terça-feira, 28 de agosto de 2012

A SITUAÇÃO DA ÁGUA É GRAVÍSSIMA


O sistema Italuís, que é o principal meio de abastecimento de água potável de São Luís, está tão deteriorado que não pode suportar mais o bombeamento normal do sistema. Não aguenta mais a pressão das bombas, além de um terço da que foi dimensionado e funcionou no passado. Se colocar mais, explode. As bombas estão em bom estado, mas os canos estão muito deteriorados. Essa é a situação atual.
 
Em 2009, Roseana Sarney reconheceu o problema e decretou estado de calamidade pública por 90 dias, para que pudesse tomar rápidas e urgentes providencias. Contudo, três anos depois, nada aconteceu além de notícias desencontradas e inócuas. Parece que ela se esqueceu, pois o decreto continua em vigor. Hoje a gravidade do problema é de tal monta que corremos o risco de ficarmos sem água. Só Roseana Sarney poderia nos levar a essa situação...

Hoje o racionamento de água é constante. Voltamos ao período anterior aos anos 80, quando o governador João Castelo construiu o sistema Italuís e resolveu o problema. A única solução encontrada por Roseana Sarney foi alugar carros-pipa que podem estar envenenando lentamente a população com resíduos de produtos tóxicos que tenham sido eventualmente transportados nesses veículos. Nada sério foi feito, embora dinheiro não seja problema, pois só com convênios eleitoreiros Roseana gastou nesses últimos meses quase 600 milhões de reais. 

Um gasto para nada, pois nenhum dos problemas que atrasam o desenvolvimento do estado recebeu pelo menos parte desses recursos, como a educação, a água e o esgoto de São Luís, por exemplo. Aliás, Roseana está sendo processada por abuso de poder econômico durante a eleição de 2010 e isso parece não detê-la, pois continua a fazer as mesmas coisas que a fazem ir a julgamento. E procura sempre só fazer o que é importante para ela, dentro de sua ótica distorcida de como governar, que é de trocar apoios por convênios.

E dentro da educação, tentam incensar o Chefe da Casa Civil, candidatíssimo de Roseana e Jorge Murad ao governo do estado, entoando loas a uma escola modelo do município, o Liceu Ribamarense, que tirou a nota mais alta do estado entre as escolas públicas estaduais ao final da primeira fase, quarto ano, do ensino público fundamental. Todavia, minimizam o fato de que as outras escolas públicas do mesmo município tiveram notas muito aquém da meta. Na verdade, o melhor desempenho no ensino público fundamental dentre municípios maranhenses foi Buriti Bravo, governado por um prefeito da oposição, que conseguiu a nota média global de 5,7, acima da média nacional e muito acima da meta estadual. Esse é que merece parabéns pelo trabalho bem feito em todo o município e não por uma escola apenas.

Voltando à falta de água da capital, como poderão fazer a substituição dos canos com a adutora  em operação? Terão que parar a operação ou farão a duplicação do sistema primeiro, para só então interromper a operação do sistema? Sem a água do Italuís, fica impossível abastecer a cidade. O sistema do Batatã não aguenta, é pequeno. E o sistema do Paciência tem limites no seu uso, principalmente porque está sendo usado além do recomendável. 

Ademais, tivemos dois anos seguidos de estiagem na cidade, pois ano passado a precipitação pluviométrica só chegou a 1.800 milímetros e este ano foi terrível, pois o índice só alcançou 800 milímetros. Como consequência, a Barragem do Sacavém está ficando sem água e é essa mesma chuva que recarrega a água de subsolo, o que poderá indicar sérios e gravíssimos problemas em futuro muito próximo para a população da cidade. Sem água, como vai ser? Nem dá para imaginar... E Roseana não esta nem aí.

A Assembleia encontrou um jeito de arquivar o processo impetrado por Domingos Freitas Diniz, cujo objeto acusava a governadora por crime de responsabilidade pela condução destrambelhada que confere ao problema da falta d’água na capital. O argumento encontrado foi de que o assunto estava superado, porque o presidente da Caema, em entrevista, declarou que iria  homologar a enrolada concorrência para a recuperação da adutora do Italuís e que o declarado vencedor da mesma seria substituído pelo terceiro classificado, sem dizer porque o primeiro já não era o primeiro, o segundo já não era o segundo e o terceiro já seria o primeiro. Ou seja, uma confusão total...

Isso sem falar que quem deveria falar pela concorrência era o presidente da Comissão Geral de Licitações, responsável por ela, que permaneceu mudo. Com efeito, o assunto já estaria então resolvido, segundo decidiu a Assembleia. Acontece que no mesmo dia da declaração do presidente da Caema, o Secretário da Saúde, chefe funcional da Caema, declarou ao jornalista Aquiles Emir do Imparcial que o tribunal de Contas da União mandara suspender as obras de ampliação do Sistema Italuis. Ao dar a informação, Ricardo Murad, disse que primeiramente pediram para tirar a EIT do consórcio de construtoras e em seu lugar entrou a Serveng, mas que agora a ordem era para nem iniciar os serviços. 

Alguma coisa muito errada esta acontecendo e nada explicam. Portanto, a decisão da Assembleia é no mínimo equivocada, pois nada está resolvido. E pior, somente 5 membros da Mesa Diretora assinaram a decisão de arquivar o processo, conforme a ata, mas a decisão publicada no Diário da Assembleia foi dada por unanimidade, o que é um absurdo que pode anular a decisão.

Na quarta-feira passada, o Ministério do Planejamento convocou estados e prefeituras onde aconteceram calamidades para conhecerem e participarem do ‘PAC das Calamidades’, programa recém-criado e fornido com alguns bilhões de reais. A prefeitura de São Luís esteve presente, mas a governadora do Maranhão não só esteve ausente, como não mandou nenhum representante, mesmo o estado atravessando frequentemente problemas sérios, decorrentes das cheias no vale do Mearim, e também esteja atravessando uma seca prolongada na região semiárida. Se isso fosse importante, seria a hora de pedir a construção das duas barragens que faltam para que estes, junto com a barragem do Rio Flores, e de outras obras de contenção de enchentes, pudessem aumentar a proteção de cidades, como Trizidela do Vale, Pedreiras e outras que sofrem com a ameaça de calamidades periódicas causadas pelas chuvas. Isto poderia também aumentar a proteção contra as secas no semiárido. 

O Maranhão, entretanto, foi o único estado que não se interessou pela oferta de recursos tão necessários para nós... 

Parece que Roseana tem mais o que fazer do que proteger o estado contra as calamidades!