segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lobão e aliados montam esquema para ter domínio sobre Serra Pelada

Projeto de retomada da exploração do garimpo ganhou força quando senador esteve no comando do Ministério de Minas e Energia, e envolve um emaranhado de empresas abertas no Brasil e no Canadá, além de pagamentos suspeitos a cabos eleitorais

Leonêncio Nossa e Rodrigo Rangel - O Estado de S.Paulo

Uma operação articulada pelo senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão está por trás do projeto de retomada da exploração de ouro no lendário garimpo de Serra Pelada, no sul do Pará.

A operação envolve pagamentos suspeitos a cabos eleitorais de Lobão e um emaranhado de empresas - algumas de fachada - abertas no Brasil e no Canadá.

O projeto de retomada da exploração do garimpo ganhou força quando Lobão esteve no comando do ministério, de janeiro de 2008 a março deste ano.

Com aval do governo, a exploração será feita pela Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, empresa criada a partir de um contrato entre a desconhecida Colossus Minerals Inc., com sede em Toronto, no Canadá, e a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que reúne 40 mil garimpeiros e detém os direitos sobre a mina.

Este ano, por duas vezes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a programar visita a Serra Pelada para anunciar a reabertura do garimpo. Mas as duas viagens foram canceladas de última hora.

Nas palavras de um auxiliar do presidente, a desistência se deu porque o Planalto avaliou que o acordo com a Colossus é prejudicial aos garimpeiros. "Os leões querem ficar com todo o ouro", disse o assessor.

Por ordem da presidência, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o ministério tiveram de firmar um termo de compromisso com a Colossus em que a empresa canadense se compromete a ajustar cláusulas do contrato com potencial de prejuízo aos garimpeiros. Até o fechamento desta edição nada havia mudado.

Como senador e depois como ministro, Lobão atuou pessoalmente em várias frentes, dentro e fora do governo, para possibilitar o negócio. Primeiro, operou para formalizar a Coomigasp como proprietária do garimpo.

Nos bastidores, ainda em 2007, como senador, Lobão atuou para conseguir que o governo federal convencesse a Vale, até então detentora da mina, a transferir à cooperativa seus direitos de exploração de ouro e outros metais nobres em Serra Pelada.

A Vale submeteu a proposta a seu conselho de administração, que concordou em atender ao pedido de Brasília e, em fevereiro de 2007 assinou um "termo de anuência" repassando à cooperativa dos garimpeiros o direito de explorar a mina principal.

No ano passado, já com Lobão ministro, o governo fez nova gestão em favor do negócio e obteve da Vale os direitos sobre mais 700 hectares de Serra Pelada.

Ao Estado, o secretário de Geologia e Mineração, Claudio Scliar, que elogia o desempenho de Lobão na condução da reabertura de Serra Pelada, admitiu ser amigo de geólogos brasileiros que integram o comando da Colossus, como Pérsio Mandetta, Darci Lindenmeyer e Augusto Kishida. "O Darci chegou a ser meu chefe no passado", diz.

Controle

Garantido formalmente o direito da Coomigasp de operar no garimpo, Lobão lançou outra ofensiva. Desta vez, para tomar o controle da cooperativa. Num processo conturbado, marcado por ações judiciais e violência, garimpeiros do Maranhão ligados ao ex-ministro conseguiram assumir a Coomigasp.

É justamente nessa época que surge a Colossus. A proposta de contrato com a empresa foi aprovada a toque de caixa pelos associados da cooperativa. Pelo acerto, a Colossus entra com capital e tecnologia e a cooperativa cede seus direitos sobre a mina.

Pesquisas autorizadas pelo DNPM indicam haver pelo menos 20 toneladas de ouro no subsolo de Serra Pelada. Geólogos com acesso às sondagens mais recentes afirmam, porém, que a quantidade pode passar de 50 toneladas.

O potencial de sucesso da mina é a principal razão da trama. Um ex-funcionário do gabinete de Lobão no Senado encarregou-se de articular e defender o contrato com a Colossus. Antonio Duarte, que se apresenta como assessor do ex-ministro, chegou a criar uma entidade, a Associação Nacional dos Garimpeiros de Serra Pelada (Agasp-Brasil), para funcionar como linha auxiliar da Coomigasp na defesa do consórcio.

No escritório em Brasília que serve como sede da Agasp e sucursal da Coomigasp, fotos de Lobão na parede evidenciam a relação de proximidade entre o ex-ministro e os encarregados de tocar o negócio com a empresa canadense.

