terça-feira, 10 de junho de 2014

ROSEANA E A EXPLOSÃO DE VIOLÊNCIA


O governo de Roseana Sarney faz sempre uma leitura muito particular dos dados e indicadores sociais do Maranhão. Para eles o Maranhão está melhorando e vai muito bem. Acontece que para a população e para o Mapa da Violência 2014 – que não por acaso é uma entidade especialista nos indicadores de violência no país - o quadro é muito ruim e reflete de fato um descontrole.
Com o Maranhão envolvido em uma onda de violência como nunca se supôs acontecer no antes pacato estado, dentro ou fora das cadeias, nas ruas ou nas prisões, nos tornamos conhecidos como uma terra violenta e carente de segurança. Essa é a realidade sentida pelo povo do Maranhão e pelos especialistas.
O efeito disso é terrível, social ou economicamente, pois além de afetar o dia a dia dos moradores, também os turistas evitam vir para cá. Óbvio que não só a insegurança latente faz esse papel, mas também há outros fatores, como a poluição das praias, que refletem de maneira direta no baixo nível de empregos e no baixo retorno financeiro para quem investiu na construção de hotéis e outros equipamentos típicos da indústria do turismo. O que antes parecia uma vocação nata do estado - por causa das praias, dos Lençóis Maranhenses, das quedas d’agua, dos chapadões, do casario colonial, da ‘São Luís Patrimônio Cultural da Humanidade’, da culinária, do povo alegre e receptivo, perfil que atraía tanta gente para cá, ávida por conhecer as belezas maranhenses – tudo isso ficou no passado e nem o famoso carnaval e as festas de São João conseguem fazer com que as pessoas se animem a vir para cá. Os hotéis vazios testemunham o que digo.
Enquanto isso, ansiosos por divulgarem qualquer fato que possa parecer positivo, os meios noticiosos da família Sarney deram grandes manchetes sobre o Mapa da Violência 2014, pois ao pegarem o número isolado da taxa de homicídios por mil habitantes no Maranhão, tentaram mais uma vez enganar a população, “informando” que o estado apresentava a sexta  taxa do país e que, portanto, éramos um estado razoavelmente seguro, com apenas 26 homicídios por 100 mil habitantes.
Já diz o velho adágio popular que mentiras têm perna curta e - mais uma vez - basta a leitura do Mapa da Violência de 2014 (os dados vão até 2012, e não incluem ainda o ‘recorde’ macabro de 2013 e dos primeiros meses do ano de 2014, que trazem dados muito piores que os divulgados) para observar que temos a terceira maior taxa de crescimento de homicídios por 100 mil habitantes do país (162%) no período entre 2002 e 2012. Ou seja, são 9,9 assassinatos a cada 100 mil em 2002 e assustadores 26 assassinatos por 100 mil em 2012. A taxa maranhense só cresceu menos do que a da Bahia (221,6%) e a do Rio Grande do Norte (229,1%). E a capital, São Luís, é a sétima mais violenta de todas, contando com 55,4 assassinatos por 100 mil habitantes. Só perde para Manaus, Vitória, Recife, Salvador, João Pessoa, e Maceió. Dentro do estado, só Presidente Dutra e Imperatriz apresentam resultado piores do que São Luís.
Pois bem, flagrados na mentira, disseram que entre 2002 e 2012, o período mais violento ocorreu no meu governo e que no governo de Roseana teria melhorado. Contudo, é fácil ver na publicação as mentiras que apregoam. Em 2006, quando saí do governo, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes era de 15,0 (quase metade da taxa do Brasil, que era de 26,3) e em 2012 - em 2013 piorou ainda mais - a taxa do maranhão já estava em 26,0 (quase igual a do Brasil, que é de 29,0). Isto prova indubitavelmente o crescimento descontrolado da violência no governo de Roseana Sarney, muito maior do que o crescimento da média nacional, evidenciando de forma escancarada que o governo dela perdeu o controle da violência no estado. Na capital então é inacreditável o que aconteceu.
Infelizmente essa é uma realidade brutal, resultado de tanta indolência e indiferença da parte de um governo omisso e irresponsável para com a população maranhense.
Para finalizar, comento o artigo da semana passada, sobre o qual um leitor atento lembrou ainda da luta que tivemos para trazer a Embrapa para o Maranhão. Esta é uma iniciativa que precisa ser completada, tal a importância para o nosso desenvolvimento, particularmente da agricultura em geral e principalmente para a modernização da agricultura familiar do estado. O leitou salientou que com todo o poder do senador José Sarney, com a ressalva de ter sido presidente da República por cinco anos, nunca decidiu trazer esse órgão e o deixou ir para o Piauí.
Como sempre, o Maranhão ficou privado dos benefícios que decorrem em sediar um órgão com singular importância de pesquisa e desenvolvimento, razão pela qual é desejado por vários países pobres espalhados pelo planeta.