terça-feira, 26 de novembro de 2013

GOVERNOS DE ROSEANA DEIXARAM HERANÇA RUIM


Nenhum ato - de qualquer governador, em qualquer época - prejudicou tanto o estado quanto uma reforma “revolucionária” (coisa que só gênios podem conceber!) feita por Roseana Sarney depois de reeleita governadora em 1998. Por trás da empreitada havia o desejo secreto de entregar a direção do governo a Jorge Murad, seu marido.
Trocou o nome de secretarias para gerências (?) e extinguiu órgãos centenários e fundamentais a qualquer administração, como o DER e a Secretaria de Agricultura, prejudicando violentamente a população, além de ter determinado a extinção também de outros na área de desenvolvimento e tecnologia. Como se não bastasse, transferiu todo o poder para a Gerência (secretaria) de Planejamento, praticamente subordinando todas as outras a ela. Nomeou, naturalmente, o próprio marido. Na prática, delegou o governo a ele, que arrecadava, planejava e pagava. Mais poderoso do que qualquer governador...
O resultado todos nós sabemos. O estado afundou no empobrecimento. O setor rural, sem apoio, foi um dos que mais sofreu com essa ação predatória da gestão de Roseana Sarney. A produção agrícola caiu muito sem assistência técnica, sem sementes, sem crédito. A pobreza no campo aumento e a pecuária, completamente abandonada, viu o Ministério da Agricultura classificar o Maranhão como “risco desconhecido” em relação à febre aftosa. Com isso o gado maranhense não podia ser vendido fora do estado.
Os pecuaristas viram seu negócio murchar e a consequência foi a redução de quase metade do rebanho bovino do estado, que chegou a pouco mais de 4 milhões de cabeças.
Quando assumi o governo, enfrentei imediatamente a questão. Mas as consequências foram duras para o Maranhão e uma das piores foi o êxodo de jovens maranhenses, que deixaram o estado em busca de emprego em outras unidades federativas, como Amapá, Pará, Acre, Rondônia, Roraima e tantos outros. Cerca de um milhão de maranhenses emigrou.
Pois bem, a pobreza logrou ficar como consequência dos governos de Roseana. A educação foi uma das mais sacrificadas. Não existia ensino médio em 159 municípios do estado, substituídos pelo tele ensino da Fundação Roberto Marinho, em que professores foram substituídos por uma televisão e um orientador, a um custo astronômico na época. A escolaridade caiu e quase chegou a zero na área rural. Foi um furacão do atraso que baixou aqui.
Contudo, as consequências desse governo não ficaram nisso. Estenderam-se a outros setores da economia, todos com graves consequências.
Tudo o que foi feito no meu governo para consertar o desastre, como as Casas da Agricultura Familiar, a Aged, o Prodim, e a luta e o apoio do governo para que os pequenos agricultores tivessem acesso aos empréstimos do Pronaf é hoje apenas uma lembrança do que fizemos. Nada existem mais. Só o abandono.
E continuando, a ação danosa também atingiu profundamente a infraestrutura rodoviária com consequências graves e  prejuízo acumulado de bilhões de reais. Sim, pois essa foi a consequência da extinção do DER-MA, que aconteceu também na tal “reforma” cosmética.
O DER era um órgão muito estruturado e composto por excelentes engenheiros e técnicos rodoviários. Era um pessoal muito capacitado em pavimentação, construção, projeto e fiscalização de rodovias. E é necessário ser assim, pois esse é um ramo da engenharia muito especializado. Se a rodovia não for construída dentro das especificações de projeto, sua vida útil será pequena em relação ao que poderia ser. Portanto, a fiscalização tem que ser rigorosa e a construção acompanhada de perto. Senão o empreiteiro não cumprirá as especificações e a rodovia cedo se deteriorará. É por isso que construímos rodovias cada vez mais caras e piores.
O DER, além de pessoal competente, tinha muito equipamento. Existiam três patrulhas de construção equipadas de tal modo que podiam executar qualquer estrada. As rodovias eram conservadas em toda a sua vida útil. Havia nove residências de conservação, distribuídas regionalmente, todas com engenheiro e maquinário de conservação. Quando o projeto era contratado, passava por uma análise técnica rigorosa para ser aprovado.
Isso tudo acabou na tal reforma administrativa e o resultado era esperado, pois sem fiscalização séria, as estradas logo se acabam. Hoje tudo é contratado com empresas e a fiscalização é praticamente inexistente. É por isso que as rodovias não aguentam um inverno chuvoso. Logo se enchem de buracos. Tudo é mal feito a ponto de um deputado da base do governo declarar que estava horrorizado com o que fora feito em uma estrada que visitou e que pediu ao secretário que mandasse fazer uma fiscalização, pois nitidamente a estrada não prestava. Dinheiro, muito dinheiro, jogado fora. 
Herança de Roseana Sarney e do seu jeito irresponsável de governar...
Enquanto isso, o senador José Sarney comanda uma frente midiática para querer fazer crer que o estado está indo muito bem. Fizeram uma festa no jornal da família domingo passado para divulgar que o Maranhão teve um crescimento do PIB extraordinário, mas eles mesmos dizem que o Maranhão é o 16° estado brasileiro, considerando o tamanho do PIB. Agora me expliquem: Como então ele passou de 16° para 16°? Que enorme crescimento é esse? Só se for para a oligarquia ver...
Em 2008 o nosso PIB era R$ 38,4 bilhões e agora é de R$ 52,1 bilhões, crescimento de 73,7%. Em 2002 nosso PIB era R$ 16,2 bilhões e em 2008 era de R$ 38,4 bilhões, crescimento de 137,0%. Portanto perdemos força, crescemos menos do que poderíamos. Se mantivéssemos a mesma força de crescimento, o nosso PIB deveria ser em torno de  R$ 70 bilhões. Que crescimento...
Quanto ao PIB per capita, O IBGE diz que dividimos o 26° lugar (o último, diga-se de passagem) com o Piauí. Ligeiríssima vantagem para o Maranhão, com R$ 7.852 e o Piauí com R$ 7.835. Somos os últimos e abaixo da média da região (R$ 10.379), com menor PIB do Brasil. O Distrito Federal é o primeiro com R$ 63.020 e Rondônia, por exemplo, tem R$ 17.659. Estamos péssimos.
Para lembrar, vejamos a evolução do PIB per capita anual entre 2002 e 2009, considerando uma Taxa Geométrica de Crescimento: Maranhão 16,2%; Nordeste - 11,8%; Brasil - 11,3%; Norte - 11,9%; Sudeste - 10,9%; Sul - 10,8%; Centro-Oeste - 14,7%; Salário Mínimo - 13,3%. Ou seja, crescemos mais que todo o Brasil, em todas as regiões. Não foi porque todo mundo cresceu que acompanhamos.
Isso compõe o resultado de um período seguido de crescimento por vários anos e não de um ano ou outro. Período meu e de Jackson Lago como governadores. Depois o Maranhão só regrediu por anos seguidos no governo Roseana.
Tais fatos enumerados aqui só querem dizer uma coisa: ninguém segura o desenvolvimento do estado. Só eles.
Imaginem quando não estiverem mais no governo e não tivermos mais ninguém segurando...