sábado, 10 de maio de 2008

Contraponto Rápido

Mudam novamente as peças no processo em que o senador José Sarney pretende tomar o mandato do governador Jackson Lago. E tenho a impressão que as mudanças não agradam muito o cacique mor. O ministro Marco Aurélio que cumpria um mandato no Superior Tribunal Eleitoral renunciou e quem fica em seu lugar é o ministro Eros Grau. Que agora será o novo relator do referido processo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Contraponto

1) A necessidade de reativar a Frente de Libertação não é, basicamente, para vencer a eleição de São Luís, mas, para manter unido o grupo que a formou em 2006, com os mesmos ideais. O principal deles é o de não permitir, por meio de nossa união, que o grupo que esteve no poder durante 40 anos e dilapidou o estado, continue atrapalhando o desenvolvimento do Maranhão como faz até hoje. Por que Lula não vem ao Maranhão? Só ao vizinho estado do Piauí, já foi 6 vezes. Semana passada esteve lá, o Maranhão é pertinho, e ele de lá foi para Manaus, muitíssimo mais longe. Quem não deixa Lula vir? Sarney, é lógico! Pois é o único quer não quer o presidente aqui, pois vindo ele, poderá resolver ajudar o Maranhão. E isso Sarney não quer. Assim, fica cristalino que temos que estar unidos para melhor reagirmos a essa discriminação presidencial motivada pelo cacique-mor, supra-sumo do patrimonialismo e do atraso. Política só vai com pressão. Não é hora de dispersar.

É verdade que eles não têm como apresentar candidato competitivo em São Luís. Venceremos unidos ou não. O importante é que nossa união tem que continuar. O governador não pode se omitir em São Luis. Se ele se decide, junto com a frente por uma candidatura, seja qual for, tenho certeza que todos o acompanharão. Precisamos estar unidos enquanto o Sarney tiver força no governo federal. Não vamos deixar que posições e interesses pessoais resultem em desunião. A causa do Maranhão é maior que tudo isso.

O povo maranhense espera isso de todos nós.

2)Desenvolvimento exige educação:Economista mostra como mão-de-obra mal preparada reduz a competitividade do Brasil (Edilson Coelho, de São Paulo) O gaúcho Gustavo Ioschpe é um privilegiado num país em que maioria da população é pobre. Filho de família rica, não precisou enfrentar as péssimas escolas públicas. Estudou nas melhores escolas brasileiras e graduou-se nos Estados Unidos. Fez Ciência Política e Administração Estratégica pela Wharton School, na Universidade da Pensilvânia, e mestrado em Economia Internacional e Desenvolvimento Econômico pela Universidade de Yale. Apesar dessa formação, o economista está longe ser um acomodado quando o assunto é educação. Faz críticas ao sistema educacional, colocando o dedo em assuntos espinhosos.

– Filhos de famílias com alto poder aquisitivo têm de pagar universidade pública – afirma. – É ridículo favorecer uma elite brasileira num país pobre como o Brasil.

Além disso, comenta, o número de matrículas na universidade brasileira é inferior ao de países como Chile, Venezuela, Peru e Uruguai, que não são modelos de desenvolvimento. Para Ioschpe, o fracasso do sistema educacional é de responsabilidade não só dos professores, mas também dos gestores públicos e da sociedade brasileira. Nesta entrevista, ele analisa os problemas da educação e sugere o que pode ser feito para resolvê-los.

É possível a educação brasileira sair desta letargia?

– Acho que não só é possível, como é obrigatório. A questão educacional brasileira hoje é fundamental para a sobrevivência nacional, para a competitividade econômica. Deixou de ser uma questão que importa apenas pela educação e passou a ser uma questão que tem uma série de outras ramificações econômicas, mas também de bem-estar social. A educação tem uma ligação direta com a diminuição de violência, melhorias de saúde, enfim, uma série de resultados positivos que o Brasil não pode se dar o luxo de ignorar. E o país está numa posição na área econômica de competitividade internacional em que a defasagem educacional ameaça, se não impede, as possibilidades de desenvolvimento.

Por quê?