"Quem é contra esse projeto é contra os garimpeiros", diz Raimundo Nonato Ramalho, de 77 anos, vice-presidente da Agasp, apontando para um dos quadros de Lobão. "Esse aí é o nosso patrono, o melhor ministro de Minas e Energia que o Brasil já teve porque conseguiu reabrir Serra Pelada."

Antônio Duarte, o presidente da associação, não é o único egresso do Senado. Na joint venture surgida da associação da Colossus com a Coomigasp, há outro ex-funcionário da Casa, o advogado Jairo Oliveira Leite. Também ligado a Lobão, Leite representa a cooperativa de garimpeiros na direção da companhia.

Além de facilitar o negócio a partir do cargo, o ex-ministro e candidato à reeleição ao Senado chegou a participar pessoalmente das articulações em torno do negócio. O Estado teve acesso a um vídeo que mostra Lobão, no ministério, reunido com representantes da Colossus e da Coomigasp para tratar da parceria.

Lama

Apesar do discurso de que o consórcio com a Colossus traria bons resultados, o texto inicial do contrato firmado entre a cooperativa e a empresa canadense já indicava prejuízo para os garimpeiros: eles ficam, literalmente, com a lama da mina e com uma fatia menor do lucro.

A Colossus já entrou na sociedade com 51% de participação na nova empresa. A Coomigasp ficou com 49%. Pouco depois, sempre com a anuência dos diretores da cooperativa ligados a Lobão, a Colossus conseguiu ampliar sua participação para 75%.

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Pesquisas Eleitorais

Faltando setenta dias para as eleições gerais de 2010 o jornal “O Estado do Maranhão” publicou hoje pesquisa de intenção de votos para governador do estado feita pelo Instituto Escutec.

Na pesquisa a candidata do PMDB, Roseana Sarney, vem em primeiro lugar com 50,4% das intenções de voto; seguida pelo ex-governador Jackson Lago, do PDT, com 25,8%; de Flávio Dino, do PC do B, com 16,8%; de Saulo Arcangelli, do PSOL, e Marcos Silva, do PTU, com 0,8% cada; e de Marcos Igreja, do PCB, com 0,4%.

A pesquisa foi feita entre os dias 19 e 22 de Julho e ouviu 1.050 eleitores, com margem de erro de 3% para mais ou para menos.

Até aí até que poderíamos aceitar esses números por alguns motivos:

1 – Roseana é candidata à reeleição e está usando a máquina administrativa do governo estadual a seu favor;

2 – A influência política de seu grupo, de seu pai, da força dos convênios recentemente assinados com mais de uma centena de municípios (mais de R$ 1 bilhão) e da pressão e chantagem política explícita, via aprovação ou não de contas no TCE;

3 – A ameaça de retirar programas sociais do Governo Federal e ou diminuição de repasses federais para os municípios;

4 – A utilização em larga escala da popularidade do presidente Lula e o conseqüente monopólio sobre a candidatura de Dilma Roussef;

5 – O investimento maciço em propaganda, principalmente na TV Mirante/Globo, sendo que uma só empresa de comunicação, a VCR, recebeu em 2010 cerca de R$ 24 milhões; e

6 – A contratação por R$ 12 milhões do publicitário Duda Mendonça, o mais competente profissional de marketing eleitoral do Brasil.

Com todos esses ingredientes somados, era de esperar que Roseana tivesse neste momento da campanha entre 44% e 51%.

Além dos seis motivos que sustentam sua liderança atual nas pesquisas, somam-se alguns fatos negativos que estão influenciando as campanhas dos dois principais oposicionistas de Roseana.

O ex-governador Jackson Lago está com o registro de sua candidatura sub judice na Justiça Eleitoral. Esse fato está inibindo a captação de recursos financeiros junto a empresários maranhenses e de fora do Estado para viabilizar o arranque inicial da campanha eleitoral da coligação “ O Maranhão é maior”, formada pelo PDT, PSDB e PTC.

Ninguém desconhece que as viagens para o interior do Estado de carro, avião e, às vezes, até de helicóptero, organização de carreatas e comícios, material gráfico, gravação de programas de tv e rádio, gravação de jingles e músicas, manutenção de sites e campanha na internet, aluguel de comitês eleitorais e carros de som, alimentação, combustível e contratação de motoristas custa muito dinheiro.

Já o candidato Flávio Dino, da coligação “Muda Maranhão”, formada pelo PC do B, PSB, PPS e da maioria do PT do Maranhão, marcadamente antisarneysista, padece da mesma carência de recursos financeiros da campanha de Jackson.

Além disso, o candidato Flávio Dino ainda é desconhecido da maioria do eleitorado maranhense, que já passou dos quatro milhões de eleitores.

