A revolta gerada pela grande insatisfação que
domina o país e também o Maranhão é muito grande e forte. No nosso estado
a pobreza geral, a indiferença de um governo alienado que nada vê e que não
sabe o que está acontecendo e o domínio total das instituições, da apropriação
dos órgãos estudantis e dos sindicatos, da intelectualidade, da mídia que não
permite contestação ao governo e que distorce todos os acontecimentos acabaria
explodindo, tal como está acontecendo.
Acreditaram, eles mesmos, na propaganda
falsa, maciça, de um Maranhão inexistente para a população sofredora. A
promessa de 400 mil empregos iludiu durante algum tempo, mas a realidade é o
desemprego e o péssimo sistema educacional público do estado, a saúde precária
e penosa e a insegurança progressiva e sem freio que apavora a todos. E o
estopim maior é a indiferença com que o governo trata a população do estado e
suas demandas.
É um governo que se torna ridículo ao
apresentar um Maranhão que só vai bem na propaganda oficial, mas muito distante
da vida dura da população e da realidade que a cerca. Esse modelo, esse ciclo
de domínio da população pela propaganda, pelas festas, pelo circo acabou. Não
funciona mais.
E não é só o governo local que vai mal. Tudo
vai mal também no país. Exemplo? Foram criados 23 milhões de empregos no país
nesses dez anos, mas o emprego foi limitado a salários de até dois salários
mínimos, empregos sem muita qualificação. Isso teve seus méritos,
evidentemente. Mas nas faixas de renda acima de dois salários mínimos, perdemos
6 milhões de empregos. Uma barbaridade.
Vejam o que acontece com a educação: O Brasil
ficou em penúltimo lugar em ranking global de educação que comparou 40 países
levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros
fatores. A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist
Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de
aprendizado e vende seus produtos a vários países. Em primeiro lugar está a
Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.
Os 40 países foram divididos em cinco grandes
grupos, de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram
incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia,
Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático
que figura na última posição. E O Brasil ficou no 39° lugar entre os quarenta.
Uma barbaridade.
A presidente Dilma, em resposta aos
protestos, prometeu colocar os recursos dos royalties do petróleo para a
educação. Mas a vinculação só vale para os contratos de exploração firmados a
partir de 2012 e eles não gerarão petróleo antes de seis anos. A previsão é
dentro de dez anos o total destinado a educação poderia chegar a R$ 8,5 bilhões
anuais. Como hoje os governos federal, estaduais e municipais já gastam
anualmente R$ 200 bilhões, isso representará apenas mais 4 %. É uma medida de
longo prazo e claramente insuficiente.
Na saúde, onde o programa se fixou na vinda de
médicos cubanos para o interior, o que contraria frontalmente o Conselho
Federal de Medicina, que avalia que o problema não é o número de médicos, mas a
falta de infraestrutura de oferta de medicina e de vida em grande parte das
regiões do interior brasileiro. Além do mais, segundo dados do CRM, só 5% dos
médicos cubanos que vieram para o Brasil passaram em provas obrigatórias de
revalidação do diploma e o governo quer isentá-los desses exames, o que pode
resultar em alto perigo para a população. Essa solução também só atenderia o
interior, mas o problema da saúde é acutíssimo nas cidades onde vive a maior
parte da população.
Na parte de mobilidade urbana, os R$ 50
bilhões prometidos não existem. Segundo especialistas, o dinheiro só apareceria
se a presidente desistisse de seu programa prioritário, o Trem-Bala, que
custaria R$ 60 bilhões e que não resolve nenhum problema das grandes cidades.
Mas o Planalto não fala nisso.
O governo federal também parece perdido
demonstrando a surpresa com que os protestos o atingiram e está respondendo
atabalhoadamente. Será que Roseana Sarney colaborou com as medidas anunciadas?
Só parece.
No Maranhão o desemprego é crescente e
persistente, desde que Roseana Sarney assumiu o governo por uma desastrada
decisão judicial. O Caged, cadastro de emprego versus desemprego do Ministério
do Trabalho, nos dá números terríveis sobre o estado. E olhem que toda a
campanha de eleição de Roseana Sarney foi montada na maior mentira eleitoral
deste país contada e repetida por ela, ou seja, seriam criados 400 mil empregos
no estado durante sua gestão. Ninguém ficaria de fora.
Vejamos os números do Caged: Em 2002, último
ano de Roseana no governo, depois de 8 anos - perdemos 353 empregos. Em 2003,
já no meu governo, criamos 2.305. Em 2004, criamos 3.400. Em 2005, foram
criados 7.732. Em 2006, criamos 3.270 empregos. Isto é, criamos empregos em
todos os anos do meu governo. Já no governo Jackson Lago, foram criados
7.202 empregos em 2007 e em 2008, criados 7.431 empregos. Daí em diante, com
Roseana de novo no governo, os números mudaram e tivemos no intervalo a criação
de empregos em todos os anos. Em 2009, perdemos 6. 952 empregos. Reparem que no
ano da eleição, Roseana emprega todo mundo e foi o único ano de seu governo em
que foram criados empregos. Em 2011, desemprego de 1.757 postos. Em 2012, desemprego
de 993. E até agora, em 2013, tivemos desemprego em todos os meses do ano, o
que já totaliza até maio desemprego de 7.751. Só no mês de maio perdemos 1. 836
empregos.
Não pode ser coincidência, pois o país criou
muitos empregos e o Piauí, nosso vizinho, também pobre, criou 2. 231 empregos
em maio.
É muita incompetência!
Por fim, viram a pesquisa Datafolha deste
final de semana? Os dados publicados mostraram um desastre para a presidente
Dilma. Em três semanas, a taxa de aprovação do seu governo caiu de 57% para
30%. Sua gestão, que era considerada ruim por apenas 9% agora é por 25%. Ela
caiu em todas as regiões, em todas as faixas etárias e em todas as faixas de
renda.
E aqui? Não sei, mas creio que o governo de
Roseana Sarney terminou de vez. Não acredito mais que ela tenha condições de
ganhar nenhuma eleição no estado. Nem será mais candidata.
Eo Prefeito que se acautele, pois parceria com
Roseana nunca é para valer. É apenas jogada política sempre repetida.
Cuidado com o abraço de
afogado!