terça-feira, 30 de abril de 2013

ABANDONANDO A CRIA?


Fidelidade não existe no grupo Sarney. Só o que realmente importa é o interesse da família, que não vive sem poder e que, fiel a esse princípio, ninguém mais tem importância, se não tiver o sobrenome da família.

Todos sabem que Jorge e Roseana convenceram Luís Fernando, então prefeito de São José de Ribamar, a deixar o cargo para o qual havia sido eleito e assumir a Secretaria da Casa Civil e ser o candidato do governo ao governo do estado. Foi uma jogada destrambelhada, porque deixou muito evidente a motivação palaciana e dividiu o grupo irremediavelmente, já que Lobão se considerava naturalmente o candidato do grupo, sem contestação. Claro, afinal foi eleito senador com uma votação maior do que a da própria governadora. Mas Roseana nunca pareceu gostar muito dele e pensava que poderia, com o governo, eleger qualquer pessoa.

Entretanto, com um governo tão mal avaliado e que só contribui para aumentar o desejo de mudança que hoje é predominante na política do estado, a coisa não é bem assim.

Acontece que o candidato de Jorge e Roseana, pouco carismático e sem raízes maiores entre os políticos - que preferem Lobão - não empolgou a ninguém, muito menos a Roseana.

Agora parece que os famosos itinerantes convenceram a governadora de que não será fácil eleger Luís Fernando e, como ela e Lobão não se cheiram, Roseana começa a se preocupar apenas em se eleger.

Como sabemos isso? Nos encontros havidos com prefeitos oposicionistas, ela promete recursos, convênios e mil maravilhas, desde que eles votem em Roseana para o senado. Não pede mais por Luís Fernando, que vai abandonando. O cargo que interessa para a família é o senado para garantir tranquilidade ao clã. 

É de espantar a alguém o que acontece? De jeito nenhum, pois sempre está o interesse da família em primeiro lugar. Ninguém é mais importante do que eles e sua teia de interesses.

Basta ver a baixeza de suas atitudes para com o correto deputado Raimundo Cutrim, que nunca foi bandido, tem serviços prestados à população do estado com o firme combate que sempre deu aos criminosos. Dizer que Roseana não está por trás disso é impossível, basta ver que, por trás da demolição da imagem dele, está o empenho desmedido da Mirante, que não faria isso contra a vontade e a determinação dos donos. O que será que Raimundo Cutrim fez a Roseana de tão grave? Certamente nada, apenas eles acham que não precisam mais dele...

Isso é um aviso para todos do grupo que não se chamam Sarney.

As dificuldades de Roseana Sarney em fazer seu sucessor são decorrentes do péssimo governo que faz e dos deploráveis indicadores sociais resultantes de tanto descaso e indolência. Antes, se acostumou assistindo a sua televisão, rádios e jornais ocultando a realidade e se habituou a essa solução nefasta. Hoje essa prática já não funciona e o governo não sabe o que fazer. Nunca trabalhou...

Pois bem, eis o que o professor José Lemos me envia um estudo feito a partir de estatísticas recentes. Nele consta divulgação feita pelo IBGE do PIB dos municípios, estados, regiões e Brasil em 2010. De imediato constata-se que o Maranhão voltou a ter o menor PIB per capita (R$6.888,60) entre os estados brasileiros, posição que havia perdido em 2005. Este valor equivale a apenas 1,1 por cento do salário mínimo anualizado de 2010. 

Constata-se ainda que, dos cem municípios com menor PIB per capita do Brasil, trinta e nove (39) são maranhenses. São Vicente Ferrer tem a terceira pior média em 2010, com um valor – pasmem - de R$ 2.404,20. Por ano! São José de Ribamar está neste “seleto” grupo dos cem municípios com pior PIB per capita. Foi destacado porque ele tem a singela peculiaridade de ser o município de maior população nesse grupo desafortunado (163 mil habitantes). 

A distribuição do PIB per capita maranhense é visivelmente assimétrica. Apenas em 23 dos 217 municípios maranhenses, o PIB per capita supera a média do estado. Nesses municípios vivem 1,71 milhões da população do estado (26%). Neles são gerados 55,6% do PIB agregado do Maranhão. Nos demais 194 municípios, cujo PIB per capita é menor do que a média estadual, sobrevivem 4,9 milhões de pessoas ou 74% da população de um estado desigual, haja vista que neles se geram apenas 44,4% da sua riqueza.  

Com base na PNAD de 2011, estima-se que 58,7% da população do estado sobrevivem em domicílios cuja renda varia entre zero e dois salários mínimos. A maior taxa do Brasil. Querem mais? Pois bem, os analfabetos maiores de quinze anos no Maranhão alcançam a incrível taxa de 21,6%. Também a maior do Brasil. O Maranhão tem a segunda pior escolaridade média do País (6,4 anos). Com base nesses indicadores de educação e renda, somados às carências no acesso à água encanada, saneamento e coleta de lixo, estimou-se para o Maranhão o maior percentual de população socialmente excluída do Brasil em 2011, num total de 38,9 por cento. Houve decréscimos de excluídos entre 2002 e 2008. 

Mas Roseana nem se abala e ainda quer ser senadora. Para defender e lutar pelo Maranhão?

E, para concluir, o amordaçamento do PT maranhense chamou a atenção do país. Eis o que publicou a colunista Dora Kramer, do Estado de São Paulo, uma das mais importantes e lidas do Brasil: 

“A direção nacional do PT baixou uma ordem unida proibindo a seção maranhense de fazer criticas ao clã Sarney e à situação de penúria do estado. O ato não apaga a realidade”.

“O Maranhão continua tendo o segundo pior índice de Desenvolvimento Humano, a segunda maior taxa de mortalidade infantil do país e está em quarto lugar no quesito analfabetismo”.

Como esconder?