– Nos últimos 25, 30 anos, a partir da década de 1980, a maioria dos países desenvolvidos entendeu que a sua competitividade na produção de bens de alto valor agregado, para os quais a formação, o capital humano da população, é a ferramenta definitiva, imprescindível. Partiu-se, então, para um movimento de massificação do conhecimento nos seus níveis mais altos, ou seja, até o ensino superior. O Brasil ficou para trás. Uma pesquisa do ano 2000, com dados um pouco defasados, mostra que, se se comparar o número de pessoas com diploma universitário da população adulta do Brasil em relação a vários outros países, a diferença é de 1, 2, 3 pontos percentuais. Com exceção da Inglaterra e dos Estados Unidos, que tinham 17% e 25%, respectivamente, enquanto o Brasil, 8%. Inglaterra e Estados Unidos já eram países que com público universitário um pouco maior. Mas, se compararmos com Tailândia, Malásia, Chile, Argentina, Itália e França, o Brasil tem 8% e esses países, 9%, 10%. Basicamente o mesmo patamar.

Então o Brasil está bem na área universitária?

– Quando se compara a taxa de matrícula universitária atual, a diferença deixou de ser 1 ou 2 pontos para ser uma, duas, três ordens de grandeza. A taxa de matrícula universitária no Brasil hoje está na casa de 20%. Nos países desenvolvidos já está perto de 60%, com alguns países caminhando rapidamente para a universalização do ensino superior, como EUA, Finlândia, Coréia. Mas, mesmo quando a comparação é feita com países que têm tradição cultural e nível de renda parecido com o brasileiro, a situação é muito perigosa. Chile, Venezuela, Peru, Uruguai, que estão longe de serem modelos de países em desenvolvimento, têm o dobro da taxa de matrícula em relação ao Brasil. Essa defasagem começa a refletir-se agora com a importação de mão-de-obra. Quando se olham dados de produtividade da Organização Internacional do Trabalho, nota-se que o Brasil tem uma das mais baixas taxas de produtividade por trabalhador e a série histórica em declínio.

O fazer com a defasagem brasileira nos três níveis de ensino?

– A defasagem no universitário é um sintoma da defasagem de todo o processo. O primeiro problema é na alfabetização, que é uma competência, vamos dizer assim, uma tecnologia que já foi dominada pelos outros países – em alguns casos há mais de 100 anos – e na qual o Brasil ainda patina. Só 28% da população adulta brasileira são plenamente alfabetizados. O resto está em níveis diferentes de analfabetismo. Quase três quartos da população brasileira são analfabetos. Quando se compara essa realidade à de alguns países em que três quartos da população estão na universidade, o Brasil fica numa situação bastante precária.

Há jeito para isto?

– Não só tem jeito, como acho obrigatório que tenha jeito. Mas o que tem que se fazer é o contrário do discurso normalmente ouvido na mídia. A questão de investimento na educação no Brasil não é muito relevante, o Brasil investe basicamente o mesmo que outros países, inclusive desenvolvidos – que é em torno de 4%, 5% do PIB – mas investe muito mal. Em termos de montante é um valor razoável. O problema começa na primeira série do ensino fundamental. Não se consegue alfabetizar as crianças e isso vai virando uma bola de neve. Essas crianças têm má formação. Por conta disso, a maioria delas acaba abandonando a escola. Daqueles que sobrevivem, poucos chegam ao ensino superior e, dos que chegam, muitos vêm com uma capacitação deficiente. É daí que são formados os professores da nova geração, que vão ser professores da geração seguinte e a coisa vai se perpetuando.

Comentário do blog: Não tem jeito, nada é mais importante que um educação de qualidade.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Preço de alimento ainda vai seguir em alta, diz ministro

Stephanes diz que alta de juro é insuficiente contra elevação de cotações agrícolas. Infra-estrutura é o maior obstáculo a plano para tornar país líder mundial no fornecimento de alimentos, afirma Reinhold Stephanes. (Sheila D'Amorim, da sucursal de Brasília)

Quando os alimentos despontaram como fonte de preocupação para a inflação em 2007, o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) foi o único no governo a afirmar, em entrevista à Folha, que não se tratava de uma alta temporária, mas de um novo patamar de preços. Quase um ano depois, ele defende que as cotações dos alimentos continuarão subindo nos próximos dez anos, até que se viabilizem novas fronteiras agrícolas.

