quarta-feira, 7 de julho de 2010

Senado - As possibilidades dos partidos em cada estado

A análise é do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

PT

O partido tem 11 senadores, sendo que oito terminam o mandato em 2011. Veja os candidatos do partido com mais chances, segundo o Diap:

Acre – chance alta com o ex-governador Jorge Viana.
Amazonas - chance alta de emplacar novamente o suplente João Pedro, que já ocupou a vaga, no lugar do senador Alfredo Nascimento, que pode se eleger governador do estado.
Bahia – chance alta com o deputado federal Walter Pinheiro.
Ceará - chance média com o deputado e ex-ministro da Previdência José Pimentel.
Goiás – chance baixa com o deputado federal Pedro Wilson.
Mato Grosso - chance alta com o deputado federal Carlos Abicalil.
Mato Grosso do Sul – chance alta com a reeleição do senador Delcídio Amaral.
Minas Gerais – chance alta com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel.
Paraná - chance alta com Gleisi Hoffman, ex-diretora de Itaipu e esposa do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Pernambuco – chance alta com o ex-ministro da Saúde Humberto Costa.
Piauí - chance alta com o ex-governador Wellington Dias.
Rio Grande do Sul – chance alta com Paulo Paim.
Santa Catarina – chance alta com o atual deputado federal Vignatti.
São Paulo – chance alta com a ex-ministra do Turismo Marta Suplicy.
Rio de Janeiro – chance média com Lindenberg Farias.
Rondônia – chance média com senadora Fátima Cleide, que pode tirar a vaga do senador Valdir Raupp (PMDB). A outra vaga já seria do ex-governador Ivo Cassol.
Roraima - chance alta com a reeleição do senador Augusto Botelho ou com a outra candidata do partido, a deputada federal Angela Portela.

PCdoB

Tem um único representante hoje, o senador Inácio Arruda (CE). Poderá ter até três senadores. Veja os candidatos do partido com mais chances, segundo o Diap:
Amazonas - chance alta com a deputada Vanessa Graziotin.
Acre - chance média com Edvaldo Magalhães que tem 4,8%, mas pode crescer, segundo o Diap.

PSB

O partido tem dois senadores. Poderá ter quatro representantes.
Veja os candidatos do partido com mais chances, segundo o Diap:

Amapá - chance alta, caso não impedido de se candidatar pela Lei da Ficha Limpa, do ex-senador João Capiberibe.
Bahia - chance média com a deputada Lídice da Mata.
Distrito Federal – chance alta com o deputado Rodrigo Rollemberg, que deverá pegar a segunda vaga, já que a primeira deverá garantir a reeleição do senador Cristovam Buarque.
Maranhão - chance alta com o ex-governador José Reinaldo.
Rio Grande do Norte – chance média com a ex-governador Wilma Faria.

DEM

O partido tem atualmente 14 senadores, sendo que oito terminam o mandato em 2011. Veja os candidatos do partido com mais chances, segundo o Diap:

Goiás - chance alta de reeleição do senador Demóstenes Torres.
Paraíba - chance baixa, devido às denúncias envolvendo sua atuação no Senado, para a reeleição do senador Efraim Morais.
Pernambuco – chance média de reeleição do senador Marco Maciel
Piauí - chance média de reeleição do senador Heráclito Fortes.
Rio de Janeiro – chance alta com o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia.
Rio Grande do Norte – chance alta de reeleição do senador Agripino Maia.

PSDB

O partido tem 13 senadores, sendo que nove terminam o mandato em 2011. Veja os candidatos do partido com mais chances, segundo o Diap:

Amazonas – chance média para a reeleição do senador Arthur Virgílio, que terá dificuldades de vitória contra a fortíssima chapa formada pelo ex-governador Eduardo Braga (PMDB) e pela deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB).
Ceará – chance alta de reeleição do senador Tasso Jereissati.
Distrito Federal – chance baixa com a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia.
Espírito Santo – chance baixa com a deputada Rita Camata.
Maranhão – chance baixa com o deputado Roberto Rocha que ainda disputa vaga na chapa com o ex-ministro do STJ Edson Vidigal.
Mato Grosso- chance alta com o ex-senador Antero Paes de Barros.
Minas Gerais – chance alta com o ex-governador Aécio Neves.
Pará - Chance média com a reeleição do senador Flexa Ribeiro.
Paraíba – Chance alta com o ex-governador Cássio Cunha Lima, caso ele não seja barrado pela Lei da Ficha Limpa.
São Paulo – chance baixa com Aluízio Nunes Ferreira.
Sergipe - chance média com o ex-governador Albano Franco.

