terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

NO FUNDO DO POÇO

O Maranhão nunca passou uma fase de tanta desmoralização como agora.  Roseana Sarney conseguiu, com sua omissão no governo, acabar com todo o charme que o Maranhão era merecedor no passado. Para os maranhenses já se tornou comum em qualquer situação ouvir palavras desagradáveis ou ofensivas ao estado. No sábado, os passageiros que chegaram de Brasília, maranhenses e turistas, presenciaram mais um desses momentos. Quando o avião parou e desligou as turbinas, formou-se aquela fila próxima à porta dianteira, esperando a escada ser colocada, para que a porta pudesse se abrir e finalmente possibilitar o desembarque. O comandante se posicionou na saída da cabine do avião junto com as comissárias de bordo para se despedirem dos passageiros.

Nesse instante, uma senhora perguntou para o passageiro atrás dela como estava o aeroporto de São Luís. Quem respondeu foi o comandante, que falou para todos ouvirem. “Aqui, senhora, tudo pode acontecer. O ‘finger’,(aquele tubo que liga o aeroporto ao avião, por onde passam, ao abrigo do sol e da chuva, os passageiros no embarque ou no desembarque) caiu. O teto do aeroporto também caiu e continua no chão. O aeroporto é formado por várias tendas e os passageiros e a tripulação são obrigados a tomar sol ou chuva para embarcar ou desembarcar do avião. É um desastre!”.

Agora vejam que em verdade aquela sucessão de tendas enormes está de acordo com o momento em que vive o estado, já que o governo estadual mais parece um grande ‘Baile da Ilha Fiscal’, marcando os derradeiros momentos de uma oligarquia que explorou o estado durante 50 anos.

Agora um fato estranhíssimo é noticiado nos jornais. Com a total falta de condições da empresa contratada para realizar a recuperação do aeroporto que caiu, nos chega a informação de que o governo estadual deveria ajudar financeiramente a empresa para que essa pudesse cumprir o seu contrato. Por que será? Será que ela foi indicada por alguém poderoso do governo? Porque então não tirar essa empresa e licitar a obra para escolher uma empresa capaz de realizar o trabalho? Não é estranho? Enfim, é o Maranhão da oligarquia...

E nossa situação já ficou tão corriqueira como assunto que recentemente a grande atriz da Globo, Rosamaria Murtinho, numa entrevista, elogiava São Paulo, que para ela é primeiro mundo, dizendo que o que atrapalha São Paulo é o resto do país, e citava as estradas do estado, com pedágios, que são maravilhosas, etc... Então concluiu a entrevista comentando: “Veja o Maranhão, que é o pior estado do Brasil, para entender o que estou dizendo”. O Maranhão de Roseana virou piada de mal gosto e o resultado disso são as vaias que acompanham a família em qualquer local público.

O estádio de futebol foi interditado, o Box Cinema foi interditado, a duplicação da BR-135 - única ligação rodoviária da Ilha de São Luís com o continente - teve a duplicação paralisada pelo TCU, pois a licitação preparada aqui tinha um sobrepreço de mais de R$ 50 milhões, com altíssimos preços na brita e em outros materiais controlados pela oligarquia. Ademais, os recursos que vieram para serem aplicados em obras de recuperação das áreas que foram alagadas em 2009 no estado passaram longe das vítimas da enchente e encheram os bolsos de muita gente que nunca esteve em nenhuma inundação. Já os alagados..

E até tornado chega aqui, que coisa...

Nada funciona, todos sabem, mas a farra continua e não se tem notícia de estados que levam a sério o setor turístico como o Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, que tenham patrocinado uma escola de samba do Rio de Janeiro para divulgar os seus estados. Isso mais parece tentativa desesperada de divulgação pessoal da família, tão mal avaliada nacionalmente pela opinião pública.

Mas, enfim, é carnaval e desejo alegria e paz para todos.