudo isso foi desmentido durante o meu período de governo que foi de Abril de 2002 a Dezembro de 2006.
Nesse período, sem contar com nenhuma ajuda federal, o Maranhão cresceu entre 2002 a 2007 a taxa de 6,9% a.a.,enquanto o Nordeste cresceu 4,5% a.a. e o Brasil cresceu 4,0% a.a. O Maranhão cresceu 153% a mais que o Nordeste e 172% a mais que o Brasil. Milagre? Claro que não. Trabalho! E não tomei empréstimos... Isso também está bem descrito no livro do governo, pois não dá para mudar estatísticas oficiais do IBGE...
Roseana Sarney, como todos sabem, com ajuda da justiça eleitoral está novamente no governo. O relator Eros Grau foi implacável. Tudo que dizia era no sentido de cassar o governador Jackson Lago. Não ouvia os argumentos da defesa e não aceitava nada que pudesse significar atraso ao julgamento. Agora em julgamento em que o Supremo decidia a extradição de um italiano condenado em seu país por terrorismo, Grau proferiu um voto que teve que reinterpretar na sessão seguinte, o que acabou por mudar os rumos da decisão anterior. Foi uma grande confusão.
Enfim, acontece de tudo quando se trata de julgar interesses dos Sarneys... Pois bem, felizmente o que nos dá esperança é que, no atual período de governo, por ser curto, ela não terá tempo de destruir tudo até 2010. Afinal, haverá eleições, não é?
Mesmo assim, Roseana trabalha firmemente para isso. Para a falência do Maranhão. Mesmo recebendo um governo com muito dinheiro em caixa, contou com o apoio da justiça para tomar recursos que os prefeitos haviam recebido por convênios no governo de Jackson Lago. Mas achava pouco e agora está tomando dinheiro emprestado, como se estivesse em jogo um grande projeto vital para o desenvolvimento do Maranhão.
Sim, leitores, Roseana Sarney está tomando emprestando cerca de R$ 1 bilhão. R$ 800 milhões do BNDES e R$ 250 milhões da Caixa Econômica Federal. Identicamente ao que fez no seu período anterior de governo. Dinheiro esse que nós maranhenses deveremos pagar em 9 anos com encargos de TJLP mais 3%, o que dá em torno de 9% ao ano. Hoje, já pagamos cerca de R$ 60 milhões/mês e teremos assim mais acréscimo na dívida mensal, algo em torno de mais R$ 100 milhões/ano, que será extra-teto, acima do limite de 13% da receita liquida negociada com o governo federal.
Qual a consequência prática disso? Esses pagamentos forçosamente retirarão recursos para projetos na área social, como saúde, educação, segurança etc. E no final não servirá para nada, como os outros do passado...
O preço será alto, estamos andando para trás e perdendo o terreno duramente conquistado. O estrago é grande, mas poderá ainda ser recuperado pelo próximo governo, se tivermos uma gestão que cultive a mesma atitude que tive no meu mandato. Mas como será se Roseana Sarney conseguir com tanto dinheiro, ameaças e a força de uma propaganda enganosa mais quatro anos? Simples: será a reedição da terrível “década perdida” nos anos 2010? Deus proteja os Maranhenses!
A todos peço que reflitam um pouco sobre isso que infelizmente não é ficção, mas a realidade da história recente do Maranhão. O próprio governo dela não consegue esconder o fiasco que foram os quase oito anos em que foi governadora. Eles mesmos estão alertando os maranhenses do que pode acontecer...
Por fim, desejo que, apesar das ameaças no horizonte, 2010 seja um ano venturoso para todos, cheio de alegrias e vitórias e que a maior delas seja a liberdade definitiva do Maranhão e o seu encontro com o progresso e o desenvolvimento. Amém!