PMDB

O PMDB, atualmente com 17 integrantes do Senado, não tende a crescer. O levantamento mostra entre 14 e 16 cadeiras para o partido. Veja os candidatos do partido com mais chances, segundo o Diap:

Acre - chance média para o senador Geraldo Mesquita Júnior.
Alagoas – chance alta para a reeleição do Renan Calheiros.
Amazonas – chance alta para o ex-governador Eduardo Braga.
Goiás - chance média com a deputada Íris de Araújo.
Maranhão – chance alta para a reeleição do senador Edison Lobão.
Mato Grosso do Sul – chance baixa de reeleição do senador Valter Pereira que está em última lugar na pesquisa e chance média com o deputado Waldemir Moka (PMDB) terceiro lugar nas pesquisas.
Pará - chance alta com o deputado e ex-presidente do Senado, Jader Barbalho, se ele passar pelo crivo do ficha limpa.
Paraná - chance alta com o ex-governador Roberto Requião.
Rio Grande do Norte – chance alta para a reeleição do senador Garibaldi Alves.
Rio Grande do Sul – chance alta com o ex-deputado Germano Rigoto.
Rondônia - chance média para a reeleição do senador Valdir Raupp.
Roraima - chance alta para a reeleição do senador Romero Jucá.
Santa Catarina – chance alta com o ex-governador Luiz Henrique.
Sergipe – chance média com o deputado Jackson Barreto.
Tocantins - chance alta com o ex-governador Marcelo Miranda, que, cassado pelo TSE, terá que passar pelo crivo do ficha limpa.

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TSE flexibiliza regras para uso de imagem em propagandas eleitorais

Da Agência Brasil - O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) flexibilizou a regra para uso de imagens e voz de candidatos em programas eleitorais de partidos que tenham alianças diferentes na disputa nacional e nas candidaturas estaduais. A liberação vale até o começo de agosto, quando termina o recesso do Judiciário.

Nesta terça-feira (6), uma comitiva de líderes partidários foi ao tribunal pedir ao presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, a revisão das regras.

Na semana passada, o tribunal aprovou a proibição do uso de coligações diferentes das nacionais, mas diante da reclamação dos partidos, suspendeu a análise das consultas referentes ao tema e a publicação de um acórdão. O tribunal vai retomar as discussões e decidir o assunto na primeira semana de agosto.

O TSE chegou a dizer que se dois partidos políticos estão coligados regionalmente, mas são rivais nacionalmente, os candidatos à presidência não poderiam participar dos programas regionais.

É o caso, por exemplo, de Fernando Gabeira (PV), candidato ao governo do Rio, que tem o PSDB como aliado. Em nível nacional, porém, os partidos tem Marina Silva e José Serra como candidatos, respectivamente. Pelo entendimento inicial do TSE, eles não poderiam apoiar Gabeira em rádio e TV.

Dois dias depois do entendimento, porém, ao analisar um caso semelhante, Lewandowski pediu vista, dizendo que o tema precisaria de uma "segunda reflexão".

Os partidos ficaram insatisfeitos com a posição do TSE, pois viram na decisão do tribunal um "resgate" da regra de verticalização, que proibia os partidos de fazerem nos estados coligações diferentes da aliança nacional. Em 2006, o Congresso Nacional aprovou e promulgou emenda constitucional acabando com a verticalização.

De acordo com o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), ainda não existe orientação do TSE sobre a aparição de candidatos em propagandas de televisão das coligações estaduais. "O jogo está zero a zero. Por enquanto, fica como estava antes, ou seja, é permitido fazer campanha e as pessoas entrarem nos programas de cada estado".

