terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Que venham mais...

Hoje "Um blog para o Maranhão" faz um ano no ar, contabilizando mais de 25 mil acessos!

E por falar em números, reproduzo a seguir uma pequena reflexão numérica do Professor José Lemos recebida por e-mail:

"Se a fortuna dos Sarneys for aquela declarada para a Justiça Eleitoral em 2005 que está na Veja na ordem de R$4,5 milhões então ela é maior do que o PIB total de 4 municípios maranhenses em 2001, ultimo ano do Governo da sua filha. Confira os municípios com os respectivos PIB totais, com dados oriundos do IBGE:
  • Luís Domingues: R$4.184.840,00
  • Afonso Cunha: R$4.198.340,00
  • São Roberto: R$4.293.110,00
  • Nova Iorque: R$4.374.670,00

Se, por outro lado a fortuna de fato for de R$125 milhões como a Veja insinua como verdadeira, neste caso serão 210 os municípios maranhenses que em 2001 tinham o PIB total anual menor do que o da família.

Toda essa fortuna foi acumulada em pouco mais de 50 anos, sem que se saiba que haja nenhum membro talentoso, um artista renomado, um atleta, um empresário talentoso com elevada capacidade de investir o próprio dinheiro. Tudo isso foi ancorado na pobreza dos maranhenses.

Vale lembrar que no meu livro eu mostro, sempre ancorado nas estatísticas do IBGE, neste caso da PNAD de 2001, que em 2001 55,3% dos maranhenses sobreviviam em domicílios cuja renda total domiciliar variava de zero a no máximo dois salários mínimos. A renda média domiciliar neste caso estava em torno de R$250,00 por mês. Como em media cada domicilio tinha aproximadamente 4 pessoas, segue-se que a renda per capita domiciliar era de R$62,50 por mês ou R$750,00 por ano. Ou seja, o maranhense modal, de maior frequência, sobrevivia em dezembro de 2001 (ultimo ano do Governo Roseana) com uma renda que equivalia a apenas 35% do salário mínimo anual que era de R$2160,00 (R$180,00 por mês). Admitindo com verdadeira a fortuna dos Sarneys de R$4,5 milhões, em 2001 o trabalhador maranhense modal (que ocorre com maior frequência ou com probabilidade de 0,553) teria 6.000 anos (sem gastar um centavo em nada) para amealhar a fortuna que aquela gente conseguiu em 40 e poucos anos. São geniais".

Simon: ‘O PMDB se oferecerá a quem pagar mais’

Fotos: Folha
O senador Pedro Simon (RS) disse que o PMDB, seu partido, olha para a sucessão presidencial de 2010 com visão negocial.

A legenda oscila entre o apoio a Dilma Rousseff (PT) ou a adesão a José Serra (PSDB). Na opinião de Simon, vai optar por aquele que “pagar mais”.

"O PMDB está se oferecendo para ver quem paga mais e quem ganha mais", disse Simon à repórter Amália Goulart.

As declarações de Simon chegam nas pegadas da entrevista em que Jarbas Vasconcelos (PE) dissera que “boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção”.

Curiosamente, a primeira reação de Simon deixara irritado o próprio Jarbas, seu amigo e, como ele, fundador do PMDB.

Simon afirmara que as perversões do PMDB não eram diferentes das práticas de outras legendas.

Agora, em sua nova manifestação, Simon repisou a tecla de que todos os partidos farejam vantagens. Mas, a exemplo do que fizera Jarbas, mirou o PMDB.

Simon criticou o deputado Michel Temer (SP), presidente da legenda. Disse que "o comando partidário não está à altura do partido".

Acha que, submetido aos interesses de sua caciquia, o PMDB rendeu-se à “política de quem paga mais”. Acrescentou: “Eles ficam esperando para ver quem paga mais".

De original em relação à fala de Jarbas, Simon pronunciou uma obviedade que seu companheiro de partido não realçara.

Disse que a fisiologia que marca a ação do PMDB não nasceu sob Lula. Deu-se coisa semelhante na gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso.

"O PMDB fez de tudo para agradar o Fernando Henrique e conseguiu ‘carguinhos’. Agora faz a mesma coisa com Lula".

Simon disse que o declínio moral do PMDB começou em 1994, na sucessão do então presidente Itamar Franco.

O senador recordou que, naquela ocasião, o ex-governador Orestes Quércia (SP) assumira o comando do PMDB.

Segundo Simon, Quércia, hoje presidente do diretório do PMDB em São Paulo, medira forças com José Sarney, agora presidente do Senado, pelo comando da legenda.

“A política não era mais como na época do Ulysses [Guimarães]”, disse Simon. “Passou a ser uma política de quem paga mais”.

O que fazer? Simon acha que os atuais mandachuvas do partido deveriam bater em retirada: "O PMDB poderia fazer uma limpa".

"Isto que estamos passando é uma vergonha", lamuriou-se o senador. Acha que a limpeza que preconiza deveria vir de baixo para cima.

"Impossível não é”, ecredita Simon. “As bases pensam como nós". Na falta de uma pesquisa, é difícil saber o que pensam as bases do PMDB. Porém...

Porém, hoje parece mais provável o alijamento de personagens como Jarbas e Simon do que o processo de higienização do PMDB.


