terça-feira, 10 de maio de 2016

A LÓGICA DAS COISAS


Em menos de um ano e meio após as eleições de 2014, tudo mudou. Dilma, como é do seu temperamento belicoso, se recusou a cumprimentar Aécio Neves, que foi derrotado por uma margem de votos relativamente apertada. Estava mais arrogante do que nunca, ela que nunca primou pela modéstia. Achou que tudo seria muito fácil e que agora ninguém poderia impedir de impor sua vontade de ferro sobre a vida nacional. Geralmente por meio de projetos mal estudados e conduzidos.
Eduardo Cunha também estava coberto de glórias, pois havia derrotado o candidato do governo no primeiro turno e sido eleito presidente da Câmara.
Hoje ambos aparentemente caminham para o ostracismo. Dilma apeada do governo e Cunha provavelmente saindo da presidência da Câmara. O legado da primeira é terrível para o país. Sem dúvidas deixará um Brasil muito pior do que recebeu. Com a economia e o prestígio brasileiro em frangalhos, deixa para o sucessor a tarefa de reconstruir tudo, pois em todas as áreas estamos muito ruins. Ou seja, estão adiados os nossos sonhos de ver o país melhor.
Cunha e Dilma terão provavelmente trabalho com a justiça. As coisas podem piorar muito para os dois.
Enfim, nesta quarta-feira poderemos ter um novo governo, que assumirá em meio à grande dificuldade. Primeiro terá que enfrentar o tal modelo implantado na política brasileira alcunhado de “governo de coalizão”- à moda petista- que não passava de uma barganha sem fim por cargos e outras vantagens. Sem reforma política, sem a cláusula de barreira, que uma decisão infeliz do Supremo impediu de entrar em vigor, o que se observa é uma imensa balburdia que impede a imposição de uma racionalidade. Além disso, Temer ainda terá que fazer difíceis reformas econômicas e terá pela frente a decisão final do impeachment por maioria de dois terços do senado. Temer sabe o que tem que fazer, mas precisa ter condições políticas para tal, dentro de um modelo imperfeito herdado do governo anterior.
Esse é o quadro que se apresenta e não há outro. Temer tem que jogar com toda a habilidade política que possui e aprovar o que for fundamental para inverter a tendência de queda da economia que existe hoje. Dessa forma, ganhará fôlego para prosseguir na tarefa de consertar o país.
E quanto à Câmara? Ninguém sabe quanto tempo vai durar a suspensão imposta a Cunha pelo Supremo. Com efeito, inopinadamente assume Waldir Maranhão em meio a grandes dificuldades. Vai ter que ganhar um difícil respeito na Câmara em meio a intenso tiroteio. Virou vidraça de uma hora para outra. Não é nada invejável a sua posição. Em meio a tudo isso, Temer, se presidente, necessitará muito da Câmara e quem toca aquela casa é o seu presidente. Isto é, ao mesmo tempo em que a Câmara se torna fundamental para a aprovação das reformas de Temer, Waldir vai precisar de pulso muito forte para comandar a casa em meio a todo o tipo de intempéries. E como se não bastasse, terá ainda que contar com a desconfiança do pessoal de Cunha. Não vai ser nada fácil.
Temer deve estar preocupado com esses problemas não previstos, pois,  se a Câmara se paralisar, como fazer as reformas?
Enfim, teremos que passar por tudo isso.
Nesse ínterim, o Comandante da Aeronáutica está confirmado no posto. Agora torço para que Temer escolha bem o ministro da Educação. Destes dependem a viabilização do projeto de instalação do ITA em Alcântara. O caminho, no entanto, continua sendo pavimentado. Antes da votação do impeachment tive uma conversa muito animadora com Moreira Franco, que garantiu todo o apoio ao empreendimento, sem dúvidas um dos mais importantes para o Maranhão.
Esta semana será uma das mais dramáticas da história brasileira.
Que Deus nos proteja!