terça-feira, 16 de agosto de 2011

ROSEANA NÃO ESTÁ ENTENDENDO NADA


Primeiro, a governadora Roseana Sarney, disse que estava muito cansada, dando a entender que era com a falta de resultados do seu próprio governo, já que ninguém reconhece o seu trabalho e só se referem a ela falando em oligarquia. Agora, ao dizer que não está entendendo nada de nada em novo desabafo, confessa um sentimento preocupante, expressando total confusão em sua própria gestão. Imaginem se um comandante de avião dissesse isso em pleno voo! Pânico...

Felizmente, não é o caso. Mas ela está muito lúcida ao fazer esse julgamento, pois, na realidade, quem não está entendendo nada é a população. Nesse ínterim, o clamor é grande: a grande maioria do povo maranhense diz que o maior problema que sente é a falta de oferta de saúde com qualidade a que possa ter acesso; afirmam ainda que precisam muito de água em suas casas e revelam grande preocupação com sua integridade física (quando afirmam que estão preocupados com a falta de segurança onde moram, ao ponto do ex-secretário de Segurança, o deputado Raimundo Cutrim, um dos mais competentes que ocuparam essa função, dizer-se horrorizado com o que está acontecendo e que “estamos a beira de uma guerra civil”) ou com a falta de emprego...

Enquanto isso, esse mesmo povo vê a governadora anunciar aquilo que parece ser a sua maior realização: uma avenida. E em seguida confundem-se ainda mais, pois ficam sabendo que aquilo lá na verdade uma “estrada estadual” que, para sua incredulidade, ainda apresenta uma novidade: ao invés de ligar municípios, a estrada liga dois empreendimentos comerciais que interessam muito à família da governadora.

E a saúde, a água, a violência e o desemprego que ameaça a sua família? Nem uma palavra? Silêncio...

E a estupefação continua. O povo então fica sabendo que a rodovia tem apenas 7 quilômetros e vai custar 130 milhões de reais, ou seja,  mais de 18 milhões e quinhentos mil reais por cada quilometro que for construído, isso sem computar os sempre presentes aditivos das obras do governo. No mínimo vai sair por R$ 20 milhões cada quilometro, cogitando-se cifras ‘baratas’. 

Com efeito, fica bastante natural e oportuno que o povo tente imaginar que benefício essa rodovia lhe trará. 

Será que houve algum estudo do que vai acontecer no local em que a estrada se inicia, que é em frente ao shopping Jaracatí? Com o tráfego que atrairá para o local, os engarrafamentos no trânsito que isso vai gerar, tanto para quem acessa ou para quem sai da rodovia? Mas parece que ninguém estudou nada! Sim, porque é obvio que, se houvesse algum estudo sério dessa rodovia, ela não poderia começar ali, em frente ao shopping, mas sim unindo a Av. Amaral de Matos e a Ferreira Gullar, integrando-se integrando ao sistema viário da capital e dando um mínimo de sentido a essa obra caríssima. E digo mais, talvez seja a mais cara da história do Maranhão, comparativamente a outras obras, essas sim muito importantes, como a ponte sobre o Rio Tocantins, em Imperatriz, feita no meu governo e no de Jackson Lago.

Porque foram escolher o manguezal para servir de suporte para a rodovia? E o manguezal, como área de preservação permanente definida pela legislação ambiental, não deveria ser poupado, tal o seu efeito benéfico para a natureza, permitindo a vida de tantas espécies da fauna e flora marinha e terrestre? Pois bem, aqui no Maranhão isso parece não comover órgãos ambientais tradicionalmente tão ciosos de suas importantes atribuições institucionais. Alguém viu esses estudos imprescindíveis e insubstituíveis sem o que nada pode ser feito? Há aqueles que desconfiam que tais estudos nem existem...

Não bastasse isso,  essa avenida, como outras construídas em governos de Roseana Sarney, não tem grande importância na solução dos atuais problemas de tráfego da capital. É uma defeituosa solução pontual de efeito apenas localizado. O resto, como de costume, é apenas propaganda.

