terça-feira, 18 de abril de 2017

A LISTA



Na terça-feira da semana passada fui avisado que meu nome constava em uma lista de pessoas que seriam investigadas por conta de delações da Odebrecht, autorizadas pelo Ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal. Os fatos eram referentes ao meu período como governador do Maranhão.

Naturalmente, fiquei surpreso, mas esperei para dar qualquer explicação só após conhecer do que se tratava. Procurei me lembrar de participação da empresa em questão realizando obras em meu governo e não me recordava de nenhuma.

Depois de inteirado, divulguei a seguinte nota:  O Deputado Federal José Reinaldo (PSB-MA) não foi referido por nenhum dos muitos delatores- “colaboradores” da Odebrecht, como dito no despacho do Ministro Edson Fachin, que apenas se referiram à suposta conduta do Procurador Geral do estado Ulisses Martins, quando eu exerci o cargo de Governador do Maranhão, mandato encerrado em 31 de dezembro de 2006. Mesmo sem essa menção, o Ministério Público Federal, segundo decisão do eminente Ministro Edson Fachin, resolveu requisitar a apuração, por ser “possível a conivência do então mandatário do Executivo, circunstância que demanda apuração aprofundada”. Como registrou também o Ministro Fachin, “apresentado o pedido de instauração de inquérito pelo Procurador Geral da República, incumbe ao Relator deferi-lo (...) não lhe competindo qualquer aprofundamento sobre o mérito das suspeitas indicadas”.

Embora surpreso com a inclusão do seu nome entre os investigados, o Deputado José Reinaldo mantém-se absolutamente tranquilo, confiante que a Justiça brasileira agirá conforme a lei e que o inquérito seja arquivado, sem o oferecimento de qualquer denúncia”, termina a nota.

Vida que segue, vamos em frente.

O Ministro da Defesa Raul Jungmann, acompanhado do Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Nivaldo Rossato, e comitiva, estiveram quarta-feira passada inspecionando o Centro Espacial de Alcântara. Em entrevista ao Jornal Pequeno, ele declarou que Estados Unidos, França, Rússia e Israel manifestaram interesse na formalização de parcerias com o Brasil para utilização do local. 

Esses acordos são comerciais e só serão levados em consideração se respeitarem a soberania do Brasil. Ele afirmou também que mantém contatos com a EMBRAER Defesa, a fim de que o conglomerado nacional, que é sócio na Visiona, junto com a Telebras, também fixe acordos com o Centro Espacial de Alcântara. A Visiona é a empresa que contratou o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC) junto à empresa francesa Thales. 

O Ministreo afirmou também que vai procurar o BNDES, para que o Banco possa apontar formas de fomento para o Centro. Também conversará com os responsáveis na Casa Civil da Presidência da República para equacionar as questões de natureza fundiária que ainda existem.

Além disso, um grupo francês esteve há duas semanas visitando o Centro de lançamento e o Ministro Jungmann afirmou, após a inspeção, que o Centro está em condições operacionais e pode lançar foguetes e satélites em prazo de uma semana. As palavras de Jungmann são de enorme importância para o Maranhão.

Esse Satélite Geoestacionário (SGDC), como explicado pelo Ministro, foi produzido na França, encomendado pela Visiona, cujos sócios são a Embraer Defesa e Telebrás, ao grupo francês Thales e se destina a objetivos de defesa e  comunicações, tendo sido desenvolvido com a participação de cerca de cinquenta engenheiros brasileiros. 

Esse satélite terá grande importância para o Brasil, pois um dos seus serviços é levar Banda Larga a todos os pontos do território brasileiro, como também informações vitais para a defesa do país. Para poder receber e interpretar os sinais do satélite, foram construídas estações de rastreamento com central em Brasília e estações em vários estados brasileiros. A bancada maranhense foi convidada pelo Comandante da Aeronáutica para conhecê-los, ocasião que se dará quando as imagens já estiverem sendo recebidas. 

Com essas instalações estaremos prontos para lançar satélites em órbita curta, o que permitirá, aí sim, imagens perfeitas do território brasileiro. Essas imagens servirão para a defesa, segurança, combate ao tráfico de drogas, armas, controle da floresta amazônica, poluição, urbanização, ocupação indevida, agricultura de precisão, controle de secas, catástrofes, cheias, desertificação, etc.

Acontece que o satélite deveria ser lançado pela França no mês março último em Kourou na Guiana Francesa, contudo, até hoje não foi lançado devido a uma greve no local. Isso acarretou grandes prejuízos ao Brasil, com a perda da janela de lançamento, o que garantiria a órbita prevista. Esse fato atrasou todo o programa brasileiro.

Dessa forma, acredito que esse fato despertou as autoridades brasileiras para o Centro de Alcântara e certamente o Ministro veio inspecioná-lo para se convencer de que esses lançamentos podem e devem ali ocorrem, já que em termos de localização estratégica - proximidade da Linha do Equador e do mar - temos um dos melhores Centros de lançamento do mundo.

Por esse motivo penso ter vindo o grupo francês conhecer Alcântara e as tratativas que faz Jungmann junto a Visiona e seus sócios Embraer Defesa e Telebras, para que seus projetos também usem Alcântara como base de lançamentos.
Considerando todos esses fatos e mais o chamamento do BNDES para criar linhas de fomento para o CLA e, ainda, o acionamento da Casa Civil para solucionar os problemas fundiários ainda pendentes, não tenho dúvidas de que o Centro parece renascer com força.

Esse ministro, amigo, deputado federal do PPS-PE, assumiu para valer o seu mister e segue um caminho que inicia uma grande janela de oportunidades para o Maranhão. 

Com a consolidação do nosso ITA, que será fundamental em tudo isso, temos um futuro promissor. 

Parabéns, Ministro Jungmann!