A exceção ficará por conta do trigo e do arroz.
Em nova entrevista à Folha, Stephanes diz que esta é uma crise que não se resolve com aumento de taxa de juros e reconhece que problemas de estradas e portos atrapalham os planos do governo para colocar o Brasil na liderança do fornecimento mundial de alimentos. "O que ganhamos de eficiência no campo acaba, em parte, sendo engolido pelas ineficiências de logística." Esse é um problema que nem o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) resolverá, já que obras previstas enfrentam obstáculos ambientais. "São coisas de uma irracionalidade extrema." Mas ele diz que essas dificuldades não limitarão o crescimento do Brasil. A seguir, os principais trechos da entrevista.

FOLHA - O Brasil tem condições de assumir a liderança mundial no abastecimento de alimentos? Representantes do setor de grãos dizem que, se a produção se expandir, esbarrará num apagão logístico.

REINHOLD STEPHANES - Isso não chega ao ponto de ser fatal para nossa produção. Somos extremamente eficientes dentro da porteira. Nossos problemas começam fora dela. As estradas nem sempre estão em condições. Os portos ainda suportam a carga, mas, se continuarmos a crescer, e eles não se adequarem, poderemos ter problemas no futuro.


FOLHA - Isso não coloca o Brasil em desvantagem?


STEPHANES - Temos uma terceira questão que é o Centro-Oeste com um crescimento extraordinário de grãos, a infra-estrutura mais precária e mais distante dos portos. Embora o PAC preveja obras muito boas, temos dificuldades ambientais para as soluções. Uma licença ambiental leva de dois a cinco anos. É uma limitante. Até para um simples asfaltamento de rodovia que já existe não se consegue licença ambiental. Tem dinheiro, mas a obra não anda. São coisas de uma irracionalidade extrema. Essas dificuldades vão limitar o crescimento do Brasil? Não. Vamos produzir. Vai diminuir é a renda do produtor com custo maior.


FOLHA - Mas qual estímulo terá o produtor sabendo que esbarrará num apagão logístico?


STEPHANES - Não vai haver apagão. Vai haver dificuldade, aumento de custo. O navio terá que esperar mais dias no porto. O caminhão levará mais dias para descarregar. Isso nos tira competitividade, mas ainda temos vantagens. O que ganhamos de eficiência no campo acaba, em parte, sendo engolido pelas ineficiências de logística. Mas como os preços internacionais estão bons e a demanda é muito forte, vamos continuar produzindo.


FOLHA - Qual é o limite dessa alta dos preços?

STEPHANES - Se o mundo continuar crescendo como está no momento - ressalvados alguns produtos que devem se estabilizar no preço atual ou ligeiramente abaixo, como o trigo e o arroz -, os demais produtos devem crescer.

FOLHA - Trigo e arroz vão cair?


STEPHANES - São dois dos três produtos mais produzidos no mundo. Mas os países produzem para si. Os excedentes são poucos. O consumo está aumentando, os estoques caindo, e alguns seguraram as exportações. Isso criou um desequilíbrio. Isso se ajustará logo porque a capacidade de aumento de produção de arroz existe, e os preços vão estimular. O trigo também.


FOLHA - E os demais produtos?


STEPHANES - No caso do milho e da soja, se os Estados Unidos mantiverem a idéia de continuar usando milho para fazer álcool -dificilmente eles vão recuar dessa posição nos próximos cinco ou dez anos, até que encontrem alternativas-, deverão aumentar o preço do milho e o da soja. Os dois competem em área de produção e uso para alimentação animal. Com isso, aumenta o preço da carne e do leite. Os produtos cuja demanda está crescendo tendem a assumir um patamar maior de preços nos próximos anos porque não há muita capacidade de expansão.


FOLHA - O céu é o limite para os preços dos alimentos?

STEPHANES - O cenário, pelo menos nos próximos dez anos, até que se estabeleçam políticas diferentes de produção para viabilizar novas fronteiras, é de alta. Uma grande fronteira seria a África, que não se estrutura para produção em menos de dez anos. A visão, portanto, é de demanda e, não, de oferta. E pressão de preços.

FOLHA - E como fica o controle da inflação? O senhor tem conversado com o ministro Guido Mantega (Fazenda)?


