terça-feira, 29 de janeiro de 2013

OLIGARQUIA TEM SEU MOMENTO


A oligarquia sempre se aproveitou da divisão da oposição após a eleição municipal de São Luís. Sempre partiu da certeza de que a oposição sairia dividida da eleição e esse fato facilitaria a vitória, dois anos depois, para o governo do estado. Sim, pois a capital do Maranhão é historicamente o local de maior consciência política do estado, até por isso se tornou reduto cativo da oposição, que nunca perdeu ali uma eleição para prefeito.

Com efeito, é natural que vários líderes oposicionistas disputem a eleição uns contra os outros e campanha eleitoral deixa sempre sequelas que levam anos para serem esquecidas.

O grupo Sarney sempre se aproveitou desse fato. Prepararam-se para tirar a maior vantagem possível. Dão primeira página para quem se dispuser a atacar outros membros da oposição. E muitos caem nessa com facilidade. Não conseguem resistir a trinta segundos de fama. Na verdade à mídia oligárquica só interessa noticiar aqueles que partem para a briga no seio da oposição. E adoram noticiar a resposta, quanto mais agressiva melhor, porque assim fica mais difícil consertar e unir depois. Eles não conseguem dar uma boa imagem para o grupo a quem obedecem, tarefa hercúlea para qualquer um – convenhamos – e se especializaram em criar intrigas, sempre no meio oposicionista, naturalmente.

Nada pode ser melhor para eles. A oposição destrói seus laços e esquecem o combate real que precisa ser feito, que é denunciar o governo terrivelmente ruim de Roseana Sarney. Não se fala da falta de água diária em São Luís que penaliza a todos e nos remete ao início do século passado. Não se fala no esgoto caindo direto em nossas praias, poluindo-as a ponto de tornar perigosas para a saúde as ações de quem se aventura nelas. Ninguém fala dos níveis medíocres da educação pública do estado, causa maior da pobreza da nossa população, ou seja, 44,6 por cento da dos maranhenses vivendo na pobreza extrema. Ninguém denuncia o endividamento criminoso do estado para obras sem sentido e sem proveito para o nosso desenvolvimento.

E assim conseguem dupla vantagem. Ficam esquecidos e sem cobrança pelos mal feitos e ao mesmo tempo lançam a oposição numa guerra fraticida. Só têm a ganhar com esse quadro. E a oposição só tem a perder ao aceitar esse jogo.

O candidato mais forte da oposição, Flávio Dino, precisa de tempo para os programas eleitorais e para acomodar candidatos dos partidos que coligarem com o seu para dar-lhe consistência política e eleitoral. Mas, mesmo assim, agride-se Castelo sem se prestar atenção que Roseana já cooptou o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira. Se continuarem a politizar as críticas a ele, como estamos vendo com grande cobertura dos meios de comunicação sarneysistas, perderemos na oposição não só Castelo, mais Neto Evangelista e o deputado Carlos Brandão, que não terá forças para levar o PSDB para apoiar o candidato da oposição ao governo. Sem o PSDB, o tempo do candidato será muito pequeno e levará enorme desvantagem para enfrentar o candidato da oligarquia em uma eleição, sob todos os aspectos, será muito difícil. Ademais, onde acomodar os candidatos a deputado estadual e federal?

Castelo tem condições de se defender do que o acusam. Deixem os órgãos próprios o acusarem, mas não politizem o assunto, porque haverá consequências ruins para a oposição. O senador Sarney está de olho grande no PSDB, pois sabe o que isto significa para 2014. 

E esse não é o único problema para a oposição, pois com a criação do partido de Marina Silva,  ela será candidata a presidente e aqui precisará de um candidato a governador para lhe dar o palanque de que tanto precisa. Não resta nenhuma dúvida de que Eliziane Gama, que tem afinidades com Marina, será candidata ao governo do estado, desfalcando a oposição maranhense. 

Por enquanto, o grupo Sarney tem aproveitado muito melhor o atual momento. 

Mas a eleição não será agora e a oposição precisa se entender melhor, conversar muito e evitar a briga interna.

Será um árduo trabalho. Mas vale à pena, pois instalar a democracia no estado é um motivo nobre o suficiente e isso só será possível vencendo em 2014.

Para finalizar, soube que o governo do estado vai ter muito trabalho para botar a mão no bilhão de reais do BNDES. Como não pagam os precatórios, não preenchem as condições fiscais para receber o dinheiro...