Segundo o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), os líderes vão aproveitar o período de recesso para formular outra consulta. "Os líderes vão fazer ampla consulta partidária para formular uma proposta que contribua para uma nova regra".

Além dos representantes do PT e do PMDB, participaram da reunião líderes do PSDB, P-SOL, PSB, PV e PR.

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terça-feira, 6 de julho de 2010

Zé Reinaldo: Roseana é ficção política que vive de marketing

* 65% da população querem renovação política
* entre 2002 e 2007 o Maranhão cresceu mais que o Nordeste e o Brasil
* O povo saberá escolher

Zé Reinaldo acredita na vitória da oposição

Em 2006, José Reinaldo Tavares poderia ter saído candidato a senador com eleição garantida. Para isso teria de se desincompatibilizar e entregar o Governo do Maranhão ao grupo Sarney. Pôs o projeto pessoal de lado e cumpriu o mandato até o fim. Mais: foi o articulador de uma grande frente, chamada Frente de Libertação do Maranhão, unindo a oposição pela primeira vez em torno de um projeto. O resultado foi a vitória de Jackson Lago (PDT), dois anos depois deposto pelo TSE para acomodar Roseana Sarney no cargo.

O blog entrou em contato com o ex-governador, agora candidato a senador pelo PSB, e perguntou da possibilidade de abrir um espaço em sua agenda de candidato para conceder entrevista. Sempre afável, aceitou prontamente. As perguntas lhe foram enviadas na sexta-feira por e-mail. No sábado foram devolvidas prontamente respondidas. O resultado o leitor acompanha abaixo:

Blog do Kenard – Como o Sr. viu a cassação do governador Jackson Lago?

José Reinaldo –Como a maior violência política já acontecida no nosso estado. Foi uma decisão política, sem base jurídica, e na seqüencia descumprindo a Constituição que manda nesses casos fazer nova eleição. A perdedora jamais poderia assumir. Foi um ato de força, ilegítimo.

BK - Eles condenavam os convênios feitos no seu governo. Agora estão fazendo uma verdadeira enxurrada de convênios, em ano eleitoral, às pressas e suspeitos. A oposição pretende fazer alguma coisa?

JR –A oposição está guardando tudo para futuras ações. Nunca se viu tal derrama de dinheiro público, sem nenhum benefício para a sociedade, pois dificilmente reverterá em algum benefício para a população. São eleitoreiros.

BK – Em 94, Roseana Sarney venceu o então candidato Cafeteira numa eleição até hoje sob suspeita. Ela assumiu e entregou o governo ao marido Jorge Murad. Em 2009, Roseana toma o governo de Jackson Lago no TSE. Ela assume e entrega o governo ao cunhado Ricardo Murad. O que o Sr. diz sobre isso?

JR – Que a Roseana é ficção política que vive de marketing. É tão grave a sua ausência no governo que tem como maior exemplo uma publicação da Secretaria de Planejamento divulgada em Novembro de 2009 que considera os seus períodos de governo anteriores como a década perdida tal a ausência de resultados sócios econômicos para a população do Maranhão. E no capítulo seguinte afirma que tudo mudou entre 2002 e 2007 quando o Maranhão cresceu mais que o Nordeste e do que o Brasil. É verdade confirmada pelo IBGE, mas se ela governasse, sabendo como ela é, jamais permitiria a divulgação da verdade nesses termos. Não sabe de nada do que se passa em seu próprio governo. É uma ausente.

BK – O Sr. tem demonstrado confiança na vitória da oposição. O que lhe leva a pensar assim?

JR – Pesquisas repetidas por todos que estão na disputa mostram que 65% da população querem renovação política no estado. Querem uma saída nova para os problemas do estado. É aí que Flávio vai crescer, é entre a maioria que quer mudanças e um nome novo confiável para colocar o Maranhão no rumo certo e definitivo. Hoje já é um fenômeno que varia entre 15 e 20 % de votos. Sem dúvidas vai crescer.

