sexta-feira, 26 de março de 2010

Uma nota de Zequinha Sarney a este blog (Reinaldo Azevedo) e uma resposta de Reinaldo Azevedo

Recebo do deputado Sarney Filho (PV-MA) a nota que segue. Faço considerações em seguida:

Ao jornalista Reinaldo Azevedo

À propósito de nota publicada em seu blog em 18 de março, sem entrar no mérito de suas referências à minha família, lamento que no momento em que enfrentamos talvez a mais difícil batalha contra setores atrasados do agronegócio que pressionam para desfigurar o Código Florestal, abrindo brechas para novos desmatamentos, inclusive de matas ciliares você, com a responsabilidade de formador de opinião, tenha preferido embarcar no discurso de alguns parlamentares sem compromisso com a sustentabilidade. Causa-me também perplexidade a tentativa leviana de denegrir a minha luta de mais de 20 anos em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida - como cidadão, ex-ministro do Meio Ambiente e como parlamentar- e de desqualificar o papel da sociedade civil nessa missão. Julgar alguém pelo sobrenome nos remete ao direito romano, no qual as famílias eram escravizadas pelas dívidas dos pais. Na Alemanha nazista, o sobrenome era motivo de prisão e morte. Graças a Deus, a civilização avançou, embora alguns ainda continuem na barbárie.

Sarney Filho

Comentário de Reinaldo Azevedo

Epa! Devagar, deputado!

Compreendo que o senhor não queira, especialmente depois de ontem, entrar “no mérito” de minhas referências sobre a sua família. Há 13 milhões de motivos depositados na Suíça para isso, não é mesmo?

Não concordo com a sua leitura do Código Florestal. Acho desinformada e preconceituosa. Se o senhor quer criar a lista de “exterminadores do futuro”, então eu vou incluí-lo na lista dos “promotores da fome”. Sei que isso pode não ser estranho à gente sofrida do Maranhão profundo, se é o caso de falar em barbárie.

“Setores atrasados do agronegócio?” E é o senhor que vem reclamar de “preconceito”?

Quanto a seu sobrenome, huuummm… É certamente um exagero o senhor se comparar a um judeu perseguido na Alemanha nazista. No Maranhão, os Sarneys estão, metaforicamente falando, é claro, mais para quem manda prender do que para quem é preso. Quanto aos romanos, lembro que o senhor jamais sofreria as conseqüências das dívidas da família. No máximo, pode ser beneficiado pelo patrimônio. O senhor não tem culpa, é claro.

Então, se o nome lhe pesa, parafraseio Julieta num de seus momentos intensos com Romeu:

“Zequinha, Zequinha, por que és Zequinha? Renega o pai, despoja-te do nome”!

Viu só como sou, deputado? É falar em Sarney, e eu logo respondo com Shakespeare.

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Protagonista ou coadjuvante: o PT e as eleições 2010

Genilson Alves*

O Congresso mais importante dos 30 anos de história do Partido dos Trabalhadores maranhense terá que decidir, neste sábado, 27, qual o papel que o maior partido de esquerda da América Latina quer cumprir nestas eleições no Maranhão: se, por um lado, deseja ocupar papel de coadjuvante, secundário, em apoio à prática política nefasta da oligarquia mais atrasada do país, representada pela governadora biônica Roseana Sarney; ou, por outro lado, deseja assumir um papel de protagonista, principal, rearticulando o campo popular e progressista, em defesa de um programa de esquerda, democrático e popular para o Maranhão, simbolizado pelo competente companheiro deputado Flávio Dino.

Os 175 delegados e delegadas petistas têm o dever de refletir sobre o momento presente e delinear os caminhos do futuro, sob pena de o PT ser hostilizado pela sociedade maranhense e relegado a mais uma sub-legenda do sarneismo no Maranhão.

Ser coadjuvante significa ocupar um lugar menor, negar a própria história e sucumbir à prática do atraso. Significa ocupar a periferia de uma coalizão hegemonizada pelo DEM e PMDB, síntese do autoritarismo, retrocesso e desmandos no Maranhão.

O mesmo DEM, antigo PFL, historicamente vinculado às elites tradicionais, partido originário de Roseana e Lobão, que ataca violentamente o governo do presidente Lula, combatendo nosso projeto nacional. Mas no Maranhão, O PFL, alma gêmea do PMDB, ocupa espaços estratégicos do governo biônico, tanto na Assembléia Legislativa quanto na administração, com a presença de personagens como Raimundo Cutrim (Segurança), Max Barros (Infraestrutura), César Pires (Educação), etc.

Abraçar a aliança DEM/PMDB significa aplaudir os escândalos que marcaram os três governos Roseana e a prática política dos sarneys, tais como o projeto Salangô (São Mateus), operação Lunus, Usimar, Tele-ensino, privatização Cemar/BEM, apropriação do Convento, politicagem no Senado, apropriação indébita, via esquema Mirante, verbas da Petrobrás, da Caixa, Setor Energético, operação Boi Barrica (Fernando), concentração de terras, sucateamento da saúde, falência do sistema de segurança, uso eleitoreiro da máquina pública...

