terça-feira, 14 de agosto de 2012

UM PROJETO RENOVADOR

Na segunda-feira passada, no Teatro de São Luís, o nosso querido e remoçado Roxy, houve uma audiência pública sobre o Plano Diretor de Acessibilidade e Mobilidade Urbana da Área Central de São Luís, um projeto nascido da intensa e profícua colaboração entre o governo federal e o municipal, por intermédio do IPHAN e da prefeitura, com a apoio das empresas contratadas: a Setepla e a Urbaniza.

Quem não foi, deixou de conhecer um plano muito bem concebido que, implantado, vai mudar o nosso centro histórico, uma joia tão abandonada, e assim, revitalizá-lo, valorizá-lo e integrá-lo definitiva e completamente à cidade. Hoje todos sabem que é muito difícil o acesso ao Centro Histórico, cheio de problemas e dificuldades de locomoção no seu interior, muito prejudicado desde que os antigos bondes foram retirados de circulação há muitas décadas. O Centro Histórico estava ficando cada vez mais desabitado, em que pese sua beleza, sua rica história e sua importância para a imagem de São Luís.

Esse projeto ressalta a importância da administração da cidade por um homem experiente que já foi governador e é atento e realizador. Não repetiu os outros prefeitos desatentos e sem projetos para impedir a deterioração desse Patrimônio Cultural da Humanidade. E é de se ressaltar o trabalho de Kátia Bogéa à frente do IPHAN e de toda a sua equipe assim como o de José Artur Cabral Marques e sua equipe. Fizeram um trabalho impressionante.

Desde agosto de 2011, várias reuniões e pesquisas foram feitas com diversas associações de interessados, moradores, lojistas, transportadores de carga, bem como órgãos públicos das três esferas de poder. Fizeram-se pesquisas de origem e destino de passageiros usando transporte individual, coletivo e não motorizados, como também pesquisa sobre a carga com contagem nas principais áreas de descarregamento e distribuição. Foram 19 postos de pesquisa ao redor e dentro da área tombada. Ademais, pesquisou-se a largura das vias e calçadas, tipo e estado do pavimento, sinalização e sentido e circulação do tráfego. Também o uso do solo, número de pavimentos, estado de conservação e aparência (identificação de construção histórica), além do tipo de uso dos prédios se residencial, institucional, comércio, serviços, uso misto, estacionamentos, lotes vagos, parques ou praças, suspeitos de uso clandestino. De posse desses dados, propôs-se um cenário transformador com uma visão compartilhada de futuro até 2030.

Decidiu-se dar prioridade ao transporte coletivo, otimizar o transporte não motorizado, racionalizar a logística urbana de cargas e controlar o efeito do transporte individual motorizado no trânsito. Ficou definido que, para a área mais antiga da cidade, o foco é na reabilitação. Para a parte mais nova, dentro da área tombada, o foco é na renovação. Por fim, para a área limitada pela Av. Médici, as ações visam a melhoria habitacional e para o aterro, a destinação é para a criação de parques.

Foram concebidos quatro planos de transporte: o plano de transporte coletivo e terminais de integração de passageiros; o plano de transporte individual; o plano de ciclovias, bicicletários e vias de pedestre e o plano de transportes de carga e terminais multimodais.

Vale à pena conhecer mais detalhes sobre esses planos: O de transporte coletivo será referenciado por três terminais de integração de passageiros; um na Praia Grande (o atual muito melhorado); outro na Av. José Sarney, entre as pontes José Sarney e Bandeira Tribuzzi, e o terceiro na Fabril. Ligando esses terminais, poderemos ter linhas de bonde que levarão os passageiros ao interior da área tombada (o traçado não será o mesmo do passado e os bondes serão modernos e atraentes como os usados em muitas cidades europeias).

Várias ruas serão melhoradas fora do centro histórico, quatro edifícios garagem serão construídos e dois serão estacionamentos subterrâneos para acolher os carros em demanda ao centro, que também terão ligação com o sistema de bondes, a fim de que alcancem o seu destino. Algumas ruas serão transformadas em ruas de pedestres e calçadões.

