terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

GRANDES PROBLEMAS NA OLIGARQUIA


Na semana passada abordei os problemas da oposição que são decorrentes da eleição de prefeito em São Luís, principalmente brigas internas, ou seja, nada que muita conversa e entendimento não possa resolver.

Problemas grandes são o da oligarquia, que está em ritmo de inventário, típicos de quem está saindo do ramo devagarinho. As coisas começam a acontecer sem controle, pois as pessoas começam a pensar mais em si próprias do que no grupo, do qual começam a duvidar da longa sobrevivência.

Roseana Sarney, enfadada no exercício do cargo, não preparou sua saída do governo. Agora a nova ordem parece ser a de uma candidatura dela ao senado para cuidar dos interesses da família, que teme ficar sem proteção política. É preciso um Sarney para defender os interesses maiores da família, que são muitos e diversificados. De toda a ordem, inclusive pessoais. E isso só pode ser feito com mais força por uma senadora do bloco do governo. 

Com efeito, não é mais prioridade máxima manter o governo para o comando do clã. E na família só ela mantém chances reais de se eleger para o senado.

Dessa forma, o que era prioridade antes, já não é mais, e o que não era antes, agora é. Parece então definido que ela não ficará até o fim do mandato no cargo, o que seria importante para a eleição do governador.

Recapitulando, a eleição para governador passa a ser prioridade dois e a de senador agora é um. Isso não quer dizer que não se empenharão muito para eleger o seu candidato ao governo. Não entregarão os pontos.

Por isso, confusão é grande e Luís Fernando balança e ficará sabendo que o que importa sempre é o interesse da família. O atual secretário da Casa Civil como candidato na verdade divide o grupo. Lobão torce o nariz, assim como Ricardo Murad e muitos outros. O senador Sarney não parece ser grande fã dessa alternativa e agora parece não contar mais com o empenho de Roseana Sarney, que se acontecer assim, terá que sair do governo para se desincompatibilizar.

Com a saída de Max Barros da Secretaria de Infraestrutura - a iniciativa parece ser toda dele e não uma determinação de Roseana- a governadora resolveu escolher logo Luís Fernando para o lugar, o que mostra a todos que já não se importa tanto com a candidatura dele ao governo. É claro que o candidato não poderia assumir esse cargo, pois a consequência é que terá que dizer não a grande maioria dos prefeitos, pois não dá para atender a todos, que querem asfaltar a sua cidade, além de outras obras. 

O risco é grande nesse cargo e em vez de ganhar apoios, pode-se perdê-los, o que é muito ruim para o candidato. Ele sabe disso, tanto que tentou indicar para esse cargo outro secretário do atual governo, esse disposto a passar por cima de tudo para ajudá-lo, mas para sua surpresa a governadora não aceitou a indicação. Convenhamos, não é tratamento que se dê a um candidato tão badalado. Portanto, a confusão está implantada no seio do governo. E o candidato, meio desnorteado.

Max resolveu sair para não se aborrecer em cargo de tanta responsabilidade, com as inevitáveis pressões - algumas indecorosas - que lhe cairiam no colo se permanecesse secretário durante a campanha. Preferiu se resguardar, pois o seu perfil sempre foi o de seriedade. Não combinaria com o seu caráter. E preferiu sair.

Fica indefinido quem assumirá o governo após a desincompatibilização de Roseana seis meses antes do pleito no ano que vem. Washington, que tem o direito de assumir o mandato, está sendo tentado a aceitar uma vaga no TCE. Usam o PT, mas dar o governo a ele, nem pensar.  Podem querer colocar as mágoas de fora e isso nem pensar. Então a vez é de Arnaldo Melo, presidente da Assembleia e segundo na sucessão. Eles também  têm o pé atrás com Arnaldo, mais como tirá-lo? Pediriam para algum outro conselheiro da corte de Contas ir para casa, a fim de também oferecerem uma vaga para Arnaldo Melo? Possível, mas complicado. E ele aceitaria e perderia a chance de ser governador de fato e de direito? Um coroamento em sua carreira?

Tudo muito desarrumado e complicado. Como será?

 Nesse quadro caótico, eu tenho uma quase certeza: o candidato do senador José Sarney ao governo do estado será seu amigo de longas datas, senador João Alberto. Acostumado à luta e com trânsito na classe política vai para o que der e vier e, em caso de derrota, tem ainda quatro anos de mandato de senador.

Tudo muda, se Lobão tiver condições de concorrer. Tem a preferência do senador José Sarney, embora não a de Roseana e de Jorge Murad. Mas tem a de Ricardo Murad, o homem ativo do governo.

Enfim, não há dúvidas de que o governo tem muito mais problemas graves a resolver do que a oposição para a eleição de 2014.