Mas causa espécie e assombro o custo altíssimo da obra, desproporcionais aos benefícios que possa deixar. Entretanto, espanta apenas a população, mas não ao governo de Roseana Sarney, onde obras que tais são comuns, como as infindáveis reformas e construções de hospitais, entre as quais se destaca a reforma do Hospital do Ipem. 

Só para lembrar, em 2010 houve uma dispensa de licitação no valor de 40 milhões de reais para fazer a reforma do hospital, mas, como pouco foi feito com tanto dinheiro, nova dispensa de igual valor para o mesmo fim acaba de ser publicada. Logo, a reforma do hospital vai se aproximar dos R$ 100 milhões, um número digno do livro de recordes. Como é fácil fazer dispensa de licitação nesse governo... E a Comissão Permanente de Licitação, o que diz?

Como Roseana é a pessoa mais ausente de seu próprio governo, que só lhe cansa, vai ver que ela nem sabe...

Enquanto isso, as condições de vida da população estão muito piores por culpa exclusiva e responsabilidade direta do governo. Querem um exemplo? Como os hospitais de Caxias, Timon e Presidente Dutra tiveram seus repasses do governo estadual muito diminuídos no governo Roseana, a população desses municípios e dos municípios vizinhos, que antes eram atendidas ali, corre para os hospitais dos estados vizinhos. Ali, essa população também deixa de ser atendida, pois, por falta de pagamento por parte do estado do Maranhão (que foi cortado pelo governo), esses estados estão se recusando a atender maranhenses. 

Na verdade, falta dinheiro para tudo que é importante para a população. Falta para o Hospital Aldenora Belo, para os restaurantes populares (que sem dúvidas voltarão a funcionar nas eleições do ano que vem), para pagar o pessoal contratado do governo, para água, para a polícia, etc., etc.

O comentário do momento é o de que o verdadeiro motivo da obsessão para construir a Rodovia ‘Shopping by Shopping’ ou Via Expressa é a compra frenética dos terrenos que a margeiam. Deve ser um laranjal só... Explica-se assim também a tentativa de legislar em seu entorno, tentando passar essa prerrogativa, que é da Prefeitura de São Luís para o estado, como se fosse uma rodovia estadual. 

Acompanhem bem o que aconteceu na Av. dos Holandeses, onde hoje os terrenos valem ouro. Com uma montanha de dinheiro de lucros futuros ‘dando sopa’ - do nada - pois há dois meses esses terrenos nada valiam, como perder tempo com legislação da Prefeitura? Nem pensar, o futuro ninguém sabe, a oposição pode ganhar as eleições, não há tempo a perder. 

Tudo a ver, é o Maranhão de sempre atuando como sempre, e a governadora não está entendendo nada...

4 comentários:

Anônimo disse...

Ze Reinaldo , veja matéria que saiu no Blog:
http://www.valedopindare.blogspot.com

