sábado, 23 de janeiro de 2010

Sarney afirma que acusação é "insulto"

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), informou ontem, por meio de nota, que o surgimento do nome dele na Operação Castelo de Areia é um "insulto" que tem a intenção de criar um escândalo.

"Essa é uma história infame, sem pé nem cabeça, que considero um insulto enviado aos jornais com a intenção de atingir minha honra e criar escândalo", afirmou o senador peemedebista por meio de nota.

A Folha enviou e-mail ao filho dele, Fernando Sarney, mas não obteve retorno.

O advogado da construtora Camargo Corrêa, Celso Vilardi, afirmou ontem que não irá tecer comentários sobre documentos extraídos da Operação Castelo de Areia, pois tudo está suspenso por ordem judicial.

Na semana passada, numa decisão liminar (provisória), o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Asfor Rocha, suspendeu a investigação e todos os processos relacionados ao caso.

O ministro informou ver indícios de eventuais ilicitudes na produção de provas, o que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal negam com veemência. A decisão final deverá ser tomada em fevereiro, após o fim das férias forenses.

"Não vou me manifestar sobre provas que estão sub judice. Se o tribunal confirmar a decisão liminar que suspendeu toda a operação e seus desdobramentos, toda essa documentação será considerada ilegal, ilícita, sem nenhum valor", afirmou Vilardi.

Para o advogado, a investigação começou a partir de uma denúncia anônima, o que teria sido suficiente para a Justiça decretar a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos. "Segundo a jurisprudência dos tribunais, a quebra do sigilo não pode ocorrer por denúncia anônima, só pode ocorrer se muito bem embasada, o que não aconteceu nesse caso", disse.

A Procuradoria da República informou que, além da denúncia anônima, houve pelo menos uma delação premiada (quando o réu ajuda na investigação em troca da redução da pena).

O ex-ministro Silas Rondeau afirmou ontem que a citação do nome dele no relatório da PF é "mais uma mentira".

"Fico realmente muito triste com isso. Não tenho nenhuma relação com essa empresa, nunca recebi qualquer valor. É mais um absurdo dentre tantos que foram ditos, não tem qualquer possibilidade de isso ser verdade", afirmou.

Paulo Ferreira, tesoureiro do PT até fevereiro, disse que o partido só recebe doações legais. "Nós temos com as empresas relação institucional. Nós tivemos doações da Camargo em 2008, por conta da eleição. As doações estão registradas. O PT recebeu formalmente as doações", afirmou.
Questionado se conheceu Pietro Bianchi, diretor da Camargo que guardava as anotações apreendidas, disse: "Nunca vi, nunca estive com ele, não sei quem é".

A Folha telefonou ontem para o celular e o gabinete do senador Lobão Filho (PMDB-MA), mas não conseguiu entrar em contato com o parlamentar.

A assessoria de imprensa de Astrogildo Quental, na Eletrobrás, informou que apenas o advogado Roberto Dias poderia se pronunciar sobre o caso. O defensor, porém, não foi localizado ontem pela reportagem no escritório nem pelo seu telefone celular.

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