terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CUTRIM TEM RAZÃO

Na semana passada, um experiente ex-secretário de Segurança Pública do Maranhão, que exerceu o cargo em dois governos (no de Roseana e no meu), muito preocupado com a falta de comando no sistema de segurança do estado, declarou em discurso na Assembleia que o sistema estava fragilizado. Homem da base de apoio do atual governo de Roseana Sarney, Cutrim  resolveu dar um brado de alerta, inconformado com a falta de rumo do governo.

O ex-secretário e atual deputado estadual se baseou em fatos de maior gravidade: a ameaça de morte sofrida por um importante delegado de polícia que ganhou as manchetes dos jornais da semana passada. O delegado chefia inquéritos cujo conteúdo investiga suspeitos de crimes que tiveram mandados de prisão decretados e por essa razão, foi ameaçado. Raimundo Cutrim, o autor do alerta, atribui a audácia da ameaça à fragilidade do sistema de segurança do estado e, preocupado, comparou os tempos atuais com os do assassinato do delegado Stênio Mendonça, acontecido na Avenida Litorânea, às 11 horas da manhã do dia 25 de Maio do ano de 1997.

Roseana Sarney governava o estado havia 2 anos e o crime organizado não era combatido. Naquela ocasião, Cutrim assumiu a Segurança e colocou ordem no estado. Agora, novamente com Roseana no governo pelos últimos três anos, o temor do delegado e atual deputado estadual Raimundo Cutrim é de que o crime organizado tente novamente acuar o estado, sentindo a enorme fragilidade do sistema de segurança e do governo de Roseana.

Outro indicativo dessa fragilidade é que mesmo depois da PM voltar a trabalhar normalmente, a governadora pediu a prorrogação por mais noventa dias da Guarda Nacional no Maranhão, como se as forças policiais do estado não tivessem condições de dar combate à criminalidade e restabelecer a ordem no estado e necessitassem da presença e da permanência da Guarda aqui por mais tempo.

Realmente o que teria motivado esse pedido por parte da governadora? Ela não confia no Secretário ou não confia mais na Policia Militar e na Policia Civil do estado? O que estaria acontecendo? Ou é apenas mais um ato desconectado da realidade desse governo? Ela deve se sentir perdida para agir assim...

Logo, como não dar razão ao ex-secretário, quando enxerga a gravidade da situação em que tudo leva a crer que o governo está perdendo o controle para a criminalidade, chegando ao ponto de ocorrerem ameaças à vida de importantes delegados? E como fica a população, entregue a própria sorte e exposta aos bandidos?

Roseana parece não ligar para o que está acontecendo, a considerar o que diz um dos mais experientes especialistas em segurança pública do estado, e nesse caso mais uma vez deixa o barco correr para ver como é que fica... Ou melhor, prefere pedir para a Guarda Nacional ficar mais noventa dias ao invés de enfrentar o problema e de dar condições de trabalho para os policiais. Ela devia, e isso é fato, é explicar aos maranhenses o que pretende fazer. Desse jeito é que não pode ficar. 

Cutrim tem razão ao se preocupar com a fragilidade do sistema de segurança do estado. Os indicadores lhe dão inteira razão. Segundo o Mapa da Violência 2012, elaborado e divulgado na semana passada pelo Instituto Sagari, em São Paulo, o Maranhão despencou (também) na área de segurança e a queda foi enorme!

O responsável pela pesquisa Júlio Waiselfisz foi obrigado a chamar a atenção dos repórteres informando: “Em três estados, a evolução do crime com morte é assustador. Na Bahia, entre 2000 e 2010, os homicídios cresceram 332,4%, enquanto no Maranhão subiram 329,7% e no Pará, 332%. Pernambuco decresceu 20,2%, Rio de Janeiro caiu 42,9% e São Paulo caiu 63,2%”.

Com isso, em se tratando de taxa de homicídios por 100 mil habitantes, o Maranhão, que tinha a menor taxa em 2000 e ocupava o 27° lugar- o estado mais seguro do país - agora  ocupa o 21° lugar. Um horror, só explicado pelo abandono do estado à própria sorte, que é a característica principal do melhor governo da vida de Roseana Sarney. Uma mixórdia de ação governamental.

E como se não bastasse, o pior ficou reservado para São Luís. Em 2000, a capital estava em 24° lugar com 16,6 homicídios por 100 mil pessoas. Hoje, no entanto, é a quinta capital mais violenta do país, com 56,1 homicídios por 100 mil pessoas. Um absurdo. E a falta de responsabilidade e de governo vai entregando a cidade aos bandidos... A população vive acuada.

Agora, depois de ter sido deflagrada a primeira greve da Polícia Militar da história, e com o desmantelamento completo do sistema e a continuidade da greve da Policia Civil, é que não se pode mesmo esperar nada de bom deste governo. Alguém me responde o que faz mesmo Roseana Sarney?

Aliás, só para descontrair (se é que é possível) recentemente, andando pelo interior do Rio de Janeiro, encontrei três UPAs. Como Roseana insiste em informar à população maranhense que esse é um programa do seu governo e não do governo federal, que dá o dinheiro e o projeto, vai ver que ela não trabalha no Maranhão, está trabalhando no Rio...

Enquanto isso, na renda per capita, os dados mostram cruamente o desastre que acontece no Maranhão. Em 2011 seremos o estado com a menor renda per capita do país, como era no último governo de Roseana. ‘Eita’ governo bom... Bom para quem?

É urgente mudar, o Maranhão não aguenta mais. De 2014 não passa.

O sentimento de Imperatriz está disseminado no estado.

A todos os meus cumprimentos de Feliz Natal! Que possamos, por enquanto, ao menos em nossos corações, alimentar a esperança de dias melhores. Um forte e carinhoso abraço.