terça-feira, 19 de junho de 2012

PROBLEMA DA ÁGUA É GRAVÍSSIMO


A desastrada condução da administração do sistema de água em São Luís por sucessivos governos de Roseana Sarney acabou por agravar de tal maneira a situação que hoje a Caema não tem água para entregar à população. O que acontece é uma tragédia. Essa situação que a companhia tenta disfarçar de todas as maneiras, inclusive com carros-pipa, foi toda causada pela governadora Roseana Sarney, principalmente em seu segundo governo, tudo consequência de uma licitação, ao seu estilo, que o TCU teve que impedir e acabou por proibir durante muitos anos que o orçamento da união tivesse recursos para essa obra. Fato que perdurou até há pouco tempo. Isso levou o sistema Italuis, construído pelo governador João Castelo nos anos 80, à falência estrutural e hoje precisa urgentemente de substituição e ampliação.

Mas não foi só isso. A péssima administração do sistema pela Caema resultou em 24 “sangramentos”, ou seja, ligações ilegais diretas na adutora - até para posto de gasolina na BR -  o que jamais poderia ser feito, pois a consequência disso é a perda de pressão do sistema e assim as bombas não podem mais bombear o mesmo volume de agua para São Luís. O resultado disso é que dos 3 metros cúbicos por segundo de água que eram fornecidos a São Luís, somente chegam aqui 1,4. Menos da metade.

Com efeito, a cidade mais do que dobrou a sua população dos anos 80 para cá e a água que chega é menos da metade do que era entregue. Dessa forma, não existe milagre que possa resolver a questão de forma rápida, nem que tragam todos os carros-pipa que puderem trazer para cá.

É um desastre total e completo com efeitos diretos na saúde da população.

E qual seria a solução? Seria um trabalho coordenado por verdadeiros profissionais do setor, que entendam do assunto e do que está acontecendo.

Não adianta apenas consertar a atual adutora. É preciso primeiramente construir a duplicação, a fim de que seja aumentada a quantidade de água em São Luís e proibir sangramentos. E então consertar a antiga tubulação, mudando os canos de grande parte dela.
Mas nem Roseana e nem o seu governo fez o projeto da nova adutora e sem projeto não tem obra e tampouco financiamento para executá-la. Só o prestígio político do seu pai não resolve o problema.

De quanto mesmo estamos falando, em termos de investimento? Estamos tratando aqui de nova adutora, de nova distribuição, nova instalação elétrica, novas casas de bomba, etc. Cada tubo tem 7 metros de comprimento e cada um deles custa R$ 28 mil na fábrica. Como são 70 quilômetros de comprimento, isto equivale a cerca de 11 mil tubos necessários ao todo por exigências técnicas do projeto. Os 11 mil tubos a R$ 28 mil cada um custam 308 milhões de reais, mais o transporte e a colocação e a mão-de-obra, ascendem a valores em torno de 500 milhões de reais. Ao todo, com obras complementares, chega tudo em torno de 800 milhões de reais. Agora, some-se a isso o conserto da atual adutora - que é absolutamente necessário – então chegamos facilmente a valores acima de  1 bilhão de reais. De onde tirar?

A presidente Dilma colocou 20 bilhões de reais para emprestar a juros camaradas aos governadores - no meu governo nunca teve essa possibilidade! Se Roseana pensasse com um pouco mais de seriedade na população, ela direcionaria a parte que cabe ao Maranhão para resolver o problema da água de São Luís, mas, para isso, teria que entregar a execução das obras a engenheiros experientes e sérios. Sugiro que Pedro Fernandes, por exemplo, fosse designado presidente dessa comissão de notáveis. Tenho certeza que assim encontraríamos a solução urgente que precisamos. De outra maneira é ‘chover no molhado’.

Depois venham dizer que não estou ajudando... Pena que ela vai usar o dinheiro só em asfalto e estradas vicinais. É assim que ela faz sempre.

Enquanto isso, Castelo inaugurou sexta-feira a nova Avenida Mário Andreazza. É a melhor e mais bem construída Avenida de São Luís, muito moderna com visual bonito e calçadas perfeitas. O nome da avenida é uma justa homenagem ao ministro, já falecido, que fez muito pelo Maranhão.  A rodovia São Luís – Teresina, a primeira asfaltada no estado, foi feita graças ao ministro, assim como a BR-226, a Belém-Brasília e a BR-230. Sem ele, não teríamos o porto do Itaqui, dificílimo de executar com a tecnologia daquele tempo. Sem ele não existiriam a Cidade Operária e tantos conjuntos habitacionais construídos no governo Castelo. Nem haveria o Promorar, que tirou muitas palafitas em São Luís, nem as barragens dos Rios Pericumã e Flores, entre tantas outras obras menores. Portanto a homenagem é muito merecida a esse benfeitor do Maranhão. Seu filho Mariozinho Andreazza e esposa estiveram na solenidade representando o pai.

E para terminar, ainda não consegui entender quais os benefícios para Flávio Dino, obtidos com a sua interferência na eleição de prefeito deste ano, em relação a sua candidatura em 2014 para governador. Acho que eles estão vendo alguma coisa que não consigo vislumbrar.

Só vi três candidatos zangados com a decisão que os excluiu do apoio de Dino e a semente da desunião que prejudica a oposição na eleição de governador daqui a dois anos. Parece-me muito com a repetição de um passado de desunião que permitiu ao clã Sarney ter o domínio do estado por tanto tempo.

Lobão, fazendo cara de paisagem, assiste animado, de longe, o imbróglio. Definitivamente não vai se meter. Sarney, o semeador contumaz da discórdia na oposição, parece satisfeito com o que acontece. Só eu não estou entendendo nada e não foi por falta de aviso.

Fico preocupado, pois eu faço parte do grupo dos que almejam a vitória de Flávio Dino em 2014 e sei que ele tem tudo para ganhar, mas esses erros só fazem dificultar a vitória.

Se havia dúvidas em alguém, já não há mais. No último domingo, um secretário do governo de Roseana Sarney publicou artigo virulento em que me ataca, porque aconselhei Flávio Dino a não participar da campanha de São Luís deste ano, pois isso dividiria a oposição. Ele não procurou contestar com argumentos o que tenho colocado. Apenas diz que Flávio, como líder, não pode ser covarde e tem que vir reafirmar sua liderança. Como ele não é eleitor de Flávio, nem consta que ele está abandonando o governo de Roseana, seu artigo apenas nos dá a certeza de que estou certo e que o que digo não é bom para o candidato do governo em 2014.

Enquanto isso, Lobão...