A notícia de que o décimo terceiro preso foi assassinado
dentro das cadeias do Maranhão é uma demonstração da ausência de governo no estado.
O período de emergência acertado com o ministro da Justiça e julgado necessário
para construir as novas prisões já acabou e nada - nada mesmo! - foi realizado.
Nem o controle que disseram já ter das prisões é verdadeiro. Sim, porque
tivemos aqui treze mortos só nos primeiros três meses e alguns dias desse ano,
ou seja, numero maior do que as mortes ocorridas no mesmo período ao somarmos
todas as prisões do país.
Enquanto isso, só as notícias ruins prosseguem em crescimento.
Agora é a noticia de que só existe banheiro com água encanada em 17 por cento
das casas do Maranhão. Somos também o último do país nesse assunto. Sem
saneamento, aumentam as doenças, a mortalidade infantil, isso sem contar a má
nutrição e outras mazelas mais. E com isso nos chega a informação de que o maranhense
é o que tem a menor expectativa de vida do Brasil. Na média os homens só vivem
até alcançar os 68 anos e as mulheres, 72, graças à péssima condição de vida dos
nossos conterrâneos, a pior entre os estados brasileiros. Mais um legado cruel
dos anos de domínio da família Sarney. Até nisso.
Enquanto isso, convém levarmos nossos olhos ao cenário
nacional. A presidente Dilma continua caindo nas pesquisas em um movimento
persistente, continuado. Não é uma queda abrupta, mas é persistente, parece se
tratar da consolidação de uma tendência. Parece. E a queda é geral, pois é em
todos os setores. Mas não é para menos, pois o aumento de preços nos supermercados
e a falta de boas notícias, os atrasos na implantação de todos os programas
anunciados e as notícias muito negativas da Petrobras pelo jeito pavimentam o
caminho para um verdadeiro desejo de
mudança. Agora são 62 por cento que querem mudanças sem Dilma. Mesmo assim, ela
ainda venceria em primeiro turno com 39 por cento de intenção de votos, mas
esse número diminui a cada pesquisa.
O limite mínimo para que um governante no cargo tenha
condições de ser eleito, conforme declarou o presidente do DataFolha em
entrevista à revista Veja, é de 34 por cento de aprovação do governo. O
executivo disse que abaixo desse número nenhum governador ou presidente
conseguiu vencer. Dilma, segundo o Ibope, atingiu esse patamar mínimo de
aprovação do governo e não poderá cair mais. Em contrapartida, essa pesquisa já
mostra que a decepção com o governo Rousseff vai contaminando o ex-presidente
Lula, que caiu muito e, colocado no lugar de Dilma, também teve forte declínio,
fica em 42 por cento (apenas 3 por cento mais do que ela e ainda em ritmo de
queda). O que parece é que o povo está ficando refratário ao jeito petista de
governar e quer mudar. Vamos acompanhar.
E o pior é que não há expectativa de nenhuma melhora neste
ano e vem aí o grande risco que se tornou a realização da Copa do Mundo no Brasil.
Outra ameaça fortíssima à reeleição da presidente é o possível racionamento de
energia elétrica. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, responsável pelo
setor, não deve estar conseguindo dormir direito, principalmente porque ao que
consta, o governo é o maior culpado se houver o racionamento. Vou explicar
direitinho:
Trata-se de uma das maiores lambanças já realizadas no
serviço público brasileiro. O consultor Mário Veiga, que tem uma das maiores e
mais respeitadas consultorias de energia no mercado, acha que é recomendável
que o governo decrete racionamento a partir de maio. Ele sabe que isso não será
feito e o risco é de que se chegue ao fim do ano com apenas 10 por cento de
água nos reservatórios, o que seria uma situação desesperadora e forçaria um
racionamento mais drástico.
Ele falou também que o custo para o consumidor já chega a 50
bilhões de reais e o aumento da tarifa de energia para o este será de no mínimo
12 por cento ao ano durante cinco anos, o que trará inflação, pois aumentam os
custos de produção de todos os produtos, sem falar no aumento que forçosamente
teremos da gasolina e do diesel, gás de cozinha, querosene, etc.