Papel coadjuvante também teremos na campanha da companheira Dilma Presidenta. A bandeira do PT ficará ao fundo, escondida, na penumbra. Dilma ficará refém de Sarney, comprometendo os avanços das políticas do Governo Federal no Maranhão, condenando o estado a carregar, por mais quatro anos, a bandeira de número um em péssimos indicadores sociais do país.

Por fim, nesse papel secundário, dividiremos o palanque com figuras emblemáticas do sarneismo, símbolo do retrocesso, como João Alberto, Ricardo Murad, Edinho, Manoel Ribeiro, Filuca, Cafeteira, Remi Trinta, Lobão, Jorge Murad, Fernando Sarney, Zé Vieira, Coronel Rovélio, Eliseu Moura, etc.

Por outro lado, O PT pode escrever, com letras vermelhas, a mais bela página da sua história política, assumindo um papel de Protagonista.

O partido vai hegemonizar uma aliança de esquerda com o PC do B e PSB, irmãos históricos, defensores das grandes lutas em favor das liberdades e da garantia dos direitos. Reafirmar um projeto alternativo pautado na defesa da transparência na administração do dinheiro público, inversão de prioridades e participação popular.

Eleitoralmente, ser protagonista na aliança com o campo popular nos dará melhores condições para fortalecer nossa bancada, podendo eleger 4 deputados estaduais, 2 federais e disputar uma vaga ao senado. Flávio, em reunião com a Executiva do PT, esta na sede do nosso partido, colocou como natural o PT assumir a vaga de vice-governador e uma vaga ao senado.

Uma aliança comprometida com o projeto de transformação pela qual passa o país, no combate ao neoliberalismo e em defesa das garantias sociais.

Quem nos guiará nesse processo é um nome novo, mas historicamente ligado ao PT e às lutas do povo maranhense. Parlamentar destacado, defensor intransigente do governo Lula, Flávio Dino representa a ruptura com o modo fisiológico de fazer política no Maranhão. Ficha limpa e ardoroso defensor do nome de Dilma, Flávio, juntamente com o PT, terá a chance de construir um palanque ético, limpo e comprometido com o projeto de transformação iniciado pelo presidente Lula e que seguirá, aprofundado, pela companheira Dilma.

Flávio Governador e Dilma Presidenta significará libertar o Maranhão da miséria; radicalizar na reforma agrária; combater a desigualdade e romper com o atraso engendrado na educação do estado.

Dividiremos nosso palanque com os lutadores do povo, como Manoel da Conceição, Nice, Carlito, Domingos Dutra, Euraldina, Chico Gonçalves, Franklin, Ed Wilson, Dáda, Valdinar, Salvador Fernandes, Gerson, Terezinha, Bembem, Moisés Nobre, Márcio, Irilene, Augusto, Bira do Pindaré, Silvana e, por que não dizer, com o mesmo espírito de luta de Negro Cosme, Maria Aragão, Pe. Josimo, Dr. Messias e tantos outros que sacrificaram a própria vida em defesa da justiça.

O reencontro com nossa história tem data, local e horário para acontecer. É neste sábado, no SESC Turismo, a partir das 9 da manhã. O enredo está definido; o roteiro traçado; o elenco é conhecido, mas cabe agora escolher que papel exerceremos, se protagonista ou coadjuvante. Temos a chance de reafirmar que nosso coração é vermelho, que nossa luta em defesa da justiça não sucumbiu. De dizer ao Brasil que a história que queremos protagonizar é a que expressa a esperança, a que defende uma sociedade justa, fraterna e solidária, ou seja, uma sociedade socialista.

Genilson Alves é jornalista, Secretário de Formação do PT e delegado ao IV Congresso. E-mail: genilsonalves2006@hotmail.com

Atualizando os Honoráveis Bandidos

O livro Honoráveis Bandidos se tornou em pouco tempo um dos maiores sucessos de público desde que lançado. Agora está em sexto lugar entre os mais vendidos aliás; nunca deixou de estar entre os dez mais vendidos da semana, de acordo com a revista Veja.

Quase todas as semanas se torna conhecido mais um escândalo envolvendo a família Sarney e aí aumenta a curiosidade e o livro vai “bombando”.

Mas a notícia da Folha de ontem, repetida por toda a imprensa brasileira é um dos fatos mais graves no histórico da corrupção do país.

As autoridades financeiras da Suíça bloquearam US$ 13 milhões de uma conta secreta de Fernando Sarney quando este tentava transferir a dinheirama para um paraíso fiscal num Principado entre a Suíça e a Áustria.

A notícia traz a informação que é dinheiro não declarado ao Imposto de Renda, e vem se somar ao montante antes descoberto na China, no valor de US$ 1 milhão perfazendo o total de US$ 14 milhões. E ao que parece outras descobertas estão à vista.

A notícia chega exatamente na hora em que estavam empenhados em tentar atingir a ex-primeira dama Alexandra Tavares, atribuindo a ela crimes que não se sustentam, conforme a coluna já disse aqui em duas ocasiões. Incrível a capacidade que tem os sujos de falar dos supostos mal lavados!

