terça-feira, 23 de junho de 2015

CRISE GENERALIZADA



O ministro Joaquim Levy foi o primeiro a dizer: “O dinheiro acabou!”. Depois foi a vez do ministro da Educação falar: ”Não tem dinheiro”. Em seguida veio o ministro dos Transportes e disse a mesma coisa. Por fim, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, foi didático: “Os governadores e os prefeitos precisam saber que não tem dinheiro para saneamento básico, água e esgoto e o melhor é procurarem fazer essas obras por meio de PPP”. 

Portanto, todos os setores governamentais estão sem dinheiro e o governo federal perdeu toda a capacidade de iniciativa, assistindo à inflação aumentar mês a mês, a economia travar, a recessão tomar conta da vida nacional e esperando o pior, que é o aumento do desemprego. O déficit no balanço de pagamentos é crescente e o preço das commodities vem caindo no mercado internacional. O endividamento do governo só aumenta e não sobra dinheiro para investimentos. Essa situação contraria totalmente o que dizia a presidente durante a campanha de reeleição e existe uma revolta intensa da população, que se acha enganada. Como consequência o número de pessoas que aprovam o governo só chega a dez por cento, com tendência de cair ainda mais. Pior impossível.

Agora descobre-se que ela autorizou o aumento artificial do orçamento no ano eleitoral - as famosas pedaladas - em benefício de sua própria eleição, tomando empréstimos em bancos públicos sem autorização legal. Resultado disso é que o Tribunal de Contas da União está em vias de desaprovar as suas contas, o que poderá levar a pedidos de impeachment, correndo riscos de repetir o que já aconteceu com Collor de Mello. Se aceito o pedido de impeachment, dificilmente a Câmara dos Deputados deixará de autorizar.

Hoje a presidente é atacada na Câmara, sem que ninguém apareça para defendê-la. Para piorar a situação, o ex-presidente Lula também aderiu ao grupo de críticos da presidente, logo ele que sem dúvidas foi o causador da maior parte dos problemas atuais que ela enfrenta. Mesmo assim vem atacando Dilma como se não tivesse nada com isso...

A recessão, como não poderia deixar de ser, reflete-se também nas finanças estaduais, trazendo muitas dificuldades para a gestão dos governadores, que “pagam o pato” pelos desastres causados na economia no governo anterior da presidente Dilma e que, nas circunstâncias atuais, não podem se valer de recursos federais para socorrê-los.

Essa situação deve perdurar. Deve levar alguns anos, levando o país à estagnação econômica. Os empresários, a população toda, os políticos estão preocupados. E o pior é que tudo acontece no início do segundo mandato de Dilma, assombrado pela “Lava Jato”, que invade as entranhas do governo. Isso influencia a inexistência de condições políticas para liderar uma grande mudança, fomentando uma grande união para salvar o país. Em outras palavras, o governo mal começa e já está sem condições de governar. Como será então nos próximos três anos e meio que ainda faltam? Vamos todos assistir a quebradeira do país sem nada podermos fazer?

Pois bem, daí vem a ideia do parlamentarismo. Eu, aliás, sempre votei pela adoção do parlamentarismo no Brasil, como é em quase toda a Europa. Se estivéssemos no regime parlamentarista e Dilma fosse a Primeira Ministra, o governo cairia e o Presidente convocaria novas eleições gerais e assumiria o novo Primeiro Ministro, que seria o líder do partido que tivesse eleito o maior número de parlamentares. Com efeito, o líder negociaria para ter maioria na Câmara, a fim de dar estabilidade ao governo e poder governar. Dessa forma, o novo Primeiro Ministro teria condições de liderar forças capazes de enfrentar os problemas e encontrar soluções sem o caos que nos ameaça, a todos, nesse momento.

Mudando de assunto, como o Maranhão não tinha projetos na área de logística e no passado recente nada apresentou ao governo federal, ficamos fora do programa do governo. O Pará, cheio de projetos, dominou as discussões. Como resultado, nas soluções apresentadas pelo governo federal, esqueceram o Porto do Itaqui, a Ferrovia dos Carajás, o Tegram e só falam sobre Barcarena no Pará e sobre a construção de uma ferrovia de 800 quilômetros entre Açailândia e aquele município. Então, aí está mais um trabalho urgente para o governo estadual e os parlamentares maranhenses: recolocarem as coisas nos devidos lugares.

Para isso, temos que dar prioridade total aos estudos e projetos de nosso interesse, pois sem eles nada poderá ser feito. 

Trabalho extra, governador!

Um comentário:

Júlio Gondim disse...

Caro Deputado,
Concordo com a maioria de sua análise mas, 50% dessa crise é política. O Congresso hoje, já age como se o regime fosse Parlamentarista! Será que estamos preparados politicamente?