terça-feira, 26 de abril de 2016

NÃO SERÁ FÁCIL CONSERTAR O PAÍS



Se Michel Temer assumir a presidência, como se prenuncia, terá que enfrentar uma gigantesca tarefa imediatamente a partir dos primeiros dias. Ele não terá muito tempo, pois a economia brasileira está destroçada, a Petrobras quase quebrada, o sistema elétrico se equilibrando precariamente, a renda dos trabalhadores caindo e o desemprego já atingiu 10 milhões de pessoas. Em outras palavras, a cada hora 246 brasileiros ficam desempregados, a infraestrutura em ruínas - sejam portos, ferrovias, rodovias - empresas aéreas diminuindo de tamanho vertiginosamente, o sistema de saúde em péssima situação, a educação idem (ao ponto de professores do ITA me pedirem para votar “sim”, porque o governo estava tirando o dinheiro do Instituto mais conceituado do país), as empresas fechando. Só o que cresce no país é a miséria...

Uma situação muito pior do que conheceu Itamar Franco, quando herdou o governo de Collor após o impeachment deste.

Eu não tenho dúvidas de que Temer está preparado. Conversa muito, está informado das profundezas do abismo em que caímos, mas sabe também que O PT não lhe dará tréguas. Sem contar que o PSDB como sempre se deixa levar pelo cálculo político e corre o risco de copiar o PT, que patrocinou o impeachment de Collor, mas não quis participar do governo Itamar. E levou essa decisão a tal ponto que expulsou da legenda Luiza Erundina, porque ela aceitou um cargo no governo que ele montava.

Só que a situação brasileira é muito, muito pior do que aquela e a classe política precisa dar uma resposta imediata sob pena de acarretar o total descontrole do país. Quem apostar no quanto pior melhor, está apostando contra a população brasileira. 

Não gostam ou não confiam em Temer? Mas ele é a única solução legal que temos, chefiará um governo de transição que precisa dar certo. Depois então teremos eleições gerais, que podem ser ganhas por qualquer um dentro do jogo democrático.

As regras são essas e precisam ser cumpridas ou viramos uma republiqueta.

Falar em eleições presidenciais ou em parlamentarismo agora é quase um golpe, pois não estão previstas na nossa Constituição. A única solução democrática é essa que está nas regras constitucionais. O resto é conversa fiada.

De modo que não vejo outro jeito. Os partidos que lutaram pelo impeachment como solução para o descalabro do governo Dilma, que estava acabando com o país, sem nenhum vislumbre de melhoria devido à personalidade isolacionista da presidente, não podem se omitir nessa hora. Se o PSDB tomar esse caminho, estará colocando em risco as reformas que precisam ser feitas para corrigir os rumos do Brasil. Essa destrambelhada posição do partido, se vier mesmo a ser tomada, só pode ser entendida como soberba ou até como oportunismo e pode contribuir para agravar a situação. Sim, porque, se o governo Temer não der certo, o que virá em seguida dificilmente dará também, e ficaremos a mercê de “salvadores da pátria”, que terminarão por afundar profundamente o país. 

O restante pode ser considerado como uma baixa política, vendendo a ilusão de que só alguns iluminados poderão salvar o país. Itamar era mal visto, mas fez um dos mais importantes governos que tivemos, embora tenha tido um mandato curto. 

Dito isso, não quero deixar de fazer o registro de que o ministro de Minas e Energia Eduardo Braga, antes de sair do cargo, fez o que nos havia prometido há mais de um ano e realizou o leilão para o linhão que ligará as subestações de Bacabeira e Parnaíba, conectando toda a região do litoral leste ao resto do país. Finalmente, teremos agora a infraestrutura que nos faltava para participar efetivamente e ativamente da geração de energia renovável, como a eólica e a solar. Valeu, ministro, o Maranhão agradece.

E, para concluir, espero que o governador Flávio Dino, merecedor de nossas esperanças de mudanças, não tome uma posição isolacionista, pois o Maranhão não aguentará, nas atuais circunstâncias de recessão, desemprego e de economia frágil, uma posição dessas em relação ao governo federal.  São quase sete milhões de maranhenses que depositam esperanças no governador e que precisam de apoio. 

O Maranhão confia em seu governador.