terça-feira, 20 de setembro de 2016

IDEB MOSTRA FRAGILIDADE DE NOSSA EDUCAÇÃO

É doloroso escrever sobre os resultados ruins dos nossos alunos no IDEB de 2015. Não se trata de apontar culpados, mas alguma coisa temos que fazer. E com a devida urgência. Do jeito que está, não pode ficar. A comparação com outros estados, e até com os dados de anos anteriores do nosso próprio estado, mostra que estamos muito mal e, se nada muito sério for feito, correremos o risco de eternizar o drama da pobreza que domina a maior parte da população maranhense.
Infelizmente, não vi nenhuma comoção após a divulgação desses dados. Ninguém disse nada. Parece até que estamos muito bem e não temos problemas nesse setor que é vital para o emprego e a renda. Problemas que não vêm de agora. mas que precisamos resolver.
Vejamos: a “Pátria Educadora” do governo federal foi um fracasso total, pois nenhum estado se saiu inteiramente bem, o país como um todo saiu muito mal mas, o nosso estado foi o pior de todos. As escolas particulares estão um pouco melhor que as públicas. Por exemplo, nas escolas públicas municipais até o quinto ano do ensino fundamental, na disciplina língua portuguesa, incluindo escolas municipais e estaduais, só 15 por cento dos alunos tiveram um aproveitamento que lhes permitisse acompanhar bem a segunda fase do fundamental. Nenhum estado teve desempenho pior que o nosso. Sergipe (com 17 por cento) e Alagoas, Pará e Amapá (com 18 por cento) foram os mais próximos de nós. O Piauí ficou bem melhor, com 21 por cento. No Paraná foram 52 e  Minas Gerais e Santa Catarina ficaram com 51 por cento. No Brasil, 35 por cento.
Nessa mesma disciplina, língua portuguesa, se formos até o nono e último ano do ensino fundamental, somente 11 por cento dos nossos alunos tiveram bom aproveitamento. Fomos os penúltimos, pois  Alagoas, com 10 por cento ficou atrás. Minas Gerais com 34, Brasil com 23, Ceará também com 23 por cento. Vejam, em cada 100 alunos que completam o ensino fundamental, só onze estão aptos a seguir em frente no Maranhão. Que desperdício de tempo e dinheiro!
Se formos para outra disciplina fundamental, a matemática, a tragédia ainda é pior. Somente 9 por cento dos alunos que terminam os cinco primeiros anos do ensino fundamental estão aptos para seguirem em frente (somos os piores do Brasil). DF com 47, Minas com 51, Paraná com 51 e Brasil com 35 por cento. E quanto aos que terminam os nove anos do ensino fundamental, só 3 por cento estão adequadamente preparados. Minas com 20 e Brasil com 11 por cento. Pasmem, no Maranhão só três entre cem alunos! Uma tragédia!
O ensino fundamental é de responsabilidade direta dos municípios, então como proceder, se os alunos chegam ao ensino médio tão ruins? É por isso que o deputado Pedro Fernandes, que foi Secretário de Educação, defende que os estados precisam chamar para si a responsabilidade de poder influenciar na qualidade desse ensino, seja oferecendo prêmios, seja cortando ajuda financeira para os municípios.
No ensino médio, responsabilidade do estado, também temos sérios problemas, muito sérios. Estávamos acima da meta em 2005 com a média de 3,8. Hoje, 2015, estamos bem abaixo da meta com 3,3. Estamos perdendo feio para nós mesmos, pois tínhamos nota bem maior antes. E a nossa meta para 2021 é 5,6. Considerando o que estamos fazendo, dificilmente conseguiremos atingi-la e, dessa forma, vamos ficando para trás. O que aconteceu?
Como educação é fundamental para aumentar a renda e o emprego, temos que ficar muito preocupados, pois estamos em último lugar entre todos os estados brasileiros.
Esse é um fato. O que interessa é reconhecermos que estamos com grandes problemas e dessa forma possamos então conceber mudanças que nos permitam sair desse buraco. Não interessa mais buscarmos culpados agora. Isso não vai resolver nada.
Não gosto de mostrar coisas ruins, mas se não conhecermos a profundidade delas, como poderemos consertar? Já perdemos tempo demais.
Mas nem tudo é notícia ruim. Estivemos, a bancada maranhense, na terça-feira da semana passada com o Almirante Leal, Comandante da Marinha, para nos informarmos sobre o projeto da Base Naval em São Luís. Este projeto é muito importante para o nosso estado, investimento de muitos bilhões de reais, de ampla repercussão na economia maranhense, com a expectativa de mais de cinco mil novas famílias de classe média vindo morar em São Luís.
O Almirante nos garantiu que a decisão foi tomada e a Base será instalada em São Luís, na Baía de São Marcos. E nos pediu apoio parlamentar, o que garantimos a ele.
Isso nos dá uma ideia do cenário que está sendo desenhado para o Maranhão. Projetos muito importantes estão vindo para cá. Projetos que mudarão economicamente o nosso estado.
Mas, com esse nível de educação, será que nossos jovens usufruirão desses milhares de empregos ou só alguns poucos? A preocupação é muito grande.
Mudando de assunto, anuncio que a Mesa da Câmara aprovou minha proposta de criação da Frente Parlamentar para Modernização do Centro de Lançamento de Alcântara. A proposta foi apoiada por 196 deputados federais de todos os partidos e de todos os estados brasileiros. Pretendemos debater com profundidade o Programa Espacial Brasileiro, dar-lhe a prioridade que merece, por ser um setor tão importante para a segurança nacional - Amazônia, Pré-Sal, vigilância das nossas fronteiras contra contrabando de armas e de drogas, comunicações, meteorologia - e tornar o Brasil um país autossuficiente no domínio do ciclo completo de lançadores de foguetes e satélites e da tecnologia espacial aí concebida e utilizada.
Com isso, tornaremos o centro de lançamento de Alcântara um dos mais importantes do mundo. E o Maranhão então se tornará um centro de tecnologia referencial em nível global.
Enquanto isso, o governo Temer vai privatizar o nosso aeroporto. São medidas necessárias, pois, tudo dando certo, a demanda de passageiros vai aumentar muito no curto e médio prazo. 
E para terminar, insiro no debate a questão das siderúrgicas brasileiras. Grande parte delas opera em  elevado grau de obsolescência e, ao invés de investirem em sua modernização, preferem fomentar guerra aberta contra a vinda da siderúrgica chinesa para cá. Óbvio. Isso os tira da zona de conforto. Pois bem, só a união de toda a classe política vai garantir a implantação desse projeto tão importante aqui no Maranhão.
O “nós” contra “eles” não vai funcionar. Precisamos de união em torno desse objetivo!

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