Para acessar a matéria original, clique aqui.



Não Quero Saber

Assim parece ser o comportamento padrão do senador José Sarney frente às estatísticas publicadas pelo IBGE sobre o Maranhão, da PNAD no que concerne à realidade da vida do maranhense e às matérias dos principais órgãos de comunicação do país e até do exterior, como a da revista de maior influência no mundo, a inglesa The Economist.

Ele reage sempre como se essas publicações e matérias fossem influenciadas pelos adversários que estariam até mesmo vendendo essas matérias. Puro delírio de quem vive manipulando a imprensa como faz sempre por intermédio de uma grande quantidade de jornalistas empregados no seu gabinete e na assessoria do Senado, locais onde manda e faz o que quer. Esses jornalistas, de vez em quando, são acionados para colocarem matérias nas principais colunas de jornalistas prestigiados por muitos leitores nos principais jornais e revistas do país.


Já no que diz respeito ao IBGE, á estratégia era outra. Como não pode acusar o órgão, pelo ridículo que poderia passar, Sarney procurava no ínicio interpretar de maneira distorcida trechos de pesquisa, tentando mostrar uma outra realidade inexistente. Como não convenceu ninguém, face à clareza dos dados do Instituto, já desistiu dessa linha. Agora, adotou outra tática: ou desconhece os dados, ou tenta achar culpados por eles entre os adversários. É mais cômodo que debatê-los.


Quando é noticiada alguma coisa indefensável, ele imediatamente tenta desqualificar a fonte. Isso quando não adota logo a ameaça pura e simples. Não foi isso que fez ao se aperceber que Francisco Resek, advogado de Jackson Lago, seria duro e qualificado adversário dos seus desejos de defenestrar o governador do Maranhão, para dar o cargo de presente a sua filha senadora? Ou seria outro o motivo ao mandar uma ameaçadora carta ao ex-ministro Resek? Adicione-se isto ao fato de cópias da carta foram entregues para todos os outros ministros do Tribunal. O que seria isto, senão uma tentativa de intimidação?


E não livrou a cara nem da revista inglesa, a quem endereçou carta avisando que havia constituído advogados para proporem medidas judiciais contra a mesma. E como faz sempre, aproveitou para se dizer um democrata, que fez e aconteceu, esquecendo, por óbvio, de comentar que, para o povão, a lembrança que ficou do seu governo foi o fracasso do Plano Cruzado e a inflação de 80% ao mês! E cuida ainda em dizer que não tem nada com a pobreza do Maranhão, nenhuma culpa mesmo, devendo as acusações recaírem sobre os seus adversários, que ganharam a eleição em 2006. Só faltou dizer que os 40 anos de poder do seu grupo foram de dinamismo e desenvolvimento...


Não há como Sarney fugir da responsabilidade que tem pela pobreza e pelo atraso do estado. Se fosse séria a vontade de discutir o período da oligarquia no Maranhão, ele precisaria explicar assuntos para os quais não existem explicações. Como explicar que em 2002, após 8 anos de governo de Roseana Sarney, sua pretensa sucessora, o estado não possuía ensino médio e tinha a menor escolaridade média entre todos os demais estados? Isto, sabendo que a educação é responsabilidade exclusiva do governo do estado e a causa maior da pobreza do nosso povo, aspecto que se traduz diretamente no IDH, na mortalidade infantil, no analfabetismo, na renda individual e na exclusão social em que o Maranhão era o pior entre todos.


E repito: esses dados alarmantes foram todos computados ao final de oito anos de governo do mais ilustre membro da família Sarney, que teve toda a ajuda possível do governo Fernando Henrique Cardoso, além de ter um irmão como ministro de Estado.


Eu, em 4 anos, instalei o ensino médio em todos os municípios e coloquei em outro patamar todos os indicadores sociais do Maranhão, inclusive o IDH, consertando o desmando de 40 anos. Eles dispuseram de 40 anos para fazer e não fizeram. Na verdade não tinham interesse.


Sarney é tão democrata, devia ter dito a revista inglesa, que mantém uma violenta mídia treinada para distorcer tudo o que acontece, além de ser totalmente dedicada a desestabilizar o governador com mentiras e ilações quase sempre irresponsáveis. Faltou dizer também o autolouvado democrata que “democraticamente” tenta dar um golpe de estado jurídico, tirando do governo quem foi legitimamente eleito pelo povo para entregar ao perdedor, no caso sua filha Roseana Sarney, que não vive sem um governo para chamar de seu. Por que não disse isso na sua carta resposta?


E a sinceridade dele é tão grande que espanta. Lembram-se da Pública, empresa de pesquisa e publicidade de São Paulo, que trabalhou nos últimos anos do meu governo e que era demonizada por Sarney? Ele perseguiu tanto a empresa que ela, depois daqui, passou apertada porque eles procuravam fazer com que perdessem clientes, além de entrar com um processo na justiça contra a empresa. Pois bem, o cerco foi tão grande que nesta semana passada, sem uma linha dos seus jornais, eles contrataram a empresa para melhorar a imagem da oligarquia e de Roseana, que sofre brutal rejeição. Soube até que uma pesquisa mostrou que 70% da população não quer Roseana no governo, como gostaria o senador José Sarney.

Esse é um trabalho ou um castigo para a Pública?