terça-feira, 18 de junho de 2013

PESQUISAS E APROFUNDAMENTO DA POBREZA


Não me refiro a nenhuma pesquisa em especial, mas pesquisas eleitorais podem ser facilmente manipuladas para dar o resultado que o comprador quer. Nem sempre são, mas podem ser. Elas só ficam mais semelhantes à realidade quando feitas em período próximos à eleição, quando precisam ser confrontadas com a realidade da apuração.

Como fazer isso? De várias maneiras dentro do período eleitoral, quando são fiscalizadas pelos adversários, pois os institutos de pesquisa precisam mandar para o tribunal antes da publicação toda a metodologia e os questionários e outros elementos. Dessa forma, fica mais difícil a manipulação, mas mesmo assim é possível manipular a pesquisa. Uma das formas usadas, que não deixa rastros é, na verdade, simples. Pesquisas são registradas com a informação de que serão feitas, por exemplo, mil entrevistas, mas na realidade, para consumo próprio, fazem mil e quinhentas.  Com as entrevistas na mão, escolhem as 1000 mais favoráveis e rasgam as 500 que não são boas para o contratante. Com efeito, para o tribunal a pesquisa está correta, mas foi manipulada. E os adversários (e o instituto também) sabem que o resultado não está correto, mas não têm como contestar. 

Outra forma mais tosca, que é usada somente fora do período eleitoral, quando não há exigência de registro no tribunal eleitoral, é realizada dando pesos excessivos aos locais em que o comprador da pesquisa é mais forte e também escolhendo municípios favoráveis a dedo. Assim é claro que ele aparecerá bem mais forte do que é.

Logo, o melhor é não dar muita importância a essas pesquisas. São apenas indicadores do momento que podem mudar muito até a eleição. Trabalhar com inteligência é sem dúvidas mais importante e produtivo.

O Maranhão, todos sabem, está no fundo do poço e não se tem notícia de nenhum programa, de projeto nenhum esboçado para reverter essa terrível tendência dos governos de Roseana de deixar o nosso estado permanentemente entre os estados mais pobres e atrasados do país. Seu governo se aproxima do final sem deixar nada para celebrar em benefício da população. E ela se lança totalmente em campanha política, que é a única coisa que sabe fazer. E leva seu candidato a tiracolo que, obrigado a falar muito publicamente, assusta pelo despreparo e conhecimento do que seja o estado, a penúria da população e suas carências.  

Fiquei assustado quando disse no interior aos que escutavam o seu discurso, tentando mostrar a sua modernidade administrativa, que os pequenos agricultores deviam parar de plantar mandioca e sim produtos que o “mercado” queria, sem dizer quais. O Brasil inteiro planta mandioca, pois sem dúvidas há mercado. Aqui no Maranhão o problema não é esse, mas sim a falta de assistência técnica e apoio, além da introdução de novas variedades muito mais produtivas das que aqui são plantadas pelos agricultores. Agricultores de outros estados que têm o apoio que precisam colhem 5 vezes mais dos que os maranhenses com o mesmo esforço e trabalho. Aqui, abandonados e sem apoio, plantam cultivares de baixa produtividade, que lhes permite apenas a subsistência. Isso se resolve apenas com a distribuição de cultivares melhores aos agricultores? Não apenas, pois é muito importante a assistência técnica e o apoio aos agricultores. Sem isso, não teremos melhor produtividade e os ganhos não virão.

Mas isso não existe, desde que acabaram com as Casas da Agricultura Familiar criadas em meu governo e como consequência os agricultores não tiveram mais assistência técnica. Abandonados, eles não conseguem quase nada e não será com produtos que o mercado quer, como disse o candidato, que iremos encontrar qualquer solução.

E podem ter certeza a execução do programa de combate a aftosa, começado também no meu governo, que o deixou em fase muito avançada, bem como a entidade responsável por ele, só ainda existe, porque o secretário de Agricultura é pecuarista e mantém o órgão trabalhando. Lembrem-se de que Roseana acabou até com a Secretaria de Agricultura em 1998. Nem quer saber do setor.

Lemos entrevistas de membros do governo falando e dando prazo para acabar com a pobreza. Tudo conversa fiada, pois sem investir em educação, saúde, segurança, saneamento, ensino técnico e agricultura, isso é impossível. Por isso falam até em Bolsa Família, programa federal que jamais acabará com a pobreza, embora seja importante para minorar a fome.

E vejam que isso não é difícil. Mesmo com um governo perseguido pelos poderosos, que impediram que tivéssemos acesso a recursos financeiros federais, o Maranhão teve um desempenho superior a todos os demais estados, ao Nordeste e ao Brasil como um todo, no período em que governei o estado, segundo dados do IPEA e do IBGE. E por que isso não continuou? Porque todas as estruturas criadas naquele tempo para tornar isso possível foram extintas ou abandonadas. Vamos aos dados oficiais, todos disponíveis no livro do professor José Lemos, publicado pelo Banco do Nordeste: 

Evolução do PIB per capita anual entre 2000 e 2009, Taxa Geométrica de Crescimento - Maranhão 16,2%; Nordeste 11,8%; Brasil 11,3%; Norte 11,9%; Sudeste 10,9%; Sul 10,8%; Centro Oeste 14,7%; Salário Mínimo 13,3%. Ou seja, crescemos mais que todo o Brasil, em todas as regiões. Não foi porque todo mundo cresceu que acompanhamos.

Evolução PIB per Capita / Salário Mínimo entre 2000 e 2009: Brasil -2,0%a.a.; Nordeste -1,4% a.a.; Norte -1,1% a.a.; Sudeste – 2,0% a.a.; Centro Oeste +1,2% a.a.; e Maranhão + 2,3% a.a.. Fonte IBGE. Só o Centro-Oeste e o Maranhão tiveram essa relação positiva. Em suma, tivemos crescimento maior do PIB per capita do que o crescimento do salário mínimo, que nesse período também cresceu muito.

O mesmo fato se refere ao número de pessoas que saíram da pobreza absoluta. Isto é, no período, o Maranhão se saiu melhor que todos os estados e regiões e proporcionalmente teve resultado melhor que o Brasil como um todo.

Quando se quer, se tem foco, e se conta com uma equipe competente, os avanços são inevitáveis, pelas próprias pernas, como se vê pelos resultados conseguidos pelo Maranhão naquele período.