O estado do Maranhão, hoje tão depreciado por causa de seus
indicadores sociais e da pobreza da maioria de sua população, é, na verdade,
muito privilegiado pela natureza que foi pródiga em dotar de recursos naturais
abundantes o nosso imenso território. Território cuja extensão equivale a da
Alemanha, possuímos imensos recursos hídricos perenes distribuídos em todas as
nossas regiões. A natureza nos fez uma síntese do Brasil, pois aqui temos áreas
que representam boa parte dos biomas nacionais, como o cerrado característico
do centro do Brasil, uma pré-Amazônia característica do Norte e porções dos
biomas do semiárido e do litoral nordestino.
Isso nos deu uma imensa região produtora de grãos, que produz muito, mesmo
ainda carente de infraestrutura, além de diversos outros tesouros naturais que
fazem dessa região uma das mais atrativas do país. Um desses imensos tesouros é
o potencial que temos – imenso – de produzirmos energia renovável. Tão grande e
tão completo que nos torna o único estado brasileiro capaz de produzir energia
eólica, solar, das correntes de marés, de biomassa e do gás natural. Quem mais
dentro os estados brasileiros apresenta repertório tão grande? Nenhum!
As empresas perderam o medo do Maranhão,
como tinham no passado recente, e estão se preparando para investir aqui. Nossa
localização geográfica nos colocou próximos do Canal do Panamá, porta do oceano
Atlântico para os grandes países da Ásia, maiores compradores mundiais de
commodities e de outros bens.
Na Câmara, sou titular da Comissão de Minas e Energia e suplente das
de Transporte, Pacto Federativo e Gás Natural. Não me interessei pelas
comissões mais políticas e estou dedicado a ajudar o Maranhão nas que acho mais
adequadas para o nosso desenvolvimento.
Na sessão da Comissão de Minas e Energia de quarta-feira passada, consegui
separar os temas para uma audiência pública que envolviam energias renováveis
com o gás natural e agora, além das de energia renovável, teremos uma só para o
gás natural, assunto de enorme interesse para o nosso desenvolvimento, pois
temos que garantir que o nosso gás também esteja disponível para a construção
do gasoduto que trará o gás de Santo Antônio dos Lopes para o Porto do Itaqui,
consolidando, assim, o nosso desenvolvimento industrial com a oferta de energia
barata.
Preocupa-nos também o enorme fluxo de veículos, caminhões pesados que
demandaram ao Itaqui e ao Tegram (terminal de grãos). Serão centenas de
caminhões que chegarão a São Luís diariamente, causando grandes transtornos e
engarrafamentos. É urgente a elaboração de um plano de logística para o Maranhão,
com estudo aprofundado dessas situações que por si só poderão retardar o nosso
desenvolvimento e tornar bem mais difícil a solução desses problemas. Temos que
ter instalações para receber os piques sazonais de carga, diluindo no tempo o
seu transporte para o porto, racionalizando o sistema e permitindo controlar os
momentos difíceis. O progresso rápido traz grandes problemas que precisam ser
enfrentados antes.
O ritmo atual da Câmara dos Deputados é muito forte, com votações
nominais em todos os dias, intercalando com as seções das Comissões setoriais,
onde tudo passa antes de ir para a decisão no plenário.
A situação do país é muito ruim, todos sabem, mas é a hora de
prepararmos os projetos importantes para o desenvolvimento do Maranhão. Nesta
semana estaremos com o Ministro dos Portos em Brasília e na sexta estaremos
todos em Imperatriz com o Superintendente do DNIT e o Presidente da Caixa
Econômica. Toda a bancada participará em conjunto com a Famem.
Também já estou de posse dos estudos preliminares para a instalação do
Instituto Tecnológico da Aeronáutica do Nordeste em Alcântara. Vamos discuti-lo
com a bancada e começar a luta por sua instalação aqui. Em artigo futuro descerei
aos detalhes do estudo.