terça-feira, 7 de junho de 2016

UM SONHO, UMA LUTA, UMA REALIDADE



Minha intenção ao voltar ao parlamento federal foi a de tentar dar uma contribuição muito importante ao desenvolvimento do Maranhão. Não podemos mais ser estigmatizados como um estado com uma população pobre, mal empregada, ainda sem acesso à educação de qualidade e mal servida de serviços públicos, todos ainda deixando muito a desejar.

Destaco a educação, porque nunca quebraremos os grilhões que nos acorrentam à pobreza, se não for por meio de uma educação de qualidade. Sempre lutei por isso. Um dos meus grandes orgulhos enquanto governador do Maranhão foi minha atuação nessa seara, quando encontrei o ensino médio existente em apenas 58 dos nossos 217 municípios e, em 4 anos, mudar essa realidade, implantando-o em todos. Contudo, a qualidade geral do nosso ensino público ainda é muito sofrível, como atestam as provas e competições nacionais.

Por essas e outras razões, formei então a opinião de que, dado o nosso atraso comparativo com outros estados, só com a presença de uma instituição de muita qualidade em nosso estado, reconhecida mundialmente, poderíamos dar um choque capaz de forçar a mudança que vai impactar todo o sistema educacional desde o ensino fundamental. 

Sim, porque com o ensino que temos, poucos maranhenses, talvez nenhum, conseguirão aprovação nos vestibulares dos primeiros anos do ITA. Acredito que esse fato, de duríssima constatação, obrigará a uma mudança na qualidade do nosso ensino em geral, por pressão dos alunos e dos seus pais.

Pensando assim, tenho me dedicado a trazer para o Maranhão o que todos os estados querem, mas que nenhum conseguiu até hoje: levar o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, uma das melhores escolas de engenharia do mundo, no mesmo ranking do MIT-Instituto de Tecnologia de Massachusetts, dos Estados Unidos da América do Norte. E garanto a vocês que isto tem me dado um trabalho danado, ao qual tenho me dedicado com afinco, pois estou convicto da sua enorme importância para o Maranhão.

Não estou só nessa luta. Sempre contei com o apoio total da bancada maranhense na Câmara dos Deputados e do governador Flávio Dino. Comecei minha luta na audiência com o Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, agendada pelo Coordenador da Bancada maranhense na época, o deputado Pedro Fernandes. Quando coloquei o assunto na mesa, o Brigadeiro inicialmente alegou que era muito difícil uma decisão sobre tal matéria, pois muitos estados também queriam algo semelhante, citando de pronto o Ceará e a Bahia. 

Argumentei que nenhum deles tinha um centro de lançamentos – nós temos Alcântara – e que esse projeto não podia ser dissociado da Base e do controle da Aeronáutica, como é o caso de São José dos Campos. Com esse argumento, ganhamos o apoio inicial do Comandante e definimos que o primeiro curso seria o de Engenharia Aeroespacial, muito identificado com as necessidades da Base. Algum tempo depois, tivemos visitando o ITA e lá conhecemos o Brigadeiro Pazini, engenheiro e professor do ITA, que nos afirmou ser favorável ao projeto e a quem imediatamente pedimos orientação e auxílio. Devemos muito a ele. Conseguimos o apoio do Reitor do ITA e o Comandante da Aeronáutica nos oficiou em resposta ao expediente em que justificamos o nosso pedido, garantindo a vinda do ITA para Alcântara, com a indicação de implantação do  nosso primeiro curso de Engenharia Aeroespacial. No mesmo documento, o reitor e pedia a recomendação de uma universidade – sugerimos a UFMA –  para ser a parceira local e a designação de dois professores para irem ao ITA e, em conjunto com os professores de lá, definirem tudo o que era necessário para o funcionamento do primeiro curso. Tudo rapidamente providenciado.

Além disso, estive com o governador Flávio Dino em audiência com o ministro da Defesa, Aldo Rebêlo, que nos recebeu muito bem, prometeu todo apoio, mas que acabou não acontecendo efetivamente no governo Dilma.

Agora com Michel Temer na presidência, e com deputados federais amigos nossos e muito acessíveis nos ministérios, posso dizer que o projeto tomou corpo definitivamente e acredito que ganhamos a luta inicial.

Na semana passada estive com dois ministros chave para essa questão: Raul Jungmann, da Defesa, que destacou o seu Secretário Geral, General Joaquim Silva e Luna como interlocutor. Este me disse que o projeto que defendemos é um dos melhores da atualidade. Na oportunidade, estive acompanhado do ministro Sarney Filho, do vice-governador Carlos Brandão e do deputado Juscelino Filho. Depois estive com o ministro da educação Mendonça Filho, que me ouviu atentamente e garantiu todo o apoio e os recursos necessários para a implantação do nosso ITA. O deputado Juscelino Filho, do DEM, que é o partido do ministro e grande apoiador do projeto, me acompanhou nessa visita.

Vejam que um projeto como esse tem que estar acima das lutas políticas do nosso estado, senão terá dificuldades de prosseguir. Dessa forma, tomei todo o cuidado em buscar todos os apoios importantes. Primeiro procurei Temer, depois Moreira Franco, em seguida Fernando Bezerra (ministro de minas e energia e membro do meu partido). Além disso, o ministro Sarney Filho, que tem estado comigo nas audiências e que, quando não vai, telefona para o ministro a ser visitado e avisa que esse projeto está acima de qualquer luta política e que tem o apoio de todos, facilitando muito o trânsito da demanda. 

É de justiça dizer que tenho tido apoio total da bancada maranhense na Câmara, do coordenador André Fufuca e menção especial faço ao deputado Juscelino Filho, jovem e promissor deputado que está sempre junto comigo na defesa desse projeto. 

Agora o próximo passo é levar ao ministro Mendonça Filho o trabalho solicitado pelo Comandante da Aeronáutica e encomendado à UFMA. Disso depende a alocação dos recursos para finalmente iniciarmos as providências para a primeira seleção.
 
Fico muito feliz por estarmos nesse ponto, mesmo dentro de um vendaval político, impeachment, e tudo o que se puder imaginar. Mas quero afirmar que neste governo você não é visto com desconfiança e que tem sido muito mais fácil progredirmos com o nosso objetivo.

E isso é só o começo para que um dia cheguemos a um Complexo Tecnológico de nível mundial em Alcântara, cuja ancora é o ITA, pois sem ele e sem a Base de Lançamentos não teríamos jamais condições de criá-lo.

Esse Complexo Tecnológico, que é o ápice desse projeto e dessa luta, mudará o Maranhão.