terça-feira, 7 de agosto de 2012

O CULPADO É O OUTRO


A oligarquia trabalha sem culpas. É assim que funciona. Nunca são culpados de nada, óbvio. Seja qual for o problema, seja qual foi o mal feito, seja qual for o desastre que causaram ou o prejuízo imposto à população, sempre acusam um culpado, que, por óbvio, é da oposição. Todos os dias temos exemplos dessa má conduta evasiva. Ao mesmo tempo não reconhecem nenhum problema, ou seja, o Maranhão sempre está “bombando”.

O chefe do clã atribui todas as notícias negativas sobre o estado a um letreiro no estilo outdoor colocado na frente do Congresso Nacional em Brasília. Aquele papel devia conter alguma mágica, pois a partir daí até revistas de Londres e jornais de New York colocaram notícias comparando o poder do senador, que foi até presidente da República, e o estado de penúria e miséria em que vive mais da metade da população do Maranhão. Um homem muito poderoso em todos os governos que se sucederam no país, presidente inúmeras vezes do Senado, em contraste com os indicadores do IBGE, que nos remetem ao último lugar entre todas as unidades federadas nos quesitos pobreza, escolaridade,  analfabetismo, tudo.

O letreiro tinha um motivo muito forte para estar ali naquela ocasião. Uma mão poderosa e misteriosa não deixava aprovar um contrato de empréstimo do Banco Mundial exatamente para combate à pobreza, que mofava no Senado. Estava já há três anos nas gavetas ilustres do congresso e aquela foi a ofensiva que pretendia sensibilizar os senadores da urgência da aprovação do empréstimo, parado sem motivo real naquela Casa. E funcionou, pois junto com o protesto dos trabalhadores rurais feito nas galerias do plenário do senado, um sentimento de justiça que levou a aprovação foi criado.

Mas o chefão, que é dono de um império de comunicações, foi vencido na comunicação por um único outdoor. Incrível o poder daquele instrumento, pois até hoje a imagem do Maranhão só fez se agravar com as administrações de Roseana Sarney, segunda em importância na hierarquia do clã. Incrível!

A força daquele outdoor estava na verdade que ele continha. As estatísticas federais não deixam qualquer dúvida sobre isso e mesmo o grande poder e prestígio do senador nas altas esferas do país torna-se pequeno ante a pobreza e penúria da população maranhense. Não há como desmanchar essa verdade sem trabalho dedicado e competência em favor do povo do Maranhão. Mas primeiro é preciso reconhecer essa realidade triste e isso a oligarquia não quer fazer e não fará mesmo. E sem aceitar a realidade, nada que digam a mudará. Não tem jeito.

Domingos Freitas Diniz mostrou em sua representação a Assembleia Legislativa contra a governadora Roseana a total irresponsabilidade e incompetência do governo na gestão do sistema de água e esgoto da capital. Mostrou todos os atos, todos proclamados com grande estardalhaço, que apenas perpetuam esse grave problema. Desde a decretação de estado de emergência em 2009, que não resultou em nada até os dias de hoje. Embora não faltassem concorrências públicas, avisos de contratação de empresas, datas em que as obras ficariam prontas, etc.

O impressionante trabalho de Domingos Freitas Diniz, um homem sério, competente e independente deixou sem resposta o governo. O que poderiam dizer? A única coisa que tentaram dizer é que a culpa é de governos anteriores, como se Roseana não tivesse ocupado o governo por quase 11 anos e tenha sido ela quem causou tudo isso, ao ter uma licitação de seu segundo governo anulada pelo TCU, que acabou por proibir a colocação de recursos federais no orçamento da união até há pouco tempo.
Quando Roseana saiu do governo em 2002, o estado estava sem capacidade de pagamento, não podia contratar empréstimos e, como os recursos federais não podiam ser alocados, só nos restava fazer a manutenção do sistema. E isso foi feito com muito esforço e dedicação da Caema. 

Como deixei o estado com grande capacidade de investimento, hoje não falta dinheiro. Empréstimos, este atual governo já tirou vários que ascendem a cifras superiores a 2 bilhões de reais. Portanto dinheiro não falta, mas falta competência, responsabilidade e vontade.

Hoje a situação é gravíssima e, ironicamente, dependemos do sistema do Sacavém, construído por Newton Bello há mais de cinquenta anos.

O sistema de esgoto não existe e as duas estações de tratamento construídas no meu governo não estão funcionando, os rios e as praias estão contaminados por coliformes fecais e o secretário diz que vai contratar mais exames, desacreditando o próprio governo do qual faz parte e que faz os exames obrigado pela justiça federal.

Será que vão aparecer exames demonstrando que daqui para frente está tudo resolvido e as famílias podem tomar banho de mar à vontade e sem perigo de contaminação? Tudo é possível nesse governo... Agora, resolver o problema mesmo, de verdade, nem pensar!

De fato, esses problemas só estarão resolvidos quando o sistema voltar a ser operado pela Prefeitura de São Luís, pretensão do prefeito João Castelo para seu segundo mandato. O resto é perfumaria...