BK – O Sr. tem feito várias viagens com Flávio Dino ao interior maranhense. Quais são as possibilidades de Dino como candidato a governador?

JR – Imensas. O povo o aceita facilmente por onde passa. O seu discurso transmite confiança a quem já não tinha esperanças das coisas melhorarem. Todos que viajam juntos com ele, têm a mesma opinião.

BK – Numa possível vitória da oposição, o que deverá ser feito para finalmente o Maranhão deixar o atraso que amarga há 45 anos?

JR –Segundo o IBGE entre 2002 e 2007 o Maranhão cresceu rapidamente, multiplicou o seu PIB por dois e a sua renda per capita por três. Experimentou números de crescimento quase chineses. E a agenda é simples. Melhorar o IDH, cuidando de assegurar ao povo o que é essencial para uma vida digna, ou seja, casa com banheiro, água potável, coleta de lixo, assistência de saúde e educação de qualidade. Segurança e assistência técnica e ambiente sadio para atrair empresários. E através do exemplo combater, sem tréguas, a corrupção que corrói o estado e os seus recursos.

BK – O Diap, recentemente, pôs dois candidatos ao Senado com boas possibilidades: Edison Lobão (reeleição) e José Reinaldo Tavares. É possível vencer a máquina do Estado e ainda disputar com tantos candidatos ao Senado pela oposição?

JR – Se torna mais fácil quando o governo não tem credibilidade como o de Roseana. Tenho ao meu favor o antissarneísmo, as organizações sociais e a sociedade organizada e a confiança dos prefeitos que experimentaram durante o meu governo uma maneira melhor e mais parceira para administrar. Tenho muitos amigos na classe política. E os eleitores sabem que o Maranhão precisa de senadores que defendam o estado e quebrem a manipulação política que tanto atrasa o Maranhão. Os eleitores sabem que podem contar comigo defendendo os interesses maiores da população. Poderia ser mais fácil se tivéssemos na oposição uma concentração de votos em dois candidatos o que foi impedido.

O povo saberá escolher.

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Bate-estaca

Mudança

O prefeito de São José de Ribamar, Luís Fernando, licencia-se por três meses. Vai ser o coordenador geral da campanha de Roseana Sarney. A coordenação é vista como o primeiro passo para que em 2014 Luís Fernando se viabilize como candidato ao Governo do Maranhão. Isso se Roseana Sarney ganhar.

Mudança 2

O deputado Ricardo Murad contava com a coordenação da campanha da cunhada. Dançou sem ser informado. Caiu por três motivos: 1) é desagregador, 2) os convênios eleitoreiros e 3) a alta rejeição em São Luís.

Encrenca

O prefeito de Barreirinhas tem dormido com um problema grande. Estava tudo certo para fazer o aterro da cidade. O terreno pertencia a uma associação. Acontece que descobriram que da noite para o dia a associação perdeu o terreno. Motivo: falsificaram a assinatura do presidente. A coisa tem a ver com a administração passada. É esperar.

Dino

Pesquisas para consumo interno dos três grupos mais importantes que disputam o Governo do Estado apontam que o candidato Flávio Dino oscila entre 15% e 20%. E a campanha ainda não começou pra valer.

Esse santo…

O pastor Bel, filiado ao PP, grita que vai ser de qualquer jeito candidato a senador. Conversa fiada. Sabe que há limite no número de candidatos ao Senado por coligação. Bel quer, na verdade, a primeira suplência de um dos candidatos da coligação de Roseana Sarney. Ou esse santo está querendo reza melhor, se é que me entendem.

Apostas

Ninguém hoje duvida de que haverá segundo turno no Maranhão. As apostas agora estão centradas em quem irá para a disputa. Jackson Lago (PDT) ou Flávio Dino (PCdoB)?

Convênios – Entrevista de Zé Reinaldo causa reviravolta

Fonte que não me costuma falhar liga para dizer que a governadora Roseana Sarney (PMDB) mandou suspender os convênios com prefeituras e entidades suspeitas depois da repercussão da entrevista do ex-governador e candidato ao Senado José Reinaldo Tavartes ao Blog do Kenard.
A entrevista foi publicada hoje pela manhã no blog e imediatamente virou manchete do site do Jornal Pequeno, com repercussão imensa.

