terça-feira, 9 de julho de 2013

NOVOS TEMPOS


Impressiona como a governadora Roseana Sarney está alienada das obrigações do cargo que ocupa. Podem quebrar tudo que ela nem se pronuncia, tampouco aparece, nem faz reuniões com seus auxiliares, em suma, não é com ela. Nada lhe diz respeito. Mas com quem é então?

O povo na rua pede transporte, educação, saúde, segurança, mas seu governo só produz escândalos, endivida o estado como nunca, e gasta muito, contudo não gasta em nenhuma das demandas acerca das quais protestam os manifestantes. A esbórnia que é o programa mais conhecido como Bolsa Eleição é um escárnio, um escândalo inexplicável.

A presidente Dilma não para de fazer reuniões, pronunciamentos, encontros com a sua base política na tentativa de estancar a sangria em sua popularidade, consumida nas ruas e nas manifestações. Sabe que não pode se omitir. Mas Roseana deve estar acima da presidente, pois nem se importa. Acha que tudo passará e a sua rede de jornais, rádios e televisões vão tirá-la do aperto. Será? Ela ou não está entendendo nada ou não se importa mais com nada mesmo.

Mas não há como ignorar os novos tempos. E, acuada pela oposição e pela terrível repercussão nacional do novo escândalo, pela ameaça de representação contra ela a ser feita pela OAB, Roseana acabou sucumbindo. É incrível que um governo, no afã de juntar apoio político para as próximas eleições, tenha enveredado por um caminho como esse. Um mensalão!

Seus empregados tentam argumentar que não foi ela quem criou a aberração. Foi sim!

Nos governos anteriores, havia um conselho de gestão formado apenas pelos secretários de estado, que se reuniam para discutir problemas de gestão do governo e tentar melhorar o entrosamento das secretarias na execução dos programas prioritários. Eram do governo e faziam gestão mesmo. Tinham autoridade e responsabilidade.

Entretanto, Roseana Sarney, com um governo sem gestão e que não executa nenhum programa com prioridade real para melhorar o estado, resolveu desmoralizar tudo criando um conselho com pessoas de fora do governo, que são (por coincidência, certamente) políticos que perderam eleições municipais – ex-prefeitos ou suas mulheres. Mas para gerir o que mesmo? Sim, porque não possuem autoridade nenhuma no governo, já que dele não fazem parte.
Se pensarmos bem, o Maranhão possui uma Assembleia Legislativa formada por 42 deputados eleitos pelo povo incumbidos, aí sim, de grandes responsabilidades. Mas parece que esse número é muito pouco para a gestão de Roseana.

No tal conselho, são 206 membros que não tem o que fazer e são regiamente pagos para isso mesmo. Daí o entendimento geral de que isso é apenas cooptação política descarada, na esperança que os agradecidos conselheiros votem nos candidatos do governo no ano que vem.

Quanto aos prefeitos, eles acham que resolvem os problemas com convênios e os perdedores, com a bolsa eleição. E o povo sem saúde, sem segurança sem educação de qualidade, sem transporte, será que concorda com isso? Claro que não, o provo brada é por saúde, educação de qualidade, segurança, emprego. Não por implantação de ditos “Conselho de Gestão”.

Quem será que deu ideia tão brilhante à governadora? Veio dos itinerantes?

Como se não bastasse, em uma nota marota tentando dar seriedade ao que não é sério, o governo informou que cancelara a tal iniciativa porque a governadora está preocupada com o equilíbrio fiscal. Mesmo assim, na semana passada, na véspera do cancelamento, ela ainda nomeava dezenas de conselheiros. É mesmo?

Roseana nunca se preocupou com equilíbrio fiscal. Em 2002, quando saiu do governo, deixou o estado quebrado. Arrecadávamos R$ 65 milhões por mês e, só com dívidas, pagávamos R$ 50 milhões no mesmo período. Equilibrávamos-nos com os fundos federais compulsórios. Mesmo assim, sem tomar empréstimos - a não ser o Prodim de US$ 30 milhões - quando saímos, deixamos o estado totalmente equilibrado, sem dívidas e com quase R$ 400 milhões em caixa. Fomos inclusive elogiados pela Secretaria do Tesouro nacional, tenho os documentos guardados até hoje. E Jackson Lago, quando saiu, também deixou um estado com dinheiro em caixa, equilibrado.

Porém, Roseana Sarney no governo fez o que sabe: gastar desmedidamente e tomar empréstimos, endividando o estado mais uma vez. Gasta por meio de transferências de dinheiro para suspeitas associações, creches, escolas comunitárias fazerem estradas e fazerem poços e sistema de abastecimento, coisas alheias as suas finalidades. Dinheiro a rodo. Chegaram ao cúmulo de mandar construir o que pode ser considerado o banheiro mais caro do país: 300 mil reais, repassado a uma entidade semelhante. 

Isso sem contar o que se passa despercebidamente, pois não publicam tudo como são obrigados por lei. Tentam esconder...

Há seriedade nesse governo? Fazem tudo sem medo, já que prevalece a impunidade no estado. Nada lhes é cobrado, nada é investigado. O Maranhão, no governo de Roseana, é o reino da impunidade.

Agora, com medo das ruas e porque não dá para controlar a opinião pública nacional, fez um recuo. Mas por ela, seguia em frente. Alguém, contudo, gritou mais forte, ordenou que parasse, pois os tempos são outros. 

Até que enfim.