terça-feira, 15 de maio de 2012

UM GRANDE HOMEM


A idade e suas doenças privaram o Maranhão, em momentos muito importantes, da liderança e lucidez de um homem extraordinário. Falo de Neiva Moreira, que teve participação muito importante na política maranhense e brasileira.

Tinha por ele grande admiração. Li tudo que consegui sobre ele, inclusive o livro, quase uma reportagem, “O Pilão da Madrugada”, do escritor José Louzeiro. Li também os “Cadernos do Terceiro Mundo”, trazidos a mim por sua filha, em cujo conteúdo defendia a ferrovia Norte-Sul, naquela época execrada pela mídia sulista.

Pena que ele já não apresentava boa saúde durante a fase que antecedeu a cassação de Jackson Lago, urdida pela oligarquia, querendo tomar de volta o governo do estado que haviam perdido em 2006. Eu me preocupava muito com o desenrolar do processo, pois observava que Jackson não acreditava que pudesse ser tirado do governo e, muitas vezes antes do julgamento, não fazia o que deliberávamos. Eu, ao discutir  com ele as providências que eu achava que estavam faltando, via o governador concordar, mas não dava sequência ao que era conversado. Tentei colocar Neiva no processo, mas ele já não possuía o vigor de antes. Creio que se ele estivesse bem, teria convencido Jackson Lago, seu velho amigo, dos perigos que corria.

Tenho com ele uma passagem inesquecível para mim. Na ocasião, o presidente do Senado, senador José Sarney, não colocara na pauta de votação o projeto de financiamento do Banco Mundial para combate à pobreza no estado durante todo o seu mandato como presidente do senado. Tudo isso pode ser bem compreendido pela simples ato de assistir ao vídeo postado no YouTube, que mostra uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado presidida pelo senador Antônio Carlos Magalhães, presidente da Comissão. No episódio, este último foi inquirido por um parlamentar, que questionava o porquê do processo do Maranhão não ser colocado na pauta de votação. Magalhães então sussurrou para o parlamentar que o assunto não ia para frente, pois Sarney não deixava.

A audiência estava sendo gravada e tudo isso consta do vídeo que pode ser acessado a qualquer hora por qualquer um. O tempo passava, o presidente do senado já era Renan Calheiros e a instituição ameaçava anular a aprovação do empréstimo feita por sua diretoria, que já ia completar dois anos sem a confirmação do senado.

Resolvemos reagir e depois de imensa passeata em São Luís, com mais de 20000 pessoas, formada principalmente de comunidades rurais prejudicadas, fomos para Brasília com audiências marcadas com os presidentes da Câmara e do Senado, Aldo Rebêlo e Renan Calheiros, respectivamente.

Lá encontramos um ambiente hostil por parte dos dois, que não queriam mais nos receber. Aldo, consegui trazer para a reunião com a delegação em uma sala nas dependências da Câmara, mas Renan não cedia e estava irredutível. Neiva Moreira, embora já enfrentasse dificuldades de saúde, estava lá firme conosco. Sem saída, me sentei ao seu lado e comecei a conversar com ele sobre o que devíamos fazer naquela situação. Quando ele se vira para mim e diz: “Só tem uma solução, invadirmos a sala de Renan, nós dois”.

Compreendi imediatamente o que ele estava propondo. Aceitei a sugestão e marchamos de braços dados para o gabinete do presidente do Senado. Quando chegamos lá, fomos metendo a mão na porta e entrando a despeito dos apelos da secretárias. Quando ela viu que não tinha como barrar um homem com a história de Neiva, no alto de seus quase 90 anos, e um governador, pois a repercussão seria imensa, pediram cinco minutos para que o presidente terminasse uma reunião com a garantia de que nos receberia imediatamente.

Assim foi feito com direito a fotografia e tudo. A repercussão do fato chamou a atenção de todos os senadores e a simpatia imediata pela causa só aumentou quando os mais de trezentos agricultores, vestindo camisetas vermelhas e portando faixas exigindo a imediata aprovação do projeto, se instalaram na galeria do plenário da casa.

Naquele clima, com a adesão maciça dos senadores de outros estados, a aprovação se tornou irreversível, o que se deu sob os brados do senador José Sarney, que gritava “Aprova, mas o dinheiro não sai”, também disponível no YouTube.

A bravura e a dedicação de Neiva Moreira permitiram a aprovação do projeto e o dinheiro saiu, o que ajudou a minorar os indicadores de pobreza no estado, uma proeza que meu governo conseguiu e que hoje, infelizmente, regride.

Esse era Neiva Moreira, gigante maranhense, merecedor do carinho e do reconhecimento do povo maranhense.

Amigos, fico em dúvidas se Roseana realmente está por aqui ou tirou férias novamente. Será que ela não sabe que a escola de música da capital fechou, causando um grande prejuízo a tantos jovens de talento e futuro promissor que ali recebiam ensinamentos preciosos e onde se aprimoravam no domínio de seus instrumentos, iniciando, a partir dali, uma vida profissional como músicos? Será que também não sabe que as cinco escolas - que foram instaladas no meu governo - também estão fechadas e todos os instrumentos estão se estragando sem uso?

A escola se junta assim à Biblioteca Pública, ao aeroporto, a BR - 135, as escolas de ensino médio fechadas ou as que ainda não iniciaram o período letivo deste ano, como, por exemplo, Presidente Dutra, Carolina e Balsas, conforme denúncia do Sinproesema, por falta de professores, ao prédio do antigo Maristas, ao abandono do Centro Histórico, aos restaurantes populares, ao PAM Diamante, ao Hospital dos Servidores... Enfim, são tantos os prédios e projetos paralisados por Roseana que teríamos que ter mais páginas para enumerá-los todos.

E ela volta a fechar a secretária de estado que cuidava da agricultura familiar, dos pequenos agricultores, os que mais precisam da mão do estado. Esses maranhenses precisam de ajuda para adquirir sementes e tecnologia para aumentar a produtividade, assim como ajuda para acesso ao crédito agrícola, como tinham no meu governo com as Casas da Agricultura Familiar, todas extintas. Roseana ‘não tem parelha’,  como diz um grande amigo.

E seguindo adiante, foram 59 assassinados em abril e aconteceram 50 assaltos a bancos neste ano. É o jeito Roseana de governar...

A única ação visível dela é tentar atrapalhar o trabalho de Castelo na prefeitura. Agora divulga boatos sobre o prosseguimento da Av. Litorânea, tentando evitar que o prefeito realize obra tão importante para São Luís.

Ela não trabalha e quer impedir o prefeito trabalhar. Para ela quanto pior, melhor!