STEPHANES - O ministro Mantega também tem a visão de que os produtos agrícolas durante 30 anos puxaram a inflação para baixo e, agora, estão puxando para cima. É um fenômeno no qual temos pouco a interferir porque não é nosso e pressiona o mundo inteiro. A inflação está aumentando em todos os países. Isso tem que ser visto sob dois aspectos. Um é o aumento da demanda. Outro, a pressão de custos por causa do petróleo, que dobrou o preço no mercado internacional. Em conseqüência, adubos e defensivos também dobraram o preço e tem o transporte.


FOLHA - O que o governo pode fazer para neutralizar esse novo patamar dos preços na inflação?

STEPHANES - No Brasil, se, por um lado, vai pressionar a nossa mesa, por outro, eleva a renda de 4.000 dos 5.600 municípios no país. Nesses municípios, hoje corre dinheiro. Eles estão se tornando consumidores, dificilmente encontrarão mão-de-obra ociosa. Isso para o desenvolvimento brasileiro é bom. O interior está crescendo mais do que as grandes cidades.

FOLHA - A ação do governo não tem sido contraditória? Fala-se em estimular o aumento da produção e, ao mesmo tempo, há a ameaça de restringir as exportações.


STEPHANES - O Brasil não quer entrar na armadilha de impor restrições nem de taxar.


FOLHA - Por quê?

STEPHANES - A Argentina está pagando o preço por isso. Resolvo o problema hoje e crio outro para o futuro. A história nos tem mostrado isso. Como o Brasil é eficiente na produção, devemos manter esse estímulo. E o maior estímulo para aumento produção é mercado e preço. Não é interessante criar restrição.

Comentario do Blog: O Brasil possui excelentes condições de se tornar um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Mas para isso é preciso deixar de botar dinheiro fora em custeio e despesas correntes, diminuir os juros cobrados aqui para sobrar dinheiro para investir em infra-estrutura e eliminar os gargalos existentes que nos tiram competitividade internacional. O resto nós temos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O Maranhão e o Etanol

O nosso estado precisa aproveitar as vantagens que tem para produzir etanol. Estamos assistindo ao mundo se engalfinhar para participar do futuro mercado mundial de energia. Os enormes interesses multinacionais se movimentam tentando manipular o debate. O Brasil, vendo o perigo que isso representa para os interesses nacionais, mobilizou-se para enfrentar o lobby, a começar pelo presidente da República, cientistas, organizações empresariais, professores universitários, políticos etc. E a cada dia que passa, mais personalidades mundiais tem entrado no debate, mostrando que o etanol da cana tem grande rendimento energético, 5 vezes mais que o etanol de milho, tem o custo baixo, é apoiado por tecnologias avançadas, não devasta florestas, suas lavouras são consorciadas a culturas de gêneros alimentícios, é energia limpa, entre outras vantagens.

No meu governo, procurei estudar as condições do estado para o cultivo da cana e para a produção de etanol, sabendo que tínhamos que fazer isso, mirando um parâmetro que são os custos e a produtividade de São Paulo. Se não tivéssemos essas condições, não poderíamos atrair empresários para cá.

O ministro Pedro Furlan, da Indústria e do Comércio, indicou o professor Weber Amaral, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba e eu fui procurá-lo.O professor é também presidente do Pólo Nacional de Biocombustíveis. De pronto aceitou nosso convite e preparou, com a sua equipe, um alentado estudo em que demonstra e simula nossas condições de produção de cana e etanol, nossas vantagens e desvantagens. Foi esse trabalho que apresentei na Federação das Indústrias de São Paulo ( FIESP) para um grande número de empresários em 2006.

A procura mundial por etanol será crescente por muitos anos. Estados Unidos e Europa adotaram padrões para os próximos anos, obrigados pelo aquecimento global, e irão misturar grandes quantidades de etanol à gasolina. Poucas regiões no mundo podem produzir etanol de cana. Além do Brasil, só America Central e alguns países da África podem, pois a cana necessita clima, solos e declividade apropriada para a cultura ter competitividade.

A tentativa de produzir etanol de alimentos, além de onerosa é pouco eficiente. Como encarece o preço dos alimentos está sendo condenada no mundo inteiro.