A mais nova notícia de repercussão nacional sobre Fernando traz a informação que o presidente do Senado, José Sarney, ficou trancado com seus advogados tentando evitar a prisão do filho. Lula deve ter sido acionado freneticamente para evitar o que parece agora inevitável.

E será que aquela banda do PT que quer se dar bem com Roseana Sarney vai ter coragem de votar pela coligação com os Sarney na convenção de sábado? Veremos ...

Agora vale a enquete: O dinheiro achado, já que é ilegal, veio do erário ou foi obtido pelo trabalho de Fernando Sarney? O que você acha?

Muito honestos...

PF investiga se filho de Sarney simulou importação da China

Remessa de US$ 1 mi de empresário tem semelhança com esquema de doleiros

Pelo artifício que teria sido usado por Fernando Sarney, empresas registram compra inexistente no exterior para justificar envio de recursos

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


A Polícia Federal investiga a suspeita de que o filho mais velho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tenha simulado uma operação de comércio exterior para remeter ilegalmente recursos para fora do país. Esse artifício é usado por doleiros de São Paulo e investigado pela Polícia Civil e pela Receita Federal no Estado.

A PF e o Ministério Público Federal, num desdobramento da Operação Faktor (ex-Boi Barrica), rastreiam contas do empresário Fernando Sarney em diversos cantos do mundo.

No decorrer desse trabalho, os investigadores se depararam com a chamada "conexão chinesa", empregada por doleiros e, segundo investigadores do caso, possivelmente adotada também por Fernando.

O esquema consiste na utilização de empresas fantasmas registradas em nome de laranjas para simular transações de compra e venda com a China, dando aspecto de legalidade a operações de evasão de divisas.

Na primeira etapa, a empresa fictícia no Brasil fecha a importação de produtos chineses. O contrato de câmbio é então devidamente registrado no Banco Central. Depois, os dólares são enviados para uma conta na China em nome do exportador.

A partir daí a fraude se torna visível. A mercadoria comprada nunca chega ao Brasil. Os policiais e os auditores vão atrás dos "donos" das importadoras. No lugar de empresários bem-sucedidos, encontram pessoas humildes que tiveram seus nomes usados indevidamente.

A essa altura, o dinheiro depositado na China provavelmente já foi transferido para algum paraíso fiscal europeu ou caribenho. As empresas chinesas também são de fachada.

Conforme a Folha revelou em 2009, a investigação dos policiais e fiscais paulistas identificou um grupo de 40 empresas que usou esse mecanismo para enviar ao menos US$ 800 milhões, entre 2005 e 2008, para o exterior.

No início de 2008, Fernando Sarney fez uma operação semelhante a esse esquema. O dinheiro transferido, porém, já estava no exterior. De uma conta em nome de "offshore" nas Bahamas, ele remeteu US$ 1 milhão para uma agência do HSBC em Qingdao, na China.

A beneficiária dos recursos é a Prestige Cycle Parts & Accessories Limited -pelo nome, seria uma empresa de peças e acessórios de bicicletas ou motocicletas. Não é de conhecimento público que Fernando Sarney ou sua família tenham negócios nessa área.

Essa não foi a única transação financeira no exterior realizada pessoalmente pelo filho do presidente do Senado e rastreada pelos investigadores brasileiros. Conforme a Folha revelou ontem, o governo suíço, a pedido da Justiça Federal brasileira, bloqueou uma conta controlada exclusivamente por Fernando, com depósitos de US$ 13 milhões.

As autoridades daquele país detectaram uma tentativa de Fernando de transferir recursos para o Principado de Liechtstentein, conhecido paraíso fiscal europeu.

Na Operação Faktor, a PF interceptou, com autorização judicial, diversos e-mails de Fernando, seus familiares e amigos tratando de operações financeiras no exterior.

Numa das mensagens, sua mulher, Teresa Sarney, informa a uma pessoa chamada Zeca (não identificado) uma conta numerada no banco americano Wells Fargo, para o "depósito de mil dólares".

E-mails para banco foram monitorados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal interceptou e-mails trocados por pessoas próximas a Fernando Sarney nos quais são informadas transações financeiras no exterior a partir de uma conta no banco Credit Suisse.

As mensagens eletrônicas foram monitoradas pela PF com autorização judicial. Em três delas, o remetente é um funcionário do Credit Suisse em Nassau (Bahamas), identificado como "gestor de grandes fortunas".

Os e-mails são enviados ao empresário Gianfranco Perasso. Segundo a PF, Fernando contava com a ajuda de Perasso para operar contas no exterior em seu nome. Os dois são amigos desde que cursaram engenharia na USP.

Em mensagem de 2 de abril de 2008, com o título "remessa", o funcionário do banco diz que a "execução do pagamento foi correta" e que o beneficiário é a "Kalasia International", provavelmente uma "offshore" nas Bahamas.

