A população maranhense que nas eleições do ano passado fez a opção por
mudanças e passou por cima do desejo de parte da classe política ainda engajada
ao governo anterior, elegendo Flávio Dino governador do Maranhão, não se
decepcionará com o governo que ele já faz e o legado que deixará. Acredito
piamente nisso. E essa também foi a impressão geral entre todos os deputados
federais que estiveram por quase cinco horas no Palácio dos Leões, participando
de um debate democrático, amplo e aberto com o mandatário máximo do estado.
A impressão que todos tiveram foi a melhor possível, ao assistirem a
exposição sobre os principais programas e ações lançados nesses dois meses
iniciais do governo, em que Flávio enfrentou toda a sorte de dificuldades
financeiras recebidas do governo anterior e também decorrentes da crise fiscal
do governo federal.
O chefe do governo maranhense tem uma particularidade rara entre
governantes: ele lê com atenção todos os documentos de trabalho que lhe chegam às
mãos e – como o homem reconhecidamente muito inteligente que é – consegue tirar
desses documentos aquilo que é importante para o que traçou como objetivo do
seu governo. E também estimula os interlocutores, sejam eles secretários ou
dirigentes de órgãos, a se aprofundarem no estudo dos programas que expõem. Dessa
forma, todos puderam constatar que os programas apresentados foram bem
estruturados, como, por exemplo, o importante e necessário Mais IDH, que concentrará
um grande esforço do governo para retirar os trinta municípios maranhenses que
constam da lista dos municípios brasileiros com os piores indicadores. Isso
representará uma substancial melhora no nível de saúde, renda e educação desses
municípios, concorrendo fortemente para excluir o Maranhão dessa nefasta lista.
A clareza das ações, que parecem bem discutidas, agradou em cheio e
impressionou os deputados presentes. Houve também uma descrição das Medidas
Provisórias já remetidas e aprovadas pela Assembleia, destacando-se a que
garante a defesa a ser feita pela Procuradoria Geral do Estado aos policiais
militares, em ações judiciais ensejadas por fatos ocorridos em serviço.
Trata-se de uma das mais justas ações em favor de homens que cumprem a nobre
função de defender a sociedade de toda sorte de criminosos.
Coube aos deputados Waldir Maranhão, primeiro vice-presidente da Câmara,
e Pedro Fernandes, Coordenador da Bancada, darem a notícia de que o Maranhão
finalmente terá corrigido o seu per-capita da saúde, que era o mais baixo do país,
e agora ficará no batalhão intermediário, já com essa correção estabelecida no Orçamento
da União para 2015. Este foi um trabalho que contou com o apoio integral da
bancada.
Além disso, dentre tantos assuntos de enorme interesse que estavam
sendo expostos, chamou muito a atenção de todos a explanação proferida por
Marcos Pacheco, Secretário de Saúde. Ele mostrou a todos, sem tergiversações
desnecessárias, que o nosso sistema de saúde baseado na construção e manutenção
de hospitais estava na contramão da política nacional de saúde, que privilegia
a prevenção e não só a medicina curativa, já que, muitas das vezes, as doenças
ocorrem pela ausência total de medidas de prevenção, estas, sim, dentro dos
objetivos do sistema nacional e que podem ser financiadas pelo governo federal.
A atual “política” de saúde do estado é extremamente cara e não pode
ser financiada. Com efeito, a população induzida durante anos a pensar que que
o importante é ter um hospital em cada município, muitas vezes funcionando
precariamente e sem resolver nada, precisa ser convencida, a partir dos
prefeitos, da importância de uma eficiente medicina preventiva, moderna,
apoiada por centros de imagem e laboratórios que possam evitar as doenças sem prescindir
necessariamente de internações hospitalares em todos os casos. E podendo
receber financiamento federal.
Dessa forma, os hospitais regionais, bem estruturados e em pleno
funcionamento, receberão os casos de internação hospitalar. Os casos locais serão
atendidos em centros de saúde bem equipados e igualmente funcionando. Pacheco, em
sua explanação, chamou a atenção ainda para o grande índice de mortalidade
infantil motivado pela falta de um tratamento neonatal bem feito. Isso hoje está
ausente e longe do alcance das mães na maioria dos municípios do interior. Dessa
forma, com as medidas em curso, a possibilidade das mães terem acesso a
acompanhamento neonatal eficiente mudará por completo esse indicador no estado.
Depois das exposições, coube aos deputados iniciarem um debate com
muitas sugestões ao governador, que participou ativamente de toda a programação.
O que ficou dessa primeira reunião é a comprovação de um grande
amadurecimento político que chegou também à bancada federal do Maranhão. Isso não
significa que não haverá mais oposição. Significa, sim, que acima de tudo está
o Maranhão. Existe um consenso entre os deputados de que o estado não pode
perder mais tempo com idiossincrasias políticas menores.
Esse novo tempo da Câmara Federal é fundamental para o soerguimento do
Maranhão.
Antes de tudo, agora, o interesse maior da população maranhense.