Eis o trecho da entrevista que toca no caso dos convênios:

Blog Kenard – Eles condenavam os convênios feitos no seu governo. Agora estão fazendo uma verdadeira enxurrada de convênios, em ano eleitoral, às pressas e suspeitos. A oposição pretende fazer alguma coisa?

José Reinaldo – A oposição está guardando tudo para futuras ações. Nunca se viu tal derrama de dinheiro público, sem nenhum benefício para a sociedade, pois dificilmente reverterá em algum benefício para a população. São eleitoreiros.

O antigo Blog do Kenard já havia dito, em primeira mão, que Ricardo Murad havia estado em Brasília com o senador Sarney, que o aconselhou a ouvir informalmente opiniões a respeito de convênios. Escutou que já havia a agravante da cassação de Jackson Lago (PDT) e ainda por cima estava-se em ano eleitoral. Mesmo assim, resolveram arriscar.

A repercussão da entrevista do ex-governador e candidato a senador José Reinaldo Tavares (PSB) acabou por causar a reviravolta.

Postado em Política, por Roberto Kenard

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Flávio Dino dá a largada na campanha com grande caminhada no Centro de São Luís

Será na tarde desta terça-feira, 6, a primeira atividade oficial da campanha de Flávio Dino ao governo do Maranhão. Uma caminhada pela Rua Grande, no Centro de São Luís, deverá reunir centenas de pessoas, entre lideranças partidárias e a população em geral. É a primeira ação após o registro da candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), feito na tarde da segunda-feira, 5. A concentração será a partir das 15h, na Praça João Lisboa.

É esperada a presença de pelo menos três integrantes da chapa majoritária. O candidato ao governo Flávio Dino, a candidata a vice-governadora Miosótis e o candidato ao Senado, José Reinaldo Tavares. O candidato Adonilson Lima cumpre hoje agenda no município de Imperatriz.

O grupo descerá pela Rua Grande com bandeiras. Além de chamar a atenção da população em geral para a campanha, a atividade vai mostrar a força da candidatura da chapa 65 para as pessoas. “Vamos encher aquela rua grande de gente. Vamos convencer cada homem e cada mulher de que a política pode ser feita de maneira honesta e diferente. Com alegria”, disse a candidata a vice-governadora, Miosótis Lúcio.

Ao convocar a população e as lideranças para a caminhada, Flávio Dino também falou em alegria. “A nossa campanha tem uma coisa diferente, algo que os nossos adversários não possuem, que não existe do lado de lá. É a força da militância. E essa militância vai estar com a gente, com muita alegria. Se alguém tinha alguma dúvida da nossa candidatura, essa dúvida vai desaparecer agora”, garantiu.

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DATA: 06.07.2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Oligarquia e a Intriga

Franklin Douglas (*)

Noberto Bobbio buscou, em seu Dicionário de Política, sintetizar os diversos conceitos que giram em torno da política. Nessa obra, elaborada conjuntamente com Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino, ele trata de vários verbetes, entre os quais se dedicou evidentemente ao da “política”.

Mais do que a mera definição, o pensador italiano também refletiu acerca do conceito: significado clássico e moderno, tipologia, fim da política e a política como relação amigo-inimigo. Especificamente sobre esta última, diz Bobbio: “política seria o antagonismo e sua função consistiria na atividade de associar e defender os amigos e combater os inimigos” (BOBBIO et al, 1995, p. 959).

A política como relação amigo-inimigo tem necessariamente um terceiro ente envolvido: o uso da força. Com o monopólio do uso da força, a resolução dos conflitos entre amigo versus inimigo dar-se-ia à favor daquele com a possibilidade maior de uso da força.

Este preâmbulo todo o faço para um alerta às oposições: a oligarquia de tudo fará para separá-las e garantir a vitória eleitoral neste pleito de 2010, e um desses instrumentos será constituir, pelo uso da força midiática que possuem, amigos em inimigos.