Em outro e-mail do dia 7 de abril, Perasso também trata de depósito. "Meu correspondente afirma que não houve o depósito", diz ele. "Estou solicitando o retorno dos fundos imediatamente", responde o funcionário do banco.

Não há contas no exterior declaradas à Receita em nome do empresário, da mulher dele, Teresa Sarney, e de Perasso.

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quinta-feira, 25 de março de 2010

Os Sarneys amam o Verde



Pô, é evidente que a “mídia” está perseguindo a família Sarney. A Suíça bloqueou, vejam post com trecho de reportagem da Folha, US$ 13 milhões de uma conta movimentada por Fernando, o primogênito, que tanto lutou para que a Justiça, a brasileira, censurasse uma reportagem do Estadão. A China fez o mesmo com outra conta, esta de US$ 1 milhão.

Como diria Lula, a “mídia” só se interessa pelo lado negativo das coisas. Então verei agora o lado positivo. Que exemplo de empreendedorismo dá essa família. Eu não sei o que os Sarneys produzem exatamente (devem produzir alguma coisa, além de políticos), mas é preciso ser muito competente para ter essa dinheirama toda no exterior — sem contar o patrimônio em solo pátrio —, fruto do árduo trabalho de décadas no estado mais pobre do país.

Lula já disse que “Sarney não é um homem comum”. Não é mesmo! A pobreza do Maranhão, onde a família manda há 50 anos, não afetou, como a gente nota, o tino para os negócios. E a gente percebe que o clã não tem nada de acanhado, de elite localista. Os US$ 14 milhões, até agora ao menos, que estão no exterior provam a vocação globalizante da família.

Em suma, o Maranhão pode ser muito pobre, mas isso nunca intimidou os Sarneys, que são muito ricos. O chefe do clã, ex-presidente da República e atual presidente do Senado, dono de uma parcela significativa do PMDB, não se sente constrangido a investir apenas no Brasil, coisa de gente caipira. A vocação da família é a universalidade, o que já tinha sido comprovado, embora a mídia reacionária nunca tenha admitido, com o livro Marimbondos de Fogo.
E a gente nota que a família investe também na diversificação ideológica. Zequinha Sarney se tornou um “Verde”, não daqueles “verdes” de que Fernando cuida na Suíça, e é bom deixar claro que essa associação é óbvia e de mau gosto.

Os Sarneys se ofereceram para cuidar de gente no Maranhão, e a coisa não deu muito certo, como provam os últimos 50 anos. Pragmático, Zequinha resolveu cuidar de árvores — e agora divulga por aí uma lista de ditos “exterminadores do futuro”, pessoas que não teriam compromisso com o meio ambiente. No Maranhão, os Sarneys já têm um longo passado. A questão é saber se o Estado, em mãos tão hábeis, tem futuro.

É uma família que ama o verde, aqui e lá fora.

Reinaldo Azevedo da Veja

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Conta de US$ 13 mi de filho de Sarney é bloqueada na Suíça


Rastreado a pedido da Justiça brasileira, depósito não foi declarado à Receita

Suíços retiveram recursos quando Fernando Sarney tentava transferi-los para paraíso fiscal; ele já afirmou não ter conta no exterior
LEONARDO SOUZA
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo suíço achou e bloqueou conta de US$ 13 milhões controlada pelo filho mais velho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Os depósitos foram rastreados a pedido da Justiça brasileira, por suspeita de que a família do senador tenha remetido ilegalmente dinheiro para fora do Brasil.

Os depósitos estão em nome de uma empresa e eram movimentados exclusivamente por Fernando Sarney, que cuida dos negócios da família no Maranhão. O dinheiro não está declarado à Receita Federal, segundo a Folha apurou.

O bloqueio da conta na Suíça é um desdobramento da Operação Faktor (ex-Boi Barrica), conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Nesse inquérito, Fernando já foi indiciado por formação de quadrilha, gestão financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Recursos no exterior não declarados à Receita caracterizam sonegação de tributos e geralmente são frutos de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Empresas da família Sarney são alvo do fisco e da PF sob a suspeita desses crimes.

O bloqueio determinado pelos suíços ocorreu quando Fernando tentava transferir recursos daquele país para o principado de Liechtenstein, conhecido paraíso fiscal entre a Áustria e a Suíça.

Trata-se de um bloqueio administrativo, adotado preventivamente quando há suspeitas sobre a natureza do dinheiro. Se comprovado que o dinheiro tem origem ilícita, como corrupção ou fraude bancária, o bloqueio passa a ter caráter criminal, e os recursos podem ser repatriados ao país de origem.

Procurado pela reportagem, Fernando disse que não comentaria o assunto. Em 2009, em entrevista ao jornal, ele negou operar contas no exterior.

A Folha também entrou ontem em contato com o escritório do advogado do empresário, Eduardo Ferrão, mas ele não pôde atender a ligação porque estava numa reunião com o pai de Fernando, José Sarney.

Essa é a segunda conta no exterior movimentada por Fernando que foi rastreada pelas autoridades brasileiras e não informada à Receita Federal.

