domingo, 25 de julho de 2010

Por que quero ser Senador pelo Maranhão

Sabemos todos que a força que garantiu poder à oligarquia durante todos esses longos anos foi o completo domínio do Senado por Sarney. Elegendo a totalidade da representação do estado do Maranhão, ele tinha campo livre para fazer o que queria. É a partir do Senado que ele, José Sarney, controla o governo federal e o próprio Lula, o que lhe permite grande poder de manipulação política e influencia em todas as instituições da federação.

Do Senado é que vem o poder de manipular partidos políticos, como é exemplo o PT, que teve que voltar atrás de uma decisão de coligação com o PCdoB, tomada em eleição interna por maioria de votos. É do Senado que José Sarney adquiriu forças para retirar do cargo um governador eleito e colocar em seu lugar a sua filha, perdedora das eleições. Isto por meio de uma violência à Constituição, pois esta manda fazer novas eleições em situações semelhantes. Entretanto, a controversa decisão anulou todos os votos que foram dados a Jackson Lago, concedendo o cargo de governador do Maranhão a Roseana Sarney. Um verdadeiro golpe de estado jurídico tentado pelo TSE, como declarou o ex-ministro daquela mesma corte, Francisco Resek.

Hoje tenho a certeza de que, se tivéssemos eleito um senador em 2006, o senador José Sarney não teria conseguido tirar Jackson Lago do governo. O senador da oposição teria forças para impedir a manipulação do Senado.

Assim, o que não pode continuar ocorrendo é o nosso estado eleger todos os senadores do estado de um mesmo grupo político, oligárquico, que domina o Maranhão há mais de 40 anos e só trouxe pobreza e atraso a nossa população.

A decisão que me leva hoje a concorrer ao Senado nasceu quando ainda estava no governo do estado. Eu sei o que passei para aguentar e resistir numa gestão em que não contei como nenhum senador ao meu lado. Primeiramente, Sarney conseguiu a anuência de Lula para cortar toda e qualquer ajuda voluntária ao estado. Depois partiu para me isolar politicamente, conseguindo de Lula o apoio para a proibição - que realmente aconteceu - da visita ao Maranhão por parte de qualquer ministro de estado do seu governo.

Mas não ficou apenas nisso. Conseguiu fazer com que a Vale e a Baosteel (chinesa) paralisassem todo o processo em andamento acelerado, com todos os acordos assinados em Xangai, da instalação de uma imensa planta siderúrgica no Maranhão, consumando um crime contra a população do estado e impedindo o seu crescimento industrial. Tudo porque não admitia que esse projeto fosse instalado durante meu governo. E como a pior de suas retaliações a mim, mas perversamente também a todo o Maranhão, José Sarney tentou segurar durante três anos a autorização para a assinatura de um contrato de US$ 30 milhões entre o nosso estado e o Banco Mundial destinados ao combate à pobreza, que tanto o governo federal, quanto a diretoria daquela instituição financeira já haviam autorizado.

Mesmo assim, foi necessário conquistar a atenção dos senadores de outros estados do país, por intermédio da mobilização de milhares de pessoas, primeiramente desfilando em ruidoso protesto pelas ruas de São Luis e, em seguida, fazendo-se presentes em grande alarido nas galerias do Senado, para que estes passassem a exigir a imediata aprovação do contrato.

E isto se deu em uma memorável tarde, em que um apoplético José Sarney vociferava aos microfones que o dinheiro proveniente do empréstimo, mesmo sendo aprovado, não sairia. Felizmente, saiu e melhorou a vida, diminuindo a pobreza de muita gente do meio rural no Maranhão. No entanto, o que ficou deste evento, foi a revelação genuína, por inteiro, do total descompromisso daquele senhor com as causas do Maranhão.

E eis que agora surgiu outra chance para os senadores do Maranhão mostrarem um pouco mais de consideração conosco. Vejam que, há pouco mais de um mês, o Senado votou um importante projeto que pretende distribuir igualmente por todos os estados os royalties da extração do petróleo do Pré-Sal, que hoje vão basicamente para Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ao corrigir essa distorção já histórica, o Maranhão receberia na nova partilha cerca de R$ 1,740 bilhões por ano. Quem poderia ficar contra isso aqui? Podem se surpreender: os senadores do Maranhão.

Esses senhores votaram contra a nova partilha, votaram a favor do Rio de Janeiro, e não do Maranhão, como se fossemos nós os ricos, e não o contrário, e que não tivéssemos o que fazer com tanto dinheiro extra...

E sabem por quê? José Sarney, atual presidente do Senado, colocou esse projeto em pauta para votação, contrariando o governo federal, que pretendia agradar o governador do Rio e não votar em período eleitoral um uma iniciativa como essa, cujo resultado não se pode controlar.

O motivo de Sarney contrariar o governo consistiu unicamente em afirmar o seu poder perante o PT, que iria se reunir para tentar mudar a decisão estadual do partido em coligar-se com Flávio Dino e não com sua filha Roseana. Assim, resolveu dar uma demonstração de que a sua independência poderia criar muitos problemas para o governo e que era bom que fizessem o que ele queria.

Como de costume, para concretizar a mise-en-scène, mandou então os senadores do estado votarem contra os interesses do Maranhão, demonstrando assim sua lealdade (virtual) ao governo. Aqueles, quais cordeirinhos, votaram contra o estado e a favor do oligarca. Perderam, felizmente, mas o processo de votação ainda não está concluído.

É a esses senadores que está entregue a defesa dos interesses maiores do estado. Pasmem! E essa é só uma demonstração a mais do que a posição dessa gente, como senadores, pode acarretar ao nosso estado...

É por isso que peço a ajuda de todos os que gostam do Maranhão para me darem o seu voto, pois comigo no Senado, nunca mais fatos como esse acontecerão de novo.

Vou defender o Maranhão, o governo de Flávio Dino, para que ele não precise passar o que passei. E mais: defenderei os legítimos interesses do povo do Maranhão, enfrentando os desmandos e manipulações no Senado, que tantos prejuízos causam ao Maranhão.

Para que tivéssemos chances de ganhar em 2006, sacrifiquei o projeto natural de todo governador em final de mandato, que é a sua candidatura ao Senado. Interrompi minha carreira política, mas agora é hora de retornar. Depois de quatro anos sem cargos no governo e sem mandato eletivo, não silenciei. Agora, com a ajuda de vocês, quero continuar somando aos esforços de luta pelo ideal de todos nós, que queremos um Maranhão livre, democrático, forte e com oportunidades para todos.

Junto-me de novo a essa luta!

ZÉ REINALDO 400

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