O Maranhão, descontando áreas de APP, UCs estaduais e federais e terras indígenas, possui uma área potencial de 8.264. 429 hectares dos quais 2.075.914 hectares apresentam alto potencial para a produção de cana. Nessa área poderemos produzir até 90 milhões de toneladas de cana e 7,2 bilhões de litros de etanol que irão para a exportação e para o mercado interno. Numa visão conservadora esses números caem para a metade. Adotando a visão conservadora, temos capacidade para 45 usinas de 1 milhão de toneladas de capacidade, com R$ 7 bilhões de investimento direto e receita potencial de R$3,4 bilhões, por ano, cerca de 13,3% do nosso PIB. Com grande impacto de renda e com potencial para 150.000 empregos diretos e indiretos. A previsão da safra de 2008 de cana no estado é de 3,385 milhões de toneladas e produção de 206,2 milhões de litros de etanol e de 15,3 mil toneladas de açúcar. Desde o meu governo, a produção de cana cresce muito no Maranhão.

Nosso estado precisa de uma sólida infra-estrutura, um forte sistema educacional, universidades e centros de pesquisa especializados não só para esse programa, mas, para alcançarmos o desenvolvimento e o sucesso econômico. Isso deve se tornar um objetivo permanente, pois sem isso não desenvolveremos nenhum programa com grande repercussão econômica e social para o Maranhão nem atrairemos um grande número de empreendedores.

A nosso favor, temos terras disponíveis, posição privilegiada para exportação, condições edafo-climáticas favoráveis e recursos hídricos. As nossas desvantagens são cadeia do agronegócio pouco desenvolvida, carência de recursos humanos treinados e especializados, estrutura educacional necessitando investimento, comunicação deficiente e setores correlatos de apoio, tais como fornecedores capacitados na área de prestação de serviços e manutenção industrial.

A Esalq recomenda que o governo crie um órgão especializado para orientar os empresários e apressar seus investimentos no estado. Esse órgão, formado com gente capacitada, seria a Agência Maranhão de Biocombustíveis.

Está aí a síntese de um programa que poderá ajudar muito o Maranhão nessa luta de todos nós pelo desenvolvimento e modernização do estado.

Mudando de assunto, é notório que a violência das agressões do grupo Mirante tem seus motivos. É o desespero que os motiva para insultar o governador e aqueles que eles julgam representar entraves sérios para o seu domínio no estado. Estão atacando a todos com esse perfil, violentamente, e não conseguem esconder que, por eles, todos nós já estaríamos presos.

O fracasso evidente do processo de cassação do governador com a entrada de Flávio Dino como advogado de defesa, com o depoimento tipo gol-contra das testemunhas de acusação, fez bater o desespero. Também a decisão do Superior Tribunal Eleitoral sobre cassação de mandatos de governadores e prefeitos, versando que se isso acontecer nos primeiros dois anos do mandato a escolha do substituto será por eleição direta e, se nos dois anos finais, será por eleição indireta realizada pela Assembléia Legislativa. Isso foi um balde de água fria na oligarquia, que espalhava que Roseana assumiria no lugar de Jackson, caso ele caísse.

Também a constatação de que não têm candidatos competitivos com um mínimo de chance de se tornarem prefeitos de São Luís aumenta o baixo astral. Só podem apresentar figurantes para a disputa. É muito pouco para quem quer voltar a mandar no estado e isso só contribui para potencializar a enorme depressão que envolve o grupo, que, atarantados, apelam a textos agressivos e destrambelhados contra seus adversários, os vencedores do dia 29 de outubro de 2006. Por isso batem tanto na Frente de Libertação, da qual têm horror. Muito justificado.

Viram o Senador Sarney na sua coluna semanal? Digam-me se não parece fruto de um surto dizer que é a favor da alternância de poder? Só se for no Paraguai!

domingo, 4 de maio de 2008

Contraponto

1) Estão furiosos os donos daquela cadeia de desinformação chamada grupo Mirante. Sabem que está longe de dar certo a tentativa de tirar Jackson do governo. Flavio Dino me falou que o processo é inconsistente e por ali os Sarney não encontrarão o atalho que precisam para voltar ao poder. Contavam em não encontrar advogados pela frente nas oitivas e ali armar um espetáculo que levasse a cassação. Quando encontraram o Flávio, representando o governador, foi aquele banho de água fria. E o resultado foi explícito, pois nenhuma testemunha conseguiu fazer nada por eles. Um fiasco!