Como a Folha revelou no início do mês, o governo chinês já havia informado o Ministério da Justiça que Fernando transferiu em 2008 US$ 1 milhão de uma conta no Caribe para Qingdao, na China. A ordem foi assinada de próprio punho pelo empresário.

Segundo as autoridades chinesas, os recursos foram creditados na conta da Prestige Cycle Parts & Accessories Limited (uma empresa, pelo nome, de acessórios de bicicleta), exatamente como estava escrito no ordem bancária. Os investigadores brasileiros ainda não sabem qual a finalidade desse depósito.

Tanto no caso da Suíça quanto no da China, as contas não estão diretamente no nome de Fernando, mas no de "offshores" -empresas localizadas no exterior, normalmente em paraísos fiscais. A conta suíça estava registrada em nome de uma empresa chamada Lithia. Fernando consta nos registros da conta como único autorizado a movimentá-la, segundo a Folha apurou.

As autoridades brasileiras aguardam novas informações dos governos estrangeiros para decidir quais passos serão tomados a partir de agora.

A Receita continua a auditoria da família Sarney -as empresas e várias pessoas físicas. A devassa começou em 2008 a partir do trabalho da PF. Os fiscais já detectaram indícios de crimes contra a ordem tributária, como remessa ilegal de recursos para o exterior, falsificação de contratos de câmbio e lavagem de dinheiro.

Na Operação Faktor, a PF interceptou com autorização judicial diálogos e e-mails de Fernando, de familiares e de amigos. Nessas conversas e mensagens, eles tratavam, às vezes em código, de transações no exterior. Numa, o filho de Sarney fala sobre levantar "dois americanos" -US$ 2 milhões, no entendimento da PF.

A movimentação constante de contas ilegais pode caracterizar o que o direito penal define como "crime continuado". Segundo investigadores do caso, a prática pode justificar uma prisão em flagrante.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

Caras de Pau

A atitude dos Sarney com essas notícias tentando difamar Alexandra Tavares ajuda a explicar as causas da pobreza do Maranhão. Só muitos anos de dissimulação, de tentar caluniar todos aqueles que os enfrentaram e denunciaram os seus mal-feitos, pode explicar essa denúncia, digna de quem inventou o caso Reis Pacheco e muitos outros. A História do Maranhão está repleta deles.

O Estado de São Paulo denunciou em várias matérias a compra de dois apartamentos em São Paulo realizado por empreiteiro beneficiado pela família. O próprio senador se hospeda em um deles quando está na cidade. Noticiou também que as mansões onde mora Roseana Sarney em São Luis e a de José Sarney em Brasília não estavam em suas declarações de bens. Nem adianta puxar mais escândalos que envolvem a família, porque senão necessitaríamos de várias edições do jornal.

A família é toda formada por funcionários públicos que enriqueceram com o passar dos anos. Nem um capitão de indústrias, nem um herdeiro de milionário, nada. Mas as mansões de propriedade da família se multiplicam. A de Roseana Sarney no Calhau, a de Fernando Sarney no Olho D’água, a de Sarney Filho no Turu, a de Roseana Sarney em Brasília, a de José Sarney em Brasília, além de vários apartamentos de luxo no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Resorts em Barreirinhas, Shopping em São Luís, bens e contas no exterior, como publicou o jornal de São Paulo. Tudo isso conquistado com o salário de funcionários públicos. Um fenômeno digno de registro!

Alexandra Tavares é acusada de ter comprado um apartamento em Brasília e trocado por outros, mas no fim ficou com apenas um. Não ficando com dois, nem com três como insinuaram. Tudo registrado em Cartório, como eles mesmos publicam. Tudo no imposto de renda.

Qual o crime mesmo que a acusam dissimuladamente?

Isso tudo depois de passar 12 anos sem pagar água, luz, telefone, aluguel, alimentação etc, já que era mulher do vice e depois do governador José Reinaldo.

Esses inspetores são dignos da Pantera Cor de Rosa, o célebre detetive trapalhão do personagem de Peter Sellers. Num dos episódios, ele acabou preso, enrolado nas suas investigações atrapalhadas.

Vai ser difícil convencer alguém que a ex-primeira dama é uma pessoa rica. Não tem como. E os Sarney o que são?

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terça-feira, 23 de março de 2010

Sem PT Roseana será candidata?

Roseana Sarney usa todo o seu “charme”, que não é pouco, para atrair o PT para sua candidatura e assim pensa evitar, ou dificultar, uma candidatura de Flávio Dino ao governo do estado. Ela se dedica a essa “conquista” com afinco, enquanto a imprensa da família divulga boatos de que Flávio não será candidato.

Roseana Sarney, e de resto toda a família, não esconde o medo que tem de uma candidatura do brilhante deputado federal ao governo do estado. Esse medo é aumentado quando ela lê pesquisas mostrando que, mesmo com toda a propaganda, mal consegue chegar a 45% das intenções de votos, dada a existência de uma angustiante rejeição que passa dos 40%. Isso é interpretado como o seu “teto” de crescimento e essa enorme dificuldade leva-a a contratar Duda Mendonça, o mais caro dos marqueteiros, atropelando as empresas que vem trabalhando com ela no governo e que inventaram o slogan “De Volta ao Trabalho”, escrito até nos postes. Em Brasília, os políticos mais experientes dizem que quando um político contrata esse profissional é porque a coisa está feia e eles procuram alguém com poderes quase mágicos para a sua salvação.