Mentiras do Sistema Mirante

Mas a minha concordância com o conteúdo da matéria publicada hoje na página 3, do “estado do Maranhão”, assinada por Marco Aurélio D’Eça, termina por aí.

A matéria manipula grosseiramente dados da pesquisa e mente descaradamente nos seguintes tópicos:

1) “Em São Luís, (Roseana) tem 45,4% das intenções de votos, seguida de Flávio Dino com 30,4% e de Jackson Lago com 15,5%...”.

Comentário do blog: Depois dos quatro candidatos da base aliada de Roseana (Raimundo Cutrim, Gastão Vieira, Pedro Fernandes e Waldir Maranhão) terem obtido juntos um pouco menos de 8% dos votos para prefeito da capital em 2008; da governadora biônica Roseana Sarney ter confiscado R$ 150 milhões das contas da prefeitura que seriam utilizadas em obras de grande porte na cidade; e do completo desmantelo no setor de saúde pública da capital promovido pelo doidivanas Ricardo Murad, que inclusive impediu a cessão de qualquer terreno pertencente ao estado para a construção do terceiro hospital de urgência e emergência de São Luís, o jornal da família afirmar que Roseana tem 45,4% na capital é de matar de rir.

Quem está na frente na capital é o candidato do PC do B, Flávio Dino, seguido de Jackson Lago.

Apesar dos problemas e erros na condução da greve dos professores estaduais e dos policiais civis quando era governador, a população sabe que foi Lago quem dinamizou os setores de saúde e de educação públicos nos três mandatos do pedetista.

Se Jackson não tivesse o reconhecimento de seu trabalho em prol da cidade e de seus moradores, sobretudo, os mais pobres e humildes, ele não seria reeleito prefeito duas vezes, não elegeria Conceição Andrade em 1992, e Tadeu Palácio em 2004 e nem ajudaria João Castelo a ser eleito em 2008.

Isso sem falar da esmagadora votação de Jackson na capital nas eleições para governador em 2002 e na verdadeira surra eleitoral que ele deu em Roseana nos dois turnos da eleição de 2006.


2) “...Roseana vence a disputa em todas as regiões do Estado...Em todas demais regiões (além de São Luís) os índices da governadora superam o patamar dos 50%...),

Comentário do blog: Da forma como o texto está escrito sem tem a falsa idéia de que Roseana tem mais de 50% em Imperatriz, Caxias, Timon, Bacabal, Açailândia e Porto Franco, entre outras cidades.

Em Imperatriz e Timon quem lidera é Jackson Lago e em Caxias é Flávio Dino. Roseana vai mal nas três cidades e sua recente visita a Presidente Dutra e Pinheiro comprovam a falta de entusiasmo com que a governadora biônica é recebida em muitas cidades do interior.

Só não observa isso quem não quer ou está mal intencionado para tentar manipular a opinião pública.

3) “...A Escutec, instituto que mais se aproximou do resultado oficial nas eleições de 2006, ouviu 1.050 entrevistados nos dias 19, 20, 21 e 22 deste mês...”.

Comentário do blog: Por que a matéria do jornal da família Sarney não disse em quantas e quais cidades a pesquisa foi realizada?

Em qualquer ponderação utilizada, o número de entrevistados tem que respeitar obrigatoriamente a proporcionalidade da população daquela cidade em relação
à população total do Maranhão.

Não passa de mera manipulação grosseira de dados você entrevistar cem moradores de cidades pequenas onde Roseana venceu com folga em 2006 e não entrevistar, por exemplo, um número de entrevistados em São Luís, em Imperatriz, Caxias e Timon que represente corretamente o porcentual da população daquelas cidades sobre a população total do Maranhão.

4) Por que será que a matéria de “O Estado do Maranhão” não divulgou os índices de rejeição de cada um dois seis candidatos a governador?

Comentário do blog: Será que os dados sobre rejeição dos candidatos a governador do Maranhão não foram publicados porque a pesquisa Escutec confirmou o que todo mundo já sabe há bastante tempo: o nome de Roseana e o sobrenome Sarney têm um altíssimo índice de rejeição junto à população do Maranhão.

5) “...para 65,8% dos entrevistados o governo de Roseana é bom ou ótimo... A avaliação positiva é ainda maior em São Luís. Somam 70,1% os eleitores que consideram boa (54,1%) ou ótima (16%)...”.

Comentário do blog: Este dado é outra falácia da matéria. No jornal o quadro da avaliação do governo de Roseana é publicado ao lado do quadro de avaliação do presidente Lula.

