A decisão do Tribunal Superior Eleitoral que tomou de Jackson Lago o governo do Maranhão e o deu para a candidata derrotada nas eleições, Roseana Sarney, nas palavras de seu presidente, Ministro Ayres de Brito, foi de “menor extensão democrática”. Num artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, este tenta explicar tal decisão e acaba se embaraçando ainda mais, criando frases sem nenhum sentido como essa. Suponho que nem ele sabe o que quis dizer. Mas foi assim que aconteceu e hoje temos no governo uma governadora biônica, despreparada como sempre, e que não consegue governar.
O que vem acontecendo com os desabrigados pelas cheias no Maranhão está sendo agravado, em muito, pela falta de liderança, disposição e motivação para atender o povo sofrido do nosso estado. Com isso sofrem as famílias, jogadas em locais insalubres, sem sanitários suficientes, sem assistência médica e hospitalar, como descreveu o Jornal Nacional. Quem não viu - e se chocou - com a cena de uma mãe de família levando seu filho ardendo em febre, de canoa, em busca de socorro? E esse é apenas um fragmento doloroso do drama cotidiano dessas famílias... Uma verdadeira tragédia, terrível para essas pessoas, que a muito custo montaram suas casas, mobiliaram-na e, de uma hora para outra, vêem tudo ser arrastado ou estragado pelas águas. São pessoas pobres que ficam mais pobres e que, além de cestas básicas do governo federal e de prefeituras, nada mais possuem que sirva de amparo.
Muito diferente do que está acontecendo no Piauí, exemplo não muito longe e perfeitamente possível de se criar uma comparação, por ser uma unidade federada igualmente pobre. Ali, o governo está presente, apoiando, construindo hospitais de campanha, entregando remédios, e inovando até com programas, como o aluguel de vagas em casas que se dispõem a receber as famílias flageladas. O subsídio é pago pelo governo aos locadores, como se fosse uma espécie de aluguel, no valor de R$ 150,00 mensais. Resultado disso é a diminuição da pressão por abrigos e o envolvimento da população na solução do problema. Não bastasse isso, coisas surpreendentes tem sido registradas nesse programa: exemplos vivos de solidariedade, pois muitas famílias, quando podem, não aceitam receber o aluguel.
O que impede então este novo governo maranhnese de organizar mutirões médicos, como o que fizemos centenas de vezes, na capital e no interior, os muito bem avaliados “Mutirões da Cidadania”? Todas as pessoas que estiveram envolvidas nesse programa continuam no governo. Contam-se milhares e estão aí mesmo, dispostos a enfrentar as adversidades. São médicos, para-médicos, dentistas, enfermeiros, biólogos, pessoas de boa vontade e desprendidas e que não são aproveitados apenas porque esse não é o rumo da atual gestão...
Mas a governadora, não eleita, e que já havia feito um governo ausente de rumo, a ermo e sem projetos, que levou o Maranhão para a pobreza, não tem interesse e vê esse lado da sua administração com enfado. Não foi à toa que quase um milhão de maranhenses fugiram daqui devido ao abandono em que se encontravam. Num momento esquisito, em que o governo não tinha Secretária de Agricultura, nem combate a aftosa, nem ensino médio, nem... Bem, é tanta coisa que nem vamos repetir.
Estes não conseguem assumir suas obrigações e pensam que seu esquema de mídia substitui tudo, dando-lhes vida boa no modorrento dia a dia governamental e enganando o povo. Não é mais assim! O povo está insatisfeito e disposto a cobrar o apoio que lhes é devido.
Roseana só pensa em dinheiro. Com ódio dos prefeitos, quer lhes tomar o dinheiro de obras e benefícios que o governo passado, parceiro, colocou em suas contas. Dinheiro economizado por aquela administração exatamente para ser aplicado em benefício da população. E, Roseana, que disso não participou, que em nada contribuiu, quer impedir essa ação. Para quê? Ninguém sabe.
Tentando aproveitar-se do sofrimento dos flagelados, a governadora preparou uma armadilha para Lula. Apresentou-lhe uma conta de 1 bilhão de reais, não se sabe de quê, sem projetos, nem nada, mas certamente de olho nas eleições do ano que vem. Lula, conhecedor da personagem, disse que não era assim e que, não era só com dinheiro que desabrigados poderiam ser amparados. E fez mais: condicionou a liberação de dinheiro do governo federal como contrapartida à apresentação de projetos muito bem justificados e auditados. Além disso, não desfilou com ela, tampouco foi ao Palácio dos Leões. Isso demonstra claramente a ausência de intenções deste em “consolidar” o governo biônico de Roseana Sarney Murad, como publicou equivocadamente o seu jornal.
Na verdade, Lula demonstrou desapreço por Roseana. Lembram que Sarney, José Dirceu e outros, pressionaram-no para nomeá-la Ministra, de qualquer coisa, e ele, fazendo cara de paisagem, disse que nunca a havia convidado?
Avancemos. Olhem só como Roseana Sarney encara o governo: ela cancelou o inicio da Campanha de Vacinação Contra a Aftosa, prevista para começar no último sábado, porque iria a um casamento. Estaria ela exausta de tanto representar como governadora?
Outro fato intrigante: em sua gestão passada extinguiu Secretárias de Estado, agora só faz aumentar o seu número. Foi um escândalo, naquele tempo, a extinção da pasta da agricultura. Agora, incoerente até com ela mesma, cria não uma, mas duas Secretarias de Agricultura. Isso é que é uma crítica, abalizada, ao seu próprio governo! Não bastasse isso, susta o primeiro ato de uma delas, a campanha de vacinação. É um governo 'sem lenço e sem documento', com apenas um propósito: o seu plano revanchista, objetivo síntese de suas ações.
Prova disso é o que se tem observado nas últimas semanas. Sem inquéritos, nem apurações administrativas, mandam a polícia investigar Secretários de Jackson. Querem prender alguém para exibir com um troféu para o Maranhão e o Brasil. Já pensou se isso tivesse sido feito antes? Com Salangô, Fábrica de Rosário e etc? Poucos escapariam. Será que agora os outros terão direito de defesa?
Por tudo isso, está na hora de nos reunirmos. Precisamos nos solidarizar com o povo abandonado do Maranhão, a mercê de um governo que não foi eleito, descomprometido e omisso. Na segunda-feira próxima, dia 18 de maio, conclamo a todos para nos encontrarmos às nove horas da manhã, no auditório da Assembléia Legislativa, A Casa do Povo, para debater o atual momento. Vamos aproveitar a iniciativa do PSB, que convocou a reunião, mas os partidos da antiga Frente estarão lá, assim como as grandes lideranças empenhadas por um Maranhão melhor.
Vamos lutar por um Maranhão livre de oligarquias e monarcas. Um estado justo e bom para o seu povo. Vamos lutar para o Maranhão retomar o seu caminho.
É uma reunião pública. Vamos lá. Até segunda!
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