E por que o governo é culpado? Porque o ministro Lobão deve
estar com dificuldades para dormir com esse pesadelo?
Primeiramente, segundo o consultor, o governo era obrigado a
fazer o leilão de energia em 2012, para que as empresas pudessem contratar toda
a energia que precisam fornecer. Um grande número de contratos antigos venceram
e as empresas distribuidoras ficaram sem contratos de fornecimento e tiveram
que ir ao mercado aberto, muito caro, principalmente porque uma grande parte da
energia gerada está vindo de termelétricas que produzem energia a preços muito
mais altos. A maior participação dessas usinas foi devido ao nível baixo dos
reservatórios. Percebam que o governo não fez os leilões para poder cumprir a
promessa de redução do preço da energia que fez entre 2013 e 2014.
Consequentemente, isso desequilibrou financeiramente as
empresas porque elas estão comprando energia a preços muito maiores do que
podem cobrar dos consumidores. O governo então, para impedir que quebrassem por
sua culpa, teve que socorrê-las, efetuando repasses da ordem de 10 bilhões de
reais, a título de empréstimo. Isso é mais do que a renda de todas essas
empresas somadas. Uma loucura.
E por que os reservatórios continuarão em estado crítico,
mesmo que haja a normalização do regime hídrico anual a que se submetem? Será
que para gerar energia estão gastando mais água do que o previsto?
Pois bem, Veiga aponta outra causa. Ele indica que o governo,
além de não investir na modernização e aumento da eficiência das atuais
hidrelétricas, também sequer fez análises para saber quanto de água realmente
há nos reservatórios e qual a demanda deles. Ou seja, o que acontece é que o
governo faz as contas como se o reservatório permanecesse o mesmo da época da
construção, não levando em conta o assoreamento das bacias por conta de grande
quantidade de sedimentos que recebem dos rios tributários, principalmente nas
enchentes. Dessa forma, as bacias vão diminuindo a sua capacidade de armazenar
água e o governo não sabe de quanta água dispõe de fato. Por fim, quando
acontecem episódios como o que estamos vivendo (estiagem prolongada em várias
regiões), a bacia fica vazia muito antes do que deveria.
Mário Veiga argumenta que seria mais prudente o governo
começar a falar a palavra racionamento no próximo mês, mas sabe que eles não
farão isso. Nesse interim, aumenta a conta hidrológica e financeira que teremos
pagar. O resultado disso é que poderemos chegar ao final do ano com cerca de 10
por cento de água nos reservatórios, o que exigiria um racionamento como o que
vimos em 2001, de péssima lembrança.
A situação é muito difícil e as medidas não foram tomadas na
hora certa. Como sair dessa, Lobão?
Essas são questões que precisam ser abordadas pelos nossos presidenciáveis.
Por falar nisso, Eduardo Campos e Aécio Neves em breve estarão no Maranhão. Campos
estará aqui nos próximos dias 26 e 27, mas não virá desta vez a São Luís. Irá a
Balsas e Timon. Aécio deverá vir no dia 9 de maio a nossa capital. Fiquemos
atentos.
3 comentários:
O sistema político do Brasil chegou a um beco sem saída, qualquer opção que escolhermos será lastimável. A verdadeira reforma política é necessária, pois o político só se elege juntando-se a quem tem dinheiro ou recebendo apoio de quem já está envolvido no jogo do poder.O verdadeiro representante do povo deveria sair do seio das comunidades e posteriormente igual ao sistema americano escolhido por suas bases. Mas que pena que só somos o país do futuro.
Com isso, a candidatura de Edson Filho será apagada pela ineficiência elétrica do Edson pai. Faltará luz (própria) para esse rapaz.
Digníssimo blogueiro,
Por quê de prefeito só podia estar no palanque de autoridades a prefeita Maura Jorge? Gil Cutrim estava como Presidente da Famén e ela somente poderia subir. Explique-me o por quê do trato diferenciado? E vimos também ela entrando numa sala pra onde a Governadora e o Ministro estavam. Por quê tanto prestígio? muita gente não se agrada!!!!!!!!!!!!
Ze Reinaldo Tavares, por que vossa excelencia nao trás Maura Jorge para o nosso lado?
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