Comparam-se os índices de aprovação dos dois governos (soma do conceito ótimo com o conceito bom) para iludir um leitor mais incauto e passar a idéia falsa de que o governo de Roseana tem um desempenho parecido com o de Lula.

Só que o governo de Lula é considerado ótimo por 51% dos entrevistados e bom por 45,7%. Já o governo de Roseana é considerado ótimo por 14,8% dos entrevistados e é considerado bom para 51%.

Singela diferença, não é?

E mais: Enquanto 2,9% dos entrevistados consideram o governo de Lula ruim (1,8%) ou péssimo (1,1%), esse número sobe para 32,6% (13,5% de conceito ruim e 19,1% de conceito péssimo) na avaliação do governo de Roseana Sarney.

Que diferença, não é?

E para terminar esta matéria vou republicar as informações sobre uma pesquisa do Instituto Exata veiculada no mês de Junho de 2006.

A pesquisa foi publicada com grande destaque pelo mesmo jornal “ O Estado do Maranhão”, dias antes da realização das convenções partidárias que definiram os candidatos a governador que disputariam aquela eleição.

Na pesquisa realizada só em São Luís, Roseana liderava com cerca de 50% das intenções votos, seguida de Jackson com 30%, Vidigal com 4% e Aderson Lago com 2%. Ou seja enquanto Roseana tinha 50% das intenções de voto na capital, os outros candidatos de oposição (Jackson, Vidigal, Aderson e Bentivi) tinham meros 37% das intenções de voto.

No dia 19 de outubro de 2006, em plena campanha no segundo turno das eleições de 2006, o jornal da família de Roseana publicou outra pesquisa da Exata que apontava Jackson na liderança com 51,5% e Roseana com 48,5%, números próximos do resultado oficial uma semana depois.

Mas como não podia deixar de ser, a Exata afirma ter feito a seguinte pergunta aos seus entrevistados: quem você acha que vai ganhar as eleições para governador do Maranhão?

O jornal publicou a seguinte resposta: 55% dos entrevistados achavam que Roseana venceria, 30% indicavam a vitória do pedetista e 15% não sabiam ou não quiseram responder.

Em Abril ou Maio de 2006 a Exata fez uma pesquisa que apontava cerca de 70% de intenção de votos para Roseana Sarney!

É como dizia minha avó Esther quando lia jornais do Rio de Janeiro que chegavam com um ou dois dias de atraso em Caxambu, no Sul de Minas Gerais: “O papel do jornal aceita cada mentira cabeluda..”

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domingo, 25 de julho de 2010

Por que quero ser Senador pelo Maranhão

Sabemos todos que a força que garantiu poder à oligarquia durante todos esses longos anos foi o completo domínio do Senado por Sarney. Elegendo a totalidade da representação do estado do Maranhão, ele tinha campo livre para fazer o que queria. É a partir do Senado que ele, José Sarney, controla o governo federal e o próprio Lula, o que lhe permite grande poder de manipulação política e influencia em todas as instituições da federação.

Do Senado é que vem o poder de manipular partidos políticos, como é exemplo o PT, que teve que voltar atrás de uma decisão de coligação com o PCdoB, tomada em eleição interna por maioria de votos. É do Senado que José Sarney adquiriu forças para retirar do cargo um governador eleito e colocar em seu lugar a sua filha, perdedora das eleições. Isto por meio de uma violência à Constituição, pois esta manda fazer novas eleições em situações semelhantes. Entretanto, a controversa decisão anulou todos os votos que foram dados a Jackson Lago, concedendo o cargo de governador do Maranhão a Roseana Sarney. Um verdadeiro golpe de estado jurídico tentado pelo TSE, como declarou o ex-ministro daquela mesma corte, Francisco Resek.

Hoje tenho a certeza de que, se tivéssemos eleito um senador em 2006, o senador José Sarney não teria conseguido tirar Jackson Lago do governo. O senador da oposição teria forças para impedir a manipulação do Senado.

Assim, o que não pode continuar ocorrendo é o nosso estado eleger todos os senadores do estado de um mesmo grupo político, oligárquico, que domina o Maranhão há mais de 40 anos e só trouxe pobreza e atraso a nossa população.

A decisão que me leva hoje a concorrer ao Senado nasceu quando ainda estava no governo do estado. Eu sei o que passei para aguentar e resistir numa gestão em que não contei como nenhum senador ao meu lado. Primeiramente, Sarney conseguiu a anuência de Lula para cortar toda e qualquer ajuda voluntária ao estado. Depois partiu para me isolar politicamente, conseguindo de Lula o apoio para a proibição - que realmente aconteceu - da visita ao Maranhão por parte de qualquer ministro de estado do seu governo.