O maior exemplo vem da convenção do PCdoB, PSB e PPS que homologou as candidaturas de Flavio Dino (PCdoB) – governador, Miosótis Lúcio (PPS) – vice, Adonilson Lima (PCdoB) e José Reinaldo Tavares (PSB) – senadores, realizada no último dia 30 de junho, no auditório da Assembléia Legislativa.

Como de esperar, cada um desses candidatos foi chamado a discursar. Especialmente sobre o discurso do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), a mídia sarneista assim retratou:

“(...) Foi José Reinaldo quem deu o tom das provocações aos jackistas, quando falou sobre a adesão do PPS: ‘O PPS resolveu romper as amarras que o mantinham preso àquele esquema que não leva a nada’. O ‘esquema’ é a coligação do PDT com o PSDB, da qual o PPS sempre foi linha auxiliar”. (O Estado do MA, 01/07/2010, p. 03).

E acrescenta o jornal:

“Em seguida, o presidente da legenda, Paulo Matos, tentou consertar, fazendo referências a Jackson Lago e Roberto Rocha (candidato ao Senado pelo PSDB), mas foi vaiado.” (O Estado do MA, 01/07/2010, p. 03).

Eis o fato devidamente recortado segundo o ângulo de interesse da oligarquia: transformar amigos em inimigos, a partir do uso da força midiática que tem, para, ao final, derrotá-los pela incapacidade de unirem-se.

Em jornalismo chama-se de enquadramento, orientação editorial, o tom que as matérias recebem pelo periódico antes de ser publicada. Nada mais a esperar de O Estado do Maranhão senão essa angulação divisória das oposições: “ ‘O PPS resolveu romper as amarras que o mantinham preso àquele esquema que não leva a nada’. O ‘esquema’ é a coligação do PDT com o PSDB”...

Agora, com o testemunho de quem estava lá – e de quase duas mil pessoas outras – veja o fato real acontecido no discurso de José Reinaldo que, ao tomar a palavra, iniciou saudando Paulo Matos – presidente do PPS:

“Quero saudar aqui o Partido Popular Socialista na pessoa de seu presidente, na sua posição firme em estar conosco. Saibam que, antes dessa decisão, o Paulo recebeu DEZESSEIS TELEFONEMAS DA ROSEANA SARNEY, que queria a todo custo levar o PPS para sua coligação, que já tem 16 partidos! Porque tantos partidos? Isso tudo é medo de disputar com o Flávio o governo do Estado. Parabéns ao Paulo e ao PPS, por ter se livrado das amarras desse esquema que não leva a anda!”

Percebe, caro (a) leitor (a), o quanto se modifica o sentido ao se retirar a frase de seu contexto? E mais, ao incluir algo que não foi dito, a referência à coligação de Jackson Lago como aquele que “amarrava o PPS”?

E que diria se soubesse que Paulo Matos foi vaiado não por qualquer referência ao Jackson Lago, mas quando fez a defesa do candidato de seu partido à presidência, o tucano José Serra?

Mas o que manchetou O Estado?

“PCdoB e PSB LANÇAM DINO COM VAIAS AO GOVERNO LULA” (O Estado do MA, 01/07/2010, capa).



Pois é. E assim circulam centenas de exemplares do jornal, que repercutem em dezenas de rádios e blogues do sistema oligárquico de comunicação e, rapidamente, disseminam-se milhares de boatos cujo objetivo maior é intrigar os membros das oposições. Que, por sua vez, são tentados a trocar farpas e a responder entre si. O que, na prática, constrói um clima de inevitável desunião. Tudo que a velha oligarquia quer!

Cuidado aos líderes das oposições para não se matarem entre si e deixarem o inimigo principal vivo, leve e solto, pois como diz Norberto Bobbio: “são os conflitos em que, confrontados os contendores como inimigos, a vita mea é a mors tua !

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(*) Franklin Douglas – jornalista e professor, 36 anos. Email: franklindouglas@elo.com.br