O Maranhão lamenta, neste 17 de abril de nuvens cinzentas, um ano do golpe judicial que depôs o governo Jackson Lago. O primeiro governo com real sabor de democracia e liberdade, depois de quatro décadas de domínio de uma elite corrupta e oligarca que alugou os sonhos e aspirações do Estado ao atraso e à pobreza absoluta.
No 3 de outubro de 2006, os maranhenses, de corações em punho, hasteando as bandeiras do bem estar social e do progresso, haviam apeado do poder os últimos dragões de uma ditadura que somente aqui sobrava, os derradeiros paraninfos da miséria e do absolutismo no país.
Ainda dava para sentir o gosto de revolução na boca, a sensação de que não fora inútil o sangue dos heróis tombados no caminho, quando uma armação política costurada nos bueiros da Justiça derrubou o governo Jackson Lago e, com ele, a vontade manifesta nas urnas por um povo que somente queria se libertar.
Concretizou-se no Maranhão, naquele 17 de abril, uma das maiores farsas da história da República, quando os sentimentos de um povo inteiro foram afogados em simulações jurídicas para satisfazer a podridão de uma oligarquia acostumada a pisar nas leis. Estavam de volta ao poder os responsáveis pelo analfabetismo, pelo desemprego, pela violência oficial, fome e pelo cansaço cívico de sucessivas gerações.
Um Maranhão solitário, aqui no bico do Brasil, era vítima, mais uma vez, dos patrocinadores da grilagem, do êxodo e genocídio de pobres lavradores, dos gestores da inanição infantil, dos donos de isenções fiscais e negociadores do patrimônio público, de um criminoso monopólio dos meios de comunicação.
Um ano depois e a chamada grande imprensa denuncia para todo o Brasil que crianças morrem em grupo no sul do Estado por falta de assistência médica; um ano depois apenas e o dinheiro da saúde pública é aplicado no aluguel de helicópteros; apenas um ano depois e a polícia de Roseana Sarney se junta às guardas pretorianas do latifúndio para expulsar, humilhar e torturar trabalhadores rurais sem terra; um ano depois apenas e o Maranhão ocupa o último lugar em geração de emprego e renda no Brasil.
São 365 dias de desalento, de obras inacabadas, de perseguição a funcionários públicos, de negociatas milionárias com as transferências constitucionais.
Em apenas um ano, o senador José Sarney é o símbolo mais acabado da corrupção neste país, e todo seu poder, aqui, no Senado e nas bainhas das calças de Lula serviu somente para devolver o palácio à sua filha, como se fora um brinquedo, e para livrar o próprio filho da prisão, este acusado pelo Ministério Público e Polícia Federal de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e todos os crimes financeiros que a legislação pode conceber. Ao povo maranhense, este poder de nada serviu.
Os hinos à liberdade, no entanto, ainda estão presos na garganta. A capacidade de luta dos maranhenses não se exauriu. Não faltarão guerreiros para, mais uma vez, com o tacape e a história nas mãos, expulsar daqui os vendilhões da Pátria, os que fizeram do Maranhão a vergonha nacional.
Um ano depois do golpe, nossas veias ainda sangram e não haverá corrupção no mundo capaz de aqui silenciar o grito que ecoa em todo o Brasil: Fora, Sarney!
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No 3 de outubro de 2006, os maranhenses, de corações em punho, hasteando as bandeiras do bem estar social e do progresso, haviam apeado do poder os últimos dragões de uma ditadura que somente aqui sobrava, os derradeiros paraninfos da miséria e do absolutismo no país.
Ainda dava para sentir o gosto de revolução na boca, a sensação de que não fora inútil o sangue dos heróis tombados no caminho, quando uma armação política costurada nos bueiros da Justiça derrubou o governo Jackson Lago e, com ele, a vontade manifesta nas urnas por um povo que somente queria se libertar.
Concretizou-se no Maranhão, naquele 17 de abril, uma das maiores farsas da história da República, quando os sentimentos de um povo inteiro foram afogados em simulações jurídicas para satisfazer a podridão de uma oligarquia acostumada a pisar nas leis. Estavam de volta ao poder os responsáveis pelo analfabetismo, pelo desemprego, pela violência oficial, fome e pelo cansaço cívico de sucessivas gerações.
Um Maranhão solitário, aqui no bico do Brasil, era vítima, mais uma vez, dos patrocinadores da grilagem, do êxodo e genocídio de pobres lavradores, dos gestores da inanição infantil, dos donos de isenções fiscais e negociadores do patrimônio público, de um criminoso monopólio dos meios de comunicação.
Um ano depois e a chamada grande imprensa denuncia para todo o Brasil que crianças morrem em grupo no sul do Estado por falta de assistência médica; um ano depois apenas e o dinheiro da saúde pública é aplicado no aluguel de helicópteros; apenas um ano depois e a polícia de Roseana Sarney se junta às guardas pretorianas do latifúndio para expulsar, humilhar e torturar trabalhadores rurais sem terra; um ano depois apenas e o Maranhão ocupa o último lugar em geração de emprego e renda no Brasil.
São 365 dias de desalento, de obras inacabadas, de perseguição a funcionários públicos, de negociatas milionárias com as transferências constitucionais.
Em apenas um ano, o senador José Sarney é o símbolo mais acabado da corrupção neste país, e todo seu poder, aqui, no Senado e nas bainhas das calças de Lula serviu somente para devolver o palácio à sua filha, como se fora um brinquedo, e para livrar o próprio filho da prisão, este acusado pelo Ministério Público e Polícia Federal de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e todos os crimes financeiros que a legislação pode conceber. Ao povo maranhense, este poder de nada serviu.
Os hinos à liberdade, no entanto, ainda estão presos na garganta. A capacidade de luta dos maranhenses não se exauriu. Não faltarão guerreiros para, mais uma vez, com o tacape e a história nas mãos, expulsar daqui os vendilhões da Pátria, os que fizeram do Maranhão a vergonha nacional.
Um ano depois do golpe, nossas veias ainda sangram e não haverá corrupção no mundo capaz de aqui silenciar o grito que ecoa em todo o Brasil: Fora, Sarney!
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Um comentário:
Estamos juntos nessa luta!!
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