Mas não ficou apenas nisso. Conseguiu fazer com que a Vale e a Baosteel (chinesa) paralisassem todo o processo em andamento acelerado, com todos os acordos assinados em Xangai, da instalação de uma imensa planta siderúrgica no Maranhão, consumando um crime contra a população do estado e impedindo o seu crescimento industrial. Tudo porque não admitia que esse projeto fosse instalado durante meu governo. E como a pior de suas retaliações a mim, mas perversamente também a todo o Maranhão, José Sarney tentou segurar durante três anos a autorização para a assinatura de um contrato de US$ 30 milhões entre o nosso estado e o Banco Mundial destinados ao combate à pobreza, que tanto o governo federal, quanto a diretoria daquela instituição financeira já haviam autorizado.

Mesmo assim, foi necessário conquistar a atenção dos senadores de outros estados do país, por intermédio da mobilização de milhares de pessoas, primeiramente desfilando em ruidoso protesto pelas ruas de São Luis e, em seguida, fazendo-se presentes em grande alarido nas galerias do Senado, para que estes passassem a exigir a imediata aprovação do contrato.

E isto se deu em uma memorável tarde, em que um apoplético José Sarney vociferava aos microfones que o dinheiro proveniente do empréstimo, mesmo sendo aprovado, não sairia. Felizmente, saiu e melhorou a vida, diminuindo a pobreza de muita gente do meio rural no Maranhão. No entanto, o que ficou deste evento, foi a revelação genuína, por inteiro, do total descompromisso daquele senhor com as causas do Maranhão.

E eis que agora surgiu outra chance para os senadores do Maranhão mostrarem um pouco mais de consideração conosco. Vejam que, há pouco mais de um mês, o Senado votou um importante projeto que pretende distribuir igualmente por todos os estados os royalties da extração do petróleo do Pré-Sal, que hoje vão basicamente para Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ao corrigir essa distorção já histórica, o Maranhão receberia na nova partilha cerca de R$ 1,740 bilhões por ano. Quem poderia ficar contra isso aqui? Podem se surpreender: os senadores do Maranhão.

Esses senhores votaram contra a nova partilha, votaram a favor do Rio de Janeiro, e não do Maranhão, como se fossemos nós os ricos, e não o contrário, e que não tivéssemos o que fazer com tanto dinheiro extra...

E sabem por quê? José Sarney, atual presidente do Senado, colocou esse projeto em pauta para votação, contrariando o governo federal, que pretendia agradar o governador do Rio e não votar em período eleitoral um uma iniciativa como essa, cujo resultado não se pode controlar.

O motivo de Sarney contrariar o governo consistiu unicamente em afirmar o seu poder perante o PT, que iria se reunir para tentar mudar a decisão estadual do partido em coligar-se com Flávio Dino e não com sua filha Roseana. Assim, resolveu dar uma demonstração de que a sua independência poderia criar muitos problemas para o governo e que era bom que fizessem o que ele queria.

Como de costume, para concretizar a mise-en-scène, mandou então os senadores do estado votarem contra os interesses do Maranhão, demonstrando assim sua lealdade (virtual) ao governo. Aqueles, quais cordeirinhos, votaram contra o estado e a favor do oligarca. Perderam, felizmente, mas o processo de votação ainda não está concluído.

É a esses senadores que está entregue a defesa dos interesses maiores do estado. Pasmem! E essa é só uma demonstração a mais do que a posição dessa gente, como senadores, pode acarretar ao nosso estado...

É por isso que peço a ajuda de todos os que gostam do Maranhão para me darem o seu voto, pois comigo no Senado, nunca mais fatos como esse acontecerão de novo.

Vou defender o Maranhão, o governo de Flávio Dino, para que ele não precise passar o que passei. E mais: defenderei os legítimos interesses do povo do Maranhão, enfrentando os desmandos e manipulações no Senado, que tantos prejuízos causam ao Maranhão.

Para que tivéssemos chances de ganhar em 2006, sacrifiquei o projeto natural de todo governador em final de mandato, que é a sua candidatura ao Senado. Interrompi minha carreira política, mas agora é hora de retornar. Depois de quatro anos sem cargos no governo e sem mandato eletivo, não silenciei. Agora, com a ajuda de vocês, quero continuar somando aos esforços de luta pelo ideal de todos nós, que queremos um Maranhão livre, democrático, forte e com oportunidades para todos.

Junto-me de novo a essa luta!

ZÉ REINALDO 400