DENÚNCIAS E FRAUDES EM VESTIBULAR CONVENIADO ENTRE UFMA E A PREFEITURA DE PINDARÉ EM 2009 ATÉ AGORA NÃO PUNIU OS CULPADOS
Uma Comissão de vereadores do município de Pindaré entregou em 2009 ao procurador-chefe da República no Maranhão, relatório de uma série de irregularidades que, segundo eles, ocorreram no Vestibular Proeb, que a Ufma realizou no município.
Também foi encaminhado Notícia-Crime à Polícia Federal.
Os vereadores – João Lima Neto e Antonio Francisco Rego da Silva – responsabilizam diretamente pela fraude o prefeito de Pindaré, Henrique Caldeira Salgado (PSDB), seu irmão, o reitor da Ufma, Natalino Salgado Filho, e a secretária municipal de Educação, Maria da Conceição Soares Pinheiro.
O vestibular
Segundo relata o documento encaminhado à PF e ao MPF, o vestibular foi definido peloEdital nº 243/2009. Tratou-se de Processo Seletivo Especial, com objetivo de preencher vagas nos cursos de Licenciatura em Ciências Exatas, Educação Física e Filosofia, em convênio com a Prefeitura.
O próprio Edital vetou a participação de portadores de diploma de Graduação. Também era proibido a participação de pessoas que não estivessem em sala de aula no município.
- Nesse contexto, os dois irmãos, coadjuvados pela terceira noticiada, se aliaram e empreenderam uma falcatrua no município de Pindaré-Mirim, com objetivo claramente político, ao direcionarem o aludido processo seletivo no sentido de beneficiar pessoas – inclusive servidores públicos – que seguem a orientação do primeiro noticiado (Henrique Salgado) – diz a Notícia-Crime.
A fraude
Os vereadores citaram vários casos de gente que não poderia ter realizado o concurso e, mesmo assim, apareceu na lista de aprovados. Segundo eles, vereadores aliados do prefeito tucano também apareceram na lista de aprovados.
Dois exemplos citados no documento entregue ao Ministério Público: Mário Chesmam Pinto Farias é vereador, já tem curso de graduação e realizou o Vestibular; Rerison Helbert Trindade Santos, nunca frequentou sala de aula e também aparece na lista de aprovados.
Este blog teve acesso ao Edital do vestibular Ufma/Pindaré e constatou as cláusulas proibitivas. Trata-se do Programa Especial de Formação de Professores para a Educação Básica (Proeb).
Em seu artigo 6, o Edital estabelece, na primeira alínea como exigência básica para a inscrição: Comprovante de pleno exercício da docência na rede municipal de Pindaré-Mirim (MA).
Já na alínea VI do artigo 43 diz que para efetuar matrícula no curso, o candidato deveria apresentar Declaração da Secretaria Municipal de Educação de Pindaré-Mirim, especificando a escola, as disciplinas que ministra e o endereço em que o candidato exerce a docência.
A proibição de participação de candidatos graduados está especificada no artigo 50, das Disposições Finais: Dada a especificidade do PROEB/PINDARÉ-MIRIM, É VEDADA a inscrição de candidato portador de DIPLOMA DE GRADUAÇÃO.
Na Notícia-Crime protocolada na Polícia Federal, os vereadores pedem seja instaurado inquérito para apurar as irregularidades , além do indiciamento dos envolvidos.
O documento foi protocolado na PF e no MPF no dia 16 de novembro do mesmo ano.
Só faltou o Blogueiro comentar sobre a postura do Reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA, Sr. Natalino Salgado, irmão do prefeito de Pindare, Henrique Salgado. Porquê a UFMA firmou um convênio de R$ 1.262.993,00 (hum milhão, duzentos e sessenta e dois mil, novecentos e noventa e três reais) com a Prefeitura de Pindaré Mirim (MA) (para capacitação de professores) e contratou a Fundação Sousândrade por valor inferior de, R$ 1.074.042,00 (hum milhão, setenta e quatro mil e quarenta e dois reais, para prestar os mesmos serviços, ou seja, capacitar os professores.

Vaner Marinho disse...

Post inteligente de quem conhece a materia. A história se repete em nosso Maranhão. A turma é a mesma sempre. Aqui em Porto Franco, temos um exemplo cristalino de que o Maranhão pode dar certo. Estamos recebendo a visita de uma jornalista da Revista Exame que, após consulta em pesquisas do IBGE, constatou que alguma coisa boa está acontecendo nesse pequeno municipio sul maranhense e veio olhar de perto. Aguardem a matéria no proximo mes de setembro. Apenas 7 municipios do Brasil estão incluidos na matéria.

Neyvan Lima disse...

Presente pra São Luís, diz a governadora.
Presentaço para a "famiglia", pensamos nós.
Esperteza pouca é bobagem.

Anônimo disse...

