Há alguns dias o governador Flávio Dino me convidou para
almoçar nos Leões, junto com outras pessoas. Aproveitei para mostrar o projeto
do Instituto Tecnológico da Aeronáutica de Alcântara, como tem se desenrolado e
o que representa para o Maranhão. Flávio tem acompanhado a evolução do projeto
desde o esboço inicial e tenho tido a rotina de colocá-lo sempre a par doa
avanços.
Tudo começou a tomar corpo na visita que parte da bancada maranhense
fez ao Comandante da Aeronáutica ano passado. Nos dados que levantamos, a maior
proporção de aprovados era oriunda da região nordeste. Conversamos muito com o
Comandante, que sabia da existência de outros estados interessados em levar o
ITA para lá, mas pesou o argumento de que só o Maranhão tinha uma base de
lançamentos aeroespacial - na verdade uma das melhores do mundo - ainda não
convenientemente explorada. O Comandante, então, aceitando o argumento que nos
dá primazia, concordou em começarmos aqui com um curso de Engenharia
Aeroespacial. Foi um passo importantíssimo, pois tínhamos agora um aliado de
peso.
Depois fomos convidados pela Aeronáutica para visitarmos o
ITA e todo o complexo tecnológico que veio com ele, além da Embraer. Vimos de
perto a grandeza e a importância de tudo aquilo. E o melhor foi que nesse dia,
durante o almoço, conhecemos o Brigadeiro Engenheiro Pazini, professor do ITA,
que desde então vem nos orientando e ajudando na elaboração do projeto. Essa
ajuda veio por meio de instruções que tratam até mesmo dos cuidados que teremos
que ter na questão de definir o contorno do instituto, como o local de
residências, comércio, alojamentos e salas de aula. Isto porque precisaremos
trazer professores de fora e suas famílias.
Seguimos trabalhando juntos até que ele me enviou a seguinte boa
nova: o novo Reitor do Ita, que tomará posse neste mês, disse a Pazini que já
conhecia o projeto, estava favorável e o melhor de tudo é que soube do projeto
do Maranhão pelo próprio Comandante da Aeronáutica, que na ocasião lhe informou
da colaboração que o Brigadeiro Pazini estava dando ao desenho do projeto.
Agora chegou a hora de contarmos com o prestígio do governador,
fator decisivo para o êxito dessa empreitada e alçar o Maranhão em rota
certeira para mudar o grau de desenvolvimento do estado.
Pois bem, quando ele viu o avanço das tratativas, imediatamente
me convocou para acompanhá-lo em entrevista com Ministro da Defesa, Aldo Rabelo,
o que aconteceu na quinta-feira passada. Estavam conosco o vice-governador
Carlos Brandão e o deputado Rubem Junior, além do representante do governo do
Maranhão em Brasília.
Flávio me pediu que fizesse uma exposição que teve imediata acolhida
do Ministro. Este concordou que o ITA era ao mesmo tempo um desejo e uma
primazia do Maranhão, considerando a base aeroespacial. Com isso, o projeto
começou a ganhar um caráter oficial, tornando-se uma prioridade. Agora não
estamos sozinhos. Contamos com apoio
de gente muito importante conosco. Ainda teremos
muito trabalho duro pela frente, mas estamos muito otimistas.
Mas essa não foi a única notícia boa recebida na entrevista.
O projeto - muito cobiçado e disputado por vários estados - que consiste em
sediar a localização da Segunda Esquadra da Marinha de Guerra poderá vir para o
Maranhão. Pela análise técnica realizada, devido as excepcionais condições
naturais da Baia de São Marcos e a localização do estado geograficamente, o
escolhido seria São Luís. A decisão do governo deve ser divulgada em breve.
Esse é um projeto gigantesco de bilhões de reais, com muitas construções,
inclusive de estaleiros de reparos e de muito suprimento aos navios, isso sem
contar as centenas de oficiais e marinheiros que virão para cá. É um típico
projeto estruturante.
Na tarde desse mesmo dia, estivemos com o ministro das Minas
e Energia Eduardo Braga. O assunto básico definido pelo governador foi o linhão
entre Parnaíba e Bacabeira e suas subestações. Essa estrutura, quando construída,
significará a instalação de uma importante indústria de geração de energia
eólica, que dará uma nova feição econômica para o litoral do estado, com
expressivo incremento de renda na região. O ministro garantiu que o leilão será
realizado em março. Já não era sem tempo. O Maranhão está atrasado em relação
aos demais estados do Nordeste por falta de uma infraestrutura de energia, como
o linhão.
Na longa conversa que tivemos com Braga, ele revelou que os
iranianos estão discutindo com as autoridades brasileiras um importante acordo
comercial que envolve cifras em torno de 10 bilhões de dólares em produtos
manufaturados brasileiros, como taxis a gás, aviões etc. E revelou que eles têm
grande interesse em uma refinaria no
Maranhão, que faria o refino de óleo iraniano e a produção seria distribuída para
as regiões norte, centro-oeste e nordeste. Esse projeto é muito parecido
com o que apresentamos ao governo federal quando fui governador. Pesa na
escolha iraniana a infraestrutura do Maranhão que, aliás, já faz essa
distribuição de produtos refinados que chegam pelo Itaqui. Ademais, a presença
de água abundante, o que é fundamental no processo de refino, também conta a
nosso favor.
Flávio já sabia dessa possibilidade, pois já havia recebido
os empresários que representam os interesses iranianos e os tinha incentivado a
investir em nosso estado. Alguns deles estiveram comigo também.
E vejam que agora de forma séria e comprometida, o sonho da
refinaria pode se tornar realidade, mesmo neste momento de recessão no país,
por meio do investimento desse novo e importante parceiro comercial do Brasil.
Por fim, o ministro confirmou que a British Petroleum
descobriu importantes jazidas de gás em Barreirinhas. Isto poderá garantir o
gás para a indústria siderúrgica que os chineses estão discutindo com o
governador e o vice e cuja principal exigência era o gás.
Portanto, meus amigos, isso tudo que narrei explica o título
deste artigo. Tanto a refinaria, como a siderúrgica, como a Base Naval e o
Complexo Tecnológico de Alcântara capitaneado pela instalação do ITA são
projetos gigantescos e estruturantes. E não me furto em reforçar que, para mim,
o mais importante é o último, pelas modificações que trará para a educação do
Maranhão.
Se tudo vier como está sendo tratado, vamos experimentar um
progresso nunca visto por aqui. O Maranhão mudará muito e para melhor!