E as reuniões entre os advogados do governador estão munindo a defesa de sólidos argumentos e ninguém mais acredita que esse processo sirva para alguma coisa, como eles desejam tão ardentemente, e que levou o senador Sarney a Santiago de Compostela, na Espanha, para fazer pedidos por sua causa perdida.

É por isso que estão doidões, querendo criar fatos e mais fatos, tentando atacar a todos que resistem aos magnatas, hoje donos de muitas posses, como são as pessoas dessas famílias que se uniram fortemente em casamentos entre si, selando essa união cujo lema é poder e opulência.

Todo esse clima melancólico foi agravado pela recente decisão do Superior Tribunal Eleitoral, mandando fazer eleições diretas para governador, ou prefeito, que perderem o mandato nos primeiros dois, e eleição indireta se a cassação ocorrer nos dois últimos anos do mandato.
O editorial do pasquinzão de hoje (domingo) só falta mandar prender todos os que lhe fazem oposição. Não conseguem mais esconder a raiva, a inveja e a frustração.

2) Na euforia da comemoração pelo grau de investimento alcançado pelo Brasil, dado pela agencia classificadora Standard Poors, largamente comemorado pelo presidente e pelo governo, faltou divulgar que no mesmo documento havia um importante comentário da agência classificadora. Informava que esse grau não se sustentaria se algumas correções não fossem feitas:

-Será também necessário reduzir o custo Brasil, simplificar os impostos, tornar mais flexível o mercado de mão de obra, baixar tarifas de importação e facilitar o investimento privado em energia e em outras áreas da infra-estrutura. Será preciso ainda deixar mais espaço no mercado financeiro para o setor privado. Para isso o governo terá de baixar seu endividamento, seu gasto corrente e a tributação necessária para sustentá-lo;

E também considera como importantes pontos fracos a dívida líquida pública ainda elevada e pesados encargos de juros; rigidez orçamentária e gasto corrente muito alto, obstáculos estruturais que mantêm o investimento e a expansão econômica abaixo dos níveis alcançados por outras economias emergentes.

O presidente não pode esquecer esses problemas. De sua solução depende o futuro do país, muito mais que a obtenção do grau de investimento.

3) O aumento da gasolina e o do diesel vieram apesar do esforço do governo que, desde 2005, luta para não repassar para os consumidores o aumento do preço do petróleo que, nesse período, chegou a quase 100%. O governo fez uma grande festa, alguns anos atrás, comemorando a auto-suficiência brasileira em petróleo, o que na verdade nunca aconteceu.

Rendendo-se finalmente a uma necessidade econômico-financeira inquestionável da Petrobras, o governo não perdeu de vista seus interesses político-eleitorais. Aumentou o preço nas refinarias, mas para que o aumento não fosse repassado integralmente aos consumidores, cortou de R$0,28 para R$0,18 o valor da Cide, cobrado sobre o litro de gasolina. E de R$0,07 para R$0,03 por litro de óleo diesel. O ministro da Fazenda diz que com o corte da Cide, o aumento da gasolina nas refinarias não terá efeito nenhum para o consumidor, nas bombas. Coisa que é imprevisível, visto que muitos postos estão considerando insuficientes os preços para a venda. No caso do diesel, como o aumento do diesel nas refinarias foi maior e a redução da Cide, bem menor será o impacto do preço final para o consumidor, que pode chegar a 8,8%. Diesel mais caro encarece o transporte de mercadorias e de passageiros. Em algum momento terá efeito sobre os preços em geral e sobre as tarifas de ônibus em particular.

Do ponto de vista fiscal, o corte da Cide terá um efeito nada desprezível. Calcula-se que o corte imporá ao governo perda de R$2,5 bilhões a R$3 bilhões da receita com esse tributo em um ano. Como a receita total da Cide tem sido de cerca de R$8 bilhões por ano, a perda ficará entre 30% a 40% da arrecadação. É um corte profundo, que o governo, normalmente resistente a todo tipo de redução de receita, desta vez aceita sem hesitação, por entender que este é o preço a pagar para não agravar as pressões inflacionárias e para preservar a popularidade.