terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

QUEM DIRIA


Tudo parece indicar o final de um ciclo de poder que transformou um estado naturalmente rico no estado mais pobre, mais atrasado e menos democrático do país, pois é dominado com mão de ferro por uma poderosa família que ainda hoje controla todos os poderes do estado.

O senador José Sarney que construiu o império, homem orgulhoso, não admite críticas e nem contestação e usa todo o seu poder não para beneficiar o estado, mas para perseguir “inimigos”. Inimigos são todos aqueles que mostram as inverdades de suas “conquistas” e de suas propagandas enganosas. Para manter sua natureza, agora mesmo continua tentando prejudicar a todos que ele assim classifica. É a vida.

A oligarquia já contratou empresas para devassar minha vida, para tentar encontrar mal feitos. Acho que no país não existe ninguém mais gravado do que eu. Como não conseguiu, usou seus poderes para envolver seus “inimigos”, como eu e Jackson Lago - e tantos outros - em operações tais quais as descritas no livro Assassinato de Reputações de autoria de Romeu Tuma Junior. O autor, policial de carreira, Ex-Secretário Nacional de Justiça e Diretor da Interpol, conta no livro com indignação o que sabe de atos puramente consideráveis como uma polícia de estado, política, de investigações com alvos determinados, como foi a Operação Navalha, entre tantas. Se José Sarney tivesse mais poder do que tem, nos liquidaria a todos.

Entretanto, hoje colhem o que semearam. Nunca esperaram viver no Maranhão um momento tão adverso. Veem perplexos que rapidamente estão perdendo o controle. E, perdidos, tentam de tudo, usam as velhas táticas do insulto e quando ocorre uma reação, se dizem perseguidos. O problema é que ninguém mais se comove. Tentando enganar o eleitor (que já se encheu da família e de seu poder arrogante), inventaram um candidato, tencionando mostrá-lo como uma figura diferente, uma “novidade”. Contudo, não possuem mais credibilidade para isso e o candidato, que viaja sem parar, fazendo campanha de governador à custa do erário, utilizando helicópteros (no plural mesmo), aviões, carros, e dinheiro público. Nos lugares em que chega, mesmo prometendo tudo o que pode, assinando ordens de serviço, mas mesmo assim assiste à indiferença do público e, sem carisma, não consegue despertar nenhuma emoção ou até mesmo curiosidade por parte do povo. 

Estamos em fevereiro e as pesquisas mostram os mesmos números há mais de ano e meio. O que aumenta é a rejeição, tanto em relação à governadora e futura candidata ao senado, como ao candidato dela ao governo.

Não bastasse isso, chegam-nos relatos de que o candidato está condicionando a manutenção dessa candidatura, se Roseana desde já elegê-lo ao governo na eleição indireta a ser realizada na Assembleia Legislativa quando ela renunciar ao cargo para se candidatar ao senado em abril. Então, é o caso de perguntar: Será que combinaram algo com Arnaldo Melo, presidente da Assembleia? Como tirar o Arnaldo da jogada? 

O senador José Sarney já viu que, mesmo que Roseana seja eleita, o grupo acaba. Só ele mantém o grupo, mais ninguém.

E ele, será que se elege? Não é fácil, mesmo no Amapá. Ele precisará realmente ser candidato único, apoiado por todos, senão o risco é muito grande e, nesse caso, o orgulho não permite que seja derrotado justo em sua última eleição. Por isso, já acenam para o governador amapaense Camilo Capiberibe, oferecendo ajuda total do governo federal, caso haja o apoio. Todavia, o senador Capiberibe já ajudou Sarney a se eleger senador muitos anos atrás e depois teve seu mandato cassado por este a quem ajudou. É da natureza dele...

E o senador Randolfe do PSOL vai deixar passar? Será difícil, mas Sarney tem Lula sempre pronto a ajudá-lo. Nada é impossível. Mas para isso, terá que ir morar no Amapá, abandonando a campanha do Maranhão, tão decisiva para eles. É um jogo de perde e ganha. Nada é perfeito.

Enquanto isso, por aqui já aconteceram fraudes e uso descontrolado de dinheiro público por parte da oligarquia. Tudo comprovado pelo Chefe do Ministério Público Federal e Roseana só não foi cassada pelo jeitinho dado nos tribunais.

Com efeito, a derrama de dinheiro público em larga escala virá. Mas o desespero da oligarquia - que não quer largar o poder - é tão grande que a oposição tem que se preparar com muito cuidado, experiência e competência, para permitir a livre expressão do povo.

Sem fraude, eles sabem que será muito difícil. Contudo, o desespero, o poder, a arrogância e a certeza da impunidade que gozaram até aqui derrubam qualquer limite. 

Todo cuidado é pouco.  

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