terça-feira, 16 de abril de 2013

SÓ ROSEANA ACHA QUE ESTÁ TUDO BEM


Há poucos dias, encartado em um jornal da família Sarney, recebi uma revista chamada O Maranhão e a nova Década. Luxuosa e com excelente feição gráfica - certamente muito cara - não era mais que uma dispendiosa amostra do desvario do governo de Roseana. O texto é em português e inglês.
Certamente permite o entendimento de que a revista foi feita para ser mostrada a bancos internacionais em busca de novos empréstimos. Mas a verdade é que, quando muito, só servirá mesmo para enganar estrangeiros, visitantes e quiçá o governo federal.
Mas não deixa de ser uma pena que não passe de enganação...
Olhem o que contém a revista: No início há o título “Década de Oportunidades e Desafios”. Relaciona  alguns projetos, todos da iniciativa privada, e como não podia deixar de ser começa com a refinaria de petróleo Premium I de capacidade gigantesca - 600 mil barris por dia - que será a quinta maior do mundo e a maior do Brasil, como é descrita na revista. Contudo, omite a informação de que nem no orçamento da Petrobrás o empreendimento consta e que nada foi feito. Em seguida mais  descrições de projetos privados, quase todos parados e cita também o píer IV da Vale e a duplicação da ferrovia da empresa de uso quase restrito da companhia.
Depois fala de terminais portuários da refinaria, também não existentes, ampliação da refinaria da Alumar (uma empresa sem contato com a economia local), nas termelétricas do grupo Eike Batista - que produzirão energia para mercados externos ao Maranhão e pelo menos a planta de São Luís é altamente poluidora e prejudicial ao meio ambiente.
Menciona ainda a Hidrelétrica de Estreito e a implantação de parque eólico da empresa Bioenergy, ainda em projeto. Relaciona a usina de Laminados de Açailândia do grupo Ferroeste, a fábrica de celulose da Suzano, paralisada, e outros projetos como ampliação de fábrica de cerveja e  da Coca-Cola. Na lista, entra até a Base de Lançamento de Alcântara...
Enfim, a maioria esmagadora dos projetos são privados, a maior parte não existe, e tudo veio para cá antes de Roseana assumir o governo, naquele fatídico episódio que foi chamado um dia de ‘golpe de estado jurídico’.
 Não passa de propaganda.
O difícil é explicar porque o Maranhão perde mais empregos do que cria e porque os hotéis de São Luís registram as mais baixas taxas de ocupação dos últimos anos e os empresários apelam, sem resultado, ao poder público por mais estímulo ao setor. A nota da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, seção do Maranhão,  diz que “a rede hoteleira está em pânico”. E olha que esses dados de janeiro e fevereiro foram meses de férias e de carnaval. Vejam onde chegamos!
Esses dados são confirmados pela Infraero, ao informar que em fevereiro os embarques e desembarques de passageiros no Aeroporto Cunha Machado de São Luís, foram de 127.842 passageiros, enquanto no mesmo mês de 2012 foram 189.107, ou seja, uma queda de 16,6 por cento. No acumulado dos dois meses já neste ano, foram 300.470 contra 342.538 no mesmo período de 2012.
E não adianta culpar o Ministro do Turismo Gastão Vieira, porque com todas as praias poluídas, com a criminalidade correndo solta, com o aeroporto de Barreirinhas fechado porque não fazem o muro ao seu redor, com o Centro de Convenções sem cumprir a sua finalidade (que é de abrigar grandes convenções, grandes feiras e mostras setoriais e quando abre as portas é para receber eventos do governo estadual) e sem a vinda de empresários que antes vinham acreditando no factoide da refinaria e agora sabem que não é para valer e ainda com os outros badalados projetos parados, o baque foi grande.
 Não bastasse isso, agora o Brasil todo conhece a forma com que o governo apaga incêndios no Maranhão - uma modernidade e inovação desse governo, que a rede Globo mostrou ao país – o uso do conteúdo de um caminhão limpa-fossas que levou o líder do governo na Assembleia, na ânsia de defender o governo da indignação dos deputados, a fazer a infeliz afirmação de que “é melhor se salvar fedendo do que morrer cheiroso”, uma frase que correu o mundo. Evidentemente isso não ajuda muito na motivação e desejo das pessoas para conhecerem a maravilha que o nosso estado se tornou com essa maneira ímpar de governar de Roseana Sarney. É um estado decadente, na verdade.
Chegamos ao fundo do poço da desmoralização do Maranhão. O que falta acontecer?