O plano de transporte não motorizado será baseado em ciclofaixas e ciclovias, formando as ciclorrotas que darão segurança a quem utilizar esse meio de transporte na área tombada. Serão construídos quatro bicicletários onde esses veículos poderão ser deixados.

E, finalmente, o plano de transportes de carga e de terminais multimodais será composto de quatro terminais multimodais estrategicamente localizados. Os caminhões se dirigirão até esses terminais, descarregarão suas cargas, que serão levadas até seu destino por veículos menores.

Essas ações definem um plano integrado que dará acesso confortável ao centro histórico e racionalizarão o uso da área, reintegrando-a a vida da cidade e possibilitarão a valorização do local. Espera-se assim reverter a atual tendência de esvaziamento da área central da cidade, que está ficando irreversível. Tudo isso será apoiado por uma regulamentação básica de acesso e do trânsito, onde haverá tráfego controlado e áreas livres para todos os tipos de veículo.

A pesquisa de origem e destino realizada mostra que muitos veículos passam pelo centro tombado de passagem, pois a ele não se destinam. Assim, será construído um eixo viário novo para acomodar esse tráfego e aliviar a área central, ligando a área do Itaqui-Bacanga a áreas de grande expansão populacional da cidade.

A partir de agora serão contratados os projetos executivos com o desenvolvimento da engenharia, a modelagem econômico-financeira da implantação, instrumentos de cooperação entre as várias esferas do governo; a capacitação social para o aproveitamento das oportunidades; reestruturação do transporte público atual e previsto e a implantação das obras e serviços. O orçamento estimativo é de R$ 455 milhões e o projeto já está no PAC das Cidades Históricas. Todas essas ações estão em andamento e as obras têm previsão de início em 2014 e conclusão em 2016.

Uma das premissas do plano é esvaziar a Avenida Beira-Mar, construída com técnica antiga sobre manguezais e terreno mole e que cede até hoje, principalmente com o tráfego pesado que suporta. Com efeito, projetar pontes com destino a essa avenida não será mais permitido. Existem outros locais mais apropriados, como indica a pesquisa de origem e destino sobre a qual comentei acima.

Esse é um trabalho de fôlego da gestão João Castelo. Fundamental para o futuro da capital. Uma administração que, ao tempo que resolve problemas muito importantes do presente, planeja com competência o futuro da cidade.

Muito diferente do governo do estado, que bagunça o presente de São Luís, como por exemplo, o aeroporto de tenda, a falência do sistema de água, a poluição de todas as praias por esgoto, a tentativa de impedir a ação do prefeito João Castelo e não dá nenhuma contribuição para o futuro da cidade.

Se esse trabalho tivesse sido realizado por outro prefeito no passado certamente a cidade estaria muito melhor.

3 comentários:

Carlos Eduardo disse...

Todo esse projeto que vc se refere estará pronto até 2016? E vc se referiu a 2030 em q sentido? Não entendi. O q estará pronto em 2016 e o q estará pronto em 2030? Obrigado!

ribamar disse...


Parabens pelo seu artigo "Um projeto renovador", gostei muito do prefeito ter a inciativa de reformar o antigo Roxi para dar espaço a Teatro Municipal. O povo agradece.
É o que eu ja vinha comentando aqui sobre seus artigos que nunca esquecia o Presidente Sarney. Viva a sua historia e ajude a nossa terra, assim foce será mais simpatico e util a todos nós.

LUIZ disse...

JOSÉ REINALDO VC DEVERIA JUNTAMENTE COM A OPOSIÇÃO DO MARANHÃO COMBATER ESTE ESTUPRO DE VERBAS DO GOVERNO DESTINADOS A SHOWS NO ANIVERSARIO DE SÃO LUIS,DINHEIRO JOGADO FORA,UMA VERGONHA PARA UMA POPULAÇÃO QUE VIVE AO FEDOR DE ESGOTOS,ENGANADA PELOS SEUS POLITICOS QUE SE VENDEM A CADA ELEIÇÃO.