Pois bem, e se o PT não decidir por Roseana Sarney e sim por Flávio Dino, a recíproca será verdadeira? Muita gente pensa que, se isso acontecer, será um baque tão grande, uma decepção de tão grandes dimensões, que acaba trazendo uma realidade cheia de dúvidas, incertezas e medo e duvidam, até mesmo, que Roseana Sarney confirme a sua candidatura. Isto naturalmente permitiria ao irmão Fernando se lançar em busca da imunidade parlamentar aportada por um mandato eletivo.

Será que ela terá coragem de enfrentar Flávio Dino e se arriscar a perder a eleição no cargo o que lhe tiraria até a desculpa, já usada, de que sua derrota seria por causa da ação do governo em mãos adversárias? Seria demais para o orgulho e arrogância dela. Não teria como se recuperar.

Por outro lado, nada disso adianta, pois Flávio Dino será candidato a governador. O povo quer apoiá-lo.

A política vive de ciclos de poder de políticos que dominam a cena durante algum tempo. Mas todos os ciclos chegam ao fim e não existem dúvidas de que esse tempo chegou para a família Sarney no Maranhão. Não há volta, atingiu-se o ponto de saturação e o povo não mais agüenta.

Agora vejam essa deprimente homenagem, patrocinada ostensivamente pelo governo da filha, ao seu pai o senador José Sarney, em recinto fechado e só aberto aos previamente credenciados é um ato falho, contraproducente, que mostra por inteiro a fragilidade política em nosso estado do senador José Sarney. Era melhor não ter feito nada.

Mas voltemos à reflexão. A proposta para que a decisão do PT do dia 27 acontecesse após um debate entre Roseana Sarney e Flávio Dino provocou a reação mais que esperada dos apoiadores de Roseana, que imediatamente disseram não aceitar o debate com Flávio. Todos sabem, que mesmo exercendo o governo, ela não tem condições de enfrentar um debate. É público e notório o seu alheamento das ações do governo e do desempenho das secretarias. Um debate com uma pessoa competente e tarimbada como Flávio exporia demasiadamente suas lacunas e fraquezas. É que ela não agüentaria. Que vergonha!

Seus apoiadores do PT não confiam nela e sabem que ela não é uma governante preparada. Sim, pois eles não possuem subsídios para acreditar em seu desempenho e, assim, nada mais evidente para eles do que correr para tentar abafar ideia tão perigosa. Como se já não bastasse o vexame da proposta de coligação com o PT em que, por respeito à grande rejeição da governadora no partido, não quiseram colocar o seu nome no documento e a esconderam atrás de siglas partidária diversas. Foi uma tentativa de esconder o óbvio, de que eles apóiam envergonhadamente Roseana Sarney para governadora. É um vexame de grandes proporções. Ela deve ficar furiosa com tudo isso. Qualquer um ficaria.

É incrível a desfaçatez do gestão desta senhora. Hoje o governo deve ser o maior locador de espaço no Shopping Jaracati que pertence a nada mais nada menos que seu pai, o senador José Sarney. E o que está funcionando ali sob o patrocínio de Roseana e beneplácito das autoridades dos órgãos controladores? Estão lá o Viva Cidadão, o Shopping da Justiça e Cidadania e uma loja da Caema. Além disso, o governo federal também ajuda a família, mantendo no referido espaço agências da Caixa Econômica Federal e dos Correios. E nem pensam explicar a transferência voluntária de renda do governo para a família Sarney. Estão tentando tirar toda a vantagem que puderem antes da derrota em outubro. Nem tentam disfarçar as aparências.

Todos sabem que Sarney manda quase tanto quanto Lula e que Edison Lobão é um ministro forte, mas estamos assistindo novamente a repetição do que já aconteceu no passado. Desta vez com aviso do vigilante e eficiente deputado federal Carlos Brandão. Quando foi construída Boa Esperança, no rio Parnaíba, o Maranhão não tinha geração de energia elétrica e o benefício era tão grande que ninguém se lembrou de questionar por que a sede da empresa, e da usina, ficou do lado do Piauí. Assim todo o ICMS pago pelos consumidores fica com o aquele estado.

Agora o Ministério de Minas e Energia vai leiloar a construção de mais 8 hidroelétricas no rio Parnaíba e todas as audiências públicas estão acontecendo naquele estado. Se o Maranhão continuar de braços cruzados como até agora, vai ver de novo todo o ICMS ficar também lá.

E não adianta apelar para o governo do Maranhão. Só se interessa pelas próximas eleições. Temos que exigir que também no Maranhão se façam as audiências públicas previstas em lei para que nosso estado possa dividir com o Piauí os tributos que serão devidos pelos empreendimentos.