Os padrinhos do atraso. Se aposenta, Sarney! Desencarna, Lula!
Publicado em 28 de agosto de 2011 por John Cutrim

Ruth de Aquino na Época

RUTH DE AQUINO. É colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br

A idade avançada talvez cobre um preço alto a sua memória recente. Como o presidente do Senado, José Sarney, pôde endossar os supersalários, apenas dois meses depois de ser obrigado a limitá-los ao teto do funcionalismo público? A decisão é inconstitucional, ilegal, imoral. Beneficia uns 700 servidores, que poderão voltar a ganhar acima de R$ 26.723,15, mais que os ministros do STF. Vamos todos doar para a campanha “servidor-esperança”.

Entendi. Sarney escutou Dilma dizer que o foco de seu governo não é a ética, mas “a faxina contra a pobreza”. E resolveu seguir o conselho da presidente à risca. Seus servidores no Senado ameaçavam greve. Não conseguiriam viver dignamente com menos de R$ 26 mil por mês. Estavam com medo de não poder voar mais de primeira classe. Com a caça às bruxas até no ar, não são todos os que têm o direito de usar helicópteros da PM e jatinhos de empresários para lazer pessoal.

“É como na música do Caetano: é o avesso do avesso do avesso”, disse Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo. Ferraço é relator da reforma administrativa do Senado. Mas que reforma é esta que não resiste à influência do padrinho maranhense sobre um tribunal de Brasília? “É inacreditável”, disse ele. “O teto está na Constituição.” O assombro de Ferraço é o mesmo de todos nós. Essa limitação salarial existe desde 1998. Com todo o respeito, alguém precisa chamar o presidente do Senado à razão.

Sarney consegue, no ocaso de sua vida política, personificar todo o atraso de um país. Lula um dia o chamou de ladrão e depois beijou sua mão. A rima é inofensiva. Mas a blindagem de Sarney é nociva. Ele é o líder de um clã que enriqueceu à custa do povo sofrido do Maranhão, um dos Estados mais miseráveis do Brasil. Imagino que, na faxina contra a pobreza da diarista Dilma, o Estado do sinhozinho Sarney seja uma das prioridades.

O episódio do helicóptero da PM, cedido por Roseana para levar o pai a sua ilha particular de Curupu, é até menor. Ministros do STF desaprovaram como “um desvio de finalidade” o uso pessoal de uma aeronave destinada à segurança e à saúde do povo. Mas a maior contribuição de Sarney para o atraso do Brasil é agir como se fosse o ditador líbio de uma capitania hereditária. É como se estivesse descolado do atual processo nacional. Vive num outro tempo.

“Tenho direito a transporte de representação, e não somente a serviço. É chefe de Poder.” E assim o intocável Sarney ignora a lei de improbidade. Políticos que usam bens públicos em “obra ou serviço particular” podem ser punidos com a perda da função e suspensão de direitos políticos. Sabemos, porém, que nada vai acontecer com o oligarca. Como disse Lula, ele “não é um homem comum”.

Os descaminhos levam ao padrinho-mor, Lula, que não consegue desencarnar do poder. Deveria ser inconstitucional um ex-presidente da República despachar com ministros para tratar assuntos de governo. É escandaloso que Lula crie um governo paralelo, com base em São Paulo, para cobrar ações de ministros de Dilma. Não satisfeito em montar um ministério bichado por escândalos, Lula aponta o candidato do PT à prefeitura de SP. E freia o combate presidencial à corrupção.

Coincidência? Na semana em que Lula volta ao palco como eminência nada parda, os ministros Negromonte, das Cidades, e Novais, do Turismo, ganham uma sobrevida. Esses dois estão por um peteleco. Exonerar Paulo Bernardo das Comunicações é mais complicado, por ser casado com Gleisi. E ele “só” pegou carona na farra aérea.

Com a guerra deflagrada entre congressistas que se chamam de “débil mental” e “safado”, a folha corrida de políticos continuará a vazar. A do PP está às claras: 18 deputados respondem por irregularidades. Os dois Cunha, Eduardo (PMDB) e João Paulo (PT), não vão mais comandar a reforma da Justiça, por serem réus. A OAB acaba de lançar o site Observatório da Corrupção.