E não para por aí. Quem assistiu ao Globo Rural do Maranhão recentemente, viu que o estado comprou R$ 50 milhões de sementes de arroz estragadas e que não puderam ser recebidas pelos agricultores, pois não podiam germinar mais. Assim, foi perdida a safra de arroz, trazendo grandes prejuízos para centenas de pequenos agricultores.

Essas noticias, muito graves, são recebidas pelo governo como coisas banais e a governadora, cercada pelos seus repórteres, não é cobrada pelas loucuras de sua gestão. Os outros não conseguem chegar perto. E por falar nisto, nunca Roseana Sarney deu uma entrevista coletiva, recebendo toda a imprensa além da sua própria. Blindam-na de todos os jeitos. Só aqui.

É... É impossível esconder que Roseana Sarney está demorando muito a voltar ao trabalho.

A Família Sarney não muda

Nada faz mudar a família e seus métodos. Eles acabam de confirmar isso fazendo publicar no seu maior jornal matéria completamente distorcida, acusando o ódio que eles sentem por Alexandra Tavares e de tabela tentam atingir José Reinaldo Tavares de quem não perdoam a derrota de Roseana Sarney em 2006.

Todos sabem que eles contrataram em 2006 uma empresa americana a Control Risk para fazer levantamento completo das contas, propriedades, bens, etc. Um levantamento feito por profissionais para tentar pegar qualquer coisa que pudessem usar contra o casal. A decepção foi grande quando nada conseguiram, obviamente porque nada havia para usar.

Mas não pararam aí. Continuam a bisbilhotar a vida das pessoas mais odiadas por eles. E continuam sem nada encontrar. Todos desconfiam que, com o poder do Coronel, eles terminam por ter acesso a todos os tipos de dados pessoais e confidenciais, além de escutas de todo o tipo. Nisso são implacáveis.

Como nada conseguem passam a deturpar o que conseguem. Eles sabem que estão apenas tentando confundir a opinião pública, mas não desistem. É para isso que tem a sua própria imprensa. Para fazer o mal e jogar lama nos adversários.

Jogam uma lista de apartamentos e fazem uma conta dizendo que Alexandra Tavares gastou R$ 6 milhões em sua compra quando sabem muito bem que ali é uma troca de apartamento por outro, sucessivamente, e não compra de vários. Começou com um e termina tendo apenas um. Isso fica mais claro quando eles mesmos publicam que Alexandra tem 60% do imóvel e o ex- marido 40% pois assim ficou acordado na separação o que ainda continua até vender o imóvel resultante das trocas.

Sabem também que está tudo declarado no imposto de renda como deve ser com os bens. Muito diferente do senador José Sarney que, como publicou o jornal O Estado de São Paulo escondia duas mansões, uma em São Luís e outra em Brasília, de sua declarações de bens. Em uma Roseana Sarney mora e na outra mora o senador. Muito diferente de quem como funcionário publicou conseguiu um patrimônio gigantesco e que hoje é raro o dia em que a imprensa do sul não mostre escândalos de corrupção em que não estão envolvidos membros da família.

O medo da eleição de Alexandra Tavares deixa a governadora fora de controle, o que explica a baixaria, mas não a justifica.

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Alexandra Tavares nega patrimônio de R$6 MI e diz ter declarado bens à Receita Federal

A ex-primeira dama do Estado, Alexandra Tavares, voltou a ser alvo da fúria do sistema de comunicação do grupo Sarney. A principal página política do jornal O Estado do Maranhão informou, na edição deste domingo (21), que a ex-mulher do governador José Reinaldo possuía um patrimônio avaliado em 6 milhões de reais por conta de supostos registros de transações com apartamentos e casas comerciais subfaturadas.

Sem contas em paraísos fiscais ou negociatas em offshores - transações comumente atribuídas a membros do esquema Sarney -, e ao contrário do presidente do Senado, José Sarney, que omitia de sua declaração de bens duas mansões (uma em São Luís e outra em Brasília), Alexandra respondeu em tom irônico ao blog dizendo que os fatos apresentados pelo jornal estão distorcidos e que todos os bens citados na matéria foram declarados ao seu Imposto de Renda.

Em contato telefônico com o titular deste blog, Alexandra esclareceu todos os itens da tentativa de associá-la às práticas comuns do clã Sarney.

“O apartamento na SQN 311 foi comprado, em 2002, e vendido em 2005, portanto, não mais me pertence. O da SQN 109 foi comprado à prestação, em 2004 e só terminamos de pagar em 2006. A compra dele não foi em 2006, ele foi escriturado em 2006, quando pudemos registrar o imóvel, mas desde 2004 consta no meu Imposto de Renda. Da venda dele, em outubro de 2008, por R$ 2.100,00, eu recebi uma parte em dinheiro e outra em outro apartamento, que é o citado da SQN 212, devidamente registrado em cartório 6 meses após a compra, pois era o prazo máximo que tínhamos para realizar“.

Alexandra informou ainda: “as farmácias são fonte de sobrevivência minha e das minhas três filhas e ficam em áreas carentes como mostra a foto e, obviamente, também estão declaradas em meu imposto de renda, assim como os outros bens citados. Não tenho nada a esconder e não omito da Receita Federal nenhuma de minhas propriedades, como fazem certos homens e mulheres públicas que deveriam se envergonhar de suas práticas”.

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domingo, 21 de março de 2010

Grupo ligado a Sarney controla fundo com rombo de R$ 1,43 bi

FUNDO DE PENSÃO DOS CORREIOS

Empresa de Gianfranco Perasso e Flávio Lima - 'cabeças', segundo a PF da organização criminosa chefiada por Fernando Sarney - receberam do fundo de pensão Postalis, dos Correios, R$ 153,3 milhões para construir termelétrica em Manaus (AM)

Estatal dos Correios terá de assumir rombo bilionário do fundo, presidido por Alexej Predtechensky (indicação de Edison Lobão), que foi colega de faculdade de Fernando Sarney no curso de engenharia da Universidade de São Paulo (Poli)

Reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo revela que a estatal dos Correios terá de assumir um rombo de R$ 1,43 bilhão do seu fundo de pensão, o Postalis. O presidente do Postalis, Alexej Predtechensky, fez na sua gestão três investimentos milionários em empresas controladas por pessoas que aparecem na Operação Boi Barrica da Polícia Federal (rebatizada Faktor) como ligadas a um suposto esquema do empresário Fernando Sarney - superintendente do Sistema Mirante e filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) -, que faria tráfico de influência no setor elétrico.

Alexej foi indicado para o cargo pelo ministro Edison Lobão (Minas e Energia), um dos mais fiéis aliados de José Sarney. Até o ano passado, Alexej era formalmente sócio de Marcio Lobão, um dos filhos do ministro, em uma importadora de carros BMW em Brasília. Edison Lobão era chamado pelos investigados da Operação Boi Barrica de "Magro Velho".

No total, na gestão de Alexej, foram investidos R$ 371,9 milhões em três empresas de energia: a Multiner e em outras duas vinculadas a ela - a Raesa (Rio Amazonas Energia) e a New Energy. O investimento nas três empresas representa 50,06% do total destinado pelo fundo ao setor.

O sócio da Multiner, José Amilcar Boueri, aparece num organograma preparado pela PF, que mapeou o suposto esquema da família Sarney no setor elétrico.

Investimento - Um dos investimentos mais polêmicos do Postalis é na construção da termelétrica Cristiano Rocha pela Raesa, que abastece parte de Manaus.

A empresa recebeu R$ 153,3 milhões do fundo, o maior percentual destinado pelo Postalis para um negócio no setor. A aplicação foi feita em abril de 2006, dois meses depois de o presidente do Postalis assumir o cargo. A Raesa foi fundada por Gianfranco Antonio Vitório Artur Perasso e Flávio Barbosa Lima, sócios indiretos na época e apontados pela PF na operação Faktor como braços operacionais da suposta quadrilha comandada por Fernando Sarney. Os três são acusados de tráfico de influência e formação de quadrilha no setor elétrico. Em conversas gravadas pela PF com autorização judicial na Operação Boi Barrica, Gianfranco era chamado de "China" ou "China Boy", Flávio de "Flavinho" e Fernando de "Bomba".

O relatório da PF aponta Perasso e Lima como donos de metade da empresa Tripartner Participações, que, por sua vez, é dona de 30% do capital da Raesa, via outra empresa, a 2007 Participações. A fatia da dupla equivaleria, segundo a PF, a cerca de R$ 100 milhões.
(Andrezza Matais e Leila Coimbra, da Folha de S. Paulo, e Redação do JP)

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Na Carta Capital a decisão do PT no dia 27 - Maranhão

Limites da conveniência

O PT também está rachado no Maranhão. A divisão se dá entre petistas que querem apoiar a eleição de Roseana Sarney (PMDB) e os que tentam tirar
o poder de uma oligarquia familiar. Esses se articulam em torno da candidatura do deputado Flávio Dino (PCdoB), parlamentar de destacada atuação no Congresso e, também, na base governista.

É um conflito que se repete em outros estados. O PT não cedeu na Bahia. Mas deve ceder em Minas, em nome do acordo nacional com o PMDB.

A resistência no Maranhão é à oligarquia Sarney, que completa 45 anos. Ela nasceu com a eleição de José Sarney para o governo do estado, em 1965, com apoio do marechal Castelo Branco. Sarney foi peça importante de sustentação da ditadura quase todo o tempo. Sim, quase: foi udenista até a UDN acabar; arenista até a Arena acabar; pedessista até o PDS acabar, mas abandonou o regime militar antes que acabasse. Esperta atitude.


No dia 27, os petistas vão decidir. O PT e o PMDB fizeram um casamento de conveniência. Relação de conveniência tem limites. Esse caso estabelece o limite. O Maranhão, para a nossa desdita, é o enclave mais atrasado do Brasil. Herança da oligarquia que sufoca o progresso econômico